Catia
Em seu site particular, o auto intitulado pastor (Airton Evangelista da Costa) escreveu um artigo sobre: cânon Bíblico; na verdade, esse artigo não passa de mais uma cópia barata de fábulas protestantes referentes à mutilação satânica promovida ao longo do tempo. Nesse artigo, cheio de achismos baratos e sofismas protestantes, o pastor afirma categoricamente que os sete livros deuterocanônicos foram acrescentados na Bíblia Sagrada pelo concílio de Trento no século XVI; o mais engraçado na história comovente desse pastor, foi a sua audácia de escrever um artigo sobre cânon Bíblico sem nos fornecer um documento histórico a respeito desse assunto, sua única fonte foi:
Fonte: A Bíblia Através dos Séculos, Antonio Gilberto, 2ª Edição, 1987, pgs. 63-65
Continuando
"Cânon 36 - Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos1, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão[1], doze livros dos Profetas, Isaías,Jeremias[2], Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Sobre a confirmação deste cânon se consultará a Igreja do outro lado do mar. É também permitida a leitura das Paixões dos mártires na celebração de seus respectivos aniversários" (Concílio de Hipona, 08.Out.393)
"Parece-nos bom que, fora das Escrituras canônicas, nada deva ser lido na Igreja sob o nome 'Divinas Escrituras'. E as Escrituras canônicas são as seguintes: Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, quatro livros dos Reinos, dois livros dos Paralipômenos, Jó, Saltério de Davi, cinco livros de Salomão[1], doze livros dos Profetas, Isaías, Jeremias[2], Daniel, Ezequiel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras e dois [livros] dos Macabeus. E do Novo Testamento: quatro livros dos Evangelhos, um [livro de] Atos dos Apóstolos, treze epístolas de Paulo, uma do mesmo aos Hebreus, duas de Pedro, três de João, uma de Tiago, uma de Judas e o Apocalipse de João. Isto se fará saber também ao nosso santo irmão e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja" (Concílio de Cartago III 397 e Concílio de Cartago IV 419)
Notas:
[1] Jeremias, Lamentações e a carta de Baruc, eram consideradas um único livro.
[2] Cinco livros de Salomão: eram relacionados Cânticos, Eclesiastes, Provérbios além de Sabedoria e Eclesiásticos somados cinco livros.
Fazendo uma análise criteriosa dos três concílios onde foram estabelecidos os livros canônicos e o concílio de Trento no século XVI, concluímos que nada foi alterado no cânon, desde o quarto século, o cânon possui (73) livros canônicos, o que o concílio de Trento fez, foi apenas re-confirmar o cânon de Roma, Hipona e Cartago, assim como fez todos os outros concílios anteriores ao de Trento; cito aqui o concílio de Florença realizado um século antes do concílio de Trento. Observem:
"Devemos agora tratar das Escrituras Divinas. Vejamos o que a Igreja Católica universalmente aceita e o que deve ser evitado: Começa a ordem do Antigo Testamento: um livro da Gênese, um do Êxodo, um do Levítico, um dos Números, um do Deuteronômio, um de Josué (filho de Nun), um dos Juízes, um de Rute, quatro livros dos Reis, dois dos Paralipômenos, um livro de 150 Salmos, três livros de Salomão (um dos Provérbios, um do Eclesiastes, e um do Cântico dos Cânticos). Ainda um livro da Sabedoria e um do Eclesiástico. A ordem dos Profetas: um livro de Isaías, um de Jeremias com Cinoth (isto é, as suas Lamentações), um livro de Ezequiel, um de Daniel, um de Oséias, um de Amós, um de Miquéias, um de Joel, um de Abdias, um de Jonas, um de Naum, um de Habacuc, um de Sofonias, um de Ageu, um de Zacarias e um de Malaquias. A ordem dos livros históricos: um de Jó, um de Tobias, dois de Esdras, um de Ester, um de Judite e dois dos Macabeus. A ordem das escrituras do Novo Testamento, que a Santa e Católica Igreja Romana aceita e venera são: quatro livros dos Evangelhos (um segundo Mateus, um segundo Marcos, um segundo Lucas e um segundo João). Ainda um livro dos Atos dos Apóstolos. As epístolas de Paulo Apóstolo: uma aos Romanos, duas aos Coríntios, uma aos Efésios, duas aos Tessalonicenses, uma aos Gálatas, uma aos Filipenses, uma aos Colossenses, duas a Timóteo, uma a Tito, uma a Filemon e uma aos Hebreus. Ainda um livro do Apocalipse de João. Ainda sete epístolas canônicas: duas do Apóstolo Pedro, uma do Apóstolo Tiago, uma de João Apóstolo, duas epístolas do outro João (presbítero) e uma de Judas Apóstolo (o zelota)"(Concílio Ecumênico de Florença 1438-1445).
O pastor Airton poderia responder em seu artigo a seguinte questão:
Como que um concílio realizado um século antes do concílio de Trento, cita como canônicos e inspirados livros que só foram incluídos um século depois? (segundo as fábulas protestantes).
“3. Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. 4. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas” (II Timótio capítulo 4)
Pastor Airton diz:
“A palavra “apócrifo” significa, literalmente, “escondido, “oculto”, isto em referência a livros que tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo significa “não genuíno”, “espúrio, desde sua aplicação por Jerônimo. Os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento, numa época em que cessara por completo a revelação divina; isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão de canonicidade. Josefo rejeitou-os totalmente. Nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico. Jamais foram citados por Jesus nem foram reconhecidos pela igreja primitiva”
Refutação:
Duas questões a serem refutadas nessa parte do artigo:
1º) O real significado do termo Apócrifo.
2º) A fábula protestante do suposto período inter-bíblicos.
Bem, lendo o artigo do pastor Airton, fica evidente que o mesmo não possui o mínimo de conhecimento sobre o termo Apócrifo, segundo o pastor, o termo Apócrifo é referente a livros heréticos e espúrios, ou seja, livros inadequados para doutrina Cristã.
Pois bem, o que esse pastor não sabe é que o termo Apócrifo foi dado pela própria Igreja Católica a livros fora do cânon reconhecido pela própria Igreja, ou seja, só são considerados livros Apócrifos, aquele nos quais os Bispos da Igreja Católica não os catalogaram dentro do cânon Bíblico, assim fica a pergunta:
Todos os livros Apócrifos são heréticos? A resposta simples: lógico que NÃO.
Todos os livros heréticos são Apócrifos, porém, nem todos os livros Apócrifos são heréticos, ou seja, existem livros Apócrifos não catalogados no cânon Bíblico que são de estrema importância para Igreja, como por ex: Evangelho de São Tiago, As Epistolas de São Clemente, Epistola de São Barnabé etc. Porém, vale lembrar, que nenhum dos sete livros deuterocânonicos foram catalogados como Apócrifos por algum concílio da Igreja, seja ele universal ou regional.
Na realidade o termo Apócrifo tem o significado ao contrario de livros públicos, ou seja, existem os livros públicos (canônicos) que eram lidos na liturgia diária da Igreja e os Livros não públicos (Apócrifos) que eram apenas usados e lidos pelo Clero. Em nenhum momento, o termo Apócrifo foi usado para expurgar livros, ele foi usado para diferencias os livros que eram lidos na liturgia da Igreja dentro do Missal e os livros que eram apenas usados pelo Clero; não quer dizer que tais livros eram inadequados para o Cristianismo.
Sobre isso o Dr. Mark Bonocore tem a dizer:
“Quando alguns Pais falam de um determinado livro como (não canônico), eles não necessariamente entendem que não é inspirado ou autorizado. Pelo contrário, em muitos casos, eles simplesmente falam que ele não é usado na liturgia de sua igreja particular [...], portanto, é um (apócrifos), que pode ser lido em particular para a edificação, mas não na Liturgia em si (o culto público da Igreja – Lex Orendi, lex credendi). Por exemplo, hoje, na Igreja Ortodoxa Grega, o livro do Apocalipse não é lido na Liturgia. Você nunca vai ouvi-lo na Missa deles (ou como eles chamam Liturgia). No entanto, a Igreja Ortodoxa Grega nunca diria que o Apocalipse não é a Sagrada Escritura ou que é sem inspiração. Porém, eles às vezes falam dele como (não canônico) porque não tem lugar no (cânone) de sua liturgia (por exemplo, um santo canonizado é assim chamado porque lhes foram concedidos dias de festa dentro dos nossos calendários litúrgicos). Assim, ao longo da história da Igreja, a palavra (canônico) tem sido usada de várias maneiras.” (BONOCORE, 2001)
Realmente o pastor Airton questionou algo que ele não possui conhecimento.
Agora falando sobre o tal período inter-bíblico, ou o suposto período entre Malaquias e Mateus no qual o protestantismo julga não ter existido revelações divinas. Parece-me que Jesus Cristo e seus Apóstolos não possuíam conhecimento desse tal período! Infelizmente tal período inter-bíblico só foi revelado no século XVI especialmente para o protestantismo, sendo assim, Jesus Cristo e os Apóstolos ficaram na mão com essa revelação. Mas graças a Deus que o protestantismo foi levantado para colocar em ordem o erro e falta de espiritualidade tanto de Jesus Cristo quanto de seus Apóstolos (não é senhor pastor?).
Eu lanço outro desafio: eu retiro todos os sete livros deuterocânonicos da minha Bíblia se o pastor Airton me trouxer qualquer escrito Cristão do primeiro século, seja ele canônico ou Apócrifo, dizendo que existiu esse suposto período inter-bíblico.(espero que o pastor aceite esse desafio)
Segundo o pastor Airton, Flávio Josefo rejeitou completamente esses livros, ainda insinua que entre Malaquias e Mateus não existiram mais revelações divinas. Bem, eu duvido que esse senhor tenha lido algum livro escrito por Flávio Josefo, pois se tivesse lido não iria falar uma besteira dessas.
Primeiro: Flávio Joséfo nunca disse que as revelações divinas haviam acabado e sim que depois de Malaquias eles não tinham a sucessão exata de profetas.
Euzébio de Cesaréia, falando sobre o cânon do (AT) e usando os livros de Flavio Joséfo diz:
“4. Desde Artaxerxes até nossos dias tudo foi escrito, mas nem tudo merece a mesma confiança que o anterior, por não apresentar sucessão exata dos profetas. 5. Mas os fatos manifestam como nós nos sentimos próximos a nossas escrituras. Assim é que, transcorrido já tanto tempo, ninguém se atreveu a acrescentar, nem tirar, nem mudar nada nelas, antes, é natural a todos os judeus, já desde seu nascimento, crer que estes escritos são decretos de Deus, e aferrar-se a eles e prazerosamente morrer por eles caso seja necessário. 6. Estas palavras do autor aqui apresentadas não deixarão de ser úteis. Há também outra obra escrita por ele, não sem nobreza, Sobre a supremacia da razão, que alguns intitularam Macabeus, porque contém as lutas dos hebreus valentemente sustentadas em defesa da piedade para com Deus e referidas nos escritos assim chamados Dos Macabeus”. (Historia Eclesiástica X Livro III Euzébio de Cesaréia)
Observem o que Euzébio diz: Depois de Malaquias tudo foi escrito, (MAS NEM TUDO) merece a mesma confiança, ou seja, existem sim livros inspirados escritos depois de Malaquias, e ainda cita um deles, o chamado, livros dos Macabeus.
Obs. Flávio Josefo não era Cristão, ele como Judeus Fariseu, jamais aceitou o NT, sendo assim, ele não diz que a sucessão de profetas voltou depois de Mateus.
Segundo: Flávio Josefo jamais citou quais livros faziam parte de seu cânon além dos cinco livros de Moises. “Não pode haver, de resto, nada de mais certo do que os escritores autorizados entre nós, pios que eles não poderiam estar sujeitos a controvérsia alguma, porque só se aprova o que os profetas escreveram há vários séculos, segundo a verdade pura, por inspiração e por movimento do Espírito de Deus. Não temos, pois, receio de ver entre nós um grande número de livros que se contradizem. Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se referem a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisés, que refere tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a seqüência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam a esse admirável legislador escreveram, em treze outros livros, tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas, e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes” (Flavio Josefo, resposta a Ápia primeiro livros capítulo II)
Observem que Flávio Josefo cita vinte e dois livros, sendo cinco de Moises e trezes livros dos profetas que sucederam a Moises, cita outros livros de Hinos e Louvores além de preceitos e costumes.
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