A Bíblia de Gutenberg
Catia
Em seu site particular, o autor intitulado pastor (Airton Evangelista da Costa) escreveu um artigo sobre: cânon Bíblico; na verdade, esse artigo não passa de mais uma cópia barata de fábulas protestantes referentes à mutilação satânica promovida ao longo do tempo. Nesse artigo, cheio de achismos baratos e sofismas protestantes, o pastor afirma categoricamente que os sete livros deuterocanônicos foram acrescentados na Bíblia Sagrada pelo concílio de Trento no século XVI; o mais engraçado na história comovente desse pastor, foi a sua audácia de escrever um artigo sobre cânon Bíblico sem nos fornecer um documento histórico a respeito desse assunto, sua única fonte foi:
Fonte: A Bíblia Através dos Séculos, Antonio Gilberto, 2ª Edição, 1987, pgs. 63-65
Continuando
Se o pastor Airton souber contar até (73), verá que o codec do IV século possuía todos os deuterocanônicos assim como a famosa Bíblia de Gutenberg impressa um século antes do concílio de Trento.
Peço ao leitor, que analise criteriosamente os três concílios por mim citados Roma, Hipona e Cartago, também analise o concílio de Florença um século antes do concílio de Trento e por fim, analise o codec Sinaiticus e a Bíblia de Gutenberg, depois desse analise, faça uma reflexão usando o bom senso que um Cristão tem que ter, assim conclua por si mesmo se o protestantismo diz a verdade ou tenta ludibriar seus fieis e admiradores com seus embustes e sofismas, sem contar as fábulas criadas ao longo do tempo.
Falando agora sobre as supostas (novas doutrinas) que a Igreja teria inventado e que os santinhos protestantes queriam combater, segundo esse pastor, tais doutrinas eram:
(1) Purgatório.
(2) Orações pela Alma dos falecidos.
(3) Justificação pela Obras.
Agora esse pastor pegou mais um abacaxi para descascar, ele está se referindo aos fatos ocorridos entre os séculos XV e XVI, segundo ele, tais doutrinas teriam sido inventadas apenas nessa época, mas será que isso é verdade? Como podemos notar, a doutrina do purgatório é uma crença provinda do Judaísmo, se no próprio livro dos Macabeus é mencionado a purificação da Alma após a morte, sinal de que a crença não foi inventada no século XVI; mas para provar que essa doutrina foi acolhida pelos Cristãos já nos primeiros séculos, eu vou colocar aqui, um trecho do livro (O Pastor) escrito por Hermas, nesse livro, Hermas têm a visão da construção espiritual da Igreja, onde cada pedra colocada nessa construção era um fiel, observem o que ele diz:
“Eu lhe perguntei se todas essas pedras rejeitadas e impróprias para a construção podiam fazer penitência e encontrar lugar na torre. Ela me respondeu: Elas podem fazer penitência, mas não podem se encaixar nessa torre. Elas se encaixarão em OUTRO lugar muito menor e só DEPOIS que tiverem passado pelas provações da penitência e cumprido os dias necessários para expiar os seus pecados. São transportadas para outro lugar, porque participaram da palavra de justiça. Se refletirem sobre as obras perversas que cometeram, serão transportados das provações; se não refletirem, não serão salvos, e isso devido à dureza de seus corações” (O Pastor escrito por Hermas capítulo XV versos V e VI)
Nesse texto, podemos observar a construção da Igreja Espiritual, no texto diz que algumas pedras seriam rejeitadas inicialmente, seriam levadas para um outro lugar, onde seriam expiados seus pecados e depois de cumprir os dias da purificação, essas pedras seriam usadas na novamente.
Sobre as orações pela Alma dos falecidos, eu realmente não creio que esse pastor teve a coragem de dizer uma barbaridade dessas! Dizer que as orações pela Alma dos falecidos fora inventada no século XVI é o mesmo que dizer que Jesus Cristo nunca existiu, já que os próprios Judeus antes de Cristo já faziam suas orações pelas Almas dos falecidos (Vide Livro dos Macabeus), mesmo assim, eu irei provar documentalmente que a doutrina das orações pela Alma de que faleceu já era crença entre os Cristãos dos primeiros séculos.
Santo Agostinho assim dizia:
“Como me dizes, achais que não é coisa vã o sentimento que leva pessoas fiéis e religiosas a tomarem tal cuidados com os seus falecidos. Adiantas, ainda, que não é sem motivo que a Igreja universal mantém o costume de orar pelos mortos. Assim, pode-se concluir que é útil para o homem, após sua morte, ter uma sepultura desse gênero, providenciada pela piedade [de seus familiares], onde possa contar a proteção dos santos” (Cuidados devidos com os mortos, Santo Agostinho capítulo I)
“Já que o sepultamento é, por si mesmo, uma obra religiosa, a escolha do local não poderia ser estranha ao ato religioso. É consolo para os vivos, uma forma de testemunhar sua ternura para com os familiares desaparecidos. Não enxergo,porém, como os mortos podem encontrar aí alguma ajuda, a não ser quando o lugar onde descansam é visitado e são encomendados, pela oração [dos visitantes], à proteção dos santos junto ao Senhor. Contudo, isso pode ser feito ainda quando não é possível sepultá-los em tais lugares santos... A Igreja tomou para si o encargo de orar por todos aqueles que morreram dentro da comunhão cristã e católica. Ainda que não conheça todos os nomes [de seus fiéis defuntos], ela os inclui numa comemoração geral19. Dessa forma, aqueles que não possuem mais pais, filhos ou outros parentes e amigos para auxiliá-los, são amparados pelo sufrágio dessa piedosa Mãe comum” (Cuidados devidos com os mortos, Santo Agostinho capítulo IV)
Bem, creio que esse pastor tenha se perdido em espaço e tempo, os texto de Santo Agostinho foram escritos pelos menos mil e duzentos anos antes da rebelião protestante.
Sobre a justificação pela obras, creio que o pastor deveria questionar São Tiago, foi ele mesmo, o Bispo de Jerusalém que escreveu em sua epístola que: (FÉ SEM OBRAS É MORTA).
“26. Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago capítulo 2)
Dou-me o direito de não citar o Apocalipse onde diz que seremos julgados pelas nossas obras e não apenas pela nossa FÉ.
Pelo menos Lutero foi coerente com suas heresias, ele retirou Tiago e Apocalipse de seu suposto cânon.
Em 1522, no prefácio, de sua tradução alemã, às Epístolas de S. Tiago e S. Judas, nega a inspiração de Ambos, e assume que a Epístola de Tiago contradiz a epístola de Paulo aos romanos:
“Embora esta epístola de São Tiago fosse rejeitada pelos anciãos, eu elogio-a e considero-a um bom livro, porque estabelece não doutrinas de homens, mas vigorosamente promulga a lei de Deus. No entanto, afirmo a minha própria opinião sobre isso, embora sem prejuízo para ninguém, eu não considero como uma escrita de um apóstolo, e as minhas razões seguem. Em primeiro lugar, é terminantemente contra São Paulo e todo o resto da Escritura em atribuir a justificação às obras”
No prefácio ao Apocalipse nega a inspiração deste mesmo livro. E diz que não pode detectar a presença do Espírito Santo nele:
“Sobre o livro do Apocalipse de João, deixo todos livres para terem suas próprias opiniões. Eu não obrigo ninguém a seguir minha opinião ou julgamento. Eu digo o que sinto. Eu sinto a falta de mais de uma coisa neste livro, e isso me não faz considerá-lo nem apostólico nem profético”
Assim, fica evidente que o protestantismo é incoerente com suas próprias ideologias, séculos depois da rebelião de Lutero, a carta de Tiago e Apocalipse foram recolocados no cânon, mesmo assim, há quem acredite que tais livros não seguem como fontes doutrinarias, já que os protestantes não crêem na justificação pelas Obras.
Pastor Airton diz?
“Houve prós e contras dentro da própria Igreja de Roma. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivarem ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O cardeal Pallavacini, em sua “História Eclesiástica”, declara que em pleno concílio, 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal, agarrados ás barbas e batinas uns dos outros... Foi nesse ambiente “espiritual” que os apócrifos foram aprovados! A primeira edição da Bíblia romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII”
Refutação:
Realmente isso não é um argumento e sim um verdadeiro show de Stand UP, segundo a calunia: (Bispos de pegaram pelas barbas no concílio de Trento), ao menos que esse pastor tenha sido testemunha ocular dos fatos por ele narrados, O MUNDO CRISTÃO, necessita pelo menos uma prova documental da época onde um dos Bispos narram tais fatos.
Ficarei esperando ansioso.
O protestantismo está em um declínio tão grande, mais tão grande, que seus adeptos e lideres perderam a noção do bem e do mal, certo e errado, verdade e mentira, para eles, sendo contra a Igreja Católica, qualquer calúnia ou fábula se torna doutrina e é pregada em suas seitas como verdade absoluta. Qualquer criança com o mínimo de bom senso, ao ler tal (PIADA), pediria no mínimo, uma carta onde um dos Bispos presentes ao concílio tenha narrado tais fatos.
Lamentável.
Sobre a tal primeira edição da Bíblia Católica com os supostos Apócrifos, já foi provada que não passa de um embuste protestante, (Vide primeira refutação).
No próprio artigo do pastor, uma hora ele diz que os livros foram acrescentados no concílio de Trento, outra hora ele diz que foram apenas aprovados no concílio de Trento. Para que ele sustente essa mentira, ele terá que fazer desaparecer da face da terra as Atas dos concílios de Roma, Hipona, Cartago e Florença, além do codec Sinaiticus e a Bíblia de Gutenberg,
“44. Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João capítulo 8)
Pastor Airton diz:
”Os reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos colocando-se entre o Antigo e o Novo Testamento; não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário e histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa de King James, de 1611, ainda os conservou. Após 1629, os evangélicos os omitiram de vez nas Bíblias editadas, para evitar confusão entre o povo simples que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo [grifo acrescentado].”
Refutação:
Só o fato da versão King James possuir os sete livros deuterocânonicos, já mostra a contradição entre as milhares de seitas protestantes, até então, segundo o artigo desse pastor, nem a Bíblia Católica possuía esses livros (Fábula), agora até uma das versões protestantes (no caso Anglicana) possui tais livros. Vai entender a cabeça dessas seitas.
Continua
Título Original: DESAFIO: MACABEUS X PR. AIRTON COSTA.
Foto: Web
Site: O Diário Alexandrino
Editado por Henrique Guilhon
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