A Igreja é a coluna (mestra) e sustentáculo (preservadora) da verdade – 1º Tim 3,15

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É importante falar de Deus, das coisas de Deus, sem tirar os pés do mundo, pois estamos nele, embora que não sejamos dele. O Viver em Deus, fala de Deus, dos fatos da Igreja, do meio cristão católico. O Viver em Deus não é fechado em si mesmo, portanto faz também a apresentação de obras de outros sites católicos, o que, aqui, mais se evidencia, no intuito da divulgação e conhecimento dos mesmos. UM BLOG A SERVIÇO DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Sejam todos bem - vindos!

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Quando neste blog é falado, apresentado algo em defesa da Igreja, contra o protestantismo, é feito com um fundo de tristeza ao ver que existem "cristãos" que se levantam contra a única Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Bom seria se isto não existisse, a grande divisão cristã. Mas os filhos da Igreja têm que defendê-la.

Saibam, irmãos(ãs), que o protestantismo, tendo que se sustentar, se manter, se justificar, terá que ser sempre contra a Igreja católica (do contrário não teria mais razão de sê-lo) ainda que seja pela farsa, forjar documentos, aumentar e destorcer fatos (os que são os mais difíceis para se comprovar o contrário pelos cientistas católicos, pois trata-se de algo real, mas modificado, alterado para proveito próprio.) E tentarão sempre atingir a Igreja na sua base: mentiras contra o primado de São Pedro, contra o Papa e sua autoridade, contra o Vaticano, contra a sua legitimidade, e outros tantos absurdos. São, graças a Deus, muitos sites católicos que derrubam (refutam) estas mentiras, provando o seu contrário, bastando portanto se fazer uma pesquisa séria, por exemplo, com o tema: cai a farsa protestante, refutando o protestantismo, etc. O Espírito Santo jamais abandona sua Igreja. Que saibamos, por este Espírito, amar aos protestantes que não participam destas ações malignas, e aos que se incumbem destas ações, os inimigos da Igreja, que saibamos, ainda que não consigamos amá-los o bastante, ao menos respeitá-los em sua situação crítica perante Jesus e desejar a eles a conversão e a Salvação de Nosso Senhor Jesus. "Se soubéssemos verdadeiramente o que é o inferno, não o desejaríamos ao pior inimigo".

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Notas Importantes

*O marcador “IDOLATRIA”, na seção TEMAS, abaixo, à esquerda, assim está exposto com a função de desmentir as acusações de idólatras aos católicos, outras vezes também denunciando que estes próprios acusadores cometem a idolatria ao dinheiro, entre outras.

*Os anúncios que aparecem neste blog podem porventura não serem compatíveis com a doutrina católica, por escaparem da filtragem do sistema. Aconselha-se a quem se incomodar com estes anúncios, atualizar a página do blog até que eles sejam modificados.

*Ao usar o telemóvel escolha a opção “visualizar versão para a web”, localizada abaixo da opção “página inicial” , para que sejam utilizados todos os recursos apresentados na página como vista no computador.

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Tradutor

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Falando da morte para a criança - Qual o jeito certo?



Portal Católico

Não sou especialista nisso (será que alguém é?), mas como mãe e pedagoga já enfrentei junto às crianças algumas perdas muito significativas (algumas verdadeiramente dramáticas e chocantes) e posso partilhar nossas experiências.

Em primeiro lugar, não acredito em minimizar as perdas: a morte é um acontecimento terrível, irreversível, definitivo, que desafia toda a nossa onipotência e desestabiliza toda a nossa “segurança” - e como tal deve ser tratada. Minimizar artificialmente a dor e a perplexidade, o mistério e o insondável do fato seria como que criticar o que a criança está sentindo (mesmo nós, os adultos, não nos sentimos confortáveis diante da morte, ainda que saibamos que ela é inevitável a algum ponto da vida), impondo à sua sensibilidade real limites artificiais, o que seria simplesmente uma negação, sem sentido nem benefício algum.

Tampouco acredito em promover-se um “drama mexicano”, que resulte na perda de controle das emoções.

O que realmente ajuda é respeitar e partilhar empaticamente a dor da perda: ficar junto, ouvir muito, falar pouco; não tentar “desviar a atenção” da criança; evitar banalidades e lugares-comuns (especialmente os falaciosos, como “foi vontade de Deus”, “ele/ela está melhor assim” e quetais); responder com honestidade às suas perguntas; permitir que ela participe do velório/enterro.

Quanto ao que dizer, considero particularmente importante salientar (oportunamente) os seguintes pontos (a ordem da argumentação seria dada pela própria criança, mediante as perguntas e considerações que faz espontaneamente):

- A morte não é o fim do ente amado (bichinho ou gente), mas sim PASSAGEM: de uma forma de vida (a que estamos acostumados), a outra (que sabemos que existe, mas não conhecemos bem). A gente não “acaba” quando morre, mas fica leve e vai para Deus.

- Para onde “foi” a pessoa/animalzinho que morreu? - Para o céu, onde vão todas as almas* boas (*esse sopro de Deus que anima o corpo, que dá movimento, cor, calor).

- Por que [o/a falecido/a] me deixou? – Tenha certeza de que ele/ela não quis deixar você. Talvez a parte mais difícil de morrer tenha sido exatamente ter que deixar você. Ninguém quer morrer, mas a gente morre quando chega a hora. Todo mundo morre um dia. E depois que morre, vai para o céu, onde é muito bom.

- Se [o/a falecido/a] está vivo noutro lugar, por que não volta para mim? Por que não fala comigo? – Porque no céu o jeito de viver é diferente, e não dá para ficar indo e voltando. Eles só podem falar com a gente que ficou no mundo “no coração”. Isso eles continuam fazendo; eles continuam amando a gente e sentindo o amor da gente. Sentem ainda mais do que quando estavam no mundo com a gente, porque não estão tão ocupados com outras coisas, como escovar os dentes, pagar contas e coisas assim.

- Se eu fosse bonzinho/a, será que [o/a falecido/a] não teria morrido? Será que ele/ela foi embora porque não gostava mais de mim? (a criança tende a entreter fantasias de onipotência e egocentrismo, fica confusa com sentimentos de raiva, frustração e até da lembrança de mal-feitos, que a machucam muito neste contexto). - Não foi culpa sua; ao contrário, você teria sido uma boa razão para [o/a falecido/a] ficar no mundo, se isso fosse uma escolha. [O/a falecido/a] não foi embora porque quis, nem Deus o/a chamou para o céu para deixá-la sozinha ou castigá-la.

- Como [o/a falecido/a] pode estar num lugar bom, estar feliz, e eu ficar aqui sozinho/a, tão triste? - [O/a falecido/a] não é egoísta, não foi embora porque quis. Só que, agora que ele/ela chegou no céu e não pode voltar mesmo, descobriu que o céu é muito, muito bom! E vai ficar lá, esperando que um dia você também vá para lá.

- Vai doer? Morrer dói? – Isso eu não sei, mas sei que ninguém reclamou ate agora, e que todo mundo está feliz no céu. Se doeu, já passou.

- Por que Deus quis que as pessoas tivessem que morrer? – Deus não quis isso. Foi a desobediência da gente que fez isso acontecer, desde há muito tempo atrás. O que Deus fez, em seu grande amor por nós, foi dar um jeito de levar a gente para o céu, pertinho dele, quando a gente morre.

- Mas Deus não é todo-poderoso? – Sim, ele é. Mas decidiu respeitar a liberdade dos homens serem até desobedientes, e ajudou que as conseqüências fossem menos terríveis do que deveriam ter sido.

- Por que Deus quis respeitar a liberdade dos homens? – Porque Deus é amor, e ninguém pode amar de verdade sem liberdade. Deus nos criou à sua imagem e semelhança, e por isso quis que a gente também fosse capaz de amar de verdade, com liberdade. Só que a gente usou a liberdade para fazer outras coisas, que não foram boas para nós.

- E os bichinhos? O que têm a ver com isso? – Quando os homens (e mulheres) estragaram o mundo perfeito que Deus tinha feito para nós, estragaram TODA a criação, incluindo a perfeição da natureza, e os animaizinhos, e as plantas, e o tempo, sujando a água, o ar... essas coisas que incomodam a gente todo dia.

- Vou encontrar [o/a falecido/a] no céu? - Vai. Mas para isso, tem que ir para o céu também; tem que ser bom/boa.

- Quando eu vou morrer? – Isso ninguém sabe. Por isso, é importante aproveitar bem a vida no mundo: sendo bom/boa, fazendo coisas boas e mostrando todo o seu amor pelas pessoas e bichinhos. O importante é viver bem no mundo, e depois viver bem no céu.

- Então, eu posso morrer agora, para não sentir mais saudades? – Não é bom, não é permitido, é muito errado querer morrer por conta própria. Cada um tem que esperar o tempo certo, que é quando acontece sem a gente planejar. Porque a gente só vai para o céu quando está pronto e isso só acontece quando chega a hora certa.

- Eu tenho que esquecer [o/a falecido/a]? – Não! Em seu coração, ele/ela sempre estará presente, e tudo o que foi bom entre vocês continuará existindo, onde vocês dois estiverem: neste mundo e no céu.

- Finalmente, é muito confortador lembrar que em Deus todos se encontram, e que a oração é um modo muito especial de “conversar” com quem partiu: tanto para pedir ajuda e conforto para nós mesmos (para matar as saudades), quanto para oferecer um empurrãozinho (se faltar) para ele/ela entrar no céu.

Com tranquilidade, simplicidade e verdade (não nos esquivando de responder “não sei” quando não soubermos), podemos ajudar a criança a lidar com a perda.

Sílvia Morgan

Título Original: Como falar da morte às crianças 


Foto: Web

Site: Portal Católico
Editado por Henrique Guilhon

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que acontece com a IMPD e semelhantes a ela? O que faz o desespero?




Católicos com Fé

À espera de um milagre 

Quadrilhas de pastores ladrões, dívidas milionárias com as tevês, administração amadora e investimentos equivocados na construção de grandiosos templos. O que está por trás da crise financeira da Mundial, uma das mais poderosas igrejas evangélicas do País? 

Rodrigo Cardoso

Confira compilação com cenas do apóstolo Valdemiro Santiago e outros líderes da igreja pedindo contribuições aos seguidores:



Chorar durante a pregação é um dos traços mais marcantes da performance de Valdemiro Santiago de Oliveira, o todo-poderoso da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), no púlpito. Criticado por abusar dessa prática, o autointitulado apóstolo tem motivos mais terrenos para derramar suas lágrimas atualmente. O império neopentecostal construído por esse mineiro de 49 anos, nascido em Cisneiros, distrito de Palma, a 400 quilômetros de Belo Horizonte, vive a maior crise da sua história. O mais recente indício de que a IMPD está fragilizada foi a decisão do Grupo Bandeirantes de encerrar, na semana passada, a parceria que mantinha com Valdemiro, que alugava quase a totalidade da grade da programação do Canal 21 e ocupava cerca de quatro horas diárias nas madrugadas da Band. Motivo do fim do acordo: atrasos no pagamento. 
 

PASTOR
Valdemiro Santiago criou um império religioso, viu seu rebanho se 
expandir por cerca de cinco mil templos e, agora, tenta colocar a 
casa em ordem ao ver sua igreja sangrar em milhões de reais

Valdemiro até que tentou impedir o fato. De microfone em punho, o comedor de angu que cuidava de marrecos na roça antes de se converter evangélico usou toda a sua empatia com o povão. No início do mês, pôs o rosto no vídeo, caprichou na voz chorosa e iniciou uma campanha conclamando seus fiéis a ajudá-lo a arrecadar R$ 21 milhões para honrar compromissos com o aluguel de horários na mídia. A Mundial já devia R$ 8 milhões ao Grupo Bandeirantes referentes a setembro. No fim deste mês, outro boleto a vencer: R$ 13 milhões. A emissora paulista não confirma oficialmente, mas a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, concorrente direta da Mundial, teria entrado na disputa por esses horários e conseguido vencer a briga sobre a maior concorrente na disputa por almas. “Pegaram a gente em um momento de fraqueza”, diz uma liderança da IMPD. “Gastamos R$ 300 milhões com templos ultimamente e vivemos um tempo de estruturação e amadurecimento.”


PODER
Diante da crise, Valdemiro nomeou Jorge Pinheiro (acima), marido da irmã 
de sua esposa, para gerir o setor financeiro e administrativo da IMPD no
lugar do bispo Josivaldo (abaixo), transferido para Lisboa



"Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados por bispos e pastores. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo", afirma um alto dirigente da IMPD do Rio de Janeiro Quisera Valdemiro Santiago, porém, que seus problemas fossem revezes restritos apenas ao campo administrativo da sua igreja. Em São Paulo, o líder evangélico é alvo de uma investigação do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. Desde janeiro de 2013, diligências feitas pelo Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) e pela Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Fazenda, da Polícia Civil, apuram um suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. O dono da Mundial virou alvo das autoridades quando elas descobriram que a Fazenda Santo Antonio do Itiquira, localizada em Santo Antônio do Leverger (MT), um conglomerado de 10.174 hectares de terras ocupado por milhares de cabeças de gado, foi comprado por R$ 29 milhões à vista pela empresa W. S. Music, cujos representantes são o apóstolo e sua mulher, a bispa Franciléia. O caso, que pode configurar uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, corre em sigilo.



A Mundial, fundada em 1998 – antes dela, Valdemiro fora pastor na Igreja Universal por 18 anos (leia quadro) –, viveu um avanço muito grande em um curto espaço de tempo. De 500 templos em 2009, hoje a denominação computa mais de cinco mil unidades, segundo seus membros. Acontece que a vida de uma igreja não se resume ao púlpito ou aos cultos. Administrativa e financeiramente falando, a IMPD não evoluiu. “Cerca de 30% dos recursos que arrecadamos são desviados. Por mês, R$ 30 milhões saem pelo ralo”, afirma um alto dirigente da denominação, lotado no Rio de Janeiro. De acordo com ele, a devoção em torno dos cultos, espécie de pronto-socorro espiritual, onde fiéis garantem ter alcançado a cura divina para alguma enfermidade graças à intercessão de Valdemiro, trouxe notoriedade à igreja e atraiu quadrilhas de pastores que se infiltraram em seus templos para se apropriar das doações. “Há dois anos e meio, por exemplo, o Valdemiro descobriu uma dessas quadrilhas no ABC paulista liderada pelo bispo e por seus auxiliares e os expulsou.”


PREGAÇÃO
Com fama de milagreiro, Valdemiro fez fama ao se aproximar
dos mais humildes. Abaixo, sua esposa, a bispa Franciléia


Esse mesmo dirigente lembra do dia em que, ao manobrar seu carro na saída de um culto, uma fiel bateu no vidro para alertar que pessoas traíam a confiança do líder evangélico: “Pastor, está vendo esse carnê da Mundial? A conta corrente aqui escrita não é a da igreja. Estão distribuindo carnês falsos para o povo pagar! Avisa o apóstolo, por favor!” Ou seja, o dinheiro estava sendo desviado num esquema paralelo ao de Valdemiro. Professor da pós-graduação de Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ricardo Bitun se deparou com essa prática ao ir a campo para a confecção de sua tese de doutorado. Intitulado “Igreja Mundial do Poder de Deus: Continuidades e Descontinuidades no Neopentecostalismo Brasileiro”, o estudo defende que Valdemiro foi o único dissidente da Universal que conseguiu alcançar sucesso. E assim o fez graças, principalmente, à remasterização da cura divina, uma prática bastante difundida no Brasil nos anos 1970. “Um bispo me contou que havia pastores infiltrados em igrejas e até mesmo bispos cobrando propinas de pastores”, diz Bitun.


SUSPEITA 
Uso do dinheiro de fiéis para enriquecimento pessoal, como a compra de uma
fazenda de R$ 29 milhões (à esq., o documento de compra em seu nome),
é investigado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo

Valdemiro é um líder religioso onipresente no altar e nos programas televisivos e demorou a perceber que estava sendo traído por pessoas muito próximas a ele – e do alto escalão da igreja. Havia um grupo próximo a Josivaldo Batista de Souza, que era considerado o número 2 da Mundial, agindo como lobos em pele de cordeiro. “Ele se deu conta de que o problema advinha da concentração de poder em torno dessa turma”, diz um membro da hierarquia paulista da Mundial. “Era gente pedindo avião para fazer não sei o quê, para ter programa na televisão não sei onde, para abrir igreja em um grotão aí...” Segundo esse integrante da IMPD, Valdemiro cometeu erros próprios de líderes que sobem muito e rapidamente. “Ele se cercou de um estafe pequeno que blindava o acesso a ele. E, assim, passou a ouvir pouco outras opiniões. Precisa amadurecer.”


FLAGRA 
Membros da Mundial chegaram a clonar carnês para desviar 
o dinheiro que era arrecadado dos fiéis nos cultos 

Diante das dívidas, dos calotes e das traições, o líder da IMPD está tentando conter a sangria da sua igreja do jeito que pode. Transferiu para Lisboa o pastor Josivaldo, um ex-membro da Universal que o acompanha desde o começo dos trabalhos da denominação em Pernambuco, segundo Estado onde ele fincou sua bandeira. Para substituir Josivaldo, que era responsável pela gestão administrativa e financeira e cuidava do dia a dia da Mundial, além dos bispos e pastores, Valdemiro achou por bem recorrer a um familiar. Empossou o bispo Jorge Pinheiro, marido da irmã da sua esposa Franciléia. Para tentar se reequilibrar financeiramente, conta um bispo paulista, ele decidiu se desfazer de duas Cidades Mundiais, como são chamados os megatemplos da IMPD, em São Paulo e no Paraná. Elas se encontram fechadas pelos órgãos públicos locais, após pouco tempo de funcionamento, por não preencherem requisitos para receber o público. Um claro erro de avaliação que onerou a igreja. “A Cidade Mundial paulista está fechada desde fevereiro de 2012. Mas Valdemiro, todo mês, tem de pagar R$ 5 milhões das parcelas da compra dela”, diz o bispo. Missionário da IMPD, o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP), que foi designado pela igreja para fazer “a coisa caminhar” junto aos órgãos públicos, segue na sua empreitada. “Não recebi o comando de parar o trabalho ainda. Mas a vontade do apóstolo é que fala mais alto”, afirma. Templos pequenos e mal localizados, que não condiziam com a orientação de Valdemiro, também deixaram de ser usados. “Cerca de 15% deles tiveram de ser fechados ou reestruturados”, diz uma liderança da igreja. Pode ser uma saída para que a fama de caloteiro não suplante a de apóstolo milagreiro.


NA JUSTIÇA
Faz três meses que a Mundial não paga o aluguel do imóvel (acima),
localizado em Pirituba (SP): ação de despejo e cobrança de R$ 34 mil. 
À esq., Cidade Mundial em São Paulo, que será fechada 

Para se ver livre de mais problemas, Valdemiro, que, procurado por ISTOÉ, não se manifestou, entregou os horários que possuía na Rede TV! e na CNT. Deixou também de alugar espaço em dezenas de retransmissoras de diferentes estados e recuou no projeto de ocupar a programação de tevês da Argentina, Colômbia e do México. “Muitas vezes, é melhor dar um passo atrás para, depois, dar um maior à frente”, diz o alto dirigente da Mundial do Rio. “Valdemiro me disse que estava, inclusive, vendendo a sua fazenda no Mato Grosso.” Essa informação não foi confirmada pelo presidente nem pelo vice-presidente da IMPD. Mas, na atual situação, receber R$ 33 milhões, valor estimado da Fazenda Santo Antonio do Itiquira, seria como um milagre para o líder evangélico.




Título Original: IMPD:Dívidas,Calotes e Traição


Site: Católicos com Fé
Editado por Henrique Guilhon

terça-feira, 29 de outubro de 2013

É hora de assumirmos o posto de Guerreiro de Deus e lutarmos pela nossa santificação



Destrave

Se há uma força tremenda capaz de mudar a realidade de hoje, essa força se chama “juventude”. O jovem não foi feito para os prazeres momentâneos, mas para o desafio.

O que é mais fácil e confortável? Moldarmo-nos a tudo o que nos é oferecido ou sermos firmes e corajosos para assumir que somos templos do Espírito Santo, dispostos a lutar pela santidade? Nós jovens temos a capacidade e a missão de sermos agentes transformadores no mundo por meio de nossas atitudes, palavras e testemunhos.

A Primeira Carta de Paulo a Timóteo, no capítulo 4,versículo 12, nos exorta: “Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade.”

É hora de assumirmos o posto de Guerreiro de Deus e lutarmos pela santificação da nossa vida e daqueles que o Senhor nos confiou e ainda nos confiará. Não somos de perder a esperança, mas de confiar plenamente no Deus que batalha a nosso favor. Aleluia!

Hoje, são muitos os meios para anunciar a Boa Nova do Senhor e você é convidado a fazer parte deste exército em ordem de batalha. Graças a Deus, temos visto muitos jovens se doando como vela que queima no altar pela evangelização de muitos corações.

Como ministro de música, alegro-me em ver, no cenário cristão, inúmeras bandas, ministérios, cantores e cantoras pregando a palavra por meio de cada música, de cada acorde.

Somos impulsionados a usar, nos tempos atuais, os novos areópagos que o Senhor tem nos permitido anunciar e insistir oportuna e inoportunamente no anuncio do Kerigma.

Por isso, em nome de Jesus, quero exortar a você jovem, a você músico, a você filho amado de Deus, a reavivar a chama do carisma que há em você.

Não desanime diante dos obstáculos e das dificuldades. Seja firme! Nosso Deus é soberano e manifestará, em breve, a Sua glória e o Seu poder em nós e através de nós!

Deus abençoe!
Estamos unidos pela força do amor, da fé e da oração!

Seu irmão em Cristo,

Vagner Bittencourt

Título Original: O JOVEM FOI FEITO PARA O DESAFIO


Site: Destrave
Editado por Henrique Guilhon

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Temos uma Assistência Divina



Veritatis

“Eis que estou convosco até o consumar-se dos séculos”. Esta promessa que serve de feixe ao evangelho de S. Mateus, assegura a presença ativa de Jesus aos poderes de magistério e de governo.

Presença invisível — pois corporalmente Jesus está na glória — porém eficaz; presença constante, que vence o tempo. Presença que não se substitui aos pastores, mas antes vem ampará-los perenemente.

Todos os membros da hierarquia de jurisdição, quando desempenham suas funções pastorais, jamais se encontram sós. Jesus lhes está ao lado, iluminando, guiando, sustentando, a fim de que não se perca o rebanho, ou se desgarre, ou demande pastagens venenosas.

Do grande texto de S. Paulo aos Efésios (4, 11-16), colhemos que: l9 o próprio Cristo instituiu os Apóstolos, evangelistas, pastores e doutores; 2′ eles edificam, sob Cristo, o Corpo Místico, dão-lhe coordenação e unidade; 3′ o influxo constante da Cabeça, deriva-se aos membros por meio das “junturas de comunicação”, que são os pastores.

À providência especial que envolve a dupla função de magistério e governo (irmanada pelos antigos sob o termo “jurisdição”), denominam os teólogos de assistência.

A fim de melhor lhe aquilatar a natureza, não será ocioso contrastar poder de ordem (sacerdócio) e poder de jurisdição (magistério e governo).

O sacerdote, ao administrar os sacramentos, também não está só; todavia, ele age então como puro instrumento do Sumo Sacerdote. Precisamente por estar em continuidade quase física com Cristo — sendo atuado por Ele — o seu poder de ordem produz, de modo infalível, o efeito sobrenatural. Batizando, absolvendo, o padre não é de modo algum causa da graça que abrolha na alma do pagão ou do penitente. Há uma só causa da graça, Cristo. E’ ele quem batiza ou absolve, por seu ministro. O poder de ordem, por isso mesmo, não requer “assistência” especial; é infalível de per si. Sei que se eu pronunciar corretamente as pa¬lavras da consagração, com a devida intenção, o Corpo e o Sangue de Cristo estarão infalivelmente sobre o altar, por isso que, naquele momento, o Sumo Sacerdote repete, por meus lábios, as palavras que pronunciou durante a última Ceia.

Ao contrário, os pastores da Santa Igreja, quando ensinam ou governam, agem como verdadeiras causas, se bem que subordinadas a Cristo. O instrumento não opera por virtude própria; vem-lhe a atividade, da causa que o move; enquanto a causa subordinada age por virtude própria, embora necessite o influxo da causa principal, como condição de sua atividade (O leitor, para concretizar, poderá imaginar como exemplo de instrumento: a pena de escrever; e, como exemplo de causa subordinada: o procurador, agindo em nome do seu constituinte).

O Papa, ainda quando usa de seu poder de jurisdição o mais divino, definindo a fé, julga pessoalmente da oportunidade da definição, fá-la preceder de investigações para averiguar a crença da Igreja, escolhe a formulação que dará à verdade, etc.

Vemos assim que a Cabeça do Corpo Místico exerce sobre ele um duplo influxo. O primeiro é intrínseco, vitalizante: a comunicação de sua santidade pela graça. Serve-se então de homens ungidos com o poder de ordem, como de instrumentos pelos quais passa sua ação sobrenatural de Sumo Sacerdote. O segundo, extrínseco, ensinando e dirigindo, serve-se também de homens, mas como de causas subordinadas a quem delega algo de seu poder de Sumo Pastor, para que amestrem as inteligências e governem as vontades. Por isso mesmo, neste último caso, é indispensável uma garantia contra o erro: “a assistência”.

O Papa, os Bispos reunidos em concílio, são, como pessoas privadas, falíveis — pois são homens; — só conseguirão declarar, com absoluta autenticidade, a verdade evangélica, na medida em que Deus os amparará, os “assistirá”.

Mas como conceituar, com exação, esse auxílio? E’ um “carisma”, a saber: um socorro ou influxo especial do Espírito San¬to, que visa não já a santificação pessoal do beneficiário, mas a utilidade da comunidade cristã. Concretamente, terá por finalidade permitir à Igreja docente, de desempenhar a missão em que foi investida por seu chefe: conservar e explicar o depósito revelado, governar sabiamente o rebanho de Cristo. Tal carisma revestirá a forma ora de iluminação, ora de discernimento prudente, ora de fortaleza, ora de caridade heróica, etc.

Certos teólogos atribuem à “assistência” uma virtude puramente negativa: não pactuar com o erro. Outros, mais avisados, adscrevem-lhe também um efeito positivo: iluminar, fazer des-cobrir a verdade evangélica, ajudar a traduzi-la fielmente, etc.

O sumo grau da “assistência” é a garantia absoluta dada ao Papa, falando “ex cathedra”; ao Concílio geral, definindo em união ao Papa. Embora seja de índole positiva, não deve ser concebida à guisa de nova revelação; nada descobre de verdadeiramente desconhecido; faz apenas ver e expressar, com fidelidade, o que já se encontrava — quiçá implicitamente — no depósito revelado. O Magistério eclesiástico, já foi dito, não passa de mensageiro, arauto, da revelação. “Embaixador” de Cristo, diz S. Pau¬lo (2 Cor 5, 20).

Definiu o Concílio do Vaticano que a assistência infalível se estende ao ensinamento das verdades a crer, como da moral a praticar (cf. Denz. 1839). Sem esse carisma logo se deturparia a Revelação, e a Igreja descambaria na completa anarquia de crenças e de costumes. Prova-o, sobejamente, a história do protestantismo.

Se o Senhor prometeu, como prometeu, que estaria sempre com a sua Esposa, e que as forças infernais não prevaleceriam contra ela, é absolutamente necessário que seja amparada, por Deus, a fragilidade humana.

Todavia, a Igreja não se limita a conservar e explicar a doutrina revelada sobre a fé e os costumes. Deve ainda guiar praticamente a seus filhos, nas diversas conjunturas da vida, para que evitem o erro e o mal, abracem a verdade e o bem. Donde a longa série de leis, regulamentos, disposições, preceitos, conselhos, de que falamos. Variará o grau de “assistência” do Espírito Santo, segundo o alcance dessas iniciativas.

Em certos casos de importância extrema, as decisões serão propriamente infalíveis. Por exemplo: é de todo impossível que a Igreja latina se tenha enganado quando “por graves e justas causas” decidiu distribuir a sagrada comunhão sob uma só espécie (cf. Denz. 935).

Possível é o erro, em compensação, no que se refere a decisões menos importantes e gerais. Porém, ainda aqui devemos crer que a “assistência” divina não falta. As diretivas eclesiásticas serão acertadas, o mais das vezes. Já aludimos a certa “infalibilidade global”, entendendo por aí que o governo da Igreja é de tal forma dirigido pelo Espírito Santo que, em conjunto, leva ao estabelecimento do Reino de Deus sobre a terra, em que pesem os muitos enganos ou deficiências pessoais deste ou daquele hierarca.

A crença na “assistência” do Espírito Santo, confere a nossa obediência de fiéis, um caráter religioso. Obedecendo aos pastores, obedecemos ao Espírito que os constitui Bispos, para governarem a Igreja de Deus (At 20, 28).

Mas podem errar? — Seja. Em última análise, Deus saberá tirar o bem do mal. De qualquer forma foi Deus servido permitir aquele erro. Se o Superior enganou-se, entrava nos desígnios de Deus que ele se enganasse, pois Deus age sobre os acontecimentos através de instrumentos humanos, logo falíveis. Deus liga a sua ação no mundo, naquele momento dado, à decisão’ deste superior particular. Logo essa decisão nos traz a vontade de Deus, sempre boa. Daí, a serenidade perfeita do cristão fervoroso, em presença de certas medidas legislativas ou disciplinares, que se lhe afiguram menos acertadas. Quando Pio XI, por exemplo, repudiou os erros da. Action française, não fazia uso do carisma da infalibilidade. Numerosos franceses, embora julgassem a iniciativa pontifical menos feliz, obedeceram entretanto ao Pai comum, por espírito de fé e docilidade filial. Consolavam-se, pensando que a Providência saberia, de qualquer maneira, salvaguardar os interesses supremos da sua pátria.
De pouco valeria, houvesse Cristo confiado a sua Igreja dogma profundo e sublime moral, se ela malograsse na aplicação cotidiana desse dogma e dessa moral; se não conseguisse praticamente afastar seus filhos do mal e encaminhá-los ao bem.

por Dr. Pe. Maurílio Teixeira Leite Penido 

Título Original: A Assistência Divina


Site: Veritatis
Editado por Henrique Guilhon

domingo, 27 de outubro de 2013

Que estratégias o demônio utiliza para prejudicar os cristãos?




Canção Nova

“A presença do demônio está na primeira página da Bíblia e a Bíblia acaba também com a presença do demônio, com a vitória de Deus sobre o demônio” (Papa Francisco 11/10/2013). 

Quando o assunto é falar do demônio, em geral, corremos sempre dois riscos muito grandes:

O primeiro é o de achar que ele não existe da forma como as pessoas vivem dizendo e que sua ação já não acontece em nosso meio; e que, portanto, deve-se desprezar a existência dele.
O segundo é o de imaginar que ele está em tudo, em cada má ação que fazemos, em todos os nossos pecados, e que ele nos persegue o tempo todo para nos fazer cair.Deixemos de lado os dois extremos e fiquemos com o essencial de algumas verdades sobre o demônio.

O primeiro ponto a ser analisado é que o diabo existe, é real, e está agindo em nosso meio para nos levar à morte e para nos tirar completamente dos caminhos de Deus. Paulo, na Carta aos Efésios, já nos alerta, de forma muita clara, sobre como é a ação do diabo em nossas vidas e qual é a estratégia que ele usa para tentar agir em nosso meio: “Vesti a armadura de Deus para poderdes resistir às manobras do diabo” (Ef. 6,11). O apóstolo Paulo o chama de “manobrista”. Você já pôde, com certeza, ver o que faz um manobrista ao pegar um carro a fim de tentar estacioná-lo. Ele vai para a direita, volta para a esquerda, vai para frente, vai para trás, até conseguir entrar com o automóvel naquele espaço que, em geral, “é a conta” para ele entrar. 

O diabo, como “manobrista” que é, faz a mesma coisa para entrar em nossas vidas. Tenta por todos os lados uma brecha para poder se instalar. Assim como o apóstolo dos gentios o chama de “manobrista”, poderíamos, sem medo, chamá-lo de estrategista!

O diabo, juntamente com seus demônios, tem como propósito molestar a humanidade e mais ainda os filhos de Deus. Para isso é importante sabermos como pensam esses demônios e como eles trabalham para conseguir o que querem.

Quero tomar por base o Evangelho de São Mateus, capítulo 12, 43-45, por meio do qual tentarei, de forma muito breve, mostrar uma das estratégias do demônio em nossas vidas: "Quando um espírito mal sai de um homem, ele fica vagando em lugares desertos, procurando repouso, e não o encontra. Então ele diz: ‘Vou já voltar para a casa de onde saí'. Quando ele chega, encontra a casa vazia, varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram e moram aí; no fim, esse homem fica em condição pior do que antes. É o que vai acontecer com esta geração má".


A primeira coisa a se notar é que a Palavra diz: “Quando um espírito mal sai de um homem, ele fica vagando (...)”. Isso significa que os demônios estão constantemente à procura de uma habitação. A Palavra diz que eles “saem de um homem”. Se eles saem, logo significa que estavam “dentro” ou muito “próximos” dele. E ao sair os demônios ficam “vagando”, como que procurando uma habitação, uma outra casa. E isso por quê? Por que procurar uma casa, uma habitação?

Talvez porque eles já tenham um dia perdido sua primeira casa e de lá foram expulsos para sempre. E há uma segunda habitação para os demônios, chamada de “Profundezas”, mas eles não querem ficar lá, tanto que preferem entrar em porcos a serem enviados às Profundezas (cf. Mc 1, 30).

A Palavra também afirma que eles estão vagando em “lugares desertos”. Isso significa que os demônios gostam de habitar em lugares “desérticos”. Em geral lugares desérticos são lugares vazios e sem vida, ou com pouca vida ao seu redor. E o demônio acredita que pode, ao encontrar este lugar desértico, apropriar-se dele como sua casa, como sua habitação. 

Por isso, meu irmão e minha irmã, muito cuidado com os lugares desérticos e sem vida que vocês têm deixado em seu coração! Cuidado com os vazios do seu interior, cuidado com os desertos que deveriam estar preenchidos pela presença de Deus e não o estão!

A Palavra também usa o termo “procurando repouso”. Isso significa que os demônios sabem procurar, sabem analisar, são seres exploradores, com grande capacidade de observação.

Eles procuram “repouso.” Mas, na verdade, este repouso não é um repouso comum, como nós o conhecemos, um descanso. Esse repouso é no sentido de satisfazer-se com algo. 

E que satisfação é essa que o demônio procura quando encontra uma “casa vazia”? A satisfação em vê-la no sofrimento e em dores. Portanto, ele procura uma casa vazia para entrar e habitar, a fim de se alimentar de sofrimento e de dor como satisfação.

Essa tem sido uma das estratégias mais utilizadas pelo demônio. Porque ele se aproveita de momentos em que estamos frágeis, sem forças, vazios... E ao nos encontrar assim, como “ele gosta”, e ele faz de tudo para ganhar o território do nosso coração, dos nossos sentimentos e das nossas emoções!

Teria muito ainda o que explanar sobre esse pequeno versículo bíblico, mas hoje paro, por aqui, no que se refere às estratégias utilizadas pelo demônio para entrar em nossas vidas.


E fica para nós uma pergunta como reflexão: Como saber se realmente o demônio procura em mim uma casa, uma habitação para habitar, para se hospedar? A resposta é a seguinte: Veja como está o seu coração. Avalie o que está dentro do seu interior. 

Há vida de Deus em você? Você está semeando as coisas de Deus em seu coração, fazendo com que não existam lugares desérticos em seu interior?

Não existe outro meio de se combater o mal e o maligno a não ser o encher-se de Deus! Perceba que há diferença entre uma casa vazia, mas varrida e arrumada, e uma casa desértica, vazia também, mas sem vida.

E o caminho mais seguro para se encher de Deus é o caminho da oração. Eu e você precisamos rezar e rezar sempre! É por meio da oração que o mal se afasta de nós e que o Espírito Santo nos enche com a Sua presença.

Mas se eu não rezo, não confesso e deixei de ir à igreja? Cuidado! Muito provavelmente você pode estar sendo observado!

Deus abençoe você! 

Danilo Gesualdo
Comunidade Canção Nova

Veja mais: 

Título Original: As estratégias do demônio 


Site: Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

sábado, 26 de outubro de 2013

O Papa afirma que a família está fundada para sempre no matrimônio

Foto: Photodune

AciDigital

Ao receber na manhã de ontem os participantes da 21ª Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, o Papa Francisco explicou que a família está fundada no matrimôniopara sempre e é o âmbito natural da vida humana onde as pessoas aprendem a amar.

Em seu discurso, o Santo Padre disse que "a família está fundada no matrimônio. Através de um ato de amor livre e fiel, os esposos cristãos testemunham que o matrimônio, por ser sacramento, é a base onde se funda a família e faz mais sólida a união dos cônjuges e sua entrega recíproca. O amor conjugal e familiar também revela claramente a vocação da pessoa de amar de forma única e para sempre e de que as provações, os sacrifícios e as crises do casal, como da mesma família, representam passagens para crescer no bem, na verdade e na beleza".

Tudo isto, disse o Papa, "é uma experiência de fé em Deus e de confiança recíproca, de liberdade profunda, de santidade, porque a santidade pressupõe entregar-se com fidelidade e sacrifício todos os dias da vida".

"A família é uma comunidade de vida que tem uma consistência autônoma... Não é a soma das pessoas que a constituem, mas é uma comunidade de pessoas", indicou Francisco, citando as palavras do Beato João Paulo II na exortação apostólica "Familiaris consortio"- ao receber nesta manhã os participantes na XXI Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Família, que acontece nestes dias em Roma.

A família, continuou o Pontífice, é "o lugar onde se aprende a amar; o centro natural da vida humana... Cada um de nós constrói sua personalidade na família... ali se aprende a arte do diálogo e da comunicação interpessoal". Por isso "a comunidade-família deve reconhecer-se como tal, ainda mais no dia de hoje, quando predomina a tutela dos direitos individuais".

O Santo Padre destacou duas fases da vida familiar: a infância e a velhice, recordando que "as crianças e os idosos representam os dois polos da vida, os mais vulneráveis e, com frequência, os mais esquecidos. Uma sociedade que marginaliza as pessoas idosas renega as suas raízes e obscura o seu futuro".

"Todas as vezes que se abandona uma criança e se deixa de lado um idoso, não se comete apenas um ato de injustiça, mas também se proclama o fracasso dessa sociedade. Prestar atenção aos pequenos e aos anciões denota civilização".

Nesse sentido o Papa reconheceu que se alegra de que o Pontifício Conselho tenha cunhado uma imagem nova da família que representa a cena da apresentação de Jesus no templo, com Maria e José que levam o Menino, para cumprir a Lei, e os dois anciões, Simeão e Ana que, movidos pelo Espírito Santo, acolhem-no como o Salvador e cujo lema é: "De geração em geração se estende a sua misericórdia".

"A 'boa nova' da família é uma parte muito importante da evangelização, que os cristãos podem comunicar a todos através do testemunho de suas vidas: já o fazem, é evidente nas sociedades secularizadas".

"Proponhamos, portanto, a todos, com respeito e coragem, a beleza do matrimônio e da família iluminados pelo Evangelho. E por isso nos aproximamos com atenção e afeto às famílias que atravessam por dificuldades, às que se veem obrigadas a deixar a sua terra, às que estão divididas, às que não têm casa nem trabalho, ou que sofrem por tantos motivos; aos cônjuges em crise e aos que estão separados. Queremos estar perto de todos".

Título Original: A família está fundada no matrimônio para sempre, diz o Papa
Site: AciDigital
Editado por Henrique Guilhon

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como foi a Reforma Protestante - Parte 2 - Final



Cléofas
Continuando

Avaliação da figura de Lutero

Martinho Lutero é certamente um dos personagens que mais influiram no curso da história moderna não só da Igreja, mas do mundo. Canalizou ideias que vinham do fim da ldade Média: o ocamismo, que dava prioridade à vontade sobre o intelecto, originando um certo anti-intelectualismo; o nominalismo, segundo o qual não existem conceitos gerais ou noções universais, mas apenas palavras, que designam realidades individuais o subjetivismo, que foi tomando o lugar do objetivismo (ou dos valores metafísicos).

Lutero foi certamente um homem profundamente religioso, dotado de firme confiança em Deus, diligente no trabalho e desinteressado de si. A estes dons, porém, associava-se um temperamento apaixonado, que podia chegar as raias do doentio; uma convicção cega de que tinha recebido de Deus a missão de um profeta; uma propensão à discussão, ao exagero trágico e ao cinismo. Deixava-se guiar pelas emoções mais do que pela razão, principalmente em matéria teológica – o que decorre do princípio luterano de que a fé é alheia à razão. Ele mesmo dizia que “nenhuma obra boa se faz por sabedoria, mas que tudo se realiza como que por uma espécie de vertigem ou torpor”.

Infelizmente as boas intenções de Lutero não levaram ao objetivo almejado, pois dividiram os cristãos e geraram um princípio de divisão até hoje fecundo; o protestantismo se esfacela em novas e novas comunidades, segundo o princípio subjetivo estabelecido por Lutero: cada crente é livre para interpretar a Bíblia como lhe pareça, sem dar atenção a instâncias extrínsecas. Um dos traços que muito exaltam Lutero aos olhos dos protestantes alemães, é a sua posição na história nacional alemã. Tem-se dito que Lutero era alemão até a medula dos ossos; o seu ódio antipapal correspondia ao ódio anti-romano e ao nacionalismo alemão da época: era alemão também pelo uso magistral da língua pátria, da qual a tradução luterana da Bíblia é um monumento.

As ideias e o movimento de Lutero tiveram seus ecos fora da Alemanha. Vários reformadores surgiram, partindo todos do mesmo princípio: a única fonte de fé é a Bíblia, lida independentemente do magistério da Igreja. Entre esses chefes destacam-se: Ulrico Zwingli (1484-1531), que pregou em Zürich (Suíça) e cujos seguidores sem demora se agregaram ao Calvinismo. Outro reformador notável foi João Calvino, que vai apresentado a seguir.

O Calvinismo

Em 1532 apareceu em Genebra (Suíça Francesa) o pregador francês Guilherme Farel, que pregava ideias semelhantes às de Lutero e deixou a população local em grande agitação. Preparava assim o caminho para outro francês: João Calvino (1509-64).

Calvino estudou Direito na França antes de se domiciliar em Genebra. Era sistemático, organizador, mais consciente do alcance de sua obra do que Lutero. Possuia enorme capacidade de trabalho e sabia ser coerente até o extremo, não se deixando abater por dificuldade alguma; isto o tornou insensível e duro em relação aos seus semelhantes.

Em 1527/8, Calvino, educado na religião católica, passou pela conversão às novas ideias; tendo-as professado, caiu sob a perseguição antiprotestante movida pelo Governo francês. Emigrou então para Basileia (Suíça), onde escreveu sua obra principal: Religionis Christianae Institutio, que se opunha fortemente à doutrina católica relativa aos dogmas, aos sacramentos e ao culto. De Basileia, querendo voltar à França para breve visita, passou por Genebra, onde foi detido por Farel, que Ihe pediu servisse à igreja local convulsionada. Tendo acedido, Calvino instaurou em Genebra severa disciplina, cerceando a liberdade de consciência e de conduta dos cidadãos.

A oposição em 1538 conseguiu expulsar de Genebra Calvino e Farel; mas, após três anos de ausência, voltou aquele, gloriosamente chamado por representantes da cidade. Passou então a desenvolver atividade cada vez mais intensa como teólogo e organizador.

A teologia de Calvino, embora se assemelhe à de Lutero, tem seu ponto característico no conceito de Deus. Colocou a ênfase sobre a Majestade e a Soberania divinas, a ponto de dizer que há duas predestinações: uma para a salvação e outra, explícita, para a condenação eterna; Deus não apenas permite a perda dos pecadores, mas impele-os para o abismo. Deus, segundo consta, proibe o pecado a todos, mas na verdade quer que alguns pequem, porque devem ser condenados. Calvino, embora propusesse doutrina tão espantadora, sabia atrair discípulos, pois afirmava: todo aquele que crê realmente na justificação por Cristo, é do número dos predestinados e pode viver tranquilamente porque a salvação lhe está garantida.

Ao organizar a lgreja, Calvino instituia duas comissões: a Venerável Companhia de pastores e doutores, encarregada do magistério, e o Consistório composto de pregadores e doze senadores leigos, que tinha a tarefa de zelar pela disciplina, à semelhança da Inquisição Medieval: essa Comissão visitava as casas, servia-se de denúncias e espionagem paga; os réus gravemente culpados, se persistissem no erro, eram entregues a um tribunal. Este proferiu, de 1541 a 1546, 58 sentenças de morte; a tortura era aplicada com frequência.

Título Original: História da Igreja: A Reforma Protestante ( Parte 2 )


Site: Cléofas
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Como foi a Reforma Protestante - Parte 1




Cléofas

Parte I

A Reforma protestante, embora amplamente preparada, surgiu na história quase de repente; parecia tratar-se, a princípio, de uma questão pessoal e puramente religiosa do frade Martinho Lutero, mas, dado o clima em que ressoou, tomou vastas proporções eclesiásticas e políticas, que ninguém imaginava. Infelizmente a obra de Lutero não se tornou aquilo que, havia muito, o povo e os príncipes cristãos esperavam a renovação da Igreja pela eliminação dos abusos, sem alteração da fé e da constituição da Igreja; veio a ser uma revolução eclesiástica e um cisma. – Estudemos os fatos.

Lutero: evolução das ideias

Martinho Lutero nasceu aos 10/11/1483 em Eisleben (Sachsen). Teve infância dura, sujeita, em casa e na escola, a disciplina severa. A partir de 1501, na Universidade de Erfurt estudou a filosofia nominalista de occam, com tendência antimetafísica e relativista; tal sistema dissolvia a harmonia entre a ciência e a fé, pois ntinha as verdades da fé como irracionais ou impenetráveis à razão; a Moral se fundaria unicamente na livre vontade de Deus.

Certa vez, a caminho da Universidade (02/07/1505), foi quase fulminado por um raio; em consequência, fez o voto de entrar no convento (Hilf, St. Anna, ich will ein Mönch werden! – Ajuda, St’ Ana, quero tornar-me um monge!). Esta decisão era fruto do temperamento escrupuloso e pessimista de Lutero, que receava o juízo de, Deus sobre os seus pecados (Lutero muito se preocupava com a sua fraqueza e os seus pecados, que o deixavam inquieto).

Em julho de 1505, a revelia do pai e dos amigos, Lutero entrou no convento dos Agostinianos de Erfurt. Em 1507 foi ordenado presbítero, Em 1510 ou 1511 passou quatro semanas em Roma, onde conheceu a vida da Cúria e a exuberância das devoções populares. Isto tudo, porém: no momento não o impressionou muito nem abalou a sua fidelidade à lgreja. Foi nomeado professor de S. Escritura em Wittenberg. Vivia, porém, inquieto ao pensar na sua fragilidade moral e nos insondáveis juízos de Deus; jejuava, praticava vigílias de oração, mas sem conseguir paz. o contato com as epístolas de S. Paulo (especialmente aos Romanos e aos Gálatas) foi-lhe oferecendo uma solução: viu que não se devia importar tanto com aquilo que fazia ou deixava de fazer, e precisava de ficar firme na fé confiança em Jesus Salvador; afinal, dizia ele, é a fé, e não as obras boas, que salvam o homem. Este foi totalmente corrompido pelo pecado original e aí pode senão pecar; o livre arbítrio está vendido ao pecado; não se pode apelar para ele. De resto, a concupiscência desregrada, que é o próprio pecado, é inextinguível no homem. Só Ihe resta confiar (ter fé) nos méritos de Cristo, porque ninguém tem mérito próprio. Quando Deus declara o homem justo ou reto, não Ihe está apagando os pecados, mas apenas resolve não os imputar, cobrindo-os com o manto da justiça ou da santidade de Cristo. Lutero baseava-se especialmente em Rm 1,17; GI 3,12.22 textos lidos é luz das obras de S. Agostinho, que se revelara pessimista em relação a natureza humana (cf. capítulo 13).

Tal doutrina passou a ser o “Evangelho” de Lutero. Implicava autêntica revolução dentro do Cristianismo. Lutero havia de lhe associar outras teses, a saber: a rejeição dos sacramentos, do sacerdócio ministerial, do sacrifício da Missa, da hierarquia, enfim…, de tudo aquilo que fazia a vida da lgreja Católica.

As indulgências

Lutero era, pois, professor de S. Escritura em Wittenberg, quando surgiu a questão das indulgências.

Antes de continuar a história do frade agostiniano, compete-nos explicar o que sejam indulgências. Observemos o seguinte:

1) Todo pecado acarreta consigo a necessidade da expiação depois de ter sido perdoado. Com outras palavras:

O pecado não é somente a transgressão de uma lei, mas é a violação de uma ordem de coisas estabelecida pelo Criador; é sempre um dano infligido tanto ao indivíduo que peca, como à comunidade dos homens. Por conseguinte, para que haja plena remissão do pecado, não somente é necessário que o pecador obtenha de Deus o perdão, mas requer-se também que repare a ordem violada. Assim, por analogia, quem rouba um relógio violando a ordem da propriedade, não precisa apenas de pedir perdão a quem foi prejudicado, mas deve também restaurar a ordem ou devolver o relógio ao respectivo proprietário A reparação da ordem há de ser sempre dolorosa, pois significa mortificação do velho homem pecador ou das concupiscências desregradas que o pecado só faz aguçar.

A própria S. Escritura atesta tal doutrina. Por exemplo, Davi recebeu o perdão dos pecados de homicídio e adultério mas teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (cf. 2Sm 12,13 s). Moisés e Aarão foram privados de entrar na Terra prometida, embora a sua culpa Ihes tenha sido perdoada (cf. Nm 20,12; 27,12-14; Dt 34,4s). Ver também Tb 4,11s; Dn 4,24; JI 2,12s.

2) Consciente disto, a lgreja antiga ministrava a reconciliação dos pecadores em duas fases. Sim, o pecador confessava seus pecados a um ministro de Deus. Este não o absolvia imediatamente (cf. Jo 20,20-22), mas impunha-lhe uma satisfação adequada, correspondente é gravidade das suas faltas; este exercício de penitência devia proporcionar ao cristão o domínio sobre si, a vitória sobre as paixões e a liberdade interior. A satisfação assim imposta, pode ser realmente medicinal, costumava ser penosa: assim, por exemplo, uma quaresma de jejum, em que o penitente se vestia de peles de animais (para praticar tal penitência, o cristão tinha que excitar dentro de si um vivo amor a Deus e um profundo horror do pecado). Somente depois de terminar a respectiva satisfação, era o pecador absolvido. Julgava-se então que estava insento não apenas da culpa, mas também de toda expiação devida aos seus pecados; estaria livre não só da culpa do pecado, mas também das raízes e das consequências deste.

Esta prática penitencial conservou-se até fins do século VI. Tornou-se, porém, insustentável, pois exigia especiais condições de saúde e acarretava consequências perigosas para todo o resto da vida de quem a ela se submetera. Eis por que aos poucos foi sendo modificada.

3) No século IX a Igreja julgou oportuno substituir certas obras penitenciais muito rigorosas por outras mais brandas; a estas a Igreja associava os méritos satisfatórios de Cristo, num gesto de indulgência. Tais obras foram chamadas “obras indulgenciadas”, porque enriquecidas de indulgências: podiam ser assim indulgenciadas orações, esmolas, peregrinações (…).

Está claro, porém, que estas obras mais brandas enriquecidas pelos méritos de Cristo só tinham valor satisfatório se fossem praticadas com as disposições interiores que animavam os penitentes da lgreja antiga a prestar uma quarentena de jejum ou outras obras rigorosas. Não bastava, pois, rezar uma oração ou dar uma esmola para se libertar das consequências do pecado, mas era preciso fazê-Io com o amor a Deus e o repúdio ao pecado que encorajavam os penitentes da Igreja Antiga. Vê-se, pois, que era e é muito difícil ganhar indulgências.

Mais: ninguém podia (ou pode) ganhar indulgência sem que tivesse (ou tenha) anteriormente confessado as suas faltas e houvesse (ou haja) recebido o perdão das mesmas. A instituição das indulgências não tinha em vista apagar os pecados, mas contribuir (mediante a provocação de um ato de grande amor) para eliminar as conseqüências ou os resquícios do pecado.

Por conseguinte, a Igreja nunca vendeu o perdão dos pecados nem vendeu indulgências. o perdão dos pecados sempre foi pré-requisito para as indulgências. Quando a Igreja indulgenciava a prática de esmolas, não tencionava dizer que o dinheiro produz efeitos mágicos, mas queria apenas estimular a caridade ou as disposições íntimas do cristão para que conseguisse libertar-se das escórias remanescentes do pecado. Não há dúvida, porém, de que pregadores populares e muitos fiéis cristãos dos séculos XV e XVI usaram de linguagem inadequada ou errônea ao falar de indulgências. Foi o que deu ocasião aos protestos de Lutero e dos reformadores.

4) As indulgências podem ser adquiridas também em favor das almas do purgatório. Estas precisam de se libertar das escórias dos pecados com as quais deixaram a vida presente; para tanto, necessitam da grata de Deus, que os fiéis viventes neste mundo podem solicitar mediante a prática de boas obras indulgenciadas. Todos os fiéis que foram enxertados em Cristo pelo Batismo e vivem em plena comunhão com a Igreja, constituem uma grande família, solidária e unida em si pela caridade. Em consequência, os méritos de uns redundam embenefício de outros; os atos satisfatórios que as almas retas prestam a Deus, podem auxiliar a outros cristãos, que precisem de expiar, seja aqui na terra, seja no purgatório. Em outros termos: pelas nossas preces, pelas nossas boas obras e pelos nossos atos de mortificação, unidos aos méritos de Cristo, podemos ser úteis não só a nós mesmos, mas também aos nossos irmãos, que devem prestar satisfação a Deus por seus pecados. esta solidariedade que se chama “Comunhão dos Santos”. Esta expressão designa a comunhão de bens espirituais ou de coisas santas segundo a qual vivem os filhos da Igreja. “Uma alma que se eleva (que se enriquece de Deus), eleva o mundo inteiro” (Elizabeth Leseur).

Eis como se deve entender a prática das indulgências, até hoje recomendada pela S. Igreja, mas frequentemente mal entendida.

Lutero e as indulgências

Voltemos agora à história de Lutero.

A fim de custear a construção da nova basílica de S. Pedro em Roma, Júlio II em 1507 e Leão X em 1514 promulgaram indulgência plenária para qualquer cristão que recebesse os sacramentos e desse esmola. Foi nomeado Comissário da indulgência para grande parte da Alemanha em 1515 o jovem príncipe Alberto de Brandenburgo, desde 1513 arcebispo de Magdeburgo e administrador do bispado de Halberstadt, desde 1514 também arcebispo de Mogúncia. Alberto era homem frívolo e mundano; contraíra uma dívida de 29.000 florins com os banqueiros Fugger de Augsburgo a fim de pagar as taxas de vidas à Santa Sé por estar acumulando três bispados; então, de acordo com os representantes papais, resolveu que metade das esmolas indulgenciadas ficaria para a construção da basílica de São Pedro, enquanto a outra metade serviria para saldar a dívida junto aos banqueiros.

Ora na Alemanha já reinava prevenção contra as indulgências por causa de abusos de oficiais eclesiásticos. O pregador de indulgências nomeado por Alberto, o dominicano João Tetzel, incorria também ele nesses abusos: afirmava que, para adquirir a indulgência em favor dos defuntos, bastava a esmola sem o estado de graça do doador (o que era errôneo). Quando, certa vez, Tetzel perto de Wittenberg pregava, Lutero resolveu insurgir-se contra o pregador: na tarde de 31/10/1517, à porta da igreja de Wittenberg afixou, conforme o costume das disputas acadêmicas, uma lista de 95 teses em latim sobre as indulgências e pontos conexos (a culpa, a pena, a penitência, o purgatório, o primado papal). A intenção de Lutero era apenas a de combater abusos e por em clara luz a doutrina ortodoxa; na realidade, porém, as suas teses significavam a rejeição não somente das indulgências, mas também do ministério da lgreja em prol da salvação dos homens. Entre outras coisas, o frade agostiniano afirmava:

1) O Papa só pode perdoar penas que ele mesmo, conforme o seu juízo ou conforme as leis eclesiásticas, tenha imposto (tese 5);

2) As indulgências não podem ser aplicadas às almas no purgatório (tese 8 a 29);

3) A verdadeira contrição, sem decreto de indulgências, confere ao cristão plena remissão do pecado e da culpa (teses 36 e 37);

4) Á Igreja hierárquica, na remissão das culpas, toca apenas uma função declaratória, isto é, a Igreja apenas pode reconhecer que o penitente já foi diretamente perdoado por Deus no seu íntimo em virtude do seu arrependimento; Ela não transmite o perdão de Deus (teses 6 e 7);

5) Lutero negava o tesouro de graças de Cristo e dos Santos (o assim chamado “tesouro da lgreja”), que é o pressuposto da doutrina das indulgências (tese 58).

Nesta lista de Wittenberg, não aparece a tese da fé fiducial (fé-confiança, mediante a qual o cristão seria salvo), mas ocorre um conceito equivalente ao da penitência meramente subjetiva; a contrição pessoal substituiria a Penitência sacramental; a mediação de Igreja como Sacramento primordial era posta de lado, em benefício de uma atitude meramente subjetiva do cristão diante de Deus. A Reforma protestante se achava toda em gérmen na atitude e nas teses de Lutero.

Parte ( II )

Lutero de 1517 a 1546

As teses de Lutero espalharam-se rapidamente pela Alemanha e o estrangeiro, chegando até Roma. A Santa Sé mandou o Cardeal Caetano, bom teólogo da época, a Augsburgo para ouvir Lutero (12-14/10/1518); não conseguiu, porém, demovê-Io de suas posições doutrinárias.

O brado de revolta de Lutero encontrou ressonância fácil entre os príncipes da Alemanha, que tinham antigos ressentimentos contra a Santa Sé por questões políticas. Também a pequena nobreza apoiava Lutero, porque da revolução religiosa esperava uma revolução social que satisfizesse aos seus anseios. Entre os protetores de Lutero, começou a destacar-se o príncipe Frederico o Sábio, da Saxônia.

Em 1519 deu-se em Leipzig famosa disputação pública, em que Lutero expôs mais claramente sua doutrina: só é verdade religioso aquilo que se pode provar pela S. Escritura (princípio básico do protestantismo); atacou outrossim o primado do Papa. – os ânimos se acendiam cada vez mais mediante panfletos com caricaturas e sátiras.

Em 1520 (15/06), o Papa Leão X publicou a Bula Exsurge, que condenava 41 sentenças de Lutero, ordenava a combustão dos seus escritos e ameaçava Lutero de excomunhão, caso não se submetesse dentro de sessenta dias. Em dezembro desse mesmo ano o frade queimou a Bula e um livro de Direito Eclesiástico em praça pública. Em resposta, o Papa excomungou formalmente Lutero aos 03/01/1521. Este gesto do Papa exigia tomada de posição clara da parte dos seguidores do reformador.

Lutero interpelava calorosamente os seus compatriotas alemães, principalmente mediante três obras que se tornaram clássicas: o Manifesto à Nobreza Alemã, no qual exortava os príncipes a assumir a reforma da Cristandade, constituindo uma Igreja alemã independente; o Cativeiro da Babilônia, que considerava os sacramentos, regulamentados pela Igreja, como um cativeiro; só ficariam o Batismo e a Ceia, operando pela fé do sujeito; Da Liberdade Cristã, que concebe a lgreja como uma comunidade invisível, da qual só fazem parte os que vivem da verdadeira fé.

Em 1521 deu-se a Dieta 59 de Worms, à qual Lutero compareceu na presença do Imperador Carlos V; recusou retratar-se; pelo que foi condenado à morte. Todavia Frederico o Sábio escondeu o frade rebelde no Castelo de Wartburg, onde ficou dez meses (maio 1521 – março 1522) sob o pseudônimo de “Cavaleiro Jorge”; começou então a tradução da Bíblia para o alemão a partir dos originais, obra de linguagem magistral, traço de união entre os partidários do reformador; só foi completada em 1534. No castelo de Wartburg Lutero sofreu crises nervosas assaz violentas, que ele considerava como assaltos diabólicos.

Enquanto Lutero se conservava oculto em Wartburg, a agitação crescia em Wittenberg; os clérigos casavam-se; a Missa era substituída pelo rito da Ceia do Senhor, em que se recebiam pão e vinho sem confissão previa nem jejum eucarístico; as imagens dos santos eram removidas (…). Mais: apareceu a corrente dos anabatistas, que interpretavam ousadamente o pensamento de Lutero, negando o batismo às crianças (já que o Sacramento só é eficaz pela fé de quem o recebe) e batizando de novo os adultos; preconizavam uma “Igreja de Santos”, cujos membros estariam em contato direto com o Espírito Santo. Posto a par da confusão, Lutero deixou seu esconderijo e voltou a Wittenberg, indo morar no seu antigo convento, já esvaziado de frades e doado por Frederico o Sábio a Lutero como residência; ali o reformador em 1525 casou-se com Catarina de Bora, monja cisterciense apóstata, e teve seus filhos.

Lutero conseguiu, com o apoio do braço secular, restabelecer a ordem em Wittenberg. Mas teve que enfrentar a revolta dos camponeses (1524-25), que, esmagados por tributos, valiam-se da proclamação de liberdade feita por Lutero para reivindicar sua liberdade frente aos senhores civis e eclesiásticos. Thomas Münzer, chefe dos anabatistas, incitava os camponeses a revolta. Lutero hesitou diante dessa insurreição, mas acabou optando pela sufocação violenta dos revoltosos; Thomas Mbnzer foi decapitado. Esta atitude fez que Lutero perdesse parte da sua popularidade; a sua nova “Igreja” não seria de povo e comunidade, mas de príncipes e regiões. Os anabatistas mereceriam a adesão das classes mais humildes (são os Batistas de nossos tempos).

A situação religiosa e política fervilhava cada vez mais. Muitas vozes de reis, príncipes e nobres se levantaram, ora para defender, ora para combater Lutero. Muitos apregoaram a convocação de um Concílio Ecumênico.

Em 1529 realizou-se uma Dieta em Espira (Alemanha): determinou que não se fariam mudanças religiosas nos territórios do país, de modo que ficaria estabilizada a onda de reforma luterana até se reunir um Concílio Ecumênico. Esta resolução favorecia, de certo modo, os católicos, pois os avanços do luteranismo eram contínuos. Em consequência, seis príncipes e quatorze cidades imperais, aos 19/04/1529, protestaram contra a decisão. Este gesto lhes valeu o nome de “protestantes” em lugar da expressão viriboni (ou crentes) que eles davam a si mesmos.

Os últimos anos de vida de Lutero foram angustiosos para o reformador por diversos motivos: os aborrecimentos e as decepções se somavam aos achaques corporais; via que se alastravam a indisciplina e a procura de interesses particulares nos territórios reformados; os príncipes dominavam as questões religiosas. Lutero depositava suas esperanpas num próximo fim de mundo. Em 1543 escreveu ansioso: “Vinde, Senhor Jesus, vinde, os males ultrapassaram a medida. é preciso que tudo estoure. Amém”. – Finalmente morreu aos 18/02/1546 em sua cidade natal de Eisleben.

Após ter jantado pela última vez, diz uma narração duvidosa, Lutero com giz escreveu o verso que outrora compusera em Schmalkalde durante grave enfermidade: “Pestis eram vivus; moriens ero mors tua, Papa! – Papa, minha vida era a tua peste; minha morte será a tua morte!”. Em nossos dias a animosidade que Lutero nutriu para com o Papado e a Igreja, muito se atenuou; têm-se realizado frutuosas conversações teológicas entre católicos e luteranos, que vêm mais e mais aproximando os irmãos entre si.

Continua

Título Original: História da Igreja: A Reforma Protestante (Parte 1)


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Editado por Henrique Guilhon