A Igreja é a coluna (mestra) e sustentáculo (preservadora) da verdade – 1º Tim 3,15

~~~~~~~~

É importante falar de Deus, das coisas de Deus, sem tirar os pés do mundo, pois estamos nele, embora que não sejamos dele. O Viver em Deus, fala de Deus, dos fatos da Igreja, do meio cristão católico. O Viver em Deus não é fechado em si mesmo, portanto faz também a apresentação de obras de outros sites católicos, o que, aqui, mais se evidencia, no intuito da divulgação e conhecimento dos mesmos. UM BLOG A SERVIÇO DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Sejam todos bem - vindos!

~~~~~~~~

Quando neste blog é falado, apresentado algo em defesa da Igreja, contra o protestantismo, é feito com um fundo de tristeza ao ver que existem "cristãos" que se levantam contra a única Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Bom seria se isto não existisse, a grande divisão cristã. Mas os filhos da Igreja têm que defendê-la.

Saibam, irmãos(ãs), que o protestantismo, tendo que se sustentar, se manter, se justificar, terá que ser sempre contra a Igreja católica (do contrário não teria mais razão de sê-lo) ainda que seja pela farsa, forjar documentos, aumentar e destorcer fatos (os que são os mais difíceis para se comprovar o contrário pelos cientistas católicos, pois trata-se de algo real, mas modificado, alterado para proveito próprio.) E tentarão sempre atingir a Igreja na sua base: mentiras contra o primado de São Pedro, contra o Papa e sua autoridade, contra o Vaticano, contra a sua legitimidade, e outros tantos absurdos. São, graças a Deus, muitos sites católicos que derrubam (refutam) estas mentiras, provando o seu contrário, bastando portanto se fazer uma pesquisa séria, por exemplo, com o tema: cai a farsa protestante, refutando o protestantismo, etc. O Espírito Santo jamais abandona sua Igreja. Que saibamos, por este Espírito, amar aos protestantes que não participam destas ações malignas, e aos que se incumbem destas ações, os inimigos da Igreja, que saibamos, ainda que não consigamos amá-los o bastante, ao menos respeitá-los em sua situação crítica perante Jesus e desejar a eles a conversão e a Salvação de Nosso Senhor Jesus. "Se soubéssemos verdadeiramente o que é o inferno, não o desejaríamos ao pior inimigo".

~~~~~~~~

Notas Importantes

*O marcador “IDOLATRIA”, na seção TEMAS, abaixo, à esquerda, assim está exposto com a função de desmentir as acusações de idólatras aos católicos, outras vezes também denunciando que estes próprios acusadores cometem a idolatria ao dinheiro, entre outras.

*Os anúncios que aparecem neste blog podem porventura não serem compatíveis com a doutrina católica, por escaparem da filtragem do sistema. Aconselha-se a quem se incomodar com estes anúncios, atualizar a página do blog até que eles sejam modificados.

*Ao usar o telemóvel escolha a opção “visualizar versão para a web”, localizada abaixo da opção “página inicial” , para que sejam utilizados todos os recursos apresentados na página como vista no computador.

~~~~~~~~

Para uma melhor visualização, abra o zoom de sua tela em 90%, ou de acordo com o seu encaixe

Tradutor

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Formação missionária em escolas é discutida por educadores


CNBB

Leigos e religiosos participam da 2ª Semana de Formação Missionária para Educadores. O evento, que prosseguirá até o dia 31, no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF), reúne 24 representantes de escolas de orientação católica e do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (Pime), além de agentes de pastoral, enviados de 10 estados do Brasil.

Segundo o secretário nacional da Infância e Adolescência Missionária (IAM), entidade organizadora do encontro junto com o CCM e a Província Marista Centro-Norte, padre André Luiz de Negreiros, a formação tem como objetivos: gerar unidade, promover o trabalho da dimensão missionária, estimular o protagonismo da criança e buscar caminhos para educar em meio às diferenças, trabalhando à mundialidade e à interculturalidade.

Programação

A 2ª Semana de Formação Missionária para Educadores apresenta temas fundamentais para os educadores de escolas católicas, como “Educação à mundialidade e à interculturalidade” e “Teologia missionária da criança. A criança como sujeito de encontro com Deus e de evangelização”.

No dia 31, serão abordados "os elementos para um planejamento das atividades da IAM nas escolas”, com participação das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e da província Marista Brasil Centro-Norte.

Com informações e imagem das POM

Título Original: Educadores discutem formação missionária nas escolas


Site: CNBB
Editado por Henrique Guilhon

terça-feira, 28 de julho de 2015

Os católicos são obrigados a pagar o dízimo, no sentido estrito do termo? Entendendo o dízimo



Padre Paulo Ricardo

Os católicos são obrigados a pagar o dízimo, no sentido estrito do termo? Ou seja, devem dar 10% de seus rendimentos à Igreja? Essa pergunta se faz necessária porque é cada vez mais frequente ouvir, dentro da Igreja, um eco da pregação protestante, segundo a qual a determinação do Antigo Testamento de pôr à parte "o dízimo de todo fruto de tuas semeaduras, de tudo o que teu campo produzir cada ano" [1], deveria ser seguida ao pé da letra.

Para responder adequadamente a esta questão, é importante distinguir três leis: a lei natural, a lei da Igreja e a lei da caridade.

Com relação à primeira, Santo Tomás de Aquino diz que existe um fundamento natural para que o povo sustente os seus ministros. Diz ele: "Que o povo deve sustentar o os ministros do culto é determinação da razão natural, como também recebem do povo salário para seu sustento aqueles que servem o bem comum: os governantes, os militares, e outros" [2]. E ainda: "O preceito da paga dos dízimos, quanto ao seu aspecto moral, foi dado pelo Senhor e está no Evangelho de Mateus: 'Digno é o operário do seu salário'" [3].

No entanto, na história da Igreja, esse direito já foi contestado. Os movimentos protestantes anteriores à Reforma, por exemplo, contestavam o dízimo como direito natural. Não à toa a Igreja exigia dos valdenses, a quem ela acolheu no século XIII, após muito tempo de divisão, que confessassem o seguinte: "Cremos que se deve doar aos clérigos sob as ordens do Senhor o dízimo, as primícias e as oblações" [4]. Na mesma linha, um dos erros de John Wycliffe condenados pelo Concílio de Constança dizia: "Os dízimos são também esmolas, portanto os paroquianos podem negá-los a seu juízo em razão dos pecados de seus prelados" [5]. Ou seja, os pecados dos bispos ou dos sacerdotes não cancelam o dever de justiça que os fiéis têm de sustentar as suas necessidades.

Mas, nesse campo, não existe apenas a lei natural, como também a lei da Igreja. Santo Tomás diz que oferecer a Deus a décima parte dos próprios rendimentos não está na natureza das coisas, mas é um preceito judicial, uma determinação que pode ser mudada de acordo com as circunstâncias [6]. No Antigo Testamento, a tribo de Levi precisava ser sustentada pelas demais tribos de Israel; era razoável, portanto, que elas tivessem que lhe pagar 10% de seus rendimentos. Mas, assim como as leis chamadas cerimoniais – como oferecer bodes e carneiros no templo de Jerusalém –, essas leis judiciais não são mais vinculantes.


Agora, o que devem ser seguidas são as determinações das Igrejas locais. O Catecismo, ao explicar os mandamentos da Igreja, diz: "O quinto preceito ('prover às necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações') aponta ainda aos fiéis a obrigação de prover às necessidades materiais da Igreja consoante as possibilidades de cada um" [7]. Trata-se de um resumo do que estipula o Código de Direito Canônico, ao estabelecer que "os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades de Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros" [8].

Versão áudio

O mesmo Código estabelece, noutro lugar: "Os fiéis concorram para as necessidades da Igreja mediante subvenções que lhe forem solicitadas e segundo normas estipuladas pela Conferência episcopal" [9]. Atendendo a isto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em legislação complementar aprovada pela Santa Sé, determinou:

"Cabe à Província Eclesiástica dar normas pelas quais se determine a obrigação de os fiéis socorrerem às necessidades da Igreja, conforme o cân. 222, § 1. Busquem-se, contudo, outros sistemas que – fomentando a participação responsável dos fiéis – tornem superada para a manutenção da Igreja a cobrança de taxas e espórtulas." [10]

Então, é preciso consultar as Províncias Eclesiásticas para descobrir as normas que regulam a obrigação de socorrer às necessidades da Igreja. O caminho preferencial escolhido no Brasil é fazer que as pessoas tomem consciência de sua responsabilidade, mais do que simplesmente dar taxas e espórtulas à Igreja.

No que diz respeito à obrigação dos 10%, Santo Tomás não parece ser muito favorável a uma imposição estrita, afinal, esse valor se figura um pouco excessivo para a sustentação do clero. Além do mais, escreve o Aquinate, "os ministros da Igreja devem dedicar-se mais em promover o bem espiritual do povo do que em receber os bens temporais" [11]. Já que estamos na lei da graça, é mais interessante que a doação dos fiéis brote de sua generosidade do que de uma lei escrita. Isso quer dizer que as pessoas podem dar menos ou até mais de um décimo de suas rendas, de acordo com as necessidades de sua Igreja local e a generosidade que lhes inspira.

Quanto à lei da caridade, é importante notar que a Antiga Lei não tinha estabelecido o dízimo apenas para o sustento dos ministros, mas também para socorrer os pobres e necessitados. Para isso, não existem limites. Santo Tomás, com grande inteligência e fidelidade ao Evangelho, diz:

"A terceira espécie de dízimos, destinada a alimentar os pobres, foi aumentada na Lei nova, porque não somente a décima parte seria dada aos pobres, mas também o que sobrava, em cumprimento do preceito evangélico: 'O que sobrar, dai como esmola'. Quanto aos dízimos entregues aos ministros da Igreja, eles mesmos os dispensarão aos pobres." [12]

Não se deve esperar leis para fazer o bem. Existem, de fato, a lei natural e a lei eclesiástica; mas a lei da caridade deve brotar disto que está no Evangelho: Jesus, rico que era, fez-se pobre para nos enriquecer a todos. Do mesmo modo, devemos seguir essa " imitatio Christi – imitação de Cristo" e socorrer os mais necessitados.

Referências

Dt 14, 22. A razão de ser desse dízimo estava explicada no versículo 29 desse mesmo capítulo: serviria para o levita, para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva.
Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1
Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 2. Cf. Mt 10, 10
DS 797
DS 1168
Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1
Catecismo da Igreja Católica, 2043
Código de Direito Canônico, cân. 222, § 1º
Ibidem, cân. 1262
Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 5
Suma Teológica, II-II, q. 87, a. 1, ad 4. Cf. Lc 11, 41

Título Original: Nós somos obrigados a pagar o dízimo?


Foto: Web

Site: Padre Paulo Ricardo
Editado por Henrique Guilhon

domingo, 26 de julho de 2015

Sentem-se para celebrar o amor, renovando a graça do matrimônio


Acampamento para Casais




Padre Chrystian Shankar. Foto: Arquivo Canção Nova


Padre Chrystian Shankar

São cinco as qualidades para o casal viver aquilo para o qual foi chamado

Meus irmãos e irmãs, estamos celebrando o 17º Domingo do Tempo Comum e as leituras de hoje trazem pérolas para todos os cristãos, mas quero direcionar minha fala para as famílias, os casais, para que tenham noção do que Deus pede a vocês.

A liturgia vem mostrar o que o casal precisa fazer para manter acessa a chama que Deus colocou no seu coração. Começando pela primeira leitura, em 2Rs 4,42 lemos: “veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforje para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”. Deus quer usar você para evangelizar, porque os dias são maus. Deus quer levantar casais proféticos. Ser profeta é anunciar as coisas de Deus e denunciar o pecado. Você é chamado a falar de Deus em seu ambiente de trabalho, no grupo do futebol, na sua rua.

Não dê para Deus as suas sobras. Muitos casais não chegam a lugar algum, pois dão o resto para Deus. Nas primeiras horas do seu dia, converse com Deus, faça com Ele uma parceria. Domingo é dia de missa e missa de casal, não é para você ir sozinho. É o homem quem precisa dizer em casa, “hoje é dia de missa, hoje é dia do Senhor.” Nenhum evento é superior ao sacrifício de Jesus na cruz. Coloque Deus no lugar Dele em sua vida. Dê o melhor para Deus, porque Ele dá o melhor para você, sempre.

“Vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura” (Salmo 144). Há muitos casamentos que terminam porque os dois tem fome de amor, abraço, proteção, carinho, presença e casamento vazio não para em pé. Seu casamento tem fome de que, posição social, apartamento, carro? Seu casamento precisa ter fome de Deus, vocês precisam rezar mais.A mulher precisa de um esposo que seja de Deus, que seja carinhoso, gentil, cordial. O marido precisa de uma mulher que, antes de ser boa esposa, seja uma mulher de Deus.

Você não pode cansar de rezar pelo seu esposo, a sua oração é comida, remédio, amor e o sustenta. E é feliz a esposa que tem um marido que reza por ela. Quem reza é mais feliz.

Na Palavra diz que o Senhor é justo e bom, estes são dois grandes atributos de Deus. Seja justo com sua esposa, mas não deixe de ser bom. O amor conjugal é o ponto de equilíbrio e na família onde há justiça e bondade não há fome.

A segunda leitura está falando para você, “Viva de acordo com a vocação à qual foi chamado!”.



“O milagre não acontece na vida de muitas pessoas, porque elas não se entregam totalmente”, disse padre Chrystian. Foto: Arquivo Canção Nova

As cinco qualidades para o casal viver aquilo para o qual foi chamado é a humildade, mansidão, paciência, caridade e paz. Não queira ser melhor do que o outro, sejam humildes. É preciso termansidão, ser mais tolerante um com o outro. Tenha paciência e perdoe, acolhendo o outro. Seja inteiro no seu relacionamento. Há muitos casais que na rua são simpáticos, contam caso, mas em casa ninguém suporta a esposa nem mesmo o marido. A caridade começa em casa. Quem não ama o marido ou a esposa, vai amar quem? Suportai-vos no amor! O marido tem que ser suporte para a esposa no amor. A paz é tudo de bom, é equilíbrio, doação.

E para finalizar com chave de ouro, o Evangelho. No capítulo 6 de João, que é um capítulo Eucarístico, a criança é como o coroinha na Missa que colabora para que a multiplicação aconteça. Se você der nada para Deus não há como multiplicar, é preciso que você dê pelo menos cinco pães e dois peixinhos. O problema não está na graça de Deus, mas em nós.

O milagre não acontece na vida de muitas pessoas, porque elas não se entregam totalmente. Deus quer tudo ou não quer nada. Ele quer você por inteiro e quando acontecer a multiplicação, agradeça, não fique reclamando. Deus realiza o milagre e sempre queremos mais, esquecendo de agradecer. Deus multiplicou o pão, mas pode multiplicar o amor.

Primeiramente, Jesus fez as pessoas sentarem-se, depois pegou os pães, deu graças e distribuiu. Isso significa que, primeiro, devo sentar mais com meu cônjuge, depois tomar o que temos, agradecer e distribuir. É assim que Deus fará o milagre no seu casamento. Tudo começa com o sentar-se. Sentem-se um de frente para o outro, olhem-se nos olhos. Coloque dentro de você o que é do outro, a sua história, as suas experiências.

Sentem-se para celebrar o amor, renovando a graça do matrimônio. Peça ao Senhor a graça de sentarem como casal para louvarem a Deus a caminhada realizada, o progresso feito, as dificuldades vencidas. Para escutarem, com amor e atenção, um ao outro, procurando saciar suas necessidades. Sentar de frente um para o outro para compreender as diferenças e valorizar as suas qualidades.

É preciso que você, casal, saiba que só por Jesus, só por causa do amor, levará a aliança até o fim. Isso precisa estar no seu coração, que é preciso seguir até o fim mesmo na dor. “O que Deus uniu que o homem não separe!”

“Eu e minha casa serviremos ao Senhor!”

Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes



Padre Chrystian Shankar
Pároco do Santuário Nossa Senhora Aparecida em Divinópolis – MG

Título Original: As cinco qualidades para o casal viver bem o seu chamado


Site: Eventos Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

sábado, 25 de julho de 2015

A decisão pelo casamento / o que se deve saber?

Murilo Antunes

Esta decisão ‘Quero me casar!’ não pode ser tomada sem antes entender bem o que significa construir uma vida a dois.

Esse é, sem dúvida, um momento especial na vida de muitas pessoas: “Decidi. Quero me casar!”. Porém, antes de fazer essa pergunta para a pessoa amada, deveríamos nos questionar em diversos pontos. Afinal, o que levou você a fazer ou aceitar esse convite? É um filho que vem por aí? Está buscando ser feliz? Será bom financeiramente? Ela (e) é muito linda (o)? Ele (a) tem um ótimo emprego? É a tradição? Se não der certo, terminaremos?

Dias atrás, ouvi um pregador que dizia: “Não se pode buscar a felicidade no outro, é preciso antes ser feliz, estar bem resolvido e procurar fazer o cônjuge feliz. Buscar a felicidade no outro é um erro, pois é muito fácil se desapontar, pois ‘só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que não se cansa de procurar'” (Catecismo da Igreja Católica n. 27).



O matrimônio é, na verdade, uma vocação ao amor e ao serviço da vida, porém, essa instituição vem sendo atacada fortemente pela mídia nos últimos tempos. O adultério parece bonito nas novelas, o relacionamento entre pais e filhos está abalado com a falta de autoridade dos pais, a indissolubilidade nem é cogitada, a supervalorização do corpo, a fé e a oração ficam em último plano.

A principal vocação do ser humano é o amor. Fomos criados por um ato de amor de Deus, temos esse desejo inscrito em nosso coração. Para nós cristãos, o matrimônio é um símbolo da Nova e Eterna Aliança, é uma representação real, pelo sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja, por isso mesmo indissolúvel.

O casal precisa se amar e estar em Deus, nunca deve deixar Jesus de lado, a oração deve ser uma constante em um lar cristão. Devemos participar ativamente na vida da Igreja. Mas de que forma? Procurando imitar Cristo. Profeta, Sacerdote e Rei, apresentando por isso a família cristã como:



1) comunidade de fé e evangelizadora, dentro e fora do lar (ser profeta)

2) comunidade em diálogo com Deus, onde um santifica o outro, principalmente buscando a Eucaristia todos os domingos (ser sacerdote)

3) comunidade a serviço do homem, um servindo ao outro no lar, e a família servindo aos irmãos, principalmente aos mais necessitados. (ser rei não conforme o mundo, mas sim conforme Jesus)

Termino citando São João Paulo II na Familiaris Consortio

“Família, «torna-te aquilo que és»! A família tem a missão de se tornar cada vez mais aquilo que é, ou seja, comunidade de vida e amor. Deve dizer-se que a essência e os deveres da família são, em última análise, definidos pelo amor. Por isso é-lhe confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa.

Título Original: DECIDI. QUERO ME CASAR!

Site: Destrave
Editado por Henrique Guilhon

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O maligno também concede dons à quem lhe tem devoção




Danilo Gesualdo

“Também Satanás dá poderes àqueles que lhe são devotos.” (Padre Gabriele Amorth)

Quem nos ajudará a entender esta questão é Padre Gabriele Amorth. Ele é um dos mais experientes Exorcistas da atualidade, que apesar de sua idade avançada ainda continua em sua acirrada luta contra Satanás e seus anjos.

Vamos ver o que Padre Gabriele Amorth nos diz sobre isso:

“Por vezes acontece que, como ele é um autêntico mentiroso, quem recebe estes poderes não compreendem imediatamente a sua proveniência, ou não querem compreender, tão felizes que ficam por receber estes dons gratuitos.

Pode acontecer que uma pessoa tenha o dom da clarividência; outras vezes basta que ponham à frente uma folha de papel branco, e uma caneta na mão, para redigir espontaneamente páginas de mensagens; outras ainda têm a impressão de se desdobrar e que uma parte do seu ser pode penetrar em casas e ambientes mesmo longínquos; é muito comum que algumas pessoas ouçam uma voz que por vezes sugere oração e muitas outras coisas.

Poderia continuar esta lista. Qual é a fonte destes dons particulares? Trata-se de carismas do Espírito Santo? São presentes de origem diabólica? Ou trata-se muito simplesmente de fenômenos metafísicos? A verdade só pode ser estabelecida depois de um estudo ou de um discernimento efetuado por pessoas competentes.

Quando S. Paulo estava em Tiatira, aconteceu ser perseguido por uma escrava que tinha o dom de adivinhar e que, com este dom, dava muito lucro aos seus patrões. Mas era um dom de origem diabólica, que desapareceu logo quando S. Paulo expulsou o espírito maligno (Act 16, 16-18).

A título de exemplo examinemos alguns extratos dum testemunho assinado por Erasmo di Bari e publicado no Rinnovamento dello Spirito Santo, em Setembro de 1987. As observações que figuram entre parêntesis são colocadas por nós:

‘Fiz há vários anos, a experiência do jogo do copo sem saber que se tratava de uma forma de espiritismo. As mensagens tinham uma linguagem de paz e de fraternidade (repare-se como o demônio sabe dissimular sob a aparência de bem). Algum tempo depois, recebi poderes estranhos, exatamente em Lourdes (este detalhe também é digno de interesse)

Eu possuía essa faculdade que a parapsicologia define como extrasensorial, isto é: clarividência, leitura do pensamento, diagnóstico clínico, leitura do coração e da vida das pessoas vivas ou mortas, assim como outros poderes. Alguns meses mais tarde, apareceu-me outra faculdade: a de suprimir a dor física pela imposição das mãos aliviando ou suprimindo o estado de sofrimento; seria aquilo a que chamam a paranoterapia?

Graças a todos estes poderes, eu podia comunicar facilmente com toda a gente, mas, depois destes encontros, as pessoas ficavam chocadas com o que eu dizia, e ficavam profundamente perturbadas porque eu as condenava pelos pecados que tinham cometido, uma vez que eu via o mais profundo da sua alma. Entretanto, ao ler a Palavra de Deus, dei-me conta de que a minha vida não tinha mudado absolutamente nada. Eu continuava a ser irascível, susceptível às ofensas, lento em perdoar, fácil nos ressentimentos. Tinha medo de carregar a minha cruz, medo do desconhecido que o futuro e a morte representam.

Depois de longas peregrinações e de múltiplos tormentos, Jesus guiou-me até ao Renovamento. Encontrei lá alguns irmãos que fizeram oração por mim e, então, compreendi que o que me acontecia não era de origem divina, mas fruto do maligno. Posso testemunhar que vi o poder de Jesus. Reconheci isso e confessei os meus pecados cometidos no passado, arrependi-me, renunciei a toda a prática oculta. Esses poderes desaparecem e Deus perdoou-me; por isso eu lhe quero dar graças.’ 

Não esqueçamos que a Bíblia também nos fornece exemplos de fatos extraordinários idênticos, realizados por Deus e pelo demônio. Alguns dos prodígios que Moisés realizou por ordem de Deus diante do Faraó, são realizados igualmente pelos magos da corte. Eis porque, quando se trata de fenômenos deste gênero, não basta ter em conta o fato em si: é preciso colocá-lo no seu contexto para determinar a causa.

Devo acrescentar que acontece que muitas vezes as pessoas atingidas por distúrbios maléficos possuem uma sensibilidade particular: apreendem imediatamente se uma pessoa tem negatividade, predizem acontecimentos futuros, têm uma tendência muito clara para querer impor as mãos sobre indivíduos psiquicamente frágeis. Tem por vezes também a impressão de poder influir em assuntos do seu próximo, desejando-lhe mal com uma maldade que está neles próprios, quase com prepotência. ( Padre Gabriele Amorth – Um exorcista conta – nos)

Espero que tenha ficado claro esta questão!

Rezo por suas intenções! Reze também por mim!

Deus abençoe você!


– Acompanhe também nossa Pagina no Facebook

– Me acompanhe diariamente pelo Twitter

Leia também:


 Danilo Gesualdo, é membro da Comunidade Canção Nova e atua junto ao Ministério de Cura e Libertação, residindo em nossa sede em Cachoeira Paulista.

Para contato me envie um e-mail: livresdetodomal@cancaonova.com

Saiba mais sobre: Danilo Gesualdo ou siga – o no Twitter (danilogesualdo)

Título Original: Os dons que Satanás concede!


Site: Blog Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Salmo 62 - Oração da manhã do homem sedento de Deus

"Quero vos contemplar no santuário, para ver vosso poder e vossa glória"

Bíblia Católica 

1.Salmo de Davi, quando se achava no deserto de Judá.

2.Ó Deus, vós sois o meu Deus, com ardor vos procuro. Minha alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anela como a terra árida e sequiosa, sem água.

3.Quero vos contemplar no santuário, para ver vosso poder e vossa glória.

4.Porque vossa graça me é mais preciosa do que a vida, meus lábios entoarão vossos louvores.

5.Assim vos bendirei em toda a minha vida, com minhas mãos erguidas vosso nome adorarei.

6.Minha alma saciada como de fino manjar, com exultante alegria meus lábios vos louvarão.

7.Quando, no leito, me vem vossa lembrança, passo a noite toda pensando em vós.

8.Porque vós sois o meu apoio, exulto de alegria, à sombra de vossas asas.

9.Minha alma está unida a vós, sustenta-me a vossa destra.

10.Quanto aos que me procuram perder, cairão nas profundezas dos abismos,

11.serão passados a fio de espada, e se tornarão pasto dos chacais.

12.O rei, porém, se alegrará em Deus. Será glorificado todo o que jurar pelo seu nome, enquanto aos mendazes lhes será tapada a boca.


Bíblia Ave Maria, pg 703


Foto: Web

Site: Bíblia Católica
Editado por Henrique Guilhon

terça-feira, 21 de julho de 2015

Família - As responsabilidades dos meios de comunicação




Zenit

Colonização ideológica: as responsabilidades dos meios de comunicação

A nossa sociedade é cada vez mais caracterizada por um profundo sentimento de egoísmo que permeia todos os setores. Cada um luta pelos seus direitos, esquecendo-se dos seus deveres. A palavra “direito” é interpretada como algo que satisfaça as necessidades pessoais, sem considerar as necessidades e o bem dos outros.

É possível, no entanto, considerar “direito” algo que ofende o mais fraco? Podemos falar de “direito” quando se atropela a dignidade dos outros? Os direitos podem ser desvinculados da lei da natureza?

Há muitas outras questões que cada um poderia colocar-se, mas o coração da questão é o de associar a palavra “direito” não só aos desejos pessoais, mas também ao bem do próximo.

Um clássico exemplo do nosso tempo histórico é a inversão do direito entre pais e filhos. As crianças, sendo criaturas mais fracas do que os grandes, têm o direito de serem protegidas e educadas segundo as necessidades naturais para um harmonioso crescimento humano e espiritual.

O princípio fundamental de todos os direitos é a verdade. Quando se nega a verdade se cancela o direito do mais fraco. Hoje assistimos ao triste fenômeno do empobrecimento dos direitos das crianças, às quais nega-se o direito de não serem descartadas quando a sua vida está na fase embrionária, o direito de nascer do seio materno de forma natural, o direito de não ser considerada mercadoria de lucro das organizações que gerenciam a maternidade de aluguel, o direito de ter um pai e uma mãe.

O hedonismo, como conceito filosófico que busca apenas o bem-estar e o prazer como bem supremo e como objetivo principal da vida, produziu efeitos diferentes daqueles desejados, trazendo inquietação na vida presente e desespero na vida futura.

O outro mal dos nossos tempos é o relativismo, que desestabilizou todas as verdades fundamentais da vida humana. Esta filosofia de pensamento considera tudo válido e ao mesmo tempo tudo relativo, negando os princípios absolutos. Nega-se o princípio fundamental das leis da natureza sobre a vida, sobre a família e sobre o matrimônio. Nega-se também o direito a ter um trabalho digno, porque a dignidade do homem é considerada um fato relativo. O relativismo leva a considerar diferente o valor de cada ser humano: só quem produz riqueza e ocupa uma posição de destaque na sociedade merece um adequado respeito e maiores direitos humanos.

Esta concepção relativista está na base da crise econômica e da crescente disparidade entre as pessoas ricas e pobres do nosso planeta.

O consumismo é uma outra chaga que ofende gravemente os direitos dos mais pobres, porque é a consequência direta da cultura do desperdício que priva do necessário os mais fracos da terra.

O consumismo leva ao desperdício, e o desperdício gera o descarte. O consumismo é a negação da sobriedade e da partilha, porque afirma o falso direito a possuir o supérfluo e esquece o dever da solidariedade. A solidariedade é um dever para a sociedade, porque uma nação solidária faz reflorescer a economia, evita a concentração de dinheiro nas mãos de poucos, produz uma maior circulação de bens e conduz à um crescimento dos consumos.

O último flagelo do nosso tempo é o controle dos meios de comunicação que silenciam as verdadeiras exigências do homem distraindo a população dos verdadeiros problemas da vida cotidiana.

A coisa que surpreende é a uniformidade da informação que, todos os dias, aparecem nos jornais e na televisão. A coincidência das programações dos telejornais e dos títulos dos jornais dão a entender que muitos meios de informação são gerenciados por únicos donos transversais.

A luta pela defesa da família tradicional e da natureza do homem é um exemplo eloquente. A família fundada no matrimônio entre homem e mulher é excluída, ridicularizada ou marginalizada pelos serviços televisivos. Enquanto isso diariamente organizam-se manifestações a favor da petição de legitimação dos direitos das pessoas homossexuais, relatam-se informações longas e detalhadas, mesmo que diga respeito à nação mais escondida do nosso planeta.

Aqueles que defendem a família natural são rotulados como homofóbicos. Enquanto isso se são atacados os princípios cristãos, a família tradicional e a realidade objetiva da natureza do ser humano ninguém ousa pronunciar as palavras cristianofobia, familiafobia ou naturezafobia. O mundo de hoje usa a palavra fobia e os cristãos sofrem desde sempre a perseguição, a qual é a mesma desde o começo do cristianismo mas, em cada tempo histórico, assume formas e conotações diferentes, de acordo com a ideologia dominante do momento.

Muitos países do mundo têm a democracia como sistema de governo, mas quase todas as nações sofrem a ditadura do pensamento único, que quer impor uma única ideia, através do controle dos meios de comunicação filiados aos dominantes lobbys globalizantes.

Um exemplo atual desta colonização ideológica é a ideologia de gênero. Se você declara que pensa de forma tradicional e rejeita o pensamento ideológico do gênero, é etiquetado como homofóbico, uma palavra usada de forma depreciativa, que alguns até querem torna-la causa de condenação penal com sua relativa pena.

Estes quatro flagelos destroem os direitos do homem e são a causa das injustiças, das desigualdades e dos sofrimentos dos nossos tempos.

O mundo moderno quer excluir Deus da sociedade e esta é a verdadeira causa de todos os sofrimentos, das angústias e dos disparates dos nossos dias. Onde é exaltada a grandeza de Deus, reconhece-se a dignidade do homem. Este é o caminho a seguir, que conduz a redescobrir o valor do ser humano e ajuda a reencontrar o sentido da existência.
(21 de Julho de 2015) © Innovative Media Inc.

Título Original: A família tradicional é sistematicamente excluída ou ridicularizada pelos serviços de televisão


Site: Zenit
Editado por Henrique Guilhon

segunda-feira, 20 de julho de 2015

As lições do Sacrário



Cléofas

Na Eucaristia Jesus, como nosso Modelo, nos ensina as virtudes que nos santificam. O seu estado de vida é a norma também para como devemos viver. O aniquilamento é o traço característico da vida de Jesus também na Eucaristia. Ali ele recebe a todos, pobres e ricos, simpáticos e antipáticos, bêbados e drogados, cultos e analfabetos, limpos e sujos, sem reclamar de ninguém.

Analisando esta humildade e bondade do Mestre, temos muito a aprender e o que precisamos fazer para nos assemelharmos a Ele.

Jesus no Sacrário é Pobre, traz somente consigo as sagradas espécies do pão e do vinho transubstanciadas. É mais pobre que em Belém e Nazaré; lá Ele tinha um corpo que se movia, falava, etc., mas aqui não tem nada. Os consagrados que fazem o voto de Pobreza devem ser como Ele.


Jesus é tão frágil na Eucaristia que basta consumir a Hóstia, ou dissolvê-la em água, ou ser estragada pelo tempo, para que o Sacramento se desfaça. Por outro lado, Jesus não traz beleza alguma aparente no Sacramento. É apenas branco; e sabemos que o branco não é nem uma cor.

Ele que em vida foi tão belo – “o mais belo dos filhos dos homens” – tem a sua Beleza toda escondida. Ainda mais, Ele que é a Vida, e que dá a vida e o movimento para todos os seres, condena-se a permanecer inerte, sem ação, “Prisioneiro dos nossos Sacrários”, e se reduz a ponto de estar inteiro no menor fragmento da Hóstia.


Quanta lição de vida! Quanto aniquilamento amoroso que nos faz corar de vergonha diante de nossas exibições, aparências, exigências, julgamentos, condenações…

Jamais Ele se defende ao ser insultado e nunca revida quando é escarnecido. Isto não porque não pode, é porque não quer. Ele poderia do seu silêncio fulminar os sacrílegos que os arrastam para as missas negras ou o recebem sem “distinguir o seu Corpo e o seu Sangue”. Ele continua a repetir as palavras que disse a Pedro ao ser preso no Horto da Agonia: “Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente doze legiões de anjos?” (Mt 26,53). “Não hei de beber eu o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18,11).

Na Eucaristia Jesus continua a beber o cálice que o Pai lhe deu, muito além da sua exigência. Bastava o Calvário para salvar-nos, mas Ele quis chegar ao “Calvário” do Sacrário, por nós.






Sim, meus irmãos, Jesus nos ama além de nossa imaginação. Ele não é um louco, nem um utópico, nem mesmo um masoquista que sofre por sofrer, e também não é um fantasioso vazio e irresponsável como muitos que enchem nossas livrarias e ruas. Não, Jesus é o Amor encarnado que, nos Altares e nos Sacrários continua a salvar o homem, de forma pessoal e misteriosa.

Fico pensando nas Hóstias que se perdem, por acidente ou abandono; quando apodrecem, os vermes a invadem e expulsam Jesus, pois Ele só permanece nas espécies enquanto elas estão intactas. A partir do momento que a Hóstia mal cuidada começa a se decompor, Jesus se refugia no pedaço ainda bom e trava, assim, como que uma luta com os vermes, mas sem lhes impor resistência.

É por isso que a Igreja recomenda que as Hóstias guardadas sejam regularmente consumidas para não se estragarem. Isto faz-nos lembrar as palavras do Profeta sobre Jesus: “Não sou mais um homem, porém um verme!” (Sl 21,7).

De fato Jesus desceu ao último degrau da criação na Eucaristia, pois, por não poder perder a substância própria, Ele se reveste exteriormente das simples espécies do pão e do vinho; é um enorme rebaixamento.

O Amor de Jesus por nós na Eucaristia é maior do que o da mãe pelo filhinho de colo: “O Senhor abandonou-me, o Senhor
esqueceu-me. Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo filho de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca”(Is 49,14-15).

Aniquilando a sua Glória na Eucaristia Ele está a nos dizer: “Sede humildes!”. Mas o aniquilamento de Jesus é positivo, produz frutos de salvação e dá glória a Deus. A humildade perfeita é a que devolve todo o bem a Deus, como a Virgem Maria. “Ele fez maravilhas em mim, Santo é o Seu Nome” (Lc 1,49).

Ser humilde é reconhecer que sem Deus não somos nada e não podemos nada. Quanto mais subimos na graça, mais descemos na humildade.

A Eucaristia nos ensina a render a Deus toda a glória e toda grandeza, mais até do que nos humilhar das nossas misérias.

Na Eucaristia Jesus não está inerte e inoperante; ao contrário, continua a obra da salvação. Ali Ele continua a dizer o Sim que mantém o universo e a criação. O Pai lhe entregou todas as Nações da terra; então, só através Dele opera no mundo. “Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me, dar-te-ei por herança todas as nações; Tu possuirás os confins do mundo. Tu as governarás com cetro de ferro, Tu as pulverizarás como um vaso de argila” (Sl 2,7-9).

Diante do “Rei das Nações”, escondido e aniquilado na Hóstia, é o melhor lugar para viver o que diz o Salmo:

“Servi ao Senhor com respeito e exultai em Sua Presença; prestai-lhe homenagem com temor.” (Sl 2,11)

Do Sacrário Ele governa o universo, mas não como os reis da terra, pelo medo, pela pompa e aparatos que impressionam, não; Ele governa pelo Amor. Milhões de Anjos o servem, para cumprir as Suas ordens, mas esta glória está oculta. É com esta humildade que se deve exercer o poder. Ele governa a todos, mas visivelmente não dá ordens a ninguém, mas usa os seus semelhantes fiéis. Até a Sua oração é uma oração aniquilada.

Ele ensinou os Apóstolos a rezar, mas aqui o Suplicante maior ora no mais absoluto silêncio. Assim como uma esponja comprimida jorra toda a água que contém, Ele se oprime para que todo o seu Amor jorre sobre nós.

Ele é o modelo perfeito da alma contemplativa; o contemplativo está a sós e não se dá a conhecer, recolhe-se, concentra-se, e sua oração é poderosa porque se assemelha à de Jesus eucarístico. Ninguém precisa tanto da Eucaristia como os contemplativos; um só dia sem Ela seria um sofrimento.

Para que a vida inteira seja forte, é preciso imolação dos sentidos e silêncio, como a Vida aniquilada de Jesus. Sabemos que Ele não sofre mais na Hóstia, mas coloca-se em permanente estado de sacrifício. Assim também o contemplativo, mesmo que não sofra, se permanecer no estado e na vontade de sacrifício está muito mais na vontade do que na dor do mesmo. O mérito aumenta com o repetir e o continuar o sacrifício.

O grande mérito está na decisão, no primeiro passo, revestindo-se do estado de vítima. É o que Jesus fez ao instituir o Sacramento. Seu mérito é inesgotável porque a sua vontade atingia a todos os tempos e lugares; e, livremente, Ele tudo aceitou. A separação do Corpo e do Sangue do Senhor na Missa foi a maneira que Ele encontrou para perpetuar o Seu Sacrifício através da Sua Igreja, da forma como faziam os judeus ao separar o corpo e o sangue das vítimas.


Das lições de Jesus eucarístico, a mais forte parece a que nos ensina a esconder dos homens os nossos padecimentos, para que não se apiedem de nós e nos louvem, o que seria um grande mal. Ele nos ensina a ocultar os bons atos e não receber louvores merecidos. Importa antes mostrar apenas a parte fraca das nossas obras. Quanto mais nos rebaixamos, mais Jesus Cristo cresce, como disse João Batista: “Importa que Ele cresça e eu desapareça”(Jo 3,30).

Jesus é modelo de humildade na Eucaristia; não sente a menor indignação com quem o despreza, o injuria, ou o abandona; de todos se compadece porque a todos quer salvar e socorrer; antes se entristece pelo pobre estado dos pecadores.

Esta é a humildade dos que desejam ajudá-lo a salvar almas. Jesus é manso; não se irrita. Nós, ao contrário, irritamo-nos muitas vezes, por pensamentos e julgamos apressadamente as pessoas sob a nossa ótica pessoal, e muitas vezes abatemos a quem se opõe a nós. Estamos ainda longe da mansidão do Cordeiro imolado e sacramentado. Somos traídos pelo amor-próprio, que só vê os próprios interesses. Felizmente Jesus não julga-nos senão segundo a Sua mansidão e misericórdia.

No silêncio de Jesus revela-se a Sua profunda mansidão. Ele que veio para regenerar o mundo, no entanto, passou trinta anos no maior silêncio; contentou-se a rezar e a obedecer os pais no trabalho. Sem dúvida muito ouviu: a sua Santa Mãe, os rabinos, os doutores da Lei, como um simples israelita silencioso na Sinagoga. Nada censurou, nada criticou, porque não havia ainda chegado a sua hora. Ele que é a Verdade, esperou a hora do Pai, e honra-o pelo silêncio e humildade.

Essa mansidão continua na Eucaristia. Em silêncio vê tantas lágrimas derramadas, sente a necessidade de cada um, ouve a miséria de cada alma e a todos atende, individualmente, seja grande ou pequeno. A todos dá a graça adequada e deixa-as na paz.

Prof. Felipe Aquino

Compartilhe!


Sobre Prof. Felipe AquinoO Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.


Site: Cléofas
Editado por Henrique Guilhon

domingo, 19 de julho de 2015

O Bom Pastor olha, e ainda que por fora esteja podre, ele vê por dentro um homem e mulher nova



PHN



Padre Fabrício Andrade. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Padre Fabrício Andrade

“O Bom Pastor olha, e ainda que por fora esteja podre, ele vê por dentro um homem e mulher nova”, afirma padre Fabrício.

Esta é a missa de encerramento do acampamento ‘PHN’, em que o padre, praticamente, “manda todo mundo embora”, porque Deus falou com você, para agora você ser canal e instrumento em sua casa. Nestes dias, quantas feridas foram curadas, quantas ovelhas foram cuidadas pelo Bom Pastor.

Hoje, lá em Roma, o nosso Pastor, o Papa Francisco falou sobre o Bom Pastor, e agora vou ser “cara de pau”, e “copiar” o Papa. Nós sacerdotes precisamos ser pastores. Ser bom pastor, é dar para ovelha o que ela precisa. Tem ovelha que é rebelde, e o pastor precisa dar a Palavra de conforto, mas também a correção.

O Papa Francisco falou em três verbos, para nós que somos pastores, e para você que pode ser pastor; de um grupo de oração, um bom pai, uma boa autoridade civil. Os verbos são: ver, ter compaixão e ensinar. Estou copiando o Papa, porque o Papa copiou Jesus. Você, jovem ‘PHN’, vai em missão em função destes três verbos.

O pastor sabe ver e olhar. Mas não o tipo de roupa, se está curta ou apertado, mas o olhar do Pastor quer ver o seu coração. Quantas pessoas na sua casa, devem estar doentes, porque não se olham mais. Na sua casa tem uma multidão que Deus te confia para você ir em missão, olhando cada um com profundidade. Não é um olhar de urubu que fica procurando a carniça.

O Bom Pastor olha, e ainda que por fora esteja podre, ele vê por dentro um homem e mulher nova. Isso é ser Bom Pastor. É você chegar em casa e ver o seu pai que talvez seja um barrigudo, carrancudo, alcoólatra, ausente, e adúltero, mas é o seu pai. Quantos pais estão assim, porque você não o vê mais. Você não pode culpar os seus pais por tudo. Olhe com carinho para o seu pai e sua mãe. Não estou os defendendo, mas estou falando de olhar a fundo e com amor de compaixão. Talvez sua mãe esteja com depressão, doente, velha desgastada, mas lá dentro tem uma mãe.

Deus olhou você, mesmo com tantos pecados, ele viu você, o viu como filho.
Primeiro verbo: “ver”. Este ver do Pastor é tão profundo, que provoca compaixão. Compaixão é muito mais que um sentimentalismo. O Bom Pastor quando olha, não tem dó, mas compaixão. O sentimento da compaixão, é um mover do coração. A compaixão é um amor que não merecemos, e Deus teve compaixão de nós.

Milhares de jovens participam da Santa Missa com o padre Fabrício no PHN 2015. Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

::Veja mais fotos no Flickr

Esse sentimento de compaixão, não deixou que Deus ficasse longe. “Agora, em Jesus Cristo, vós, que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos, pelo sangue de Cristo” (Efésios 2,13).

Olha a que ponto chegou a compaixão, Deus entregou o Seu Filho por amor. A arte que representa o ‘PHN’ este ano, é uma mão segurando o coração, estas são as mãos de Jesus segurando o nosso coração. Jesus é a compaixão, que quer ficar perto de mim e de você, mas este Senhor que vê, quer ensinar e não abandonar. Compaixão é sentir aquela dor, mas oferecer o remédio.

Este ‘PHN’ não vai estar completo, se acabar tudo isso, e você não aprender nada em casa. Gente, tem muitos de nós, que somos verdadeiros mobrais. Em 1967, aqui no Brasil aconteceu um projeto chamado mobral, em que os adultos voltavam para a escola para aprender a ler e escrever. Muitos de nós estamos parecendo mobrais que precisam voltar para a Igreja para aprender. O Bom Pastor vê e puxa o filho para ensinar. Não podemos ser pessoas sem formação religiosa. Precisamos começar um movimento de alfabetização para a fé. Ser ‘PHN’ é também correr atrás da fé. Jovem você volta a sua casa como uma missão de ver, ter compaixão e ensinar.

“O Senhor é o pastor que me conduz; felicidade e todo bem hão de seguir-me!”, (Sl 22).

Quando o Pastor está à frente conduzindo as ovelhas, “a felicidade e o bem hão de me seguir”. É o contrário de que o mundo prega, que devemos correr atrás da felicidade. Jesus está à frente, eu o sigo e a felicidade vem atrás. Agora, se viramos para seguir a felicidade, deixamos Jesus para trás.

Não adianta sair do ‘PHN’ correndo atrás da felicidade. Corra atrás de Jesus, e a felicidade virá até você. O Salmista diz: “Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso”, seguindo Jesus sabendo que a felicidade vem atrás, mesmo quando passamos por tribulações; porque teremos dificuldade. Para que ficar longe, se você tem um Deus que quer ficar perto?

“Compaixão é um jeito profundo de amar” (Música ‘Compaixão’, autor Dunga). Deus mete a mão na ferida para curar. Quantas vezes, você sentiu a dor da alma? Uma dor que queria gritar. Compaixão sente tudo, e não precisa explicar. O Pastor não precisa dizer nada, Ele bate o olho e já sabe. Às vezes, você vive na superficialidade porque você tem medo de alguém te conhecer a fundo, mas saiba que Deus te conhece a fundo, e você não pode correr d’Ele, mas para ele. Deus sente compaixão e a consequência deste seguimento é alegria.

Tem uma onda agora, de tirar foto pelado e colocar na internet, isto é muito triste. Fique nú diante de Jesus. Filhos, não mostrem o corpo, mostrem o coração. Se você encontrou um namorado que pediu uma prova de amor, largue esta miséria, abandone este “traste”, e não tire a foto.

“Vivo o céu, porém com os pés no chão”. Jovem ‘PHN’, você vai embora para fazer a diferença em sua casa, em seu namoro e em sua faculdade.

Eu aprendi aqui na Canção nova, que depois de Jesus, o melhor amigo de um jovem ‘PHN’, é o padre. Seja determinado a buscar a confissão, porque o seu passado precisa encontrar perdão. A compaixão do Bom Pastor, mostra o caminho.

Não dá para viver o ‘PHN’ sozinho, precisa ter Jesus e amigos que caminhem junto. Você precisa voltar para a Igreja. Talvez você diga: “Eu tenho que navegar pela internet”. Eu te digo: cuidado para não naufragar pela internet.

“Soube me esperar quando eu não podia voltar”. O Pai espera o filho voltar, mesmo quando o filho não quer voltar. Jesus está esperando desde o tempo que você não queria voltar. Faz parte da compaixão saber esperar. Não volte apontando o dedo na cara dos seus e dizendo que você está certo e eles errados, porque veio ao ‘PHN’. Tenha paciência, e saiba esperar.

Cura interior começa do lado de dentro, e os efeitos aparecem do lado de fora. Ninguém consegue ser radical, se não deixou primeiro Jesus ir e tocar na dor.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

Adquira esta pregação pelo telefone (012) 3186-2600




Padre Fabrício Andrade

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Título Original: A compaixão do Bom Pastor nos cura


Site: Eventos Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

sábado, 18 de julho de 2015

Deus nos convida a desvendar algo novo, aquilo que nunca imaginaríamos viver

PHN




Dunga Foto: Wesley Almeida


Dunga


“Ele cura os corações atribulados e enfaixa suas feridas” (Salmo 147, 3).

A caminhada de quem segue Jesus é um caminho de cura e conversão. Conversão é uma mudança de vida, conversão é decisão. Quando nos convertemos nós decidimos mudar de vida. Muitos de nós podemos chegar aqui com feridas abertas, feridas causadas por discussões e relacionamentos afetivos. Não importa o seu sofrimento, Deus quer curá-lo e enfaixar suas feridas.

“Assim diz o Senhor que faz isto, o Senhor que forma isto, para o estabelecer; o Senhor é o seu nome.
Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes.

Porque assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca das casas desta cidade, e das casas dos reis de Judá, que foram derrubadas com os aríetes e à espada.

Eles entraram a pelejar contra os caldeus, mas isso é para os encher de cadáveres de homens, que feri na minha ira e no meu furor; porquanto escondi o meu rosto desta cidade, por causa de toda a sua maldade.

Eis que eu trarei a ela saúde e cura, e os sararei, e lhes manifestarei abundância de paz e de verdade” (Jeremias 33:2-6).

Jovens participam da pregação de Dunga/ Foto: Wesley Almeida CN

Deus nos convida a desvendar algo novo, aquilo que nunca imaginaríamos viver. Acalme seu coração! Nos hospitais existem aqueles médicos da alegria, nós também somos os “médicos da alegria [do alto]”, você chegou ao hospital, queremos cuidar de você e nos divertir com você neste Acampamento “PHN 2015″.

Deus quer lhe mostrar coisas maravilhosas sobre você mesmo. A promessa de Deus para nós é de duradouro bem-estar. Deus o trouxe aqui para melhorar sua vida.

Existe o tempo da ferida e o da cicatriz. Eu me machuquei no joelho uma vez, jogando futebol, e demorou quase um ano para ele ficar totalmente curado. Enquanto havia a ferida eu tinha bastante dor, mas hoje, cicatrizado, olho para a cicatriz e me recordo apenas da época boa de minha vida e dos meus amigos de futebol.

O Senhor nos diz que, primeiro, Ele nos traz a melhora e depois a cura. Então vamos melhorar os nossos relacionamentos, vamos melhorar nossa vivência da castidade, vamos melhorar nossa educação! Vamos tentar melhorar em tudo.

Pare de viver no pecado e de transar com sua namorada! O sexo deve ser vivido no casamento! Deus o trouxe para lhe dar vida nova e lhe dar a cura! A cura é o retrocesso da doença. A cura é o retrocesso da vida de pecado.

Uma alma curada socorre uma carne cansada. Sua alma é boa! Começou!


Dunga
Missionário da Comunidade Canção Nova

Título Original: Eu curo as feridas e te faço feliz


Site: Eventos Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 16 de julho de 2015

História da devoção do Escapulário




Cléofas

A Igreja celebra no dia 16 de julho a memória de Nossa Senhora do Carmo, devoção tão querida do povo católico em todo o mundo, juntamente com a devoção do sagrado Escapulário.

É muito antiga e conhecida a ordem dos uma das mais antigas na história da Igreja. Suas raízes veem do profeta Elias que viveu no monte Carmelo na Terra Santa.

“O Carmo – disse o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual.” Diz o “Livro das instituições” dos primeiros monges: “Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45) os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela sobre o monte Carmelo, perto da fonte de Elias em honra desta primeira Virgem voltada a Deus.

Na Bíblia aparece com destaque o Monte Carmelo, que separa a Palestina da região de Tiro. Sua elevação e beleza é relatada no livro do Cântico dos Cânticos: “Tua cabeça é como o Carmelo” (Cant. 7,5). Até os pagãos veneravam este Monte, pois escritor romano Tácito diz que havia ali um altar e Suetônio narra que o Imperador Romano Vespasiano aí ofereceu um sacrifício. No tempo do profeta Elias foi o local de sua vitória sobre os sacerdotes de Baal. Ali surgiu uma nuvem, sinal da providencial chuva anunciada por Elias ao rei Acab (1Reis 18,44). Esta nuvem foi interpretada como o prenúncio da chuva de graças que Maria faria cair para os que a amam e veneram.

O Monte Carmelo foi morada e refúgio frequente do profeta Eliseu e Nossa Senhora é o “Refúgio dos Pecadores”. Os discípulos dos referidos profetas viveram nas fraldas deste Monte e foram, por assim dizer, os antecessores dos carmelitas de todas as eras.


Na época das Cruzadas, na Idade Média, para lá se dirigiram muitos cristãos e através de uma lenta formação deram origem à atual Ordem carmelita fundada em 1180. Sob a invocação de Santo Elias lá se edificou um Convento, depois transformado em Hospital. Quem viaja ao Oriente não deixa de visitar o formoso mosteiro a quinhentos metros sobre o nível do mar com uma belíssima Igreja. Debaixo do altar, há uma gruta chamada de Elias onde se celebram Missas.

Os monges carmelitas foram expulsos pelos sarracenos mulçumanos no século XIII; eles tinham recebido do patriarca de Jerusalém, santo Alberto, então bispo de Vercelli, uma regra aprovada em 1226 pelo papa Honório III; se voltaram, então, para o Ocidente e aí fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, nas quais porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Segundo a tradição carmelita, foi a 16 de julho de 1251 que a Virgem Maria teria aparecido a Simão Stock em Cambridge, na Inglaterra, lhe entregando o escapulário. Simão Stock era o superior geral dos Carmelitas, de vida santa e grande atividade apostólica.

Um acontecimento particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando nas mãos o Escapulário da ordem e lhe disse: “Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo.”

Há uma tradição antiga do chamado “privilégio sabatino” de que as almas devotas do Escapulário, e que morrerem com ele, serão livres do inferno e livres do purgatório no primeiro sábado após a morte. Alguns papas recomendaram a devoção ao Escapulário. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII convida a “colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o Escapulário que está ao alcance de todos”: entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.


O Escapulário foi inicialmente uma vestimenta de trabalho dos monges beneditinos e se tornou o símbolo dos frades. Com o surgimento das Ordens Terceiras, ou seja, Ordens religiosas destinadas a leigos, agregadas a uma grande ordem monástica, apareceram grandes e pequenos escapulários como sinal de união àquele grupo religioso.

Através da devoção do Escapulário muitas graças têm sido obtidas: há muitos testemunhos em todo o mundo de pessoas salvas da morte, de doenças, de perigos; casas livres de incêndio e assaltos, etc., os benefícios espirituais, a santificação dos devotos, muitas conversões através dos tempos, mostram que Nossa Senhora se serve deste sacramental para ajudar e salvar as almas.

É importante dizer que o Escapulário não pode ser usado apenas como um objeto “mágico” ou como um “amuleto que dá sorte”, mas supõe sempre a disposição do católico em cooperar com os auxílios da graça de Deus, evitando o pecado e observando os Mandamentos.

Prof. Felipe Aquino


Sobre Prof. Felipe AquinoO Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.


Título Original: A devoção do Escapulário


Site: Cléofas
Editado por Henrique Guilhon