Este é um trecho retirado do livro "Uma história que não é contada", editora Cléofas, pp 76-79, do prof. Felipe Aquino, doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e pelo ITA e mestre na mesma área pela UNIFEI.
Apresenta o programa "Escola da Fé" , transmitido às quintas feiras às 20:30 pela TV Canção Nova. Aqui, a intenção não é simplesmente fazer uma propaganda, mas uma divulgação importantíssima desta obra, que trata dos grandes feitos da Igreja Católica ao longo da história da humanidade e que as escolas e universidades nada se interessam em apresentar, aliás, você sabia, irmão (ã) católico (a), que foi a Igreja quem criou a universidade? Mas para as mesmas, essa informação "passa batido" ou deturpada. Vale a pena conferir e divulgar esta obra, assim como também o livro "Para entender a Inquisição", do mesmo autor, com mais de 300 páginas, tratando deste tema super polêmico e muito usado contra a Igreja, por pessoas ou pouco esclarecidas ou simplesmente mal-intencionadas mesmo.
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Muitas vezes vemos ser usado o termo "Idade das Trevas" para se caracterizar a Idade Média cristã; é um grande absurdo e preconceito contra este tempo e contra a Igreja, além de ser um grave erro histórico.
A Idade Média não foi um período de desorganização política, econômica e cultural; não foi um período de desprezo da razão e da morte do saber e da ciência. Essas mentiras absurdas e anti-históricas, foram inventadas pelos filósofos iluministas, que, acreditando serem eles os "iluminados" pela "deusa da razão" que entronizaram na Catedral de Notre Dame de Paris, na época da Revolução Francesa ( 1789 ), odiavam a Idade Média por ser este um período em que a Igreja católica mais exerceu a sua boa influência no mundo.
Para os iluministas, a Idade Média foi a Idade do Atraso, onde o conhecimento era reservado a poucos; o saber dominado pela Igreja, que assim dominava o povo ignorante com superstições e misticismos; e que cientistas eram assassinados e "grandes filósofos" calados nas fogueira da Inquisição, etc...
Lamentavelmente esta triste e injusta mentalidade ainda existe hoje em nossas universidades, embora amplamente desmentida pelos historiadores modernos.
Com a expressão "Idade Média", os iluministas queriam pejorativamente caracterizar o período da Língua Latina que vai da Idade Clássica antiga no século V ao renascimento da mesma no século XV. Para esses pseudo "iluminados", a Idade Média estava entre duas épocas áureas ( entre os séculos V e XVI ), e seria uma fase apagada ou "decadente" na história do idioma latino entre 476 e 1453. A palavra Gótico era usada como sinônimo de bárbaro, algo absurdo. O protestantismo infelizmente reforçou esta mentalidade pejorativa.
No século XVIII, o Iluminismo repetiu as mesmas sentenças, como vemos nos escritos de Voltaire, Montesquieu, D' Alembert... acusando a Igreja de promover a superstição e a ingenuidade da mente. Mas no século XIX a historiografia do romantismo reconheceu os valores medievais. Esses iluministas, paradoxalmente se apropriaram das universidades nos século XVII e XVIII, QUE FORAM CRIADAS PELA IGREJA, como se fossem seus fundadores para atacar a Igreja.
Em 1688, o historiador alemão Cristóvão Keller ( Cellarius) na sua "Historia da Idade Media", adotou pela primeira vez este nome.
A maioria das pessoas que falam sobre a Idade Média, nunca a estudaram devidamente; apenas a conheceram por sua "má fama", propagada pelos adversários da Igreja, alguns revoltados professores de colégio e universidades. A única idéia que têm dela é de um período de execuções, massacres, cenas de violência, fome, epidemias... É frequente ouvirem-se observações como: "Não estamos mais na Idade Média" ou "É uma mentalidade medieval, obscurantista".
A historiadora Régine Pernoud, especialista francesa em estudos medievais, desmentiu cientificamente essa mentalidade errada e perversa no seu livro "Lumière du Moyen-Age", publicado em 1945, que mereceu-lhe o prêmio "Fémina Vacaresco" de Crítica e História. Em 1978, a autora editou "Pour en finir avec le Moyen-Age", obra que lhe valeu o prêmio "Sola-Cabiati" da cidade de Paris e a consagração da crítica como sendo uma das mais notáveis conhecedoras da Idade Média. Tal obra foi traduzida para o português com o título "Idade Média: O que não nos ensinaram", pela editora Agir, SP.
Eis as palavras com que a historiadora medievalista conclui seus estudos sobre os costumes dos cidadãos da Idade Média: "Do conjunto sobressai uma confiança na vida, uma alegria de viver do que não encontramos em mais nenhuma civilização. Essa espécie de fatalidade que pesa sobre o mundo antigo, esse teor do Destino, deus implacável ao qual os próprios deuses estão submetidos, o mundo medieval ignorou-a totalmente". ( Pernoud, 1997 ).
Na verdade, os mil anos da Idade Média ( 476-1453 ) foram uma fase valiosa e rica da historia da humanidade, onde a nossa civilização ocidental, hoje preponderante, foi "preparada e moldada pela luz de Cristo". Os cristãos medievais salvaram o que havia de bom na cultura greco-romana, após a invasão dos bárbaros, e a desenvolveram de modo cristão, lançando as bases da nossa civilização moderna.
A cultura predominante em nossos dias é a ocidental, e esta tem sua origem na Europa medieval moldada pela Igreja. A época moderna não surgiu a partir do nada; seus valores foram cultivados na Idade Média; como então esta época poderia ser negativa? A Idade Média é a raiz boa da nossa Civilização Ocidental; e não, como querem alguns, a decadência do mundo romano antigo. A Idade Média berçou o mundo moderno.
O historiador agnóstico Will Durant ( 1950 ), defende a Igreja: " A causa básica da regressão cultural não foi o Cristianismo, mas o barbarismo; não a religião, mas a guerra. O empobrecimento e ruína das cidades, mosteiros, bibliotecas, escolas, tornaram impossível a vida escolar e científica. Talvez a destruição tivesse sido pior se a Igreja não tivesse mantido alguma ordem na civilização decadente." " Muito antes que as escolas leigas surgissem no século XII. a Igreja já mantinha escolas nos centros urbanos e nos mosteiros. É raríssimo encontrar um intelectual medieval que não tenha aprendido as primeiras letras num mosteiro. O gênio da filosofia medieval, Tomás de Aquino, iniciou seus estudos na Abadia de Montecassino, em 1230, com cinco anos de idade, sob orientação dos monges beneditinos, entrando para a Ordem dos Dominicanos, em 1244. O grande poeta florentino e maior poeta italiano, Dante Alighieri, estudou inicialmente no Convento de Santa Croce, em Florença, sob orientação dos franciscanos. Se Dante foi o intelectual de primeira categoria, é porque foi educado em boa escola. Isto é prova de que este período não era um "período de trevas".
Foi um monge católico, o inglês Alcuín, ministro de Carlos Magno (+814) quem estabeleceu um programa de estudos para as escolas da época medieval, explorando as ditas Sete Artes: o "Trivium", que abrangia as três matérias de ensino literário: gramática, retórica e dialética; e o "Quadrivium", que abrangia as quatro matérias de ensino científico: astronomia, música, aritmética e geometria.
Durante o Renascimento promovido pelo o imperador Carlos Magno foi confiada à Igreja Católica a tarefa de educar o povo, através de escolas dos monges e de escolas catedrais. ( Souza T. F., 2007 ).
Felipe Aquino
Título Original: Visão deturpada sobre a Idade Média
Editado por Henrique Guilhon
A autorização para a publicação deste trecho, foi concedida pelo autor via email.
Olha,
ResponderExcluireu sou católica e com muito orgulho. Mas eu aceito que a minha igreja não é perfeita e quem é perfeito é apenas o seu fundador(Deus). Sabemos que somos governados por seres humanos e não são perfeitos.Ou você pensa que o papa nunca errou? Ou o padre da nossa paróquia também é? Só porque meia dúzia de pouquíssmos historiadores ou o seu caso esse engenheiro(Prof. Felipe Aquino)falam isso e não tem provas não adianta nada. O que sei é que professores que falam sobre " a idade das trevas" tem documentos escritos, instrumentos preservados, datas e pesquisas com fatos provados. Não estou sendo uma herege ou uma pessoa de pouca fé, mas admito que faço parte de uma instituição que errou mas se arrependeu e seguiu em frente. Um abraço
Olá, Nick R Turner.
ExcluirInfelizmente, percebo que o seu “ser católica”, é o da grande maioria dos que se dizem católicos. Você começa seu comentário já demonstrando um certo desconhecimento até mesmo do que é a Igreja. Você diz que “aceita” que “sua Igreja” não é perfeita. Pergunto a você: será mesmo que Jesus sendo perfeito, aliás, perfeitíssimo, pode criar algo imperfeito?
Pois eu lhe digo, minha cara, que “sua Igreja” é sim, perfeita, porque edificada pela própria perfeição, embora seus membros sejam imperfeitos, até mesmo o Papa, que pode sim, errar pessoalmente, mas nunca doutrinalmente, onde se sabe que o Espírito Santo é quem o conduz no magistério desta Igreja, pois a verdade é só uma e tem que prevalecer. Você já ouviu algum Papa revogando decisões, decretos... de Papas anteriores? Isso nunca acontece porque é o Espírito quem a dirige e não permite nela, “imperfeições”, embora muitos de seus membros já erraram, até vergonhosamente, e quando o Papa J.Paulo II pediu perdão, foi pelos “filhos (membros) da Igreja” e não pela instituição. E se você ouviu o contrário, e certamente fora da Igreja, onde não se está “nem aí” para a “verdadeira verdade”... é estranho o seu jeito de “ser católica”, em que acredita e aceita com tanta facilidade o que o mundo diz, sem procurar o que o Espírito Santo diz na “sua Igreja”. Você acha mesmo que neste mundo, onde o príncipe é o demônio, tudo o que você ouve e ouviu da “sua Igreja” ainda que “provados”, são realmente verdadeiros? A Igreja, minha cara, é intensamente combatida pelo inimigo, 24hs sem parar, e este inimigo sujo e imundo se utiliza de todo e qualquer meio para atacá-la, e muitos de seus filhos que se “orgulham em ser dela”, são os primeiros a abrirem suas portas de credulidade.
Vou lhe dizer o que está acontecendo: a Igreja ( os seus membros ) estão sendo purificados, a separação do joio do trigo já está começando, a verdade aos poucos está brotando... você diz que o prof. Felipe não apresenta provas suficientes neste trecho de livro apresentado. Não sei se você observou, eu falei que o presente artigo é o trecho de “um livro”, e, apesar de ser apenas um trecho, o autor mostra sim, concretas referências. As provas a que você se refere dizendo serem apresentadas por “pouquíssimos historiadores”... aconselho você a ler este livro. Verá que em sua biografia, há inúmeras fontes, muitas vezes de pessoas não ligadas a Igreja, pra não se dizer que estejam “puxando o saco” da mesma. Ainda falando de sua expressão “meia dúzia de pouquíssimos historiadores”: Jesus escolheu apenas 12 apóstolos no meio de uma imensidão de sínicos, puxa sacos, falsos profetas, falsos juízes... e hoje o resultado é a Sua Igreja, que caminha em meio a leões de toda espécie. Interessante, não?
Pra finalizar, lhe deixo um conselho: antes de você falar de alguém ou algo, procure conhecer verdadeiramente e a fundo este alguém ou algo. Deus lhe conduza.