A Igreja é a coluna (mestra) e sustentáculo (preservadora) da verdade – 1º Tim 3,15

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É importante falar de Deus, das coisas de Deus, sem tirar os pés do mundo, pois estamos nele, embora que não sejamos dele. O Viver em Deus, fala de Deus, dos fatos da Igreja, do meio cristão católico. O Viver em Deus não é fechado em si mesmo, portanto faz também a apresentação de obras de outros sites católicos, o que, aqui, mais se evidencia, no intuito da divulgação e conhecimento dos mesmos. UM BLOG A SERVIÇO DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Sejam todos bem - vindos!

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Quando neste blog é falado, apresentado algo em defesa da Igreja, contra o protestantismo, é feito com um fundo de tristeza ao ver que existem "cristãos" que se levantam contra a única Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Bom seria se isto não existisse, a grande divisão cristã. Mas os filhos da Igreja têm que defendê-la.

Saibam, irmãos(ãs), que o protestantismo, tendo que se sustentar, se manter, se justificar, terá que ser sempre contra a Igreja católica (do contrário não teria mais razão de sê-lo) ainda que seja pela farsa, forjar documentos, aumentar e destorcer fatos (os que são os mais difíceis para se comprovar o contrário pelos cientistas católicos, pois trata-se de algo real, mas modificado, alterado para proveito próprio.) E tentarão sempre atingir a Igreja na sua base: mentiras contra o primado de São Pedro, contra o Papa e sua autoridade, contra o Vaticano, contra a sua legitimidade, e outros tantos absurdos. São, graças a Deus, muitos sites católicos que derrubam (refutam) estas mentiras, provando o seu contrário, bastando portanto se fazer uma pesquisa séria, por exemplo, com o tema: cai a farsa protestante, refutando o protestantismo, etc. O Espírito Santo jamais abandona sua Igreja. Que saibamos, por este Espírito, amar aos protestantes que não participam destas ações malignas, e aos que se incumbem destas ações, os inimigos da Igreja, que saibamos, ainda que não consigamos amá-los o bastante, ao menos respeitá-los em sua situação crítica perante Jesus e desejar a eles a conversão e a Salvação de Nosso Senhor Jesus. "Se soubéssemos verdadeiramente o que é o inferno, não o desejaríamos ao pior inimigo".

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Notas Importantes

*O marcador “IDOLATRIA”, na seção TEMAS, abaixo, à esquerda, assim está exposto com a função de desmentir as acusações de idólatras aos católicos, outras vezes também denunciando que estes próprios acusadores cometem a idolatria ao dinheiro, entre outras.

*Os anúncios que aparecem neste blog podem porventura não serem compatíveis com a doutrina católica, por escaparem da filtragem do sistema. Aconselha-se a quem se incomodar com estes anúncios, atualizar a página do blog até que eles sejam modificados.

*Ao usar o telemóvel escolha a opção “visualizar versão para a web”, localizada abaixo da opção “página inicial” , para que sejam utilizados todos os recursos apresentados na página como vista no computador.

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Tradutor

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Viagem do Papa a Mianmar e Bangladesh (27 de novembro-2 de dezembro 2017)

Aung San Suu Kyi 04/05/2017 © L'Osservatore Romano



Zenit

Amor, harmonia e paz

O Papa Francisco “aceitou o convite dos Chefes de Estado e Bispos de Mianmar e Bangladesh e fará uma visita a ambos os países”, comunicou Greg Burke, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, na manhã desta segunda-feira (28/08/2017).

O Papa estará em Mianmar de 27 a 30 de novembro, e irá à capital, Yangon, e à Nay Pyi Taw. É a primeira viagem de um papa neste país, principalmente budista. O país tem cerca de 51 milhões de habitantes.

A visita da Senhora Ministra Aung San Suu Kyi foi marcada pelo estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois estados em 4 de maio de 2017. Em 12 de agosto, o Papa designou o Arcebispo Paul Tschang In‑Nam, como primeiro núncio apostólico.

O lema da visita apostólica é amor e paz. O Vaticano também revelou o logotipo da visita:


O Papa irá em seguida em Bangladesh, à capital, Daca, de 30 de novembro a 2 de dezembro. É a segunda viagem de um papa neste país principalmente muçulmano, 31 anos após a viagem de João Paulo II, em 1986. O país tem cerca de 160 milhões de habitantes.

O lema da visita apostólica é harmonia e paz. O Vaticano também revelou o logotipo da visita:


O programa da viagem será publicado proximamente, disse o comunicado de imprensa.

O Papa Francisco escolheu os primeiros cardeais na história destes dois países: em 2016, o Arcebispo de Daca, Patrick D’Rozario (73 anos), religioso da Santa Cruz, e em 2017, o Arcebispo de Yangon, Charles Bo (68 anos), salesiano de Don Bosco.

Domingo, 27 de agosto de 2017, depois do Angelus, o Papa mencionou esses dois países. Ele apelou para a minoria muçulmana dos “Rohingyas” perseguidos na Birmânia e um apelo à solidariedade e à oração pelas populações atingidas por inundações severas devido àmonção no Bangladesh, mas também na Índia e no Nepal.


Site: Zenit
Editado por Henrique Guilhon

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Dom Eugênio Rixen: " A missão do catequista é fundamental para a Igreja"

Web


Notícias Canção Nova


Dia do catequista será comemorado neste domingo, 27, dentro do mês vocacional


Da Redação, com CNBB

Neste domingo, 27, a Igreja no Brasil comemora o Dia do Catequista, celebrado anualmente no último domingo de agosto junto com o dia dedicado ao leigo, no contexto do mês vocacional.

Em entrevista ao Portal da CNBB, o bispo de Goiás, Dom Eugênio Rixen, comentou a importância da catequese como ensinamento essencial da fé. Dom Rixen foi presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB por dois mandatos é autor de vários livros sobre iniciação à vida cristã.

“De fato, o catequista está a serviço da iniciação à vida cristã de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Por isso, ele recebe uma missão da sua comunidade (…) Hoje, mais do que nunca, o catequista precisa ser uma testemunha dos valores do Evangelho, pois se atrai mais pelo exemplo de vida do que por muitas palavras não vividas”, enfatizou o bispo.

Dom Rixen explicou que o primeiro objetivo da catequese é ajudar os catequizandos e crismandos a fazer uma verdadeira experiência de Deus através do anúncio do Querigma, o anúncio inicial sobre o amor de Deus. “Após este primeiro anúncio, começa a catequese propriamente dita que aprofunda o conteúdo da fé, faz entrar na vida dos sacramentos, estuda a moral cristã e leva a uma profunda vida de oração”.

A catequese já é uma praxe na Igreja e remonta à época apostólica. Segundo Dom Rixen, nos séculos III e IV elaborou-se o catecumenato que dava formação sistemática e celebrativa aos que queriam se tornar discípulos de Jesus. Mais tarde, na Idade Média, a fé cristã se encarnou na religiosidade popular; na época moderna, acentuou-se o conhecimento doutrinal da formação religiosa. E desde o século XX, principalmente após o Concílio Vaticano II, fortaleceu-se uma catequese mais bíblica e celebrativa. Nesse sentido, Dom Rixen afirmou que ser catequista é dar continuidade ao ministério da Palavra iniciado por Jesus e transmitida aos apóstolos.

E por ocasião do Dia do Catequista, a Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB lançou uma mensagem a todos os catequistas. O texto é assinado pelo arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão, Dom José Antônio Peruzzo. Unindo-se à voz da CNBB, Dom Rixen parabenizou esses evangelizadores que com entusiasmo iniciam crianças, jovens e adultos no caminho de Jesus.

“É uma missão fundamental para a Igreja. Gostaria, no entanto, que os padres e os bispos valorizassem ainda mais a missão daqueles que exercem este serviço eclesial, apoiando-os através da oração e acompanhando-os nos encontros, valorizando-os nas celebrações e ajudando-os fornecendo materiais de qualidade. Estou em comunhão de oração com os catequistas que se dedicam de corpo e alma à catequese”, finalizou o bispo de Goiás

Título Original: Missão do catequista é fundamental para a Igreja, diz bispo


Foto: Web

Site: Notícias Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

"As Escrituras estão na Igreja, dentro da Igreja; não acima", responde Dom Henrique Soares às acusações de Malafaia

O Pastor Silas Malafaia divulgou na terça-feira, 22, um vídeo em seu canal no Youtube, o qual volta a atacar a Igreja Católica, desta vez, a fala do Bispo de Pernambuco, Dom Henrique Soares.

Em mais uma manifestação alienante, dentre outras, o Malafaia fala daquilo que ele faz questão de alimentar sobre a Igreja católica, ainda que possa avistar situações que provam o contrário sobre isto, e que até já foi motivo de post neste blog. Palavras do sujeito: "É por isso que vocês estão nesse caminho da banca rota. Vocês querem esconder a Palavra porque se o povo descobrir a Palavra vocês estão fritos"... vomita isto da Igreja que todo ano dedica o mês de setembro inteiro para a Bíblia, divulgando-a mais intensamente, promovendo encontro, reuniões, gincanas, sorteios, distribuições, etc. Vomita isto também da Igreja que diz está a caminho da "banca rota", que ele mesmo esteve em fúria ao vê-la reunir milhões no Rio de Janeiro, e num ápice de ódio, vomitar asneiras no Twitter, ao que foram prontamente rebatidas pelo padre Roger Luís. O que o sujeito não percebe é que quem está na "banca rota" é ele próprio, e o demonstra constantemente, no caso, destorcendo palavras ditas por Dom Henrique Soares. O que dizer deste sujeito? Se a Igreja de Deus está indo a banca rota, lá ele já está mergulhado faz tempo e lamentavelmente parece que dela não sairá. 
Henrique Guilhon

Icatólica.com

Conforme o líder da seita Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Malafaia disse que Dom Henrique afirmou que “a Igreja Católica Apostólica Romana está acima da Bíblia por ter sido criada pela instituição ao longo dos anos” e, de forma grosseira, respondeu, dizendo: “Como é que é padre, essa heresia? Como é que é? A igreja tá acima da Palavra? Aonde? Que papo é esse? A Palavra vem antes da Igreja”, afirmou.

“É por isso que vocês estão nesse caminho da banca rota. Vocês querem esconder a Palavra porque se o povo descobrir a Palavra vocês estão fritos. Vocês querem manipular a fé. A Palavra é o manual de regra e prática do verdadeiro cristão. Não é o que o pastor, padre ou papa fala é a Palavra”, afirmou antes de continuar ainda de forma arrogante, como é praxe: “Ela vem antes porque o próprio Jesus é a Palavra que se fez carne. Então queridão, por favor: Não fala uma heresia dessa não, porque o Antigo Testamento aponta pra Jesus. Jesus funda a Igreja, ele é antes da Igreja. E Jesus diz que é a Palavra. Você tem que examinar as escrituras, não é o que o pastor ou o padre fala”.

“Que que isso. Vai falar asneira teológica lá sei aonde. Que Deus abençoe. Querido, eu não quero que ninguém acredite na minha palavra. A Palavra de Deus está acima de tudo e de todos. É ela que é a regra de fé e conduta do verdadeiro cristão”, finalizou.

Naquela ocasião, Dom Henrique Soares respondia perguntas enviadas ao seu site, por internautas católicos que, por ventura, tinham alguma dúvida sobre a doutrina, a tradição, os dogmas e dentre outros, da Igreja Católica. 

Após divulgação, Dom Henrique foi procurado pela equipe NSCM, o qual esclareceu e frisou:"nunca polemizo! Escrevo para evangelizar. Escuta-me quem deseja conhecer a fé católica. Nunca escrevo para agradar!" 

"Então, o que penso está aí! Se os protestantes se incomodam é porque toquei num dos pontos fracos deles... Se católicos não entendem, é porque já têm, sem saber, a forma mental protestante!", finalizou. 

Em resposta ao líder protestante, Dom Henrique falou na sua página do facebook de reflexões sobre latidos e rosnados...

Caro Amigo, eu já sabia que houve várias reações a uma palavra minha, dita num vídeo, falando da relação entre as Escrituras e a Igreja. O vídeo está aqui:

Inventaram que eu disse o que eu nunca dissera: que a Igreja está acima das Escrituras... Doidice! As Escrituras estão na Igreja, dentro da Igreja; não acima; nunca!

Jamais dou importância ao que dizem que eu falo...

Quem deseja honestamente saber o meu pensamento, lê meus textos no contexto ou escuta, sem cortes nem edições desonestas, os meus vídeos e áudios...

Aliás, fico impressionado com quem diz pregar a Verdade alardeando mentiras...

Voltei ainda a tocar neste ponto, sobre a Igreja e as Escritura, aqui, neste outro vídeo:


E escrevi este texto abaixo , bem explicativo e articulado, não para responder a alguém, mas para formar o Povo santo de Deus, os filhos da Mãe católica. Somente a estes devo explicações!

Meus escritos e gravações são para os filhos da Igreja...

Mas, cá para nós, não deixo de achar interessante o quanto incomodam a gente que parece que não se conforma com quem crê diferente de seus estreitos e fundamentalísticos e mesquinhos horizontes... Aí, então, rosnam como cães raivosos... Mas, não merecem atenção nem resposta!

A gente responde a quem merece atenção, a quem a gente leva a sério...

Deixo aqui, na íntegra, o texto que havia escrito em junho, pois é catequético e pode instruir a quem deseja sinceramente instrução sobre a genuína fé da Igreja. Ei-lo, tal qual escrevi:

Uma catequese sobre as Escrituras Santas

Amigo, vai aqui um pouco de catequese para que nossas ideias sejam realmente católicas, fieis à constante Tradição Apostólica presente na Igreja de Cristo:

A Bíblia não é um livro único; é uma coleção de 73 escritos, produzidos num arco de cerca de 1.300 anos.

Neles, nesses livros, está contida a Palavra de Deus, porque foi o próprio Espírito do Senhor quem, misteriosamente, como só Ele sabe fazer, inspirou tudo quanto os autores sagrados escreveram.

É um incrível e admirável mistério: por trás das palavras humanas dos autores daqueles textos está a Palavra única do próprio Deus. As palavras da Sagrada Escritura são tão humanas: há erros gramaticais, erros de história, erros de ciência; há o modo de escrever próprio de cada autor humano e até mesmo o seu modo de pensar, limitado pelo tempo e a cultura a que pertenceram, pode ser descoberto naqueles dizeres tão humanos... Na grande maioria dos casos, nem mesmo os autores sagrados imaginavam que o que estavam escrevendo eram textos inspirados pelo Senhor...

Foi o povo de Israel, no tempo da Antiga Aliança e, depois, nestes tempos da Nova e eterna Aliança, foi a Igreja católica, inspirada pelo Espírito do Cristo Senhor, que permanece nela e a conduz sempre mais à verdade plena (cf. Jo 16,12-15; 1Tm 3,15), quem foi discernindo quais escritos eram inspirados por Deus e quais não eram... Este trabalho de discernimento de quais eram os livros inspirados por Deus, dentre os tantos que os cristãos escreveram no período apostólico, foi feito pela santa Igreja a partir do século II e foi autoritativamente determinado no Concílio de Trento. E a Igreja, Esposa do Cristo, fez tal discenimento serenamente, pois sabe muito bem que o seu Senhor não a abandona (cf. Mt 16,19; 18,18; 28,19-20; Jo 14,18).

Só a Igreja tem a autoridade de fazer esse discernimento; e ela o fez, com a autoridade que o Senhor mesmo lhe concedeu e a assistência divina do Espírito Santo que Cristo Jesus lhe garantiu. De modo geral, seguiram-se os seguintes critérios: eram inspirados pelo Espírito de Deus (1) os escritos tidos como ligados diretamente à Tradição Apostólica, mais especificamente, os escritos considerados de origem direta ou indireta de um Apóstolo e (2) os escritos proclamados na Liturgia sobretudo das grandes Igrejas da Antiguidade, de modo especial Roma, Alexandria e Antioquia e as demais Igrejas apostólicas, isto é, as comunidades fundadas diretamente pelos apóstolos. Foi assim que a santa Mãe católica, com o instinto de fé que o Cristo Senhor lhe concede na força do Santo Espírito, fez este discernimento tanto dos livros do Antigo quanto do Novo Testamento. Por isso mesmo, alguns livros do Antigo Testamento que os judeus não consideram inspirados por Deus - e isto por motivo nacionalista e por polêmica com os cristãos -, a Igreja desde cedo os utilizou e os considerou como sendo Palavra de Deus.

Mas, que se esteja bem atento: Deus não Se revelou primeiramente na Bíblia! Revelou-Se na história do povo de Israel e, na plenitude dos tempos, revelou-Se de modo pleno na Pessoa de Jesus Cristo, o próprio Filho eterno feito carne, feito homem.

A Palavra de Deus por excelência não é a Bíblia; é Jesus Cristo, o Verbo, a Palavra que Se fez carne e habitou entre nós!

A Bíblia nos traz o testemunho dessa revelação: ela pode ser chamada Palavra de Deus somente porque nos traz a Palavra que é Jesus; de modo que nas palavras da Bíblia, encontramos a Palavra de Deus e esta Palavra é o nosso bendito Salvador, Jesus Cristo, o Verbo eterno feito carne!

Do Gênesis ao Apocalipse, a mensagem última das Escrituras Sagradas é sempre Jesus: Jesus prometido, preparado e anunciado no Antigo Testamento; Jesus aparecido, entregue, contemplado, aprofundado, adorado e proclamado no Novo Testamento.

São João da Cruz, num de seus escritos, assim imagina o Pai nos falando: “Já te disse todas as coisas em Minha Palavra; põe os olhos unicamente Nele; porque Nele tenho dito e revelado tudo, e Nele encontrarás ainda mais do que desejas saber. Este é o Meu Filho amado: escutai-O”.

Assim sendo, não cremos na Bíblia; cremos em Jesus e só a Ele adoramos! Temos as Escrituras por revelação do Senhor precisamente por causa de Jesus, porque Ele disse que elas dão testemunho Dele (cf. Jo 5,39)!

Não amamos Jesus por causa da Bíblia; amamos a Bíblia por causa de Jesus! É Ele o centro, é Ele a Palavra única do Pai!

Quando escutamos, quando lemos as Escrituras e nelas meditamos, em última análise é Jesus mesmo que procuramos, é a Ele que encontramos, com Sua salvação, Sua Vida, Sua plenitude, aquela da qual recebemos graça sobre graça!

Por isso, no caminho de Emaús, em cada Missa e até mesmo em cada vez que entramos em contado com a Sagrada Escritura, Corpo verbal do Senhor imolado e ressuscitado, Jesus mesmo nos fala Dele e nos revela no texto sagrado tudo quanto diz respeito a Ele e ao plano de salvação do Pai que Ele, o Filho amado, veio realizar.

Assim é que a Igreja, impelida pelo Santo Espírito, escutando as Escrituras cheias do Santo Paráclito, escuta o próprio Deus que nos fala em Jesus e tudo quanto ali está escrito torna-se uma Palavra viva para nós, tudo quanto Deus revelou na história do Seu povo e maximamente em Jesus Cristo, torna-se presente na vida da Igreja e na nossa, que somos membros do Seu Corpo.

Pensando bem, é impressionante pensar que Deus nos fala: fala à Sua Igreja, fala a cada um de nós, na Sua Palavra que é Jesus (cf. Hb 1,1-2)!

Mas, a Escritura somente pode ser compreendida retamente quando acolhida, lida, ouvida na Tradição Apostólica, conservada íntegra na Igreja católica pela ação do Santo Espírito. O próprio Novo Testamento todo não é senão a Tradição Apostólica colocada por escrito e nela interpretada continuamente pela Igreja santa e apostólica e católica! É uma reciprocidade bendita e impressionante, uma circularidade: a Tradição Apostólica, presente na Igreja, interpreta retamente as Escrituras, que fora dela, seriam texto disponível a qualquer arbitrariedade de intérpretes aleatórios e, por outro lado, as Santas Escrituras ancoram e fundamentam a Tradição viva sempre presente de geração em geração de filhos da Igreja! Dito com outras palavras: a Tradição Apostólica é o ar, é o ambiente, é o meio no qual as Escrituras são vivas e retamente interpretadas (na Igreja santa católica e apostólica as Escrituras estão em casa!) e as Escrituras são o ancoradouro e o critério para que a Igreja bem interprete de modo vivo e dinâmico, sempre progressivo (cf. Jo 16,12-15), a Tradição Apostólica, que nos testemunha continuamente a fé transmitida uma vez por todas aos santos (cf. Jd 3).

Alguns têm a ilusão de interpretar as Escrituras de modo neutro, ao pé da letra, fora de uma tradição! É uma triste ilusão, uma estreita cegueira, uma ingenuidade tremenda! Os textos sagrados sempre são interpretados por nós a partir de ideias e valores que já trazemos, nossos e do grupo no qual estado inseridos! É totalmente impossível fugir disto! A questão é que quem lê e escuta e guarda a Palavra Santa na comunhão da Igreja una, santa, católica e apostólica, guarda as Escrituras no seu autêntico sentido, garantido pelo Espírito de Cristo, que não permite que a Igreja erre na sua fé (cf. Mt 16,19; Jo 16,12-15; 1Tm 3,15). Quem foge dessa Tradição Apostólica, lê e interpreta a Palavra a partir de tradições humanas, de mestres que inventaram escolas de interpretação de sua própria cabeça e, portanto, fora do seu ambiente natural, que é a Igreja católica e apostólica. Assim, abendona-se a Tradição Apostólica e cai-se nas tradições deste ou daquele grupo, cada um interpretando do seu modo e achando que está fazendo "A Interpretação"! Por exemplo: a percepção torta de que só a fé salva, de que as obras não contam para a salvação, a insistência anacrônica na guarda do sábado, a proibição de transfusão de sangue, o litígio ultrapassado por causa de imagens, a grave negação do Batismo de crianças, a falta de consciência do significado sacramental e sacrifical da Eucaristia... Tudo isto deriva de interpretações que têm fundamento não no texto bíblico, mas em tradições humanas já determinadas de como o texto deve ser lido! Tanto são tradições prévias à leitura do Texto Santo que, nesses grupos religiosos, se alguém interpretar o texto de modo diverso daquele que o grupo determina, é obrigado a deixar o grupo, porque não está interpretando a Escritura segundo a TRADIÇÃO daquele grupo!

Mais uma coisa: a Escritura Sagrada revela o Rosto do Senhor e desvela Seu amor divino a quem a escuta com um coração fiel e humilde.

O curioso, o soberbo, o descuidado, nada encontrará a não ser uma coleção de textos antigos, do passado... No entanto, quando escutamos e lemos essas Santas Palavras - que trazem a Palavra que é Jesus - em docilidade ao Santo Espírito e em comunhão com a santa Igreja, então, a Escritura torna-se doce como o mel, luminosa como o sol do meio-dia, profunda como o céu, vivificante no Santo Espírito e cortante como espada de dois gumes.

Mas, atenção: a Escritura não foi dada a cada pessoa de modo privado, individual... Como nela mesma está escrito: ela não se presta a interpretações privadas (cf. 2Pd 1,19-21)! A Sagrada Escritura foi dada à Igreja e somente é Palavra viva na vida da Igreja Povo de Deus! Ouvir ou ler a Escritura fora da mente e do coração da Igreja é ser condenado a não colher seu sentido unitário e profundo.

Ela é como um álbum e família, o álbum da nossa família, pois os textos foram escritos por nossos Pais na fé tanto os do Antigo Povo quanto os primeiros membros da santa Igreja. Assim, alguém estranho à família pode pegar as mesmas fotos, olhá-las, saber os lugares e as situações documentados nas fotografias... Mas, somente quem é da família sentirá o coração vibrar, somente quem vivenciou aquelas histórias, com aquelas tonalidades e acentuações pode realmente compreender o sentido das fotos...

É assim com a Bíblia: nascida na Igreja, confiada à Igreja para guardá-la fielmente, ouvi-la atentamente, meditá-la piedosamente, amá-la fervorosamente, celebrá-la na Eucaristia (Palavra feita carne na carne de Cristo) e levá-la ao mundo como anúncio e testemunho de Jesus Salvador, somente na Igreja pode ser colhida em todo o seu sentido e verdade. Fora da Igreja, a Escritura é palavra feita pedaços, às vezes, feita confusão, é texto submetido ao capricho de mil pretextos, que o desvirtua e faz esconder mais que revelar o verdadeiro rosto de Jesus.

Experimente: tome a Escritura (pode ser a leitura da Missa de cada dia), escute-a com o coração, medite-a com amor e procure escutar o que o Senhor diz à Igreja e a você. Sua vida encher-se-á de nova luz – aquela luz que é o próprio Cristo, Palavra viva e vivificante do Pai!

Título Original: Dom Henrique responde a Malafaia: “As scrituras estão na Igreja, dentro da Igreja; não acima; nunca!”.


Site: Icatólica.com
Editado por Henrique Guilhon

domingo, 20 de agosto de 2017

Não impeça a ação do Espírito Santo




Mons. Jonas Abib

Impedir os dons é impedir a ação do Espírito Santo

O Senhor quer que todos sejam cheios do Espírito Santo, que recebam Seus dons, a fim de que a Igreja não seja mutilada, mas perfeita. Assim como o pai e a mãe querem seus filhos perfeitos, a Igreja também precisa deles.

Podemos dizer: “Sim, Deus quer uma Igreja perfeita, com todos os dons do Espírito Santo. Ele quer que Sua Igreja, hoje, receba o batismo no Espírito Santo e manifeste Seus dons, para não ser uma Igreja mutilada”.

Isso se dará a partir do dom menor, que é o dom de línguas, até o dom maior, que é o amor. Ore pedindo a Deus o derramamento do Espírito Santo:

“Dá-me, Senhor, o derramamento do Espírito Santo. Eu preciso e sei que essa é a tua vontade. Que eu seja cheio do Espírito Santo. Este Espírito que é da Igreja, una, santa, católica e apostólica. Para que ela seja renovada, santa, com todos os seus órgãos perfeitos, e não uma Igreja mutilada. Muito obrigado, Senhor, porque sou parte dessa Igreja que tem o Espírito Santo. Amém!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


Site: Padre Jonas Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A Tradição Apostólica



Baixada Católica

Tradição Apostólica


1. MINISTÉRIOS ORDENADOS E NÃO-ORDENADOS


Introdução

Já tratamos de forma conveniente sobre os carismas, esses dons que Deus pôs à disposição dos homens desde o princípio, conforme Sua vontade, atraindo para Si a imagem que Dele se afastara. Agora, movidos pelo amor que devemos a todos os santos, atingimos o ponto máximo da tradição: o que diz respeito às igrejas. Todos, assim, bem instruídos, devem conservar a tradição que perdura até hoje e, conhecendo-a através de nossas palavras, devem permanecer absolutamente firmes, já que o ocorrido recentemente (heresia ou erro) foi motivado pela ignorância e também pelos ignorantes. Que o Espírito Santo conceda a graça perfeita àqueles que crêem na verdade ortodoxa, para que aqueles que lideram a Igreja possam saber como ensinar e preservar tudo de forma conveniente. 

Escolha e consagração dos bispos

Deve ser ordenado bispo aquele que tenha sido eleito incontestavelmente por todo o povo. Quando for chamado por seu nome e aceito por todos, reunir-se-ão, no domingo, todo o povo, o presbitério e os bispos. Então, após o consentimento de todos, os bispos imporão as mãos sobre ele e o presbitério permanecerá imóvel. Todos permanecerão em silêncio, orando no coração pela vinda do Espírito Santo. A seguir, um dos bispos, por consenso geral, imporá as mãos sobre o que está sendo ordenado e rezará, dizendo: "Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai da misericórdia e Deus de todo consolo, que habitas nas alturas e baixas o olhar para o humilde; tu, que sabes de todas as coisas antes de nascerem; tu, que deste as leis da tua Igreja pela palavra da graça, elegendo a raça dos justos de Abraão, desde o princípio, constituindo-os chefes e sacerdotes; tu, que não deixaste teu santuário sem administração; tu, que desde o princípio dos séculos, te agradas em ser glorificado por estes que elegeste, derrama neste momento a força que sai de ti, o Espírito de liderança que deste ao teu querido Filho, Jesus Cristo, e que Ele concedeu aos santos apóstolos, de forma que constituíram a tua Igreja por toda a parte, o teu Templo, para louvor e glória eterna do teu nome. Pai, que conheces os corações, permita a este teu servo que escolheste para o episcopado, apascentar o teu rebanho santo, desempenhando o primado do sacerdócio de forma irrepreensível perante ti, servindo-te noite e dia. Concede-lhe tornar propícia a tua imagem, incenssantemente, oferencendo os sacrifícios da tua Santa Igreja e, com um espírito de superior sacerdócio, possuir o dom de perdoar os pecados conforme a tua ordem, distribuir os cargos [eclesiásticos] segundo o teu preceito, desatar quaisquer laços conforme o poder que deste aos apóstolos e ser do teu agrado, pela mansidão e pureza de coração, para que te ofereça um perfume agradável, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".

Oração Eucarística

Assim que se tenha tornado bispo, todos ofereçam-lhe o ósculo da paz, saudando-o por tornar-se digno. Os diáconos, então, oferecer-lhe-ão o sacrifício e ele, após impor suas mãos [sobre o sacrifício] dará graças, juntamente com todo o presbitério, dizendo: "O Senhor esteja convosco". Todos responderão: "E com o teu espírito". [Dirá:] "Corações ao alto". [Responderão:] "Já os oferecemos ao Senhor". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". [Responderão:] "Pois é digno e justo". Em seguida, prosseguirá: "Nós te damos graças, ó Deus, por teu Filho querido, Jesus Cristo, que nos enviaste nos últimos tempos, [Ele que é nosso] Salvador e Redentor, porta-voz da tua vontade, teu Verbo inseparável, por meio de quem fizeste todas as coisas e, por ser do teu agrado, enviaste do céu ao seio de uma Virgem; aí presente, cresceu e revelou-se teu Filho, nascido do Espírito Santo e da Virgem. Cumprindo a tua vontade, obtendo para ti um povo santo, ergueu as mãos enquanto sofria para salvar do sofrimento todos aqueles que em ti confiaram. Se entregou voluntariamente à Paixão para destruir a morte, quebrar as cadeias do demônio, esmagar o poder do mal, iluminar os justos, estabelecer a Lei e trazer à luz a ressurreição. [Ele] tomou o pão e deu graças a ti, dizendo: 'Tomai e comei: isto é o meu Corpo que será destruído por vossa causa'. [Depois,] tomou igualmente o cálice e disse: 'isto é o meu sangue, que será derramado por vossa causa. Quando fizerdes isto, fá-lo-eis em minha memória'. Por isso, lembramos de sua morte e ressurreição e oferecemos-te o pão e o cálice, dando-te graças por nos considerardes dignos de estarmos na tua presença e de te servir. E pedimos: envie o teu Espírito Santo ao sacrifício da Santa Igreja, reunindo todos os fiéis que receberem a eucaristia num só rebanho, na plenitude do Espírito Santo, para fortalecer nossa fé na verdade. Concede que te louvemos e glorifiquemos, por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na tua Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".

Bênção do azeite, queijo e azeitonas

Se alguém oferecer azeite, consagre-o como se consagrou o pão e o vinho, não com as mesmas palavras, mas com o mesmo Espírito. Dê graças, dizendo: "Assim como por este óleo santificado ungiste reis, sacerdotes e profetas, concede também, ó Deus, a santidade àqueles que com ele são ungidos e aos que o recebem, proporcionando consolo aos que o experimentam e saúde aos que dele necessitam". Do mesmo modo, se alguém oferecer queijo e azeitonas, diga: "Abençoa este leite coalhado, unindo-nos à tua caridade. Concede, ainda, que este fruto da oliveira não se afaste da tua doçura por ser um exemplo da abundância que tiraste da árvore para a vida dos que em ti esperam". E, a cada bênção, diga: "Gloria a ti, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém". 

Ordenação dos presbíteros

Ao se ordenar um presbítero, o bispo (e os demais presbíteros) impõe-lhe as mãos sobre sua cabeça e, como citamos acima, rezará dizendo: "Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo: baixa o olhar sobre este teu servo e transmite a ele o Espírito da graça e do conselho do presbitério, para que ele possa ajudar e governar o teu povo com o coração puro, da mesma forma como baixaste o olhar sobre o teu povo escolhido e ordenaste a Moisés que selecionasse anciãos, nos quais derramaste o Espírito que tinhas dado ao teu servo. E agora, Senhor, dissipando-nos o Espírito da tua graça, conserva-o eternamente em nós e torna-nos dignos de te servir com simplicidade de coração e de te louvar por teu Filho, Jesus Cristo, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".

Ordenação dos Diáconos

Seja o diácono eleito conforme acima referido e ordenado impondo-lhe as mãos apenas do bispo, como prescrevemos. Somente o bispo impõe-lhe as mãos porque o diácono não está sendo ordenado para o sacerdócio, mas apenas para se por à serviço do bispo, para executar o que este lhe ordenar. Ele não participa do conselho clerical, mas cuida da administração, informando ao bispo tudo o que for necessário. Não recebe o Espírito comum do presbitério, do qual participam os presbíteros, mas o que lhe é confiado pelo poder do bispo, razão pela qual somente o bispo ordena o diácono. Porém, na ordenação do presbítero, também os presbíteros imponham as mãos, em virtude do Espírito comum e semelhante do seu cargo: estes, por terem apenas o poder de receber, mas não o de comunicar o Espírito, não ordenam os clérigos mas, na ordenação do presbítero, imponham as mãos enquanto o bispo ordenar. Sobre o diácono, diga [o bispo]: "Ó Deus, que criaste todas as coisas e as ordenaste pelo Verbo, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que enviaste para cumprir a tua vontade e para nos revelar o teu desejo, concede a este servo, que escolheste para servir a tua Igreja, o Espírito Santo da graça, do cuidado e do trabalho, para apresentar em santidade, no teu Santuário, o que te for oferecido pelo herdeiro do sumo sacerdote, para a glória do teu nome, e também para que, exercendo de forma irrepreensível e de coração puro o seu ministério, alcance um grau superior para te louvar e glorificar por teu Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor, pelo qual te damos glória, poder e honra, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, agora e pelos séculos dos séculos. Amém".

Os confessores

Não se deve impor as mãos sobre um confessor candidato ao diaconato ou presbiterato se este já tiver sido preso por causa do nome do Senhor. Na realidade, a dignidade de presbítero é igual à honra da sua confissão. Porém, ser-lhe-ão impostas as mãos se for ordenado bispo. Contudo, se o confessor não tiver sido levado à frente do magistrado, nem posto a ferros, nem aprisionado, nem condenado a uma outra pena, mas apenas desprezado por causa do nome do Senhor e castigado de forma branda, deve-se impor as mãos sobre ele para qualquer função que lhe seja digno. Que o bispo dê graças, tal como mencionamos. Porém, não é necessário que, dando graças, se utilize das mesmas palavras que mencionamos, como se o fizesse de memória; pelo contrário, reze cada um segundo suas possibilidades. Se alguém tiver capacidade de rezar uma oração mais longa ou mais solene, melhor; contudo, se outro proferir uma oração mais simples, deixai-o pois o correto é rezar de acordo com a ortodoxia.

As viúvas

Uma viúva, ao ser instituída, não é ordenada, mas eleita pela simples inscrição do nome. Se o seu marido já morreu há muito tempo, seja instituída; contudo, se o seu marido não morreu há muito tempo, não se confie nela; mas se for velha, seja experimentada por algum tempo porque, muitas vezes, as paixões envelhecem com o que as abriga no seu seio. Seja, portanto, a viúva instituída pela palavra e que se junte às demais. Não serão impostas as mãos sobre ela pois não oferece o sacrifício, nem exerce a liturgia. A ordenação é para o clero, por causa da liturgia; a viúva é instituída para a oração, que pertence a todos.

Os leitores

O leitor é instituído no momento em que o bispo lhe entrega o Livro. Sobre ele também não são impostas as mãos.

As virgens

Não serão impostas as mãos sobre a virgem, pois bastará sua decisão para fazer dela uma virgem.


Os subdiáconos

Também não serão impostas as mãos sobre o subdiácono. Ele será nomeado para seguir o diácono.

O dom da cura

Se alguém disser que recebeu o dom da cura por revelação, não serão impostas as mãos sobre ele: os fatos demonstrarão se está dizendo a verdade.


2. OS FIÉIS

Os novatos

Aqueles que são trazidos pela primeira vez para escutar a Palavra, sejam direcionados aos catequistas, antes da chegada do povo, e sejam interrogados sobre a razão pela qual resolveram se aproximar da fé. Aqueles que os trouxerem, dêem testemunho deles, informando se estão preparados para ouvir a Palavra. Sejam também interrogados sobre a vida que levam: se possuem esposa, se são escravos... Se algum deles for escravo de um fiel (=irmão de fé) e o seu senhor permitir, que escute a Palavra; mas se o seu senhor não der bom testemunho dele, seja recusado. Se o seu senhor for pagão, seja-lhe ensinado a agradar seu senhor, para que se evite a blasfêmia. Se um homem possui mulher ou se uma mulher possui marido, sejam ensinados a se suportarem, o homem com a mulher e a mulher com o marido. Porém, se um homem não vive com a mulher, seja ensinado a não fornicar, recebendo a mulher conforme a Lei ou permanecendo como está. Se alguém estiver possuído pelo demônio, não escute a Palavra doutrinária enquanto não for purificado.

Profissões proibidas

Deve-se interrogar, também, a respeito dos trabalhos e ocupações exercidos por aqueles que se apresentam para ser instruídos. Aquele que possui prostíbulo: desista ou seja recusado. O escultor ou pintor: seja ensinado a não produzir ídolos, isto é, cesse ou seja recusado. O ator que representa no teatro: cesse ou seja recusado. O pedagogo: é bom que cesse, ensinando somente se não possuir outra habilitação. O cocheiro competidor e os que freqüentam espetáculos de luta: cessem ou sejam recusados. O gladiador, o treinador de gladiadores, o bestiário e os empresários de lutas gladiatórias: cessem ou sejam recusados. O sacerdote ou guardião de ídolos: abandone-os ou seja recusado. O soldado que recebe o poder de matar: não matará ninguém, mesmo se isto lhe for ordenado, nem prestará juramento. Se não concordar, seja recusado. O que possui poder de gládio e o magistrado da cidade, que se reveste de púrpura: renunciem ou sejam recusados. O catecúmeno e o fiel que desejam se tornar soldados: sejam recusados por desprezarem a Deus. A prostituta, o pervertido, o homossexual e qualquer outro que pratiquem atos indizíveis: sejam recusados por serem impuros. O mágico: não deve ser apresentado para o interrogatório. O feiticeiro, o astrólogo, o adivinho, o intérprete de sonhos, o charlatão, o ilusionista e o fabricante de amuletos: renunciem ou sejam recusados. A concubina, se for escrava do amante, se tiver educado os filhos e se tiver unido apenas a esse homem: pode ouvir a Palavra; caso contrário, seja recusada. Aquele que possuir uma concubina: renuncie a ele e receba uma mulher conforme a Lei; se não o quiser, seja recusado. Se tivermos omitido algo, as próprias ocupações dirão [se são ou não permitidas], pois todos nós temos o Espírito de Deus.

Os catecúmenos

Os catecúmentos devem escutar a Palavra por três anos. Se algum deles for dedicado e atencioso, não lhe será considerado o tempo: somente o seu caráter, e nada mais, será julgado. Cessando o catequista a instrução, rezarão os catecúmenos em particular, separados dos fiéis. As mulheres, sejam elas catecúmenas ou fiéis, permanecerão rezando em particular em qualquer parte da igreja. Ao concluírem as orações, ainda não darão a paz porque o seu ósculo ainda não será santo. Os fiéis, porém, saudar-se-ão, reciprocamente: os homens aos homens e as mulheres às mulheres; os homens não deverão saudar as mulheres. Estas devem cobrir a cabeça com um manto que não seja feito de linho, pois este tipo não serve para cobrir [a cabeça]. Após a prece, o catequista imporá as mãos sobre os catecúmenos, rezará e os dispensará; não importa se é clérigo ou leigo: aquele que prega a doutrina deve assim agir. Se um catecúmeno for preso por causa do nome do Senhor, não deve se desesperar: se sofrer violência e morrer antes de ter recebido o perdão de seus pecados, será justificado por ter experimentado o batismo em seu sangue.

Os batizandos

Escolhidos aqueles que receberão o batismo, examinar-se-á suas vidas: se viveram com dignidade durante o catecumenato, se honraram as viúvas, se visitaram os doentes, se praticaram apenas boas obras. Ouvirão o Evangelho se aqueles que os apresentaram testemunharem a seu favor, dizendo que assim agiram. Sejam impostas as mãos diariamente sobre eles a partir do momento em que foram separados e sejam, ao mesmo tempo, exorcizados. Aproximando-se o dia do batismo, o bispo exorcizará cada um deles, para saber se é puro. Se algum deles não for bom ou puro, será colocado à parte, pois não ouviu a Palavra com fé, já que não possível que o estranho se oculte para sempre. Sejam os batizandos instruídos para que se lavem e banhem no quinto dia da semana; se uma mulher estiver menstruada, será posta à parte e receberá o batismo num outro dia. Os que receberão o batismo jejuarão na véspera do sábado e, no sábado, serão todos reunidos num mesmo local designado pelo bispo. Serão ordenados todos aqueles que rezarem e se ajoelharem; impondo as mãos sobre eles, o bispo exorcizará todos os espíritos impuros, para que fujam e não retornem mais. Terminando o exorcismo, soprar-lhe-á em suas faces. Após marcá-los na fronte, nos ouvidos e narinas com o sinal da cruz, ele ordenará que se levantem. Então permanecerão vigilantes durante toda a noite: ler-se-á para eles e também serão instruídos. Os batizandos não devem ter nada em seu poder, exceto o que trouxeram para a eucaristia. O que se tornou digno deve participar do sacrifício na mesma hora.

O batismo

Ao cantar do galo, rezar-se-á, primeiramente, sobre a água. Deve ser água corrente, na fonte ou caindo do alto, exceto em caso de necessidade; se a dificuldade persistir ou se tratar de caso de urgência, deve-se usar a água que encontrar. Os batizandos se despirão e serão batizadas, primeiro, as crianças. Todos os que puderem falar por si próprios, falem; contudo, os pais ou alguém da família falem por aqueles que não puderem falar por si mesmos. Depois batizem-se os homens e, por último, as mulheres (que deverão estar de cabelos soltos e sem os enfeites de ouro e prata que levaram). Ninguém deve descer às águas portando objetos estranhos. No instante previsto para o batismo, o bispo renderá graças sobre o óleo que será posto em um vaso e será chamado de óleo de ação de graças. Tomará também um outro óleo que exorcizará e será denominado de óleo de exorcismo. Então o diácono trará o óleo de exorcismo e ficará à esquerda do presbítero; outro diácono pegará o óleo de ação de graças e ficará à direita do presbítero. Acolhendo cada um dos que recebem o batismo, manda renunciar, dizendo: "Renuncia a ti, Satanás, a todo teu serviço e a todas as tuas obras". Terminada a renúncia de cada um, ungirá com o óleo de exorcismo, dizendo-lhe: "Afaste-se de ti todo espírito impuro". E irá entregá-lo nú ao bispo ou ao presbítero que está junto da água, batizando. O diácono também descerá com ele e, ao chegar à água aquele que será batizado, aquele que batiza lhe dira, impondo-lhe as mãos sobre ele: "Crês em Deus Pai todo-poderoso?". E aquele que é batizado responda: "Creio". Imediatamente, com a mão pousada sobre a sua cabeça, batize-o uma vez, dizendo a seguir: "Crês em Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido do Espírito Santo e da Virgem Maria, que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, morrendo e sendo sepultado e, vivo, ressurgiu dos mortos no terceiro dia, subindo aos céus e sentando-se à direita do Pai, donde julgará os vivos e os mortos?". Quando responder: "Creio", será batizado pela segunda vez. E dirá mais uma vez: "Crês no Espírito Santo, na Santa Igreja e na ressurreição da carne?". Responderá o que está sendo batizado: "Creio", e será batizado pela terceira vez. Depois de subir da água, será ungido com o óleo santificado pelo presbítero, que dirá: "Unjo-te com o óleo santo em nome de Jesus Cristo". Após isto, cada um se enxugará e se vestirá, entrando, a seguir, na igreja.

A confirmação

Impondo as mãos sobre eles, o bispo fará a invocação, dizendo: "Senhor Deus, que os tornaste dignos de merecer a remissão dos pecados pelo banho da regeneração, torna-os dignos de ser repletos do Espírito Santo; lança sobre eles a tua graça para que te sirvam conforme a tua vontade, pois a ti são a glória, ao Pai, ao Filho e com o Espírito Santo na Santa Igreja, pelos séculos dos séculos. Amém". Após isto, derramará o oléo santo nas mãos e dirá, colocando as mãos sobre a sua cabeça: "Eu te unjo com o óleo santo, no Senhor Pai todo-poderoso e em Jesus Cristo e no Espírito Santo". Marcando-o na fronte com o sinal da cruz, oferecer-lhe-á o ósculo, dizendo: "O Senhor esteja contigo". O que foi marcado responderá: "E com o teu Espírito". Assim deve proceder com cada um. Em seguida, rezarão com todo o povo, não podendo rezar com os fiéis enquanto não atingirem tudo isso. Após a oração, oferecerão o ósculo da paz.

A primeira eucaristia

Os diáconos oferecerão o sacrifício ao bispo e este dará graças sobre o pão, como exemplo do Corpo de Cristo, e sobre o cálice do vinho preparado, para imagem do Sangue que foi derramado por amor de todos que crêem nele. Fará o mesmo sobre o leite e o mel misturados, recordando a plenitude da promessa feita aos antepassados; nessa promessa, Deus anunciou a "terra onde correm leite e mel". Por ela, Cristo ofereceu a sua Carne e, assim como crianças, se alimentam os que crêem, tornando suave a amargura do coração pela docialidade da Palavra. Da mesma maneira, o bispo renderá graças sobre a água do sacrifício, como representação do batismo, para que o homem interior, isto é, a alma, obtenha os mesmos dons que o corpo. Todos esses fatos devem ser explicados pelo bispo a todos que recebem. Partindo o pão e distribuindo-o em pedaços, dirá: "O Pão Celestial em Jesus Cristo". E o que está recebendo responderá: "Amém". Se não forem suficientes os presbíteros, peguem os cálices também os diáconos e, com dignidade, coloquem-se em ordem: primeiro o que segura a água; em segundo, o que segura o leite; em terceiro, o que segura o vinho. Os que recebem provem de cada cálice e, aquele que dá, diga três vezes: "Em Deus Pai todo-poderoso". Responda o que recebe: "Amém". [O que dá:] "E em Nosso Senhor Jesus Cristo". [O que recebe:] "Amém". [O que dá:] "E no Espírito Santo e na Santa Igreja". E responda "Amém". Assim se procederá com cada um. Após a cerimônia, rapidamente pratiquem o bem, agradem a Deus, vivam corretamente, coloquem-se à disposição da Igreja, praticando o que aprenderam e progredindo na piedade. Isto, de maneira resumida, vos transmito sobre o santo batismo e o santo sacrifício, pois já fostes instruídos sobre a ressurreição da carne e tudo o demais, conforme está escrito. Se algo deve ser recordado, diga o bispo secretamente aos que tiverem recebido o batismo, para que os não fiéis não venham a conhecer antes de também receberem. Esta é a ficha branca aludida por João ao dizer: "Um novo nome foi escrito nela e ninguém o conhece a não ser aquele que a receberá".

3. OUTROS TEMAS E PRÁTICAS

A comunhão dominical

No domingo pela manhã, o bipo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão; os presbíteros também poderão parti-lo. Quando o diácono apresentar a eucaristia ao presbítero, estenderá o vaso e o próprio presbítero o tomará e distribuirá ao povo pessoalmente. Nos outros dias, os fiéis receberão a eucaristia de acordo com as ordens do bispo.

O jejum

As viúvas e as virgens devem jejuar e rezar freqüentemente pela Igreja. Os presbíteros e os leigos podem jejuar quando quiserem. O bispo, porém, não pode jejuar a não ser no dia em que todo o povo o faz, pois é possível que alguém queira levar algo até a igreja, não podendo ele recusar pois, se parte o pão, deverá prová-lo.

O ágape

Caso o presbítero não esteja presente, o diácono dará, em casos de urgência, o sinal [signum] aos enfermos com cuidado. Após dar o necessário e receber o que for distribuído, dará graças e aí comerão. Todos aqueles que recebem algo devem dar com cuidado: se alguém receber algo para levar a uma viúva, um doente ou alguém que se dedique à Igreja, devem levá-lo no mesmo dia; se não o fizer, deve levar no dia seguinte, acrescentando com algo de seu por ter permanecido na sua casa o pão dos pobres.

A lucerna

No início da noite, com a presença do bispo, o diácono trará a lucerna e aquele, de pé no meio de todos os fiéis presentes, dará graças. Primeiramente, fará a saudação, dizendo: "O Senhor esteja convosco". O povo responderá: "E com o teu Espírito". [Dirá:] "Demos graças ao Senhor". E responderão: "É digno e justo. A Ele convém a grandeza e a exaltação com a glória". Não dirá: "Corações ao alto" porque já o faz no sacrifício, mas rezará da seguinte forma: "Graças te damos, Senhor, pelo teu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, pelo qual nos iluminaste, revelando-nos a luz incorruptível. Atingindo agora o fim do dia e chegando a noite, tendo-nos saturado a luz do dia que criaste para nos saciar, e não carecendo agora da luz da tarde pela tua graça, louvamos-te e glorificamos-te, pelo teu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, por quem a ti a glória, o poder e a honra, com o Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém". Responderão todos: "Amém". Terminada a ceia, de pé, todos rezarão e os meninos e as virgens entoarão salmos. A seguir, o diácono, ao receber o cálice preparado do sacrifício, entoará um desses salmos que possui a palavra "Aleluia". Se o presbítero ordenar, entoará outro salmo do mesmo tipo. Depois que o bispo oferecer o cálice, dirá um dos que a este se referem, tudo com "Aleluia", e todos repetirão. Recitando-os, repetirão sempre "Aleluia", que significa "louvamos Aquele que é - Deus". Glória e louvor Àquele que criou o Universo somente pelo Verbo. Concluído o salmo, o bispo abençoará o cálice e distribuirá os pedações de pão aos fiéis.

A ceia

Os fiéis presentes, durante a ceia, antes de cortarem o seu próprio pão, receberão das mãos do bispo o pedaço de pão que é uma "eulogia" e não a eucaristia, Corpo do Senhor. É preciso que todos tomem o cálice e rendam graças sobre ele antes de beberem. Portanto, com pureza, comam e bebam. Aos catecúmenos será dado o pão de exorcismo e oferecido um cálice. O catecúmeno não participará da ceia do Senhor. Durante todo o sacrifício, aquele que se serve deve ser digno de quem o convidou, pois para isso foi chamado a entrar sob o seu teto. Agora, quando comerdes e beberdes, fazei-o com dignidade e não com irresponsabilidade, para que ninguém fique zombando ou para que aquele que te convidou não se entristeça com a vossa afronta, esperando ser digno que os santos entrassem em sua casa porque, diz, vós sois o sal da terra. Se alguém oferecer a todos aquilo que se chama em grego apoforeton, aceitai a vossa parte. Porém, se fordes convidado a comer, fazei-o de forma a sobrar, para que todos comam o suficiente e para que aquele que vos convidou possa mandar algo a quem quiser, como sobras dos santos, e fique feliz com a vossa atenção. Comendo, sirvam-se em silêncio os convidados, sem discussões, falando somente o que for permitido pelo bispo, respondendo-lhe se perguntar algo. Ao falar o bispo, calem-se todos, com discrição e respeito, até que ele volte a fazer perguntas. Se os fiéis comparecerem à ceia sem o bispo, com a presença de um presbítero ou um diácono, deverão comer com a mesma dignidade e apressar-se a receber o pão bento da mão do presbítero ou diácono. Também o catecúmeno receba o pão do exorcismo. Reunindo-se leigos, procedam com prudência, pois um leigo não pode conferir o pão bento. Comam todos em nome do Senhor, pois agrada a Deus quando todos, iguais e sóbrios, somos ciosos do nosso comportamento, mesmo entre os gentios. As viúvas convidadas para a ceia devem ser de idade madura e devem ser dispensadas antes do final da tarde. Quem não puder convidá-las por causa do cargo que exercem, deve dispensá-las após dar-lhes alimento e vinho que tomarão em casa da forma que lhes agradar.

Frutos oferecidos ao bispo

Todos devem se apressar a trazer os primeiros frutos da estação ao bispo. Este irá oferecê-los e abençoá-los e, citando quem os oferece, dirá: "Graças te damos, ó Deus, e te oferecemos as primícias dos frutos que nos deste para que os tomemos, nutrindo-os pelo teu Verbo, ordenando à terra que os produza com alegria o alimento dos homens e de todos os animais. Por causa disso tudo, te louvamos, ó Deus, e também por tudo que nos proporcionaste, provendo para nós toda a criação dos mais diversos frutos. Por teu Filho, Jesus Cristo Nosso Senhor, por quem a ti a glória pelos séculos dos séculos. Amém".

Bênção dos frutos

Os frutos que podem ser abençoados são a uva, o figo, a romã, a azeitona, a pera, a maça, a amora, o pêssego, a cereja, a amêndoa e os damascos. Não podem [ser abençoados] a melancia, o melão, os pepinos, a cebola, o alho ou qualquer outro legume. Pode-se oferecer, às vezes, flores: rosas e lírios, mas não outras. E, sobre todas as coisas, os que as recebem dêem graças ao santíssimo Deus, para a sua glória.

Jejum da Páscoa

Na Páscoa, ninguém coma antes de se fazer o sacrifício, pois quem assim proceder não terá seu jejum considerado. Se uma mulher estiver grávida ou não se sentir bem, não podendo jejuar durante os dois dias, jejue pelo menos no sábado, já que é necessário; mas será um jejum de pão e água. Se alguém, por algum problema, se esquecer da Páscoa, jejue após a Quinquagésima. A imagem passou, cessando no segundo mês, mas todo aquele que tiver aprendido a verdade deverá jejuar.

Os diáconos trabalham com o bispo

Que cada diácono, com seus subdiáconos, executem suas tarefas junto ao bispo. Também lhes serão recomendados os doentes, para que os visitem, caso seja de agrado do bispo, pois o doente sempre se alegra quando o chefe dos sacerdotes dele se lembra.

A oração

Os fiéis de Deus devem rezar assim que acordarem e levantarem, antes de tocar qualquer coisa. Só depois disso é que devem sair para o trabalho. Contudo, se houver instrução pela Palavra, que prefiram ouvir a Palavra de Deus, pois esta é o consolo da alma, e se apressem a ir para a igreja, onde o Espírito floresce.

Comunhão diária

Que todo fiel corra a receber a eucaristia antes de experimentar qualquer outra coisa. Se receber por causa de sua fé, não se prejudicará, mesmo sendo o homem mortal. Todos devem se esforçar para não permitir que o infiel prove a eucaristia, nem um rato ou outro animal; deve-se cuidar para que dela não caia uma migalha e se perca, pois ela é o Corpo de Cristo que deve ser comido pelos fiéis e não pode ser negligenciado. Consagrado o cálice em nome de Deus, que recebestes como a imagem do Sangue de Cristo, não queirais derramá-lo. Que o espírito hostil não venha lambê-lo, desprezando-o, pois serias culpado para com o Sangue, como quem despreza o valor pelo qual foi comprado.

Reunião do clero

Os diáconos e os presbíteros deverão se reunir diariamente no local determinado pelo bispo. Não se deixem de reunir a menos que a doença impeça. Reunindo-se todos, ensinem os que estão na igreja e, após a oração, dirija-se cada um ao seu trabalho.

Os cemitérios

Que ninguém encontre dificuldades para sepultar o irmão nos cemitérios, já que estes pertencem aos pobres. Porém, pague-se o salário ao coveiro, bem como o preço dos tijolos. O bispo deve sustentar guardas e zeladores para que nenhuma taxa seja cobrada àqueles que procuram os cemitérios.

A oração (II)

Todo fiel, homem ou mulher, ao acordarem, lavem as mãos e rezem a Deus antes de tocar qualquer coisa. Só após isto, dirijam-se ao trabalho. Havendo instrução da Palavra de Deus, prefiram encaminhar-se ao local recordando que, na verdade, estão ouvindo a Deus na pessoa daquele que prega. Todo aquele que rezar na igreja vencerá a maldade do dia; aquele que teme a Deus considerará um grande mal não ter ido à instrução, principalmente se souber ler ou sabendo que o catequista estava presente. Que nenhum de vós se atrase para ir à igreja, lugar onde se ensina. Ao que fala, será concedido dizer o que é útil a cada um. Ouvirás coisas nas quais não imaginas e tirarás proveito do que o Espírito Santo vos disser pelo catequista. Vossa fé será reforçada com aquilo que ouvirdes. Aí também será dito o que deveis fazer em casa. Por isso, cada um deve se preocupar em ir à igreja, onde o Espírito Santo floresce. Nos dias em que não houver instrução, cada um em sua casa tome o Santo Livro e leia o que lhe parecer proveitoso. Se estiverdes em casa, rezai e bendizei a Deus na hora terceira. Se estiverdes num outro local, rezai a Deus no coração, pois foi nessa hora que Cristo se viu pregado no madeiro. Também por essa razão, a Lei do Antigo Testamento prescreve que se ofereça o pão da proposição, como imagem do Corpo e Sangue de Cristo, e a imolação do cordeiro, como imagem do Cordeiro perfeito: Cristo é o Pastor e o Pão que desceu do céu. Rezai, igualmente, na hora sexta pois, quando Cristo foi pregado na cruz, o dia se dividiu e as trevas surgiram. Nessa hora, todos rezarão uma oração fervorosa, imitando a voz Daquele que, ao rezar, cobriu de trevas toda a criação perante os judeus incrédulos. Façam, ainda, uma grande prece exaltando o Senhor por volta da hora nona, para sentirem como a alma dos justos glorifica a Deus, que não é mentiroso e lembra dos seus santos, enviando seu Verbo para iluminá-los. Foi nessa hora que Cristo, ferido no lado, verteu água e sangue, e iluminou o resto do dia até o final da tarde. Começando a dormir, Cristo originou o dia seguinte e concluiu a imagem da ressurreição. Rezai ainda antes de dormir. Por volta da meia-noite, levantai, lavai as mãos com água e rezai. Se vossa mulher estiver presente, rezai ambos; se ainda não for batizada, retirai-vos para outro quarto, rezai e voltai para a cama. Não hesitai, porém, de rezar, pois aquele que se encontra casado não está manchado. Em verdade, os que já tomaram banho não precisam tomar outro pois encontram-se limpos. Façai o sinal da cruz com o sopro úmido, recolhendo a saliva com a mão, e o vosso corpo será purificado até os pés, pois o dom do Espírito e a água do banho, oferecidos por um coração puro como se saíssem de uma fonte, purificam todo aquele que crê. Assim, é necessário rezar nesse momento. Os antigos, que nos deixaram a tradição, ensinaram-nos que nessa hora toda criatura descansa um momento para louvar o Senhor; até mesmo as estrelas, as árvores e as águas param por um instante e, com toda a milícia dos anjos que servem a Deus, e junto com as almas dos justos, glorificam a Deus. Por esse motivo, todos os que crêem devem se apressar para rezar nessa hora. Para dar testemunho disso, assim diz o Senhor: "Eis que por volta da meia-noite ouviu-se o clamor dos que diziam: 'Aí vem o noivo. Saiam ao seu encontro'. E concluiu, dizendo: 'Vigiai, pois não sabeis a hora em que virá'". Quando o galo cantar, levantai e rezai, pois nessa hora, ao cantar do galo, os filhos de Israel negaram a Cristo, que conhecemos pela fé, confiantes na esperança da eterna luz da ressurreição dos mortos; temos os olhos fixos nesse dia. Fiéis: procedendo dessa forma, respeitando a tradição, instruindo-vos mutuamente e exortando os catecúmenos, não sereis tentados nem perecereis, pois o Cristo estará sempre presente na lembrança.

O sinal da cruz

Durante a tentação, façai piedosamente na fronte, o sinal da cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo: o Adversário, vendo quão grande é a força que sai do coração do homem que serve o Verbo (pois mostra o sinal interior do Verbo projetado no exterior), fugirá imediatamente, repelido pelo Espírito que está no homem. Era isso que o profeta Moisés representava através do cordeiro morto na Páscoa e ensinava ao aspergir o sangue nos batentes das portas: simbolizava a fé que agora se encontra em nós, ou seja, a fé no Cordeiro perfeito. Ora, persignando-nos na fronte e nos olhos com a mão, afastamos tudo aquilo que tenta nos destruir.

Conclusão

Se estes ensinamentos forem recebidos com gratidão e fé ortodoxa, permitirão a edificação da Igreja e a vida eterna àqueles que crerem. Aconselho que [estes ensinamentos] sejam guardados por todos que tiverem o coração puro. Se todos ouvirem e seguirem a tradição dos apóstolos, nenhum herege (nenhum mesmo!) poderá vos afastar do reto caminho. Na verdade, muitas heresias se desenvolveram porque os chefes não quiseram aprender a doutrina dos apóstolos mas, seguindo a própria fantasia, fizeram o que quiseram, isto é, o que não deveriam fazer. Amados: se omitimos algo, Deus revelará [a verdade] aos que forem dignos, dirigindo a Igreja para que atraque no porto da paz.

Título Original: Tradição Apostólica


Site: Baixada Católica
Editado por Henrique Guilhon

sábado, 12 de agosto de 2017

O sangue dos mártires como semente de novos cristãos



Cléofas

“322 cristãos são mortos por mês (11 por dia!) no mundo por causa de sua religião.”

A História da Igreja mostra com clareza que em todos os lugares do mundo onde a semente do Evangelho foi lançada, teve de ser regada com o sangue dos mártires. Jesus já tinha avisado: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós… O servo não é maior que o seu Senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir” (João 18-20).

A perseguição começou com Jesus; foi caluniado, flagelado, coroado de espinhos, crucificado e morto entre dois ladrões. Antes Dele seu Precursor, João Batista, foi degolado. Logo em seguida foi Santo Estevão, apedrejado até a morte. Em seguida foi Tiago maior, morto por um dos Herodes. Pedro e Paulo morreram sob Nero e junto com eles milhares de cristãos derramaram seu sangue no Coliseu, no Circo de Nero e nos anfiteatros romanos em toda a volta do Mediterrâneo. Milhares de crianças, jovens, mulheres e velhos derramaram seu sangue para que a fé chegasse a nós.

O escritor cristão do século II, Tertuliano, escreveu em seu “Apologeticum” para o imperador sanguinário, Marco Aurélio, que não adiantava matar mais cristãos porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Quanto mais cristãos eram martirizados barbaramente, mais romanos se convertiam; até que em 313, depois de 250 anos de perseguição de Nero, Domiciano, Trajano, Aureliano, Marco Aurélio, Diocleciano, etc., Constantino se converteu, impediu a perseguição. Em 385 Teodósio, o Grande, decretou o fim do paganismo e Roma se tornou cristã. O sangue dos mártires venceu a fúria da grande águia romana e a espada dos Césares se “curvou diante da cruz de Cristo” (Daniel Rops).

Esse sangue foi derramado abundantemente no Japão, na China, no Vietnã, no Laos, no Cambodja, no México, em Cuba, na Espanha… em todos os continentes; e, mais do que nunca no século XX e XXI, pelos comunistas, nazistas e mulçumanos radicais. No Brasil, o nosso primeiro bispo, D. Pedro Sardinha, foi morto pelos índios e devorado.

A revolução francesa matou cerca de 17.000 padres e 30.000 religiosos. O Papa João Paulo II disse, com dados mostrados, que o século XX sozinho fez mais mártires do que toda a história anterior da Igreja. Ele nomeou uma Comissão destinada a recensear os mártires do século XX. Mais de dez mil relatos de martírio ocorrido chegaram a Roma, em cerca de dez línguas diferentes. 45% desses relatos vieram de Conferências Episcopais e 40% de Congregações ou Ordens Religiosas. Em setembro de 1998, a Igreja da Espanha tinha mandado 2075 relatórios; a da França, sessenta e a Espanha mais 2000 ; a Coréia, 200; a Polônia, 900. Quanto aos países dominados por governo anticatólico (Vietnã, China, Sudão…), as autoridades civis não permitiram.

Bento XVI beatificou 149 mártires da perseguição religiosa espanhola, assassinados entre 1936 e 1937, na revolução civil. Em outubro de 2007, Bento XVI realizou a beatificação mais numerosa da história da Igreja: a 498 “mártires do Século XX na Espanha (1930)”. Em agosto de 2010, beatificou 12 carmelitas martirizados na Espanha em 1930. Em julho de 2010 beatificou vinte e dois jovens martirizados pelo Rei Mwanga, em Uganda. Em 2009, mais de 200 mártires dessa Guerra Civil espanhola. No dia 29 de agosto de 2010, os cristãos na Índia celebraram a “jornada dos mártires da Índia”. Em novembro de 2012, Bento XVI beatificou 117 mártires vietnamitas. Em junho de 2013 o Papa Francisco reconheceu o martírio de 95 Servos de Deus assassinados durante a Guerra Civil Espanhola. E beatificou 134 mártires coreanos em Seul.


O representante do Vaticano na ONU, em Nova York, o arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, em 28 de outubro de 2009, disse que “a religião cristã é a mais perseguida no mundo”. Mais de 200 milhões de cristãos sofrem discriminações.

Dom Eterovic, no sínodo dos bispos de 2009, referiu-se à quantidade de pessoas que foram assassinadas na África por defender sua fé nos últimos 15 anos. Foram mortos 521 agentes pastorais, entre africanos e outros missionários estrangeiros.

Em 20 de outubro de 2010 no Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, Dom Edmond Farhat, arcebispo titular de Biblos (Líbano) disse: “A ação de Deus continua na história. A Igreja no Oriente Médio vive agora seu caminho de cruz e de purificação, que leva à renovação e à ressurreição. Os sofrimentos e as angústias do presente são o choro do recém-nascido. Se duram, é porque este tipo de demônio que atormenta nossa sociedade só se afasta com a oração.”


A ONG OPEN DOORS, em seu relatório de 2014, informou que: 322 cristãos são mortos por mês (11 por dia!) no mundo por causa de sua religião, a maior parte deles vitima do extremismo islâmico.

No Iraque, 70% dos cristãos deixaram o país desde 2003 para fugir da perseguição terrorista dos muçulmanos. 2014 foi o ano da era moderna em que mais cristãos foram perseguidos, torturados, presos ou mortos por causa de sua fé” (VEJA, pg. 30, n.2414/fev/2015).

Agora vimos essa brutal decapitação, fria e covarde, de 21 cristãos coptas, mostrados pela internet e TV, sendo fotografados e filmados. Cometeram o crime de ser cristãos, da mesma forma que seus irmãos mártires jogados aos leões de Roma, queimados vivos, eliminados nas câmaras de gás de Hitler e nos labirintos soviéticos. Cristo continua derramando seu sangue para salvar a humanidade. “Completo na minha carne o que falta a paixão de Cristo, no seu corpo que é a Igreja” (Col 1,24). Quando se mata uma baleia, há clamor mundial; quando se mata cristãos, a maioria se cala… Jesus continua sua Paixão silenciosa.

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Prof. Felipe Aquino


Sobre Prof. Felipe AquinoO Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.

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Título original: Mártires de ontem e de hoje


Site: Cléofas
Editado por Henrique Guilhon