Catia
Em seu site particular, o autor intitulado pastor (Airton Evangelista da Costa) escreveu um artigo sobre: cânon Bíblico; na verdade, esse artigo não passa de mais uma cópia barata de fábulas protestantes referentes à mutilação satânica promovida ao longo do tempo. Nesse artigo, cheio de achismos baratos e sofismas protestantes, o pastor afirma categoricamente que os sete livros deuterocanônicos foram acrescentados na Bíblia Sagrada pelo concílio de Trento no século XVI; o mais engraçado na história comovente desse pastor, foi a sua audácia de escrever um artigo sobre cânon Bíblico sem nos fornecer um documento histórico a respeito desse assunto, sua única fonte foi:
Fonte: A Bíblia Através dos Séculos, Antonio Gilberto, 2ª Edição, 1987, pgs. 63-65
Continuando
Agora eu pergunto: quem são os treze profetas? Quais eram esses livros? De que hinos e louvores ele se referia? A falta de conhecimento protestante é o que leva a ruína deles próprio, entre os vinte e dois livros de Flávio Josefo, ele incluía vario livros como sendo um livro apenas, por ex: ele cita treze profetas, sendo que temos dezesseis profetas na Bíblia, ele incluía entre esses livros dos treze profetas, livros como Reis, Crônicas, Samuel etc. Quem pode afirmar que os deuterocanônicos não estavam relacionados entre esses livros? Se o pastor Airton tivesse realmente perdido um pouco do seu tempo para ler os livros de Flávio Josefo, saberia que um dos livros mais usados por Flávio Joséfo era o próprio livro dos Macabeus.
“Pois que tendes, meus filhos, a mesma fé, mostrai a mesma resolução. Como tendo diante dos olhos tais objetos, vossa piedade poderia não sair vitoriosa dos tormentos que vos são preparados? Tais as palavras dessa mulher forte que ninguém jamais poderia deixar de louvar; e elas (palavras) fizeram tal impressão no espírito desses sete irmãos, tão dignos de tê-la por mãe, que, tendo todos morrido para não faltar ao que deviam a Deus, vivem agora com ele, na companhia de Abraão, de Isaque, de Jacó e dos outros patriarcas” (Flávio Josefo História dos Hebreus, Livro único capítulo 14)
Nesse texto, Flávio Josefo cita a velha história dos sete irmãos Macabeus martirizados juntos de sua mãe, o mesmo livro citado pelo autor de Hebreus.
“35. Devolveram vivos às suas mães os filhos mortos. Alguns foram torturados, por recusarem ser libertados, movidos pela esperança de uma ressurreição mais gloriosa” (Hebreus capítulo 11)
Obs. Tais referencias fazem parte do segundo livros dos Macabeus capítulo 7.
Agora eu pergunto: Como Flávio Josefo e os Hebreus rejeitaram tais livros se eles mesmos usavam esses livros para escreverem suas obras?
Para terminar os embustes sobre Flávio Josefo, o mesmo diz em história das antiguidades que Deus permitia (João hircano) a prever o futuro através dos dom de profecias.
“Foi considerado por Deus digno de três dos maiores privilégios, o governo da nação, o cargo de sumo sacerdote e o dom da profecia, pois a Divindade estava com ele e lhe permitiu prever e predizer o futuro [...]” (Antiguidades 13, 299 - 300)
João Hircano viveu no suposto período inter-bíblico revelado aos protestantes no século XVI.
“10. O sumo sacerdote fez-lhe ver que se tratava do depósito das viúvas e dos órfãos; 11. que somente um dos depósitos pertencia a Hircano, filho de Tobias, varão muito eminente; que não era como o pretendiam as calúnias do ímpio Simão, mas que tudo se reduzia a uma soma de quatrocentos talentos de prata e duzentos talentos de ouro” (II Macabeus capítulo 3)
Assim fica evidente que tal período inter-bíblico só existe na cabeça protestante.
Ainda falando sobre o suposto período inter-bíblico, segundo o pastor Airton e o fantástico mundo protestante, entre Malaquias e Mateus não existiram revelações divinas para seu povo, então ele poderia nos explicar quem revelava a Simeão no templo e a profetisa Ana?
“25. Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele. 26. Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor” (Lucas capítulo 2)
“36. Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser; era de idade avançada. 37. Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações. 38. Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação” (Lucas capítulo 2)
Realmente pastor Airton, parece-me que São Lucas não tinha conhecimento desse tal período inter-bíblico, pena não ter um protestante na época para não permitir que Lucas cometesse essa heresia.
Para terminar essa parte do artigo, o pastor Airton diz que os livros deuterocanônicos jamais foram aceitos pelos Judeus, mas ele diz isso com uma convicção tão grande, parece até que ele convivia com esse Judeus na época.
Infelizmente tem mais um abacaxi para o pastor Airton descascar, pois eu gostaria de saber, de qual livro os Judeus retiraram a Festa da Dedicação para institucionalizar como uma festa no seu calendário religioso?
“22. Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno. 23. Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão” (João capítulo 10)
Esse será um dever de casa para o pastor Airton, sugiro ao pastor, ler I Macabeus capítulo 4 versículo 59.
Parece-me que São João não tinha o conhecimento desse tal período inter-bíblico.
Pastor Airton diz:
”Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Júlio Africano e outros homens de valor dos primitivos cristãos, opuseram-se a eles na qualidade de livros inspirados. Apareceram a primeira vez na Septuaginta, a tradução do Antigo testamento, feita do hebraico para o grego. Quando a Bíblia foi traduzida para o latim, em 170 d.C., seu Antigo Testamento foi traduzido do grego da Septuaginta e não do hebraico. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do século V (405 d.C.), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da antiga Versão Latina, de 170, porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses livros não poderiam servir como base doutrinária”
Refutação:
Agora sim, chegou o momento esperado, aquele em que os protestantes jogam palavras na boca dos padres da Igreja e nem sequer citam fontes documentais, é muito fácil dizer que Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Július não aceitaram tais livros, o difícil será esse pastor provar esse embuste provando isso documentalmente e desconsiderando as minhas fontes documentais.
Primeiro: O dever dos padres da Igreja era de questionar mesmo, questionar tudo, só assim eles conseguiram examinar tudo e reter o que é bom.
“19. Não extingais o Espírito. 20. Não desprezeis as profecias. 21. Examinai tudo: abraçai o que é bom. 22. Guardai-vos de toda a espécie de mal” (I Tessalonicenses capítulo 5)
Se todos os livros que passaram por algum tipo de exame ou foram questionados pela patrística fossem retirados do cânon protestante, jamais o cânon protestante teria livros como: Tiago, II Pedro, III João, Judas e Apocalipse. Fico imaginando o que seria dos protestantes sem o livro do Apocalipse, o que eles usariam para aliciar seus fieis?
Mas Euzébio diz em História Eclesiástica que esses livros por mim mencionados, não eram aceitos como canônicos até o IV século.
“1. De Pedro reconhecemos uma única carta, a chamada I de Pedro. Os próprios presbíteros antigos utilizaram-na como algo indiscutível em seus próprios escritos. Por outro lado, sobre a chamada II carta, a tradição nos diz que não é testamentaria; ainda assim, por parecer proveitosa a muitos, é tomada em consideração junto com as outras Escrituras. 4. Pois bem, os escritos que levam o nome de Pedro, dos quais somente uma única carta conhecemos como autêntica e admitida pelos presbíteros antigos, são os já referidos” (Historia Eclesiástica III Livro III Euzébio de Cesaréia)
“3. Estes são os ditos admitidos. Dos livros discutidos, por outro lado, mas que são conhecidos da grande maioria, temos a Carta dita de Tiago, a de Judas e a segunda de Pedro, assim como as que se diz serem segunda e terceira de João, sejam do próprio evangelista, seja de outro com o mesmo nome” (Historia Eclesiástica XXV Livro III Euzébio de Cesaréia)
“2. Quanto aos Atos que levam seu nome e o Evangelho dito como seu, assim como a Pregação que se diz ser sua e o chamado Apocalipse, sabemos que de modo algum foram transmitidos entre os escritos católicos, pois nenhum autor eclesiástico, nem antigo nem moderno, utilizou testemunho tirado deles”(Historia Eclesiástica III Livro III Euzébio de Cesaréia)
“4. Entre os espúrios sejam listados: o escrito dos Atos de Paulo, o chamado Pastor e o Apocalipse de Pedro, e além destes, a que se diz Carta de Barnabé e a obra chamada Ensinamento dos Apóstolos, e ainda, como já disse, talvez, o Apocalipse de João: alguns, como disse, rechaçam-no, enquanto outros o contam entre os livros admitidos” (Historia Eclesiástica III Livro XXV Euzébio de Cesaréia).
Como eu falei anteriormente, se for retirar qualquer livro contestado pelos padres da Igreja, a Bíblia protestante ficará mais fina do que já é.
Sobre os padres citados, vou começar com Jerônimo, onde ele mesmo (Jerônimo)diz que a não aceitação dos livros deuterocanônicos (falando sobre as adições de Daniel) não era pensamento dele próprio e sim ele (Jerônimo) estava apenas expondo os pensamentos Judaicos.
“Mas quando eu repeti o que os judeus dizem contra história de Susana, o hino dos 3 Jovens, e a estória de Bel e o Dragão, que não estão contidos na bíblia hebraica, o homem que fez esta acusação contra mim prova que ele mesmo é um tolo e um caluniador. Pois eu expliquei não o que eu pensava, mas o que eles comumente diziam contra nós. Eu não refutei a opinião deles no prefácio por que eu sendo breve, e cuidadoso para não parecer que eu não estava escrevendo um prefácio e sim um livro. Eu disse, portanto, ‘aqui não agora não é o momento para entrar em discussão sobre isto” (Apologia contra Rufino, Livro 2, 33)
O próprio Jerônimo, diz estar submetido ao concílio de Nicéia e a inclusão dos deuterocânonicos nesse concílio.
“Entre os judeus, o livro é chamado de apócrifo; [...]. Além disso, desde que foi escrito em língua Caldéia, é encontrado entre os livros históricos. Mas desde o Concílio de Nicéia é contato junto ao número das Escrituras Sagradas, eu tenho me submetido à sua decisão (ou deveria dizer obrigação!)” (JERONIMO, 430)
Fica claro que Jerônimo aceitava a decisão do concilio de Nicéia e os deuterocânonicos como Escrituras Sagradas.
Continua
Título Original: DESAFIO: MACABEUS X PR. AIRTON COSTA.
Site: O Diário Alexandrino
Editado por Henrique Guilhon
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