Apologistas Católicos
No dia 03 de Março de 2012, foi publicado aqui no site o artigo “São Jerônimo rejeitou os deuterocanônicos?” (http://apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/deuterocanonicos/503-sao-jeronimo-rejeitou-os-deuterocanonicos) de minha autoria com a colaboração do nosso amigo Matt. O referido artigo foi mencionado e comentado em um blog protestante de nome “Conhecereis a Verdade”. Este comentário realizado pelo dono do blog (Não o nome dele, por que não se identifica em seus artigos) foi publicado no dia 12 de julho de 2012 e é objeto de nosso presente artigo.
Este artigo é uma tréplica à réplica apresentada pelo blog, se é que podemos chamar de réplica o seu comentário ao meu artigo, que jugo ser de péssimo gosto, não por discordar dos meus argumentos, mas por querer convencer o leitor não pela força dos argumentos, mas por falácias comentários e questionamentos vagos usando ginásticas mentais para negar o que é óbvio. Por vezes diz que eu adulterei os escritos de São Jerônimo em minha tradução, sem prová-lo. Por esta razão lhe daremos atenção e provaremos que aqui quem está mentindo e adulterando escritos alheios, denunciando ao leitor os artifícios enganadores usados pela apologética protestante no Brasil, herdados do fundamentalismo protestante americano.
Chamaremos o autor desta “refutação” de “sr. verdade” (por sugestão ao nome do seu blog), já que não sabemos o seu nome.
Parte desta matéria em resposta ao artigo do nosso site, nada mais é do que a tradução de uma tentativa de Ray Aviles (protestante americano) em 2006 [pode ser acessada aqui] de refutar o Matt. Esse protestante já foi devidamente colocado no seu lugar com uma bela resposta do Matt. [pode ser vista aqui], porém o protestantismo brasileiro insiste em repetir a mesma peripécia já refutada do protestantismo americano. Para não ter que escrever exatamente a mesma coisa que o Matt já escreveu, vamos também traduzir partes relevantes da resposta dele, e acabar com o murmúrio protestante de uma vez por todas. Os escritos de São Jerônimo estarão em Azul, a pseudo-refutação em vermelho e minha resposta em marrom.
Refutação
“Mas como veremos a seguir todo o seu artigo é uma enorme sugestão de falsidade, ou seja, uma mentira.”
Na verdade, como veremos a seguir o que é “uma enorme sugestão de falsidade, ou seja, uma mentira” é toda essa falácia apresenta pelo blog.
“Dámaso não pediu a Jerónimo que traduzisse a Vulgata Latina (Tradução das escrituras do original para o Latim).
Dámaso pediu a Jerónimo DUAS coisas:
1. Uma revisão dos Salmos [...]
2. Uma revisão do NOVO TESTAMENTO [...]“
Ele cita isso aqui quando eu falo que Papa Dâmaso pediu solicitou a São Jerônimo a tradução das escrituras para o Latim, ou seja, a Vulgata.
Qualquer um que estudou a história da vulgata vai saber o óbvio, que não foi um decreto do Papa Dâmaso que fez São Jerônimo traduzir a Vulgata, porém o nosso amigo não conseguiu imaginar que eu quisesse dizer apenas que com o pedido de revisão dos Salmos e do NT pelo Papa foi o que deu o start up para a tradução da Vulgata, ou seja, a partir do pedido de Dâmaso a vulgata nasceu.
Então quando falei “apedido deste começou a traduzir a Vulgata Latina”, não significa necessariamente que eu esteja dizendo que o Papa Damaso baixou o decreto de tradução das escrituras para o Latim, mas sim que um pedido dele que deu o embalo para a confecção da supracitada tradução. Inclusive o autor que eu cito como fonte, faz da mesma forma que eu, e nem por isso eu entendi o que o protestante entendeu. Vamos ter que colocar notas de rodapé, nas matérias agora, dizendo “aqui eu digo assim” e “ali eu digo assado”, para os protestantes poderem compreender o que escrevemos.
Jerônimo aceitou o cânon hebraico de 22 livros (ou 24, dependendo da convenção).
Isso aqui foi escrito em 392 d.C no indica que foi sua opinião pelo resto de sua vida.
"E assim há também vinte e dois livros do Antigo Testamento; isto é, cinco de Moisés, oito dos profetas, nove dos hagiógrafos, embora alguns incluam Ruth e Kinoth (Lamentações) entre os hagiógrafos, e pensam que estes livros devem contar-se por separado; teríamos assim vinte e quatro livros da Antiga Lei". (Prefácio a Samuel e Reis)
e rejeitou a canonicidade dos escritos apócrifos ou que tivessem a mesma autoridade que os textos hebraicos.
Novamente escritos datados de tempos mais antigos, não figuram a opinião do autor por toda a sua vida, nem as circunstancias em que ele citou os livros como não canônicos!
"Este prólogo às Escrituras pode servir como um prefácio com elmo para todos os livros que vertemos do hebraico para o latim, para que possamos saber – os meus leitores tanto como eu mesmo - que qualquer [livro] que esteja para lá destes deve ser reconhecido entre os apócrifos. Portanto, a Sabedoria de Salomão, como se a titula comummente, e o livro do Filho de Sirá [Eclesiástico] e Judite e Tobias e o Pastor não estão no Cânon. (Prefácio a Samuel e Reis)
Ninguém deve ser incomodado pelo fato de a minha edição ser composta por apenas um livro, nem ninguém deve se deleitar nos sonhos encontrados no terceiro e quarto livros apócrifos. Pois entre os hebreus os textos de Esdras e Neemias constituem um único livro, e aqueles textos que não são usados por eles e não se ocupam com os vinte e quatro anciãos devem ser rejeitados. (Prefácio a Esdras)
"Portanto, como a Igreja lê os livros de Judite e Tobite e Macabeus, mas não os recebe entre as Escrituras canónicas, assim também lê Sabedoria e Eclesiástico para a edificação do povo, não como autoridade para a confirmação da doutrina Igreja" (Prefácio aos escritos de Salomão)
Portanto, Jerónimo acreditava que o cânon hebraico de 22 livros (ou 24 livros, dependendo de como eles são contados) devia ser o cânon autorizado do Antigo Testamento.
Isso daqui eu já tinha citado no meu artigo, mostrando que essa era sua opinião inicial, mas o nosso amigo insiste em repetir. Como já dito o prefácio de Samuel e Reis foi de 392 d.C e o de Esdras em 394 d.C. O sr. “verdade” implica que o que ele escreveu nestas datas, significa o que ele pensou sua vida toda de todos os livros deuterocanônicos. Isso é enganoso. São Jerônimo viveu ainda mais 26 anos após esta data, quando morreu em 30 de setembro de 420. Como dito no meu outro artigo ele cita esses livros 55 vezes em nossa leitura da edição de Schaff de seus escritos, tanto antes como depois destes prefácios, e pelo menos de acordo com os próprios escritos de São Jerônimo, lemos Susanna e os hinos dos três jovens, por exemplo, tratados como Escritura por ele, como veremos, então essas coisas que são percebidas nos prefácios não indicam o que ele pensou em toda a sua vida.
Vamos vê-lo citando os deuterocanônicos em datas perto dos seus últimos escritos contra os pelagianos e também se referindo aos livros deuterocanônicos no combate à heresia pelagiana. Na prática, trata-os assim como ele faz com os outros livros da bíblia que são inquestionavelmente reconhecidos por ele.
Continua
Título Original: Tréplica a tentativa de argumentação protestante sobre São Jerônimo e os deuterocanônicos
Site: Apologistas Católicos
Editado por Henrique Guilhon
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ResponderExcluirThank you for this information, I think it will be useful for me in the future. linked here
Obrigado pela sua participação!
ExcluirA Paz de Jesus e o Amor de Maria!