Apologistas Católicos
Continuando
Com isso dito, São Jerônimo, 11 anos depois de seu prefácio, escreveu que o que ele escreveu no prefácio de Daniel, não reflete seus sentimentos sobre as adições deuterocanônicos para Daniel:
“Mas quando eu repeti o que os judeus dizem contra história de Susana, o hino dos 3 Jovens, e a estória de Bel e o Dragão, que não estão contidos na bíblia hebraica, o homem que fez esta acusação contra mim prova que ele mesmo é um tolo e um caluniador. Pois eu expliquei não o que eu pensava, mas o que eles comumente diziam contra nós. Eu não refutei a opinião deles no prefácio por que eu sendo breve, e cuidadoso para não parecer que eu não estava escrevendo um prefácio e sim um livro. Eu disse, portanto, ‘aqui não agora não é o momento para entrar em discussão sobre isto.’” (Apologia contra Rufino, Livro 2, 33).
Assim, ao escrever sobre seus comentários sobre o seu próprio prefácio, ele escreve explicitamente que os seus comentários depreciativos apenas refletiam o que os judeus disseram. Então, esta presunção ainda no prefácio de que o sr. Verdade aponta-nos, nos mostra que isso não é o que o próprio Jerônimo pensava. Ele está explicando que, mesmo em 391-393, ele nunca quis assumir a posição de que o sr. Verdade está dizendo que ele tomou. Isso explicaria por que três vezes ele cita estes livros favoravelmente em conjunto com outras Escrituras.
“Claro que se constata que a Igreja da Palestina não rejeitava estes livros. Que grande novidade nos dá o apologista católico! Estes livros não caíram do céu na Igreja. Eles estavam incluídos nos códices da Septuaginta que eram utilizados pelos cristãos de língua grega. Mas isso por si só não garante que estes livros não ensinem heresias nem a sua canonicidade. Aliás, nestes mesmos códices também estavam incluídos livros que a igreja romana hoje não aceita como canônicos.”
Aqui ele fala da parte onde digo que os deuterocanônicos estavam em posse da Igreja e eram lidos.
Ahh, então está bem, só por que já se sabe de um argumento não é necessário citá-lo?
Como disse os livros estavam em posse da Igreja da Palestina, eles não continham heresias, mas segundo o nosso amigo eles poderiam ter heresias, então se assume aqui que livro heréticos eram lidos pela Igreja?
Ao contrário do que faz o protestantismo que repudia os livros totalmente, a Igreja primitiva apesar da hesitação de canonicidade de alguns, sempre teve posse e usou estes livros abertamente para a edificação do povo.
Os mesmos códices que estavam incluídos os outros livros que não são aceitos pela Igreja de Cristo como canônicos, nunca foram decretados como heréticos, nem sequer foi levanta alguma questão de heresia sobre eles, mas eram abertamente lidos para a edificação do povo.
“Comecemos pelo fim. Rafael Rodrigues afirma que Jerónimo faz menção aos livros deuterocanónicos "... cerca de 55 vezes." Isto é fácil de refutar. Se Paulo citou escritores pagãos, como Menandro, Epiménides, ou Arato, por que motivo Jerónimo não poderia citar estes livros que ele disse serem bons para a edificação da igreja, bem como outros?. O facto de se fazer menção a um livro não quer dizer que se o considere canónico. Mas Rafael Rodrigues vai mais longe e diz que ele citou-os como Escritura na prática. E que conclusão tira disto? Nenhuma. Apenas parece sugerir que Jerónimo mudou de opinião em relação às suas afirmações anteriores, mas tal pode não ser o caso. Veremos isto mais abaixo.”
Não, não é fácil de refutar, apesar do pseudo-erudito dizer isso em sua falaciosa afirmação. Aqui mais um “argumento pronto” que roda a internet, a falácia protestante de quer comparar o modelo das citações dos deuterocanônicos com as menções a profetas pagãos por Paulo.
Vejamos a maneira como Paulo trata Menandro, por exemplo, em sua carta a Tito, 1, 11-13:
“Um dentre eles, o profeta deles disse: Os cretenses são sempre mentirosos, feras selvagens, glutões preguiçosos. Esta asserção reflete a verdade. Portanto, repreende-os severamente, para que se mantenham sãos na fé, Um dentre eles, o profeta deles disse: ‘Os cretenses são sempre mentirosos, feras selvagens, glutões preguiçosos.’ Esta asserção reflete a verdade. Portanto, repreende-os severamente, para que se mantenham sãos na fé”
Ele não escreve, “Está escrito: Os cretenses são sempre mentirosos, feras selvagens, glutões preguiçosos.’” para significarem Escrituras. Paulo cita Menandro, mas na verdade nunca chama nenhuma das citações dos pagãos de “Escritura” ou faz mesclas dos ditos de profetas pagãos com os livros sagrados, como Jerônimo e o próprio Paulo fazem com os deuterocanônicos. Ele não chama Menandro um ‘profeta de Deus’. Não é o profeta de Deus, mas “o profeta deles”. Em Paulo, esta passagem não é utilizada em conjunção com outras passagens das Escrituras para provarem uma mesma coisa ou ponto. Estes escritos são totalmente postos de lado, e claramente dar pra perceber que Paulo está apenas se referindo a eles por causa do conhecimento popular. Quando Paulo escreve: “Está escrito” sabemos que ele está falando da Escritura. São Jerônimo usa o termo “Está escrito” apenas aos livros deuterocanônicos e outros livros bíblicos, nunca a escritos pagãos. Ele usa os deuterocanônicos bem no meio de outras passagens das escrituras que os protestantes aceitam, o que difere totalmente do caso de Paulo.
Ao contrário do sugerido pelo nosso contendedor, vamos ver que Jerônimo referem-se a Baruc não como “profeta deles”, mas o profeta de Deus. Assim, como veremos, na prática, São Jerônimo usa eles em apoio explícito para a doutrina, chama-os de escritura, proféticos, e usa esses livros de forma alternada com os livros que o Sr. Verdade reconhece. Paulo não faz nada parecido com isso quando cita Menandro e os outros escritores pagãos. Além do que Paulo cita 3 vezes os escritores pagãos de forma bem diferente, isso é absolutamente irrisório face a 55 citações, são Jerônimo não iria se preocupar tanto em ficar fazendo citações de obras puramente humanas.
“Perceba o leitor o erro de lógica elementar aqui cometido. Ora, o facto de ele não colocar o livro de Baruc entre os não canônicos não implica que o considerasse canônico. Significa apenas que o omitiu da mesma forma que omitiu outros livros não canônicos para a Igreja de Roma hoje, como a Oração de Manassés, 1 Esdras ou o salmo 151.”
Ele fala isso quando eu digo que São Jerônimo não citou Baruc quando fala dos livros que são apenas eclesiásticos por que ele o aceitava como inspirado. Isso deixava claro que ele aceitou Baruc, porém nosso amigo quer colocar Baruc ao mesmo nível de I Esdras e outros que nunca foram aceitos pela Igreja.
Ora, Eu falei que ele aceitou Baruc, justamente por que no decorrer do artigo isso seria provado, quando São Jerônimo cita como escrituras:
“ainda a nossa alegria não se deve esquecer o limite definido pela Escritura, e não devemos ficar muito longe da fronteira da nossa luta. Seus presentes, de fato, lembram me dos livros sagrados, pois nele Ezequiel adorna Jerusalém com braceletes, (Ezequiel 16, 11) Baruc recebe cartas de Jeremias (Baruc 6) e o Espírito Santo desce na forma de uma pomba no batismo de Cristo (Mateus. 3, 16)” (A Eustóquio, Epístola XXXI, 2 ).
Continua
Título Original: Tréplica a tentativa de argumentação protestante sobre São Jerônimo e os deuterocanônicos
Site: Apologistas Católicos
Editado por Henrique Guilhon
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