Continuando
“Seu argumento é engenhoso, mas você não vê que é contra a Sagrada Escritura, que declara que, mesmo a ignorância não é sem pecado. Por isso, foi que Jó ofereceu sacrifícios por seus filhos, teste, por acaso, eles tinham involuntariamente pecado em pensamento. E se, quando se está cortando madeira, a cabeça de machado salta do punho e mata um homem, o proprietário é ordenado a ir para uma das cidades de refúgio e ficar lá até o sumo sacerdote morrer (Num. 35, 8); isto é, até que ele ser redimido pelo sangue do Salvador, seja no batistério, ou em penitência que é uma cópia da graça do batismo, através da inefável misericórdia do Salvador, que não quer ninguém pereça (Ezequiel 18, 23), nem se deleita na morte dos pecadores, mas sim que eles se convertam e vivam. [...]
Você espera que eu explique os objetivos e planos de Deus? O Livro da Sabedoria dá uma resposta à sua pergunta tola: “Não olhe para as coisas acima de ti, e não procure coisas fortes demais para ti’ (Eclesiástico 3, 21). E em outro lugar ‘Não te faça exageradamente sábio, e não argumente mais do que é necessário.’(Eclesiastes 7, 16) E no mesmo lugar ‘em sabedoria e simplicidade de coração busca a Deus.’ Você talvez negará a autoridade deste livro […]” (Contra os Pelagianos, Livro I, 33)
"Ele submete estas citações juntas, mas qualquer um pode ver que quando Jerónimo se refere à Escritura na passagem, ele está se referindo à Escritura canônica (Jó, Números e Ezequiel). A citação de Eclesiástico é independente da citação de cima e não há nenhuma indicação de que Jerónimo o cite como Escritura."
Eu usei as duas passagens juntas por que uma é continuação da outra, como era muito grande foi necessário colocar as partes mais interessantes, então a parte que liga essas duas citações foi subtraida! As passagens de Jó, Números e Ezequiel, são as primeiras e ele não faz distinção delas e das outras que cita mais a frente, usa todas para combater a heresia!
Observe primeiro que esta passagem está lidando com a heresia pelagiana, no final da vida de São Jerônimo. Esta é em 417 d.C, um de seus escritos últimos escritos. A Doutrina está em jogo. A Escritura está provando que, “mesmo a ignorância não é sem pecado.” Ele cita Números, Ezequiel e Jó, logo após isso, vai para o livro Eclesiástico, embora ele cita-o como o livro da Sabedoria. Aqui, este livro é visto explicando os propósitos e planos de Deus, doutrina. Este não é apenas de uso eclesiástico. Esta é uma continuidade da refutação do argumento de seu adversário que vai contra a Sagrada Escritura, e ele cita o livro deuterocanônico para refutar-lo. Esta citação é uma continuação do uso das Escrituras e nada aqui diz: “bem agora eu vou usar um livro não-bíblico”.
São Jerônimo diz: “Você, talvez” negará a autoridade deste livro. Ele não diz, “eu nego a autoridade deste livro.” Ele mesmo assim aceita a autoridade do livro. Seu uso aqui segue os comentários que especificamente diz que as escritura ensinam isto, e este livro explica a sabedoria e propósitos de Deus. Assim, este último comentário mostra claramente ele considera o livro como Escritura.
Na verdade, continuando a citação Jerónimo nega a autoridade de Eclesiástico ao dizer: “Você talvez negará a autoridade deste livro. Ouça então o apóstolo [Rom.11:33-34; 2 Tim 2:23]. E em Eclesiastes (Um livro sobre o qual não pode haver dúvida) lemos…”. Indicando que, ao contrário do livro de Eclesiastes sobre o qual não havia dúvida e cuja autoridade estava fora de questão, a autoridade de Eclesiástico como Escritura era duvidosa (para dizer o mínimo).
Onde ele viu Jerônimo negando a autoridade do livro?
Como eu disse anteriormente São Jerônimo diz “você talvez negará” ele não diz “eu nego”, justamente por que seu adversário não aceitava Eclesiastes e não de Eclesiástico! Nosso amigo está colocando palavras na boca dele!
Veja que a frase “você talvez negará” vem depois da citação de Eclesiastes e não de Eclesiástico:
“E em outro lugar ‘Não te faça exageradamente sábio, e não argumente mais do que é necessário.’(Eclesiastes 7, 16) E no mesmo lugar ‘em sabedoria e simplicidade de coração busca a Deus.’ Você talvez negará a autoridade deste livro […]”
Ele parece que não viu que a ressalva está atrelada a Eclesiastes e não a Eclesiástico! Por isso depois são Jerônimo diz que não pode ter nenhuma duvida quanto a veracidade dele!
“E os provérbios de Salomão nos dizem que como ‘O vento norte traz chuva, e a língua fingida, o rosto irado.’ (Provérbios. 25, 23) Às vezes acontece que uma flecha quando é dirigida a um objeto duro ricocheteia sobre o arqueiro, ferindo o atirado, e assim, as palavras são cumpridas ‘viraram-se como um arco enganador’ (Salmo 78, 57) e em outra passagem: ‘aquele que lança uma pedra ao alto, lança-a sobre sua própria cabeça’(Eclesiástico 27, 25)” (A Rusticus, Epístola 125, 19)
"Novamente, embora Eclesiástico seja usado no contexto a par da Escritura, isso não prova nada, especialmente à luz do uso eclesiástico."
Isso provar muito! São Jerônimo cita Provérbios 25, 23 e depois “as palavras são cumpridas”, no plural, não é apenas uma palavra. Em seguida, ele cita as duas passagens que cumprem. Uma delas é o Salmo 128, 57 e a outra é Eclesiástico 27, 25. A escritura é, portanto, cumprida. Não é algo eclesiástico que se está cumprido, e sim as escrituras!
Quando ele diz “Outra passagem” após estar falando do cumprimento em um livro canônico, definitivamente implica que estamos falando de igual autoridade. São Jerônimo escreve o que cumpre as Escrituras. Ele não faz absolutamente nenhuma distinção entre o cumprimento do Salmo 128, 57 e Eclesiástico 27, 5. Nenhum leitor objetivo pode ler esta passagem e chegar a conclusão de que nosso amigo chegou: “isso não prova nada”.
“Deixe-me chamar em meu auxílio o exemplo dos três Jovens que, em meio ao fogo, fresco de cerco, cantava hinos, (Daniel 3, 14-94 ) em vez de chorar, e em torno daqueles turbantes e cabelos santos as chamas jogado sem causar danos. Deixe-me lembrar, também, a história do abençoado Daniel, em cuja presença, embora fosse sua presa natural, os leões agachados, com caudas abanando e bocas assustadas. (Daniel 6). Deixe Susanna também subir na nobreza de sua fé ante os pensamentos de todos, que, depois de ter sido condenada por uma sentença injusta, foi salva por um jovem inspirado pelo Espírito Santo (Daniel 13, 45). Em ambos os casos a misericórdia do Senhor foi também mostrada, por enquanto Susanna foi libertada pelo juiz, de modo a não morrer pela espada, essa mulher, embora condenada pelo juiz, foi absolvida pela espada.” (Carta I, 9)
"Jerónimo cita as adições a Daniel, mas isso não significa que citou isto como Escritura inspirada e não eclesiasticamente."
Aqui é o começo da carreira de São Jerônimo como escritor. Acabamos de ver no final de sua vida, ele estava tratando os livros deuterocanônicos como Escritura e prova para a doutrina conta os Pelagianos. Aqui vemos em sua primeira carta, de 370 d.C, ele tratando as partes deuterocanônicas de Daniel, exatamente da mesma forma que Daniel 6.
Susanna, Daniel, e os três jovens são mencionados no mesmo nível. São Jerônimo não diz que as passagem deuterocanônica que falam de Susanna e dos jovens são de menos autoridade do que a menção de Daniel na da cova dos leões.
A misericórdia do Senhor é mostrada igualmente em Daniel na cova dos leões, bem como nos três jovens em meio ao fogo , e em Susanna que permaneceu pura. Ele não trata de uma coisa como fábula, e outra coisa como verdadeira. Elas são todas verdadeiras e todas mostram a verdadeira misericórdia de Deus, e não uma fábula.
Observe a propósito, não há nenhum comentário por São Jerônimo, escrevendo que “bem, isto é uso eclesiástico, e este aqui é a Escritura, e novamente aqui é eclesiástico.” São Jerônimo não dá nenhuma indicação da presunção de nosso amigo!
“Essas coisas, querida filha em Cristo, eu te impressiono e freqüentemente repito, que você pode esquecer as coisas que estão para trás e chegar-vos as coisas que estão diante (Filipenses 3, 12). Você tem viúvas, como você dignas de serem modelos, Judite de renome na história hebraica (Judite 13) e Ana, filha de Fanuel (Lucas 2), famosa no evangelho. Ambas Tanto de dia como de noite viviam no templo e preservado o tesouro de sua castidade pela oração e pelo jejum. Uma delas era tipo a Igreja, que corta a cabeça do diabo (Judite 13, 8) e a outro primeiro recebeu nos braços o Salvador do mundo e lhe foi revelado os santos mistérios que estavam por vir (Lucas 2 , 36-38).” (A Salvina, Carta 79, 10).
O texto traduzido correctamente diz: "Você tem viúvas, como você dignas de serem modelos,Judite renomada na história Hebraica (Judite 13) e Ana, filha de Fanuel (Lucas 2), famosa no evangelho".
Com certeza ele não leu o que eu traduzi! Minha tradução diz:
“Você tem viúvas, como você dignas de serem modelos, Judite de renome na história hebraica (Judite 13) e Ana, filha de Fanuel (Lucas 2), famosa no evangelho.”
A tradução do expert diz:
"Você tem viúvas, como você dignas de serem modelos, Judite renomada na história Hebraica(Judite 13) e Ana, filha de Fanuel (Lucas 2), famosa no evangelho"
Qual a diferença? Onde está o erro? Ah, já sei, eu traduzi “de renome” e ele “renomada”, grande diferença isso faz ao ponto dele se dá ao trabalho de frisar esta besteira!
Parece-me que ele não tinha argumentos melhores resolveu tentar a tacar e impugnar minhas traduções, mas deu com os “burros n’água”!
“Jerónimo explicitamente chama o relato de Judite uma "história Hebraica", mas o relato de Fanuel em Lucas 2 ele chama "o evangelho”. Se ele estivesse citando ambos como Escritura, por que razão classifica Judite desta maneira e a contrasta com um relato do evangelho? Acho que a resposta é óbvia.”
Não há nenhum contraste, só ele que vê isso! São Jerônimo cita Judite como história justamente por que ela está entre os livros históricos (hagiógrafos) e Ana por que ela está nos Evangelhos, ou ele queria que São Jerônimo citasse Judite como Evangelho também?
Ele está apenas mencionando onde os livros estavam, e não dizendo que um é inspirado e o outro não!
Então a resposta “óbvia” não é tão “óbvia” assim. Não há contraste algum. Ele não notou que quando Jerônimo citou q fato que Judite degolou Holofernes como a Igreja, seria a Igreja comparada a uma mulher descrita por uma obra puramente humana? Além do mais, ele se refere a Judite absolutamente da mesma maneira que ele se referiu a Ester e Hamã, ou o evangelho de Marcos. Já que por Jerônimo ter chamado Judite de História ele estaria negando a inspiração dela, então ele negou a inspiração de Samuel, pois ele diz:
‘Alguns de um equívoco número Débora entre as viúvas, e supõe que Barak o líder do exército é seu filho, embora a escritura contasse uma história diferente. Assim, em nossos dias vimos repetida ahistória contada nos os Profetas, (1 Sam. 1-2), de Hannah, que embora, a princípio estéril depois se tornou fecunda. Você trocou um fertilidade ligada à tristeza por descendência que nunca morrerá.”(Carta CVII, 3)
Continua
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