A Igreja é a coluna (mestra) e sustentáculo (preservadora) da verdade – 1º Tim 3,15

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É importante falar de Deus, das coisas de Deus, sem tirar os pés do mundo, pois estamos nele, embora que não sejamos dele. O Viver em Deus, fala de Deus, dos fatos da Igreja, do meio cristão católico. O Viver em Deus não é fechado em si mesmo, portanto faz também a apresentação de obras de outros sites católicos, o que, aqui, mais se evidencia, no intuito da divulgação e conhecimento dos mesmos. UM BLOG A SERVIÇO DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Sejam todos bem - vindos!

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Quando neste blog é falado, apresentado algo em defesa da Igreja, contra o protestantismo, é feito com um fundo de tristeza ao ver que existem "cristãos" que se levantam contra a única Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Bom seria se isto não existisse, a grande divisão cristã. Mas os filhos da Igreja têm que defendê-la.

Saibam, irmãos(ãs), que o protestantismo, tendo que se sustentar, se manter, se justificar, terá que ser sempre contra a Igreja católica (do contrário não teria mais razão de sê-lo) ainda que seja pela farsa, forjar documentos, aumentar e destorcer fatos (os que são os mais difíceis para se comprovar o contrário pelos cientistas católicos, pois trata-se de algo real, mas modificado, alterado para proveito próprio.) E tentarão sempre atingir a Igreja na sua base: mentiras contra o primado de São Pedro, contra o Papa e sua autoridade, contra o Vaticano, contra a sua legitimidade, e outros tantos absurdos. São, graças a Deus, muitos sites católicos que derrubam (refutam) estas mentiras, provando o seu contrário, bastando portanto se fazer uma pesquisa séria, por exemplo, com o tema: cai a farsa protestante, refutando o protestantismo, etc. O Espírito Santo jamais abandona sua Igreja. Que saibamos, por este Espírito, amar aos protestantes que não participam destas ações malignas, e aos que se incumbem destas ações, os inimigos da Igreja, que saibamos, ainda que não consigamos amá-los o bastante, ao menos respeitá-los em sua situação crítica perante Jesus e desejar a eles a conversão e a Salvação de Nosso Senhor Jesus. "Se soubéssemos verdadeiramente o que é o inferno, não o desejaríamos ao pior inimigo".

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Notas Importantes

*O marcador “IDOLATRIA”, na seção TEMAS, abaixo, à esquerda, assim está exposto com a função de desmentir as acusações de idólatras aos católicos, outras vezes também denunciando que estes próprios acusadores cometem a idolatria ao dinheiro, entre outras.

*Os anúncios que aparecem neste blog podem porventura não serem compatíveis com a doutrina católica, por escaparem da filtragem do sistema. Aconselha-se a quem se incomodar com estes anúncios, atualizar a página do blog até que eles sejam modificados.

*Ao usar o telemóvel escolha a opção “visualizar versão para a web”, localizada abaixo da opção “página inicial” , para que sejam utilizados todos os recursos apresentados na página como vista no computador.

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Tradutor

sábado, 30 de abril de 2016

Mensagem aos trabalhadores publicada pela CNBB



CNBB

Para CNBB, “é preciso, acima de tudo, assegurar a manutenção dos direitos trabalhistas adquiridos e incentivar a ampliação dos mesmos”. 

Em mensagem por ocasião do Dia dos Trabalhadores, celebrado neste domingo, 1º de maio, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fala da urgência da superação da realidade de crise, por meio do “permanente diálogo e de iniciativas político-econômicas que atendam efetivamente aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente dos mais pobres”.

Leia, abaixo, a íntegra do texto: 

MENSAGEM DA CNBB AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS

“Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho” (Jo 5,17).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, por ocasião do dia dos trabalhadores, manifesta sua solidariedade aos homens e mulheres, do campo e da cidade, particularmente aos jovens que, pelo trabalho, constroem as suas próprias vidas, suas famílias e a nação brasileira. Ao mesmo tempo, presta homenagem às pessoas que doaram e doam sua vida, lutando pelo direito dos trabalhadores e trabalhadoras.

A dimensão do trabalho vai além da produção de riqueza, pois é “mediante o trabalho que o homem deve procurar o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos. E com a palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer, toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade.” (João Paulo II, Laborem Exercens).

As comemorações desse 1º de maio acontecem em meio a uma profunda crise ética, política, econômica e institucional. Os trabalhadores e as trabalhadoras são afetados e ameaçados pelo desemprego, por precárias condições de trabalho, pela tentativa da flexibilização das leis trabalhistas e pela regulamentação da terceirização. Com isso, restringe-se o acesso aos direitos, expõe-se a baixos salários, a jornadas exaustivas, a riscos de acidentes e a alta rotatividade no mercado. 

É urgente a superação dessa realidade de crise, através do permanente diálogo e de iniciativas político-econômicas que atendam efetivamente aos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente dos mais pobres, ao invés da lógica do mercado e dos interesses partidários. É preciso, acima de tudo, assegurar a manutenção dos direitos trabalhistas adquiridos e incentivar a ampliação dos mesmos.

Incentivamos os trabalhadores e trabalhadoras e às suas organizações a colaborarem ativamente na construção de uma economia justa e includente que assegure os seus direitos. 

Recordamos as palavras do Papa Francisco: “cada trabalhador, quer faça parte, quer não, do sistema formal do trabalho assalariado, tem direito a uma remuneração digna, à segurança social e a uma cobertura para a aposentadoria” (Francisco, Encontro mundial dos movimentos populares, 2015).

Por intercessão de São José Operário e da Senhora Aparecida, a bênção de Deus alcance os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

Brasília, 1º de maio de 2016

Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF
Presidente da CNBB 

Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador da Bahia- BA
Vice-presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília-DF
Secretário Geral da CNBB

Título Original: Mensagem da CNBB aos Trabalhadores e Trabalhadoras


Site: CNBB
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 28 de abril de 2016

A Inquisição Protestante - Onde e como foi



Fernando Nascimento

Introdução

O artigo que segue, revela em rica bibliografia, os números de mortos, e requintes de crueldade dos incomparáveis tribunais eclesiásticos protestantes. E deixará claro que as levianas acusações protestantes contra a Igreja Católica sorrateiramente mudaram a palavra “inquisição”, que quer dizer apenas: “sindicância”, “investigação”, em sinônimo de “matança de pessoas”. Ainda hoje, esse erro circula no meio protestante. Tal quimera caiu por terra, quando o renomado historiador Agostino Borromeo, após demorado estudo sobre a inquisição, concluiu que não chegaram a cem, o número de mortes, cometidas por católicos que em desobediência ao Papa, empregaram pena de morte contra os inquiridos.

Antes, abramos um parêntese, para de fato mostrarmos conforme os historiadores, que muita calúnia se lançou contra a Igreja Católica, no que concerne a falsa acusação de matança de “centenas”, “milhares” e até “milhões” de pessoas. Pura lenda, que na verdade não passava de mentira estratégica protestante, fomentada por anticatólicos como: Russel Hope Robbins, o apostata Doelling, Jules Baissac, Jean Français e Reinach.

O próprio Rui Barbosa quando principiante inexperiente, traduziu “O Papa e o Concílio” uma obra de um deles, do Doelling, e se arrependeu mais tarde, proibindo no prefácio a publicação da mesma, pelas calúnias apaixonadas. Dizia mais tarde Rui Barbosa, quando maduro e experiente: “Estudei todas as religiões do mundo e cheguei a seguinte conclusão: religião ou a Católica ou nenhuma.” (Livro Oriente, Carlos Mariano de M. Santos (1998-2004) artigo 5º).

Publicou a Agência européia de notícias Zenit: [CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de junho de 2004 (ZENIT.org).- Atualmente, os pesquisadores têm os elementos necessários para fazer uma história da Inquisição sem cair em preconceitos negativos ou na apologética propagandista, afirma o coordenador do livro «Atas do Simpósio Internacional “A Inquisição”».

No volume, Agostino Borromeo, historiador, recolhe as palestras do congresso que reuniu ao final de outubro de 1998, no Vaticano, historiadores universalmente reconhecidos especializados nestes tribunais eclesiásticos.

«Hoje em dia --afirmou essa terça-feira, em uma coletiva de imprensa de apresentação do livro, o professor da Universidade «La Sapienza» de Roma-- os historiadores já não utilizam o tema da Inquisição como instrumento para defender ou atacar a Igreja».

Diferentemente do que antes sucedia, acrescentou o presidente do Instituto Italiano de Estudos Ibéricos, «o debate se encaminhou para o ambiente histórico, com estatísticas sérias».

O especialista constatou que, à «lenda negra» criada contra a Inquisição em países protestantes, opôs uma apologética católica propagandista que, em nenhum dos casos, ajudava a conseguir uma visão objetiva.

Isto se deve, entre outras coisas --indicou--, ao «grande passo adiante» dado pela abertura dos arquivos secretos da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício), ordenada por João Paulo II em 1998, onde se encontra uma base documental amplíssima.

Borromeu ilustrou alguns dos dados possibilitados pelas «Atas do Simpósio Internacional “A Inquisição”».

Revela o historiador sobre os processos e condenação referentes ao tribunal católico: “dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 «bruxas». Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4. Se somarmos estes dados --comentou o historiador-- não se chega nem sequer a cem casos...”

A Inquisição na Espanha, afirmou o historiador, em referência ao tribunal mais conhecido, celebrou entre 1540 e 1700, 44.674 julgamentos. Os acusados condenados à morte foram 1,8% e, destes, 1,7% foi condenado em «contumácia», ou seja, pessoas de paradeiro desconhecido ou que em seu lugar se queimavam ou enforcavam bonecos].(1) Até aqui a notícia de ZENIT.org.

Outro historiador, o protestante, Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças freqüentes dos juizes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa, para convencer-se que na realidade as bruxas foram perseguidas e condenadas mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal católico. (2)

Também o historiador Daniel Roups, é categórico nos seus registros: ”Foram numerosos os cânones dos concílios que, excomungando os hereges e proibindo os cristãos de lhes darem asilo, não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte. Deviam bastar as penas espirituais ou, quando muito, as penas temporais moderadas”. (3)

João Paulo II enviou uma mensagem com motivo da apresentação das «Atas» do Simpósio Internacional sobre a Inquisição, na qual sublinha a necessidade de que a Igreja peça perdão pelos pecados cometidos por seus filhos através da história. Ao mesmo tempo, declarava, «antes de pedir perdão é necessário conhecer exatamente os fatos e reconhecer as carências ante as exigências cristãs».

Pelos filhos da Igreja Católica, que em desobediência cometeram alguns crimes, o Papa João Paulo II pediu perdão. Mas, quando o protestantismo parará de deturpar, omitir e caluniar, reconhecendo finalmente os extermínios que cometeu e atribui maldosamente aos católicos? Fecha parêntese.

VEJAMOS ENTÃO, A VERDADE DOCUMENTAL, E A CRUELDADE SEM PRECEDENTES DOS TRIBUNAIS PROTESTANTES.

A quantidade de registros literários dos próprios protestantes é vasta, porém, estranhamente ocultada pelos livros escolares, pela imprensa e mídia em geral. Muitas vezes vemos o que é omitido pelo lado protestante sendo por esses veículos, atribuídos maldosamente à Igreja Católica.

- O próprio Lutero nos legou o relato dessa prática, anos antes de lançar-se em revolta aberta, dizia: “(...) os hereges não são bem acolhidos se não pintam a Igreja como má, falsa e mentirosa. Só eles querem passar por bons: a Igreja há de figurar como ruim em tudo.”(Franca, Leonel, S.J. A Igreja, a reforma e a civilização, Ed. Agir, 1952, 6ª ed. Pág. 200).

Uma vez no protestantismo, já ensinava Lutero aos protestantes: "Que mal pode causar se um homem diz uma boa e grossa mentira por uma causa meritória e para o bem da igreja (luterana)." (Grisar, Hartmann, S.J., Martin Luther, His life & work, The Newman Press, 1960- pág 522).

Logo a mentira, a omissão e o falso testemunho se tornaram a coluna da doutrina dos pseudos “reformadores” protestantes.

A crueldade foi especialmente severa na Alemanha protestante. As posições de Lutero, contra os anabatistas, causaram a morte de pelo menos 30.000 camponeses. (4)

Calvino, pai dos presbiterianos, mandou queimar o espanhol Miguel Servet Grizar, médico descobridor da circulação sanguínea. Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553. Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade. (5)

O luterano Benedict Carpzov, foi legista brilhante e figura esclarecida, até hoje ocupando lugar destacado na história do Direito Penal. Mas perdia a compostura contra a bruxaria, que considerava merecedora de torturas três vezes intensificadas com respeito a outros crimes, e cinco vezes punível com pena de morte. Protestante fanático, afirmava, quando velho, ter lido a Bíblia inteira 53 vezes. Assinou sentença de morte contra 20.000 bruxas, apoiando-se principalmente na "Lei" do Antigo Testamento. Não compreendendo o verdadeiro significado da Bíblia, considerava o Pentateuco como lei promulgada pelo próprio Deus, Supremo Legislador. Carpzov, para condenar a morte, usava (Lv 19,31; 20,6.27; Dt 12,1-5), citava de preferência o Êxodo (22,18); "Não deixarás viver a feiticeira". (6)

Outro famoso perseguidor de bruxas na Alemanha, foi Nicholas Romy, considerado grande especialista e que escreveu um longo tratado sobre bruxaria, teve sobre sua consciência a morte de 900 pessoas. (7)

Já Froehligh, reitor da Universidade de Innsbruck e catedrático de Direito, que chegou a ser chanceler da Alta Áustria, insistia em que não só as supostas bruxas fossem condenadas, senão também seus filhos! E não se precisava muito para ser considerada bruxa, pois o seria qualquer pessoa que não tivesse um olhar franco.(8)

Naquele ambiente de superstição, crueldade e pânico perante as bruxas, foi possível o aparecimento de um Franz Buirmann, pervertido magistrado protestante e degenerado inimigo da bruxaria. Era um juiz itinerante. Referindo-se a ele dizia seu contemporâneo Hermann Loher: "Preferiria mil vezes ser julgado por animais selvagens, cair numa fossa cheia de leões, de lobos e ursos, do que cair em suas mãos".

Deste impiedoso juiz se afirma que somente em duas incursões que realizou por pequeninas aldeias ao redor de Bonn, que perfaziam um total de 300 pessoas contando-se crianças e velhos, queimou vivas nada menos que 150 pessoas! Consta que ao menos em duas oportunidades (da viúva Boffgen e do Alcaide de Rheinbach), o juiz se apoderou de todos os bens dos condenados à fogueira (o Alcaide de Rheinbach era seu inimigo político. . .).(9)

Em Bamberga, sob a administração de um bispo protestante, queimou-se 600 pessoas. Na Genebra protestante, foram queimadas 500 pessoas no ano 1515. (10)

Se os protestantes do passado nenhum valor davam a essas muitíssimas vidas ceifadas no fogo, muito menos valor dão os protestantes de hoje, que por ignorância, orgulho ou omissão, se escusam de um simples pedido de perdão, para não ter que admitir as iniqüidades que falaciosamente atribuem aos outros.

A técnica, é a mesma do gatuno que bate uma carteira e grita: “pega ladrão!!!” Baseados no grito do gatuno, as mal informadas e ou mal intencionadas editoras de livros didáticos, a imprensa e a mídia fazem o resto do trabalho sujo. Tudo contribui para a perdição do que não busca conhecer a verdade.

Dizia Marcus Moreira Lassance Pimenta: “Ao ignorante, basta uma mentira bem contada para que a tenha como verdade. E ao sábio, não há mentira que o impeça de buscar a verdade”.

Bibliografia:

1. Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM.

2. Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3.

3. Daniel-Rops, História da Igreja de Cristo, vol. III, A Igreja das Catedrais e das “Cruzadas”, Quadrante, pp. 605-606.

4.. VEIT, Valentim, História Universal, Livraria Martins Editoras, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249.

5. http://www.adventistas.com/marco2003/miguel_servetus.htm

6. Benedict Carpzov, Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Tres

Partes Divisão, Wittenberg, 1635.

7. Nichólas Romy, Daemonolatriae Libri Tres, Lião, 1595; Colônia, 1596; Frankfurt, 1597.

8. Johan Christopher Froehlich von Froehlichsberg, De sorcelleria, Innsbruck, 1696;
tradução: Animismes, Paris, Orent, 1964, pp. 62ss.

9. Cf.. Jacques Finné, Erotismo et sorcellerie, Verviers (Bélgica), Gerard, 1972; tradução de Charles Marie Antoine Bouéry, Erotismo e feitiçaria, São Paulo, Mundo Musical, 1973, p. 41.

10. W. Bommbeg, The mind of man: the history of man’s conquest of mental illness, 2ª ed., Nova Yorque, Harpel, 1959; tradução: La mente del hombre, Buenos Aires, 1940.

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A SEVERIDADE DOS TRIBUNAIS PROTESTANTES
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Foram terríveis os genocídios causados pelos protestantes na Alemanha. A então Alemanha estava dividida em mais de trezentas circunscrições, cada uma delas com seu próprio Supremo Tribunal civil e seu Direito particular. A perseguição às bruxas e a severidade dos castigos, dependiam geralmente dos respectivos senhores de cada região, que governavam com muita independência e poder quase absoluto.

Dentro de cada região, havia oscilações pendulares inclusive extremas, segundo os critérios subjetivos do mesmo senhor e segundo os conceitos das diversas sucessões no poder através dos anos e dos séculos. Daí a dificuldade em se calcular o número de pessoas condenadas à fogueira e à forca na Alemanha. Mas, das crônicas e processos regionais que chegaram até nós, cabe deduzir, que as vítimas se contaram por milhares. Gardner calcula 9 milhões(1). Morrow simplesmente diz que foram milhões (2).

W. A. Schoeder, contemporâneo aos fatos, anotou que nas localidades de Bamberg e Zeil, entre 1625 e 1630, (cinco anos) se realizaram nada menos que 900 processos de bruxaria. Deles (numa exceção), 236 terminaram com condenação à morte na fogueira. Só num ano, 1617, em Wurzburgo, foram queimadas 300 bruxas (3); em total nesta região, as atas apresentam l.200 condenações à morte (4).

Em 20 anos, de 1615 à 1635, em Estrasburgo, houve 5.000 queimas de bruxas (5).

Em cidades pequenas como a imperial Offenburg, que só tinha entre dois e três mil habitantes, se desenvolveram acérrimas perseguições às bruxas durante três decênios, e em só dois anos, segundo as atas,foram queimadas 79 pessoas (6).

Segundo o VERITY MURPHY em 16/6/2004, da BBC de Londres, o novo e mais completo relatório da inquisição, indica que, no auge da Inquisição, a Alemanha protestante matou mais bruxas e bruxos que em qualquer outro lugar.

Na Suíça, quando protestante, os casos de condenação de bruxas descritos nas crônicas conservadas, chegam a 5.417 (7). Nos Alpes Austríacos, as mortes chegaram ao menos a 5.000 (8).

Era absolutamente falsa a afirmação de muitos autores protestantes ingleses, de que a Inglaterra foi uma exceção dentro da bruxomania geral.

Segundo Ewen, (9), que cita documentos oficiais, o número de condenados à pena de morte por bruxaria, na Inglaterra protestante, exatamente de 1541 a 1736, teria sido menos de mil.As condenações à morte teriam sido menos de 30% das acusações. Mesmo assim, o comportamento inglês não fugiu ao ditado de que não há regras sem exceções.

Na Inglaterra destacava-se o protestante Mathew Hopkins que se autodenominava "descobridor geral de bruxas". Parece que era um sádico encoberto. Quando encontrava uma mulher que excitava seus instintos sexuais anormais, obrigava-a a despir-se na sua presença e começava a fincar com uma agulha, as diversas partes do corpo dela (assim se procuravam áreas insensíveis, o que seria sinal de possessão demoníaca).

Mas... ele mesmo diante de outros protestantes, foi acusado de possuir estranhos poderes. Submetido às provas de bruxaria que empregara, foi condenado e morto (10).

Na Inglaterra não era necessário aplicar torturas — às vezes se deram! — porque a condenação freqüentemente era sentenciada sem necessidade de confissão por parte do acusado (11).

Em 1562 a rainha Elizabeth, e a versão definitiva do Witch Act ou “lei contra os bruxos”, de Jacques I em 1604, condenavam à morte a pessoa que tivesse feito qualquer malefício pretendendo acabar com a vida ou danar o corpo de alguém. Mesmo que não se percebesse efeito nenhum do malefício! Esta lei se manteve em vigor na Constituição até 1736.

Os protestantes do Reino Unido foram lentos. Na Inglaterra do século XVII, na área da interpretação dos fenômenos misteriosos ainda grassava a superstição demonológica, e houve várias condenações. O último juízo por bruxaria foi já entrado o século XVIII, em 1717, (12). E ainda demorariam mais vinte anos para abolir o estatuto inglês contra as bruxas, em 1736 (13).

A última morte por condenação como bruxa, na Escócia, foi em 1738. Na Irlanda, a lei contra bruxaria não foi abolida até 1821!

Em 1863, segunda metade do século XIX!, o povo inglês ainda linchou um velho por considerá-lo bruxo.

As perseguições protestantes atravessaram o Atlântico, e chegaram aos EUA. O primeiro corpo de estatutos — The Body of Liberties — que houve em Massachusetts, é de 1641 (14). Nele se diz: "Se algum homem ou mulher é bruxo que manifesta ou consulta um espírito familiar(?), será enviado à morte" (15).

A revisão de 1649 reiterava a mesma lei com pena capital (16). De sua vigência é um exemplo famoso, “o processo das bruxas de Salem,” em 1692. Como resquício, ainda hoje em alguns estados americanos, a pena de morte é vista com naturalidade, aos condenados gravemente pela justiça. Mudaram apenas os réus e a forma de exterminar.

O pânico da população perante as bruxas e a ira contra elas, refletem-se no caso de Ann Hibbins. Parece que foi acusada por motivos meramente socioeconômicos. Era irmã de um rico comerciante e antigo assistente da colônia, Richard Beilingham, que fora governador da Baía de Massachusetts. O júri a condenou. Os juizes não aceitaram o veredicto. O caso foi levado à Corte Geral. Foi fácil incitar a opinião pública. Tanto pressionaram a Corte que Ann Hibbins foi condenada à morte (17).

ATÉ CRIANÇAS ERAM QUEIMADAS PELOS PROTESTANTES

No ano 1670, na Suécia, houve um processo deplorável: Como conseqüência das declarações, arrancadas pelas interrogações feitas pelos teólogos protestantes, foram queimadas 70 mulheres, açoitadas mais 56, queimadas 15 crianças que já tinham chegado aos 16 anos e outras 40 foram açoitadas (18).

Na Alemanha protestante, o poder civil condenou Anna Maria Schwugelin. Foi decapitada como bruxa em 1759.

No dia 18 de junho de 1782, o governo protestante ainda decapitou uma bruxa na Suíça (19).

Agora os protestantes têem aqui reunidos, grande parte dos números de mortes, nomes e documentos, para a própria cruel “inquisição” de seus tribunais, que tanto omitem. E isso não é tudo.

Atacado por um diabólico ódio racial, Lutero antes de sua morte, lançou o panfleto “Contra os judeus e as suas mentiras.” onde pregava aos alemães, toda sorte de desumanidade contra os judeus, culminando no holocausto nazista. Esta obra, está reproduzida na “História do anti-semitismo”, de Leon Poliakov.

Dia 6 de maio de 1527, quando saquearam Roma, cerca de quarenta mil homens espalharam na Cidade Eterna o terror, a violência e a morte. Eram seis mil espanhóis, quatorze mil italianos e vinte mil alemães, quase todos luteranos, esses últimos, indivíduos perversos, gananciosos, desprovidos de qualquer escrúpulo. Gritavam: ”Viva Lutero, nosso papa!!!” Ávidos, incansáveis na busca das riquezas, dos despojos do inimigo, os lanquenetes luteranos e os outros invasores assaltaram, estupraram, saquearam, incendiaram, trucidaram, arrebentaram as suas vítimas, jogaram crianças pelas janelas ou as esmagaram contra as paredes. Grande parte da população foi dizimada. Conforme disse Maurice Andrieux, esse ataque a Roma "superou em atrocidade todas as tragédias da História", até mesmo a destruição de Jerusalém e a tomada de Constantinopla.

Todo esse genocídio com requintes de crueldade, parece encontrar doce justificativa nas palavras de Lutero, pai do protestantismo do “somente a fé”:

“... Seja um pecador e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda...Se estamos aqui (neste mundo) devemos pecar...Pecado algum nos separará do Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia”. (Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521 (American Edition, Luther's Works, vol. 48, pp. 281-82, editado por H. Lehmann, Fortress, 1963).

Esta "fé", de Lutero, apesar de dirigida pela vontade, é um simples ato do intelecto. Apesar de necessária à salvação, não é suficiente. Tiago diz que até mesmo os demônios têm esta fé (Tg 2,19). É por este motivo que ele diz: "Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?" (Tg 2,24). Infelizmente, Lutero designou esta carta do Apóstolo de [i/"Carta de Palha". Ele não entendeu o que Tiago esta querendo dizer (sobre a fé de Abraão): "Vês como a fé cooperava com as suas obras e era completada por elas" (Tg 2,22). Sob o erro do pai do protestantismo, as seitas evangélicas ainda hoje, pregam que seus seguidores já estão “salvos”, só porque simplesmente “crêem” em Jesus. Se assim fosse, iriam encontrar Lúcifer no céu.

Bibliografia:

1. Gerald B. Gardner, Ursprung und Wirklichkeít der Hexen, Weilheim, 1965, pp. 30s.

2. F. Morrow, no prólogo e Montagne Summers, The history of wttchcraft and

demonology, 2a ed., Nova Iorque, 1956.

3. Citado por Merzbacher, Die Hexenprozesse in Franken, Munique, 1975, p. 43.

4. Kurt Baschwitz, Hexen und Hexenprozesse. Die Geschichte eines Massenwalms und Bekampfung, Munique, 1963; uso a tradução de Ana Grossman, Brujas y proceso de brujeria, Barcelona, Luiz de Caralt, 1968, p. 261.

5. Cf. Wilhelm Gottieb Soldan, Geschichte der Hexenprozesse aus der Quellen dargestellt, Stutgard, 1843; 2º edição revisasda: Soldan-Ludwig Julius Heppe, Geschichte der Hexenprozesse, 2 vols. Stuttgard, 1880; 3º edição revisada: Soldan –Heppe-Max Bauer, com o mesmo título, Munique, 1012, tomo I, p. 530.

6. Idem, Soldan –Heppe-Max Bauer, ibidem, p. 251.

7. Na tese doutoral de G. Bader, Die Hexenprozesse in der Schweiz, Zurique, 1945, p. 219.

8. Fritz Byloff, "Hexenglaube und Hexenverfolgung in der õsterreichischen Alpenlander" in Quellen zur deutschen Volkskunde, 1934, caderno 6, p. 159.

9. C. L. Ewen, Witccraft and demonianism, Londres, Muller, 1970; Witch hunting witch trial, Londres, 1062; Nova Iorque, Harper, 1971.t.

10. Ramiro A. Calle, La magia negra y el ocultismo (técnicas para el conocimento de si mismo y de los demás), Barcelona, Cedel, 1968, p. 271s.

11. Cf. Ronald Seth, Children against witches, Londres, Robert Hale, 1969, p. 14; Davies, Four centuries…, op. cit.

12. Mair, La brujería..., op. cif, p. 216.

13. Fox, Science..., op. cit., p. 25; sobre a Bruxaria na Inglaterra, Peter Haining, A circie of witches - An anthology of victorian witchcraft stories, Londres, Robert Hale, 1971; idem, The anatomy o f witchcraft, Londres, Souvenir, 1972; tradução de René Cárdenas Barrios, La anatomia de Ia brujería, México, Diana, 1976.

14. The body of liberties é reproduzido por William Witmore (ed.), The Colonial Laws of Massachusetts. Reprinted from the edition of 1660, with suplements to 1672. Containing also the Body of Liberties of 1641, Boston, City Council, 1889.

15. Ibidem, Liberty, 94, Capital Lawa, p. 55.

16. Cf. Winfield S. Nevins, Witchcraft in Salem Village in 1692, Salem-Massachusetts, Salem-Press, 1916, pp. 29s.

17. Thomas Hutchinson, History of the Colony of Massachusetts Bay, Londres, Thomas and John Fleet, 1764, p. 187; William F. Poole, "Witchcraft in Boston" in Justin Windsor (ed.), Memorial history of Boston, Boston, Tickner, 1881, tomo 2, p. 130.

18. B. Bekker, De betoverde wereld, Amsterdã, p. 576-587; trad.: Le monde enchaté, 6 vols. Paris, 1964.

19. Mair, La brujería..., op. cif, p. 216.

Título Original: A INQUISIÇÃO PROTESTANTE


Site: A Inquisição Protestante
Editado por Henrique Guilhon

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Diante da Virgem Maria, o Demônio estremece!



Danilo Gesualdo

A Virgem Maria é ajuda certa contra o Demônio

A verdade é que o Demônio estremece diante da presença da Virgem Maria! Ela o venceu sempre, e sempre o superou na virtudes que lhe são opostas, principalmente na questão da Obediencia e Humildade!

Nos Exorcismos, assim como nas Orações de Libertações ja foi atestada a sua eficácia e a incapacidade do Demônio de fazer algo quando a Virgem Maria é invocada.

E quando invocada ela sempre se faz presente, nunca devemos duvidar da presença desta terna Mãe!

Abaixo, deixo um testemunho incrível do poder e da presença da Virgem Maria diante de um Exorcismo, na qual Padre Francesco Bamonte testemunha…E o Demônio, certamente obrigado por uma ordem Divina, acaba por confessar tamanha grandeza da Virgem Maria…

Certo dia, um Exorcista estava a exorcizar um possesso, e começou a louvar a Virgem Maria…Enquanto o Exorcista ia louvando a Virgem Maria, o Demônio, certamente incomodado com o louvor lhe disse:
– “Ela é a única que está em toda parte, ela me mata, me matou sempre, sempre me matou, bota os pés em minha cabeça; o seu maldito véu me estrangula toda vez, nenhum de nós resiste.“

E o sacerdote por ver aquela reação do Demônio agradeceu ainda mais a Virgem Maria e com uma Oração se consagrou ao Imaculado Coração de Maria…Foi quando o Demônio furioso, imediatamente rebateu:
-“Deixa para lá esse Coração: cravamos uma espada e não morreu, crucificamos-lhe o Filho e não morreu: tomou [para si] outros filhos!”

Assim é a Virgem Maria, mulher das dores e mulher do Amor! Ela acolhe a mim e a você, em tudo aquilo que vivemos! Não importa o que você esta passando hoje, seja uma dificuldade na sua família, seja infidelidades devido aos seus pecados, seja incertezas em sua vida sentimental, doenças…Não importa; onde ela é invocada ela se faz presente!



Por isso convido a você neste dia a se consagrar também ao Imaculado Coração de Maria, para ai ser guardado de todo o Mal, e ser fortalecido em meio às lutas do dia a dia…

Oremos:

Santíssima Virgem Maria, em teu Imaculado Coração quero entregar e consagrar tudo o que eu tenho e sou! Te consagrar a minha familia, a minha casa, o meu trabalho e tudo aquilo que hoje eu vou realizar!

Guarda – me no teu Coração Imaculado, e que eu seja livre das ciladas do Demônio, que eu seja livre do Pecado e de todo e qualquer mal que queira me atingir!

Me coloco hoje sob a Vossa proteção e interecessao, e creio que a Senhora nunca irá me desamparar!
Dai -me a graça de ser cada vez mais fiel ao seu Filho Jesus, e que por meio da Vossa poderosa intercessão, seja eu também Batizado no Espírito Santo! Amém.

Deus abençoe você!


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Site: Blog Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

domingo, 24 de abril de 2016

A alegria de ser um ressuscitado testemunhada por jovens



Padre Edimilson Lopes. Foto: Arquivo CN




Padre Edimilson Lopes

Na manhã de domingo, no Acampamento Jovens Sarados, padre Edimilson Lopes apresentou aos participantes do encontro o testemunho de cinco jovens que fazer parte do Grupo Jovens Sarados em diferentes cidades.

O primeiro a testemunhar foi Ricardo, da missão de Santo André (SP).

“Meu nome é Ricardo, tenho 30 anos e uma filha de seis anos. Estou no Jovens Sarados há pouco mais de cinco anos. Sou muito feliz, mas não fui sempre assim.

Aos 17 anos, comecei um estágio numa empresa e fui registrado para permanecer como funcionário. Para comemorar essa efetivação, bebi pela primeira vez. Tomei um porre de vinho e gostei. Maldito esse primeiro porre, porque fiquei sete anos bebendo. No início, apenas aos fins de semana; depois comecei a levar isso para os dias da semana também. Quando percebi, já não bastava mais guardar dinheiro para comer, eu precisava também beber nos lugares que frequentava.

Aos 20 anos, tive depressão. Na primeira crise, não conseguia levantar da cama. Neste momento, procurei uma junta médica e, por indicação da minha irmã, procurei também um grupo de oração. Lá, fiz minha primeira experiência com Deus. Ele tirou a depressão de mim, mas eu continuava na balada nos fins de semana. Com os amigos da empresa onde eu ainda trabalhava, conheci uma casa de prostituição. Quando não tinha dinheiro para ir lá, precisava me masturbar duas vezes antes de dormir. Não demorou muito, veio a recaída na depressão. Eu tomava remédios durante a semana, mas, no fim de semana, parava a medicação para beber. Permaneci dessa forma por mais sete anos.

Por causa da bebida, quebrei um dedo quando estava bêbado e perdi dois carros, perda total! Minha filha foi concebida dentro de uma balada. Até que, no carnaval de 2011, eu tive um convite para participar de um encontro dos Jovens Sarados. Um Maranatha de quatro dias em São Roque (SP).

Para minha surpresa, no primeiro dia, tive um impacto com Deus, que abriu o meu coração para os outros quatro dias de encontro. Eu chegava no quarto e via jovens ajoelhados e rezando o terço, então, pensava: isso não é coisa pra velho? Eu não conhecia nada daquela vida em Deus. Naqueles dias, o que mais me achou à atenção foram as pessoas de sorriso fácil.

Eu vivia de um jeito errado, porque não sabia que existiam jovens com uma vida diferente. Quando comecei a participar dos Jovens Sarados, minha felicidade começou a ser proporcional à minha entrega a Deus. Quanto mais eu me entregava, mais feliz eu era; quanto mais eu me entregava, mais livre eu me sentia.

Aquele rapaz que tinha depressão, agora estudava, tinha uma bolsa na faculdade, era pai e coordenador no grupo Jovens Sarados.

Depois de três anos, tive uma recaída na depressão, talvez por exceder meus limites físicos. Com uma vida já em Deus, eu me perguntava por que daquilo. Então, comecei a trilhar um caminho de autoconhecimento, uma vida mais fecunda na Palavra de Deus, na Eucaristia. Há um ano, tive alta dos médicos. Hoje, posso dizer que tenho provado um pouco do que Paulo disse aos Gálatas: “Não sou que vivo, mas é Cristo que vive em mim” por meio da Palavra, da Eucaristia.

A segunda jovem a dar seu testemunho foi Jéssica, de São Sebastião do Paraíso (MG).

Minha história com os Jovens Sarados começou em 2012, quando eu vivia uma “vida morta”, eu era “Lázaro” dentro do túmulo, porque eu era a dona da minha vida. Fiz faculdade, era uma boa profissional, vivia sozinha, morava fora da casa dos meus pais, tinha os relacionamentos que queria, ia às festas que queria, mas a felicidade não estava em minhas mãos.

Eu perguntava ao Senhor se deveria ir para a direita ou para a esquerda, mas nunca Lhe dei as rédeas da minha vida. Fui, então, a um encontro Jovens Sarados, mas confesso que não entendi nada daquilo.

Em junho de 2012, meu pai adoeceu e eu percebi que não era tão senhora da minha vida. Aos 42, ele faleceu. Esse não foi o motivo da minha dor, mas da minha redenção.

Após meu pai falecer, eu voltei para casa da minha mãe e cuidei das coisas que meu pai nos deixou. Nessa época, o Grupo Jovens Sarados começou na minha cidade. Lá, Deus me disse que eu continuava filha d’Ele, apesar dos desafios. No grupo, eu fui acolhida.

Hoje, minha maior graça é chegar diante do Santíssimo e perguntar a Deus: “Qual a direção da minha vida?”.


Padre Edimilson Lopes convida cinco Jovens Sarados para testemunhar no palco do Centro de Evangelização da Canção Nova. Foto: Arquivo CN

Estéfano, também Jovem Sarado, começou sua história com o grupo em 2008.

Meu irmão e eu não tivemos uma vida desregrada, pois tínhamos uma educação rígida em casa. No tempo de adolescente, nossa diversão era curtir vídeo-game, ir a estádios de futebol. Já tínhamos conhecimento de grupos de jovens e sonhávamos com um grupo radical. Mas, afastado da Igreja, eu me descontrolei na sexualidade, por causa da masturbação. No entanto, quando você tem amigos de verdade, eles não o abandonam.

Quando você se afasta da Igreja, mas tem amigos que ainda a frequentam, você os acha chatos, porque só falam sobre esses assuntos. A Aline e o Gilberto, meus amigos, insistiam muito para que meu irmão e eu fôssemos ao grupo de oração. Em janeiro de 2009, como havíamos prometido a eles, fomos a um carnaval sarado.

Lá, Deus começou a agir na minha vida e vi que meus amigos não haviam me abandonado, mas eu que havia me afastado deles. Aquele carnaval foi uma transformação, um impacto em minha vida; e o que mais me chamou à atenção foi a acolhida do padre, porque eu não me achava digno de estar próximo de Deus.

Depois daquele retiro, minha vida mudou. O que eu sempre havia buscado, um grupo radical, eu havia encontrado. Lembro-me de que, em 11 de julho de 2009, comecei a fazer parte o grupo de jovens sarados.

Hoje, sou noivo, de casamento marcado, um sonho que havia perdido. Sou um ressuscitado. Deus transformou minha vida.

Raimunda, uma mãe que faz parte do grupo Jovem Sarados de São Bernardo (SP), é conhecida por todos como “tia pretinha”.

Tenho dois filhos e vou contar como foi minha missão. Eu era nordestina arretada, cervejeira e forrozeira, não levava desaforo pra casa. Tudo para mim e para meu marido era motivo de churrasco, cerveja e forró.

Meus filhos, que já faziam parte do grupo Jovens Sarados, receberam em casa o padre Edimilson. Ele ia ficar hospedado na minha casa, mas, naquela noite, como de costume, eu tinha um churrasco para ir. Disse ao meu filho “a visita é sua” é saí; na verdade, não acreditei muito que um padre da Canção Nova fosse à minha casa. Mas deixei um bolo pronto para recebê-lo. Fui par a festa. Eu pensava que a cura da tristeza era a cerveja e o churrasco.

Quando voltei para casa, já tarde da noite, encontrei alguns jovens e o padre na minha sala. Ao ver a alegria daqueles jovens, tive uma crise de choro. No outro dia, levantei cedo, arrumei a mesa do café da manhã para o padre e dei de cara com ele na minha cozinha, sorrindo pra mim. Chamei uma sobrinha para ajudar a fazer o almoço para eles.

Quando me sentei, ainda pela manhã, junto daqueles jovens, eu chorei muito. Depois daquilo, comecei a querer parar de beber. Um dia, fui chamada para ajudar a fazer a comida para um encontro de jovens. Lá, fui aprendendo a amar o grupo, a amar a missão. Aprendi a acolher os jovens, a dar a eles palavras de amor. Isso tudo eu aprendi por meio dos meus filhos, que nunca se esqueceram de mim nas orações.

Hoje, tenho orgulho de ser mãe sarada, tive a coragem de me decidir por Deus, de renunciar à cerveja e ao forró para ser de Deus. Pai, mãe, quantas vezes seus filhos não murmuram, porque vocês ficam reclamando do horário na igreja, do horário da Missa! Mas isso não é motivo para vocês desistirem de Deus. Eu ofereci minha casa, meu casamento ao Senhor. Deus está em primeiro lugar na minha vida!

Você, jovem, que fica procurando desculpa para não ir ao grupo, você é um fraco! Você, mãe, que fica preocupada com os bandidos, por causa dos horários que seu filho vai à igreja, mas não se importa de ele ir a uma balada, não se preocupe, porque, quando eles estão na igreja, Deus toma conta deles.

O último jovem sarado a deixam seu testemunho de vida foi João Pedro, de Belo Horizonte MG).

Quando eu tinha 5 anos de idade, meu pai saiu de casa dizendo que ia trabalhar, mas não voltou. Dias depois, chegou uma carta dele em casa, dizendo que tinha ido morar nos Estados Unidos. Foi um abandono.

Eu cresci com a falta do meu pai e também da minha mãe, porque ela precisou se dedicar a manter a casa sozinha, cuidar das coisas materiais. Por causa disso, fui buscar no mundo o que não tinha em casa, que era amor. Procurei nas mulheres, na vida desregrada, o amor que eu não tinha em casa. Acreditei que seria feliz se me entregasse aos prazeres do mundo. Queria ser feliz, mas não sabia onde estava a felicidade verdadeira. Por causa do pecado, adquiri o vício da mentira. Eu não só falava mentira, como eu era a mentira. Não sabia que o amor que buscava estava em Deus.

Um dia, na Santa Missa, o Senhor me encontrou. Naquele dia, experimentei um amor tão grande, tão forte, que me fez entender que eu não merecia migalhas, porque o Senhor tinha algo muito maior para minha vida.

A partir desse dia, minha vida começou a mudar e fui deixando todo fardo que me impedia de ser feliz. A partir daí, Deus me deu a graça de conhecer a pessoa mais lida e doce que já conheci, a Gabi. Ela me levou para Deus, nós conhecemos a Canção Nova e fizemos uma experiência de oração. Um ano depois, o Senhor nos deu uma resposta, que existia uma geração de jovens sarados.

Em 2014, quando chegamos na Canção Nova, conhecemos essa galera louca por Deus. Foi quando iniciamos essa alegria de ser sarados. Posso dizer que sou apaixonado pelos Jovens Sarados! Eu quero ser fiel, instrumento, um jovem ressuscitado para ressuscitar.

Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso

Adquira esta palestra pelo telefone: (12) 3186 – 2600




Padre Edimilson Lopes

Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Título Original: Jovens Sarados testemunham a alegria de ser um ressuscitado


Site: Eventos Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 21 de abril de 2016

A oração - Arma espiritual poderosíssima e que todos podem alcançar

Web

Luzia Santiago

Cada dia é uma nova oportunidade para estreitar o nosso relacionamento com Deus, e com confiança regar tudo com a oração.

A oração é uma arma espiritual poderosíssima em todas as situações, e que todos podem alcançar. Com ela professamos a nossa fé, louvamos, adoramos, nos penitenciamos, e confiamos.

No Livro de Daniel temos a oração penitencial de Azarias, que de pé, começa a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, ele disse ‘Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar…

Tu faças que nós te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor’ Dn 3, 25-36; 40b-43.

O orante reconhece suas cuplas, tem consciência que merece o castigo, mas confia na grandeza e na misericórdia de Deus que sempre está pronto a perdoar e resgatar os seus fiéis.

Vamos agora a Deus com a nossa oração, sem restrições, do nosso jeito falemos a ele. Seja em pé, sentado, de joelhos, deitado, alegres ou tristes, de alma e coração transparentes manifestemos.

Mesmo que em nós faltem as palavras tenha compaixão de nós Senhor!

Sabemos que falhamos, dai-nos arrependimento dos nossos pecados, perdoa-nos Senhor! Levanta-nos! Salva-nos! Vossa verdade nos oriente e nos conduza, porque sois o Deus da nossa salvação.

Vinde, Senhor Jesus!

Título Original: A oração é uma arma espiritual poderosíssima


Foto: Web

Site: Luzia Santiago
Editado por Henrique Guilhon

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O mal daqueles que criticam a Inquisição é o de falhar pelo contexto histórico

Ritual de Investidura de um Cavaleiro - Séc. XII

O Fiel Católico


Por Conde Loppeux de la Villanueva

Alguns evangélicos detestaram minhas explanações em um artigo que publiquei sobre os “pecados” históricos e teológicos do protestantismo (veja aqui). Meu amigo Julio Severo, blogueiro de confissão protestante e militante cristão pró-vida, postou uma resposta em sua página, que é cheia de equívocos históricos. Na verdade, suas declarações apenas revelaram aquilo que critiquei no imaginário protestante. A ideia errônea de uma Igreja Católica irremediavelmente corrupta e de uma “Reforma” moralizadora e salvadora da Cristandade. Até o dado momento, não vi nenhuma refutação realmente convincente.

O protestantismo do século XVI ameaçou destruir todas as bases culturais e históricas do Catolicismo na Europa. Em nome dos erros da Sola Scriptura e de outras idiossincrasias teológicas, queria apagar da memória cerca de quase mil e quinhentos anos de Cristianismo. Ou, na melhor das hipóteses, reescrever essa tradição e essa história conforme as conveniências de cada seita ou grupo político apologista do cisma reformado. De fato, esse apagão cultural ocorreu dentro da cultura protestante. Monarcas como Henrique VIII saquearam os mosteiros e templos católicos, expulsando ou executando monges e padres e obrigando toda a uma população a aderir à sua nascente igreja particular. Na Alemanha foi até pior. Igrejas foram queimadas, obras de arte foram destruídas e os católicos foram obrigados à conversão forçada ou assassinados. A Alemanha foi um verdadeiro palco de guerra civil e religiosa.

Até aqui falei de história. De fatos. Como católico, naturalmente que sempre me chamou a atenção essa lendária calúnia contra a Igreja Católica. O peso histórico dessas calúnias foi tão estrondoso que fez até o Papa João Paulo II declarar um mea-culpa inconveniente, já que o fez baseado em uma perspectiva enviesada. O Santo Padre pediu desculpas por boa fé. Porém, suas declarações acabam por legitimar meias verdades históricas. Os católicos da atualidade são bombardeados por um nível tal de estigma social, que ficam simplesmente desarmados e sem resposta, por ignorância.

Voltemos aos protestantes. Obviamente que a Igreja do século XVI não era exemplar. Estava acometida pelas corruptas famílias nobres da Itália e também era alvo de disputas pelos poderes seculares da Europa. A depravação do clero era algo que não poderia ser ignorado. Contudo, o problema central é vender a ideia de que o protestantismo significava uma oposição a isso. Eis a questão. O protestantismo representou a mais completa rebelião do poder secular contra o poder espiritual. Na verdade, a Reforma não foi uma mera consequência da corrupção da Igreja Católica. A rebelião protestante é parte e consequência dessa corrupção. A decadência do clero católico apenas serviu de pretexto.

Muitos ficaram ofendidos quando associei o protestantismo ao catarismo, heresia gnóstica do século XII, em Albi, na França e demais regiões da Itália e no norte da Espanha. Pois bem, se atentarmos aos anabatistas e aos rebeldes fanáticos luteranos de Thomas Müntzer ou mesmo da tirania religiosa de Münster, houve aberrações horripilantes de seitas milenaristas que pregavam a destruição da ordem vigente e a instituição de utopias sociais. Em muitos aspectos lembram as utopias totalitárias do século XX.

Friedrich Engels escreveu um artigo sobre a Reforma, onde fazia a objeção dialética entre Lutero e Müntzer. O primeiro, embora rebelado contra Roma, representava a situação encabeçada pelos príncipes protestantes alemães. Müntzer seria uma espécie de “teólogo da libertação” ou da “Missão Integral” do século XVI. Pregava a abolição da propriedade, a rejeição á autoridade e o estabelecimento de um regime comunista de bens. Insuflou uma violenta rebelião camponesa, que foi esmagada com incrível crueldade.

Entretanto, há um erro na análise de Engels, preso aos esquemas mentais do materialismo histórico. Lutero também era revolucionário. A diferença é que não era totalmente um utopista. Há quem diga que o monge agostiniano foi o pai do nacionalismo alemão. De fato, ele significou a ruptura da ordem internacional cristã da Idade Média, para o surgimento dos Estados nacionais e do absolutismo monárquico. Naturalmente que Lutero não foi o único gerador do processo. Outros fatos coexistiram com ele. Todavia, sua doutrina política deu força suficiente para que os príncipes rebeldes da Europa usassem as armas teológicas contra a Igreja Católica.

Pensemos aqui numa outra hipótese: se o protestantismo conquistasse toda a Europa, incluso Portugal, Itália e Espanha e destruísse a fé católica, qual seria o futuro do Cristianismo? Com certeza o prejuízo seria terrível. A história cristã tradicional seria apagada para se impor uma nova e fictícia ordem religiosa, embasada em erros históricos e teológicos.

Qualquer igreja ou seita evangélica ou “reformada” praticamente reescreveu toda a história do mundo antigo e medieval, em particular, sobre as origens da Igreja cristã, riscando o legado católico do mapa. Embora as historietas sobre uma suposta “Idade das Trevas” tenha surgido na prepotência do humanismo renascentista europeu, a militância protestante absorveu profundamente esse mito e a entronizou na sua propaganda anticatólica. A tônica central da historiografia protestante já se tornou um padrão de pensamento: havia uma idealizada “Igreja primitiva” que guardava as Escrituras como se fosse uma espécie de código penal. Essa “igreja” foi corrompida quando o Imperador Constantino “criou” a Igreja Católica e destruiu a espiritualidade dos primeiros cristãos. E do final do Império Romano até a Reforma, a Igreja viveu seu período de trevas, paganismo, corrupção e tirania dos papas e do clero romano, “escondendo” a Bíblia do povo e contrapondo sua “tradição” humana às Escrituras. Lutero e Calvino vieram “salvar” a igreja verdadeira do engodo romano buscando a “palavra de Deus”. Qual católico ignorante não se converteria ao protestantismo depois dessa ladainha? A [hilária] historiografia apologética protestante encontrada em qualquer livro parte uma teologia errônea para sustentar uma falsa história.

Uma das mais significativas lendas negras da historiografia protestante é basicamente sobre a Inquisição. Criou-se toda uma sorte de desinformações a respeito dessa instituição abominada pela posteridade. A lenda nasce, em parte, por conta das guerras entre a Espanha católica e as nações “reformadas” da Holanda e Inglaterra. A Espanha era o país mais poderoso, rico e culturalmente sofisticado da Europa. Era um gigantesco império, que envolvia a América do Sul, central e do norte, parte da Itália, parte da atual Bélgica e Holanda, além de algumas regiões da Alemanha. E um verdadeiro bastião militar da fé católica da Contra-Reforma. Se os protestantes não conseguiam derrotar os tércios e as armadas dos Áustrias espanhóis, ou seja, Carlos V e Felipe II, eles seriam derrotados pela propaganda. Dito e feito.

Os supostos horrores atribuídos à inquisição, com suas torturas abomináveis e sadismo dos inquisidores, são mitos cada vez mais desmistificados por historiadores sérios. Na verdade, a inquisição foi a primeira instituição europeia a limitar o uso da tortura para fins de confissão. Recordemos que a tortura era um método comum do tribunal criminal secular. Segundo estudiosos como Henry Kamen, a tortura era raramente empregada e havia restrições para seu uso.

Vende-se a ideia comum de que a Inquisição Espanhola foi uma instituição que impunha o terror e o medo generalizados nas populações católicas e também protestantes e esterilizou a cultura ibérica. Nada mais falso. A sociedade espanhola aceitava a inquisição como instituição legítima e defensora da ortodoxia. Recordemos que o ápice da Inquisição espanhola foi também o auge da cultura espanhola, o Siglo de Oro, onde uma penca de escritores, moralistas, teólogos, juristas, místicos, poetas e músicos brilhou por todo o século de Felipe II.

A inquisição espanhola não era feita de fanáticos ensandecidos por sadismo e violência. Era formada por homens eruditos e juristas de Salamanca, gente educada e letrada. No inicio do século XVI, cardeais inquisidores como Ximenes eram humanistas e admiradores de livros como os de Erasmo de Roterdã. Até Torquemada, um dos mais duros inquisidores, embora não o pior, era um homem de letras.

Foi a inquisição espanhola, contrariando toda uma tendência histérica e delirante do direito criminal europeu, que decretou, no início do século XVII, a inexistência do crime de bruxaria. Para o Consejo de la General y Suprema Inquisición, órgão maior da instituição em Madrid, a bruxaria não passava de superstição, difícil de ser comprovada, estimulada por pessoas loucas ou problemáticas. A lógica inquisitorial era muito simples: como juristas, queriam provas. Como não havia provas, não haveria também como afirmá-las de sua existência. Ademais, é comum brandir o espantalho contra a bruxaria, ao citar oMalleus Maleficarum dos dominicanos Kraemer e Sprenger ou o Manual da Inquisição, de Nicolaus Eymerich. Contudo, a inquisição espanhola rejeitou esses livros e, inclusive, proibiu-os.

Esse é um dado importante, pois a historiografia protestante finge ignorar a existência de sua própria inquisição. A caça às bruxas no século XVII foi um fenômeno mais protestante do que católico. Milhares de mulheres “bruxas” foram queimadas na Alemanha, Suíça, Inglaterra, Suécia, Dinamarca e demais países “reformados”. Até hoje há seitas protestantes que vêem bruxas pra tudo quanto é lado.

Outra grande lenda que leio no blog de Julio Severo é a de que a inquisição matou milhares de pessoas em toda a Europa. Nem todos os países católicos tinham uma “inquisição”. Com exceção de Portugal, Espanha e algumas regiões da Itália, os procedimentos para os crimes de heresia pertenciam ao poder secular. Quanto mais se aprofunda a pesquisa sobre o assunto, descobre-se que o número de pessoas entregues ao braço secular pelo sistema inquisitorial foi ínfimo. Em Portugal, ao menos, segundo Anita Nowinski, foram cerca de 1700 pessoas em dois séculos, embora esses números sejam francamente exagerados. Na Espanha, acreditava-se que o máximo seria de 10000 a 20000 pessoas em quatro séculos. Hoje, há dados que diminuem ainda mais esses números. De acordo com o historiador Agostino Borromeo, junto com o Simpósio Internacional sobre a Inquisição, realizado no Vaticano, em 1998, de 1540 a 1700, apenas 800 pessoas foram entregues ao braço secular. Numa ordem de 44 mil processos, apenas 2% dos acusados foram executados. As mortes atribuídas à inquisição em séculos são menores do que uma tarde de verão de qualquer ditadura do século XX. São menores, inclusive, do que as perseguições praticadas pelos próprios protestantes.

É necessário observar um mero detalhe: o mal daqueles que criticam a Inquisição é o de falhar pelo contexto histórico. Os valores religiosos tinham uma importância crucial, tanto nas sociedades católicas, como nas protestantes. A heresia, como a dissidência religiosa, era considerada uma grave ameaça à ordem social. O conceito de “liberdade religiosa” era completamente estranho ao homem europeu do século XVI. Nem Lutero e Calvino pregavam essa ideia. O “livre exame” era “livre” dentro dos preceitos protestantes. Cada religião tinha sua forma de manutenção da ordem social. Era um fator de unidade e de identidade e de preservação da ordem.

Julio Severo fala da perseguição da Inquisição aos judeus como se fosse uma realidade, quando na prática, ficou restrita a um caso particular em Portugal e Espanha. Cabe acrescentar que a inquisição não tinha jurisdição sobre os judeus. Nos Estados papais italianos havia uma comunidade judaica onde os judeus poderiam viver sua religião sem serem incomodados. Na República de Veneza era a mesma coisa. E por quê? Pelo simples fato de que a Inquisição só julgava pessoas batizadas no catolicismo. Os judeus espanhóis e portugueses julgados pela Inquisição tinham batismo católico e eram considerados como tais. O batismo implicava a aceitação das regras, valores e preceitos religiosos da comunidade católica. Era a partir dessas leis que os heréticos ou apóstatas eram inquiridos pelo tribunal eclesiástico.

Julio Severo também diz que a punição contra a dissidência religiosa é algo que contraria o Evangelho. De fato, no Evangelho não há prescrições impositivas contra dissidentes religiosos. Todavia, no Antigo Testamento, o que não faltam são prescrições contra blasfêmias ou práticas pagãs entre os judeus, cuja pena era a morte. Aliás, recordemos que os judeus da Diáspora viviam essas regras severas. Na “tolerante” Holanda protestante do século XVII, a comunidade judaica excomungou Uriel da Costa e Baruch de Spinoza, acusados de ateísmo. Os argumentos protestantes para queimar bruxar na Europa também se embasavam na interpretação literal do Antigo Testamento.

É verdade que a Inquisição católica cometeu muitas injustiças. Todavia, os “heterodoxos”, nas palavras do historiador espanhol Menéndez y Pelayo, não eram totalmente sacrossantos. Muitas heresias catalogadas na Espanha do século XVI, XVII e XVIII eram manifestações de loucuras coletivas que seriam punidas por qualquer sistema penal vigente. A onda de “dejados”, “alumbrados” outros tipos lunáticos que insuflavam uma massa fanatizada pelas palavras do louco herético, causava uma comoção social e uma desordem tal, que poderiam romper os laços de paz social. A extrema ferocidade com que a Espanha combateu a heresia protestante evitou que o país entrasse no campo da guerra civil européia, por conta das dissidências religiosas.

Aliás, um fator interessante dos tribunais protestantes é a sua interpretação literal e sectária da Bíblia, tornando sociedades e reinos em verdadeiras tiranias teocráticas. Com exceção da Inglaterra e Holanda, a linha do legalismo bíblico ganhou ares sectários de lei. Genebra foi um exemplo clássico disso. Por essa razão é que os tribunais protestantes foram tão impiedosos. A carência de distinção entre o secular e o religioso tornava o Estado implacável. A inquisição católica parece branda perto das perseguições protestantes. E lembremos que essas perseguições não se limitavam aos católicos. Protestantes também perseguiam protestantes. Anglicanos, luteranos, puritanos, anabatistas e outros se matavam entre si.

Os Estados Unidos, tão idolatrados por Julio Severo, nasceram da perseguição religiosa protestante contra outra seita protestante. E neste ponto, o meu amigo evangélico sustenta outro mito, que já tinha identificado no texto anterior: a supremacia do protestantismo como sociedade política, em detrimento da sociedade católica. Ele cria uma fantasiosa relação de tolerância entre calvinistas holandeses no nordeste do Brasil no século XVII (...).

Se o mito da prosperidade soa bonito na propaganda protestante, o mesmo se fala dos holandeses, em detrimento dos portugueses. É bem verdade que Mauricio de Nassau era um homem pragmático e um grande político patrocinador das artes e da cultura. Todavia, esse reino de “tolerância” não escondia o radicalismo dos calvinistas holandeses, que odiavam profundamente os católicos ibéricos, inclusos os brasileiros. A coexistência pacífica, aparentemente realista, não escamoteava o desprezo mútuo entre calvinistas, católicos e judeus. Ademais, Julio Severo faz uma confusão entre “liberdade religiosa” e “tolerância religiosa”. Os calvinistas holandeses poderiam tolerar a diferença religiosa, mas não a dissidência interna. Bastou que a Companhia das Índias Ocidentais pressionasse os senhores de engenho através de dívidas impagáveis, para que os católicos se reunissem em armas a expulsar os holandeses.

Ademais, Julio Severo se engana ao crer que a primeira tradução da Bíblia em português é do calvinista João Ferreira de Almeida. Talvez seja a mais famosa e aprofundada, mas a tradução da Bíblia para o português já existia desde o século XIII, na época do Rei Dom Dinis e dos monges do mosteiro de Alcobaça. A relativa desconfiança da Igreja com relação à tradução da Bíblia em vernáculo tinha menos a ver com elementos conspiratórios do que de evitar a disseminação de heresias e interpretações errôneas dos textos bíblicos.

Julio Severo interpreta erroneamente a história e acaba por idealizar algo irreal: “O Nordeste do Brasil muito perdeu por amor à Inquisição católica. Perdeu uma cultura de tolerância e respeito e ficou com uma cultura de trevas, inquisição e morte”.

A Inquisição Católica teve pouca relevância no Brasil. Julio Severo cria uma falsa associação entre Igreja e Inquisição, como se fossem elementos essenciais e institucionais. Há outro problema: por que os católicos ibéricos da América aceitariam se sujeitar a políticos protestantes visivelmente hostis à sua religião e que só acataram a tolerância por questões de puro pragmatismo? É preciso recordar os massacres praticados por holandeses contra os católicos no Brasil, em particular, os de Uriaçu e Cunhaú, em 1645. É preciso também recordar que os holandeses tomaram o nordeste através das armas. Eram inimigos de Portugal e da Igreja Católica.

Falou-se aqui em tolerância e prosperidade. Os países protestantes vendem a ideia de que são tolerantes em matéria de religião. É verdade que começaram a discutir sobre a “tolerância” no século XVII. Contudo, isso se deveu menos a uma mera liberalidade espiritual do que a uma solução civil e política para acabar com as matanças, guerras civis e hostilidades religiosas causadas por eles mesmos. A Inglaterra caiu numa guerra civil entre puritanos e anglicanos, entre o parlamento puritano e os anglicanos alinhados com o rei. A Alemanha foi o palco da guerra dos trinta anos. E a França, embora católica, caiu numa selvagem guerra civil no século XVI.

A discussão sobre a “tolerância”, embora mais antiga, ressurge deste contexto. Mas essa “tolerância” era também restrita. Na Inglaterra do século XVII, em particular, na Revolução Gloriosa, os protestantes se toleravam entre si, mas desprezavam os católicos e restringiam ao máximo suas liberdades civis e políticas. Na Irlanda, os ingleses tratavam os católicos como abaixo de animais. Alguém poderia afirmar que a aceitação de católicos nas instituições inglesas poderia ameaçar a volta do catolicismo como religião oficial. Mas a recíproca não era verdadeira nos países católicos com relação aos protestantes? Os protestantes também não queriam impor sua hegemonia e seu poder em detrimento dos católicos?

(...) Julio Severo omite outros dados: os rígidos valores protestantes, em particular, os calvinistas, criaram uma sociedade racista e discriminatória. Uma sociedade que discriminava católicos e outros tipos de povos considerados não-nórdicos ou não-protestantes. As toneladas de inverdades que a cultura protestante americana criou sobre a Igreja Católica são assustadoras. O nível de mentiras chega a ser patológico. São essas falsidades que se repetem à exaustão nas escolas dominicais de qualquer igreja protestante. O ódio a Igreja Católica é dos mais caros dogmas protestantes.

(...) Aliás, por que será que os protestantes estão escandalizados com minhas observações? Eles ganham espaço pelo mesmo imaginário faccioso que repetem dos católicos. O mito da Reforma protestante, o mito da inquisição, o mito do “atraso” católico, dentre outros, é pregado à exaustão como “verdades”, quando na prática são mistificações. Mistificações estas apenas confirmadas pelas palavras de meu querido amigo Julio Severo.

Eu fiz uma pergunta em meu texto onde respondi apenas superficialmente: o que seria dos protestantes sem os católicos? A negação radical da Tradição, dos legados da Igreja medieval e mesmo da teologia cristã durante séculos seria a castração do Cristianismo, a destruição de suas origens. Até as origens do Evangelho seriam apagadas.

Percebe-se que essa castração já nasce com a Sola Scriptura. Mas “sola scriptura” baseado em quê? Em que história? Aquela inventada pelos protestantes, que ora chamam a Santa Madre Igreja de “intolerante” e “corrupta”, ao mesmo tempo em que essa mesma Igreja caluniada guardou fiel e honestamente a Bíblia? Para ser protestante é preciso apagar a história. É preciso passar uma borracha na tradição. É preciso seguir uma opinião pessoal em desfavor de toda uma Tradição Apostólica que foi repassada diretamente de Jesus Cristo, para ser reduzida às tendências caprichosas dos luteranos, calvinistas, anabatistas e milhares e milhares, senão milhões de seitas que mal se entendem entre si e se julgam a “igreja de Jesus”. Nem os cristãos gregos, cujo cisma gerou a primeira ruptura da Igreja em 1054, conseguiram ser tão odiosos contra a Tradição.

Nós, católicos, representamos a preservação de um passado civilizacional que se quer destruir. Será que o protestantismo possui a força civilizacional da Igreja Católica? Será que os norte-americanos representam, atualmente, alguma força neste sentido? Acredito que não.

Se o protestantismo aceita o liberalismo teológico, por que não aceitaria outras formas de liberalismos? Não é curioso notar que o ateísmo cresce absurdamente nos países protestantes, justamente porque o protestantismo é a primeira etapa do secularismo? Na Europa, as igrejas reformadas aceitam casamentos e padres homossexuais, e admitem quaisquer tipos de aberrações morais em nome de certas conveniências politicamente corretas. A legalização do aborto é uma vitória de país protestante espalhado em países católicos. A apostasia é muito mais grave no protestantismo do que no catolicismo. A Igreja Católica pode ter padres, bispos e até papas ruins. Mas somos escravos de uma Tradição que não podemos mudar substancialmente. Essa Tradição, junto com a Sagrada Escritura e o Magistério, é a bussola do católico. A Igreja está nestes pilares.

Por que tanto ódio contra a Igreja Católica? Alguém tem dúvida de que se ela decair totalmente, a civilização ocidental vai junto para o ralo? A crise moral brasileira também é a crise moral do catolicismo. As seitas protestantes são capazes de compensar essa lacuna, por uma razão simples: o protestantismo é teologicamente fraco e suas bases culturais e religiosas são inconsistentes. A própria civilização europeia depende de suas origens católicas.

É por esse motivo que a Igreja Católica tem tantos detratores e inimigos. O ódio protestante pelo catolicismo é paradoxalmente o mesmo compartilhado por segmentos ateus, secularistas, iluministas, marxistas e outros. Eles podem ser aparentemente distintos nas idéias, mas possuem elementos em comum. A Igreja Católica representa a Tradição que teima em resistir. Ainda que o clero não saiba representá-la, ainda que até o papa cometa falhas, ainda que muitos católicos a ignorem, a sua sobrevivência perante os séculos deve ser uma Dádiva sobrenatural.

Título Original: O que seria dos protestantes sem a Igreja Católica?



Site: O Fiel Católico
Editado por Henrique Guilhon