O Dr Paolo di Lazzaro ao trabalho no ENEA.
Luis DufaurEscritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs
A Agência Nacional da Itália para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Econômico Sustentável – ENEA, após cinco anos de experimentos em seu Centro de Frascati, não conseguiu imitar “a cor que se encontra no tecido de linho do Santo Sudário”.
Os cientistas tentaram produzi-la sem sucesso, apelando para raios ultravioletas.
Em palavras simples, escreveu o “Vatican Insider”, não foi possível “identificar os processos físicos e químicos capazes de produzir cores semelhantes às que formam a imagem do Sudário”.
Neste link se encontra o relatório técnico dos trabalhos.
Os cientistas Di Lazzaro, Murra, Santoni, Nichelatti e Baldacchini partiram do último e único exame completo interdisciplinar do sagrado lençol, efetivado em 1978 pela equipe de cientistas americanos do STURP (Shroud of Turin Reasearch Project).
O novo relatório do ENEA desmente, quase sem esforço e com muita clareza, a hipótese de que o Santo Sudário possa ser uma falsificação medieval.
Hipótese que já se tentou veicular com insucesso explorando uma análise com Carbono 14 marcada por erros de procedimento e cálculo.
O documento do ENEA aponta outras circunstâncias que constituem um quebra-cabeça até hoje insolúvel:
“A dupla imagem (frontal e dorsal) de um homem flagelado e crucificado, fracamente visível no tecido de linho do Sudário de Turim, tem muitas características físicas e químicas de tal maneira peculiares, que tornam impossível obter em laboratório uma cor idêntica em todos os seus matizes, como já foi discutido em vários artigos e está listado nas referências bibliográficas.
“Esta incapacidade de replicar (e, por conseguinte, de falsificar) a imagem impede que se possa formular uma hipótese crível sobre o seu mecanismo de formação.
“De fato, até hoje a ciência ainda não é capaz de explicar como se originou a imagem do corpo no Sudário”.
Os especialistas Daniele Murra, Paolo Di Lazzaro e Giuseppe Baldacchini que participaram nos trabalhos
As primeiras análises experimentais das propriedades físicas e químicas da imagem do Santo Sudário foram realizadas em 1978 por 31 cientistas do projeto STURP.
Eles trouxeram dos EUA instrumentos de vanguarda de valor milionário no campo da espectroscopia de infravermelho, ultravioleta e visível, fluorescência de raios X, termografia e pirólise, espectrometria de massa, análise de micro-Raman, transmissão de fotografia, microscopia, remoção de fibrilas e teste microquímico.
Essas análises não encontraram quantidades significativas de pigmentos, como corantes ou vernizes, nem restos de desenhos. Por isso concluíram que a imagem não está pintada, nem impressa, nem foi obtida por aquecimento.
Acresce que a coloração da imagem reside apenas na parte mais externa e superficial das fibras constitutivas dos fios do tecido de linho. Medições recentes demonstram que a espessura da parte com cor é extremamente sutil.
Quer dizer, por volta de 200 micrômetros (= 200 milionésimos de metro), ou um quinto de milésimo de milímetro. Isto equivale à parede celular primária de cada fibra de linho. Cerca de 200 dessas fibras constituem um fio do tecido.
Trata-se de uma espessura quase impalpável, embora perceptível ao olho humano e captada tecnicamente com segurança.
Mais outros dados constatados pela equipe do STURP:
1) Há sangue humano no Santo Sudário, mas onde ele está presente não há imagem; portanto, não há imagem sob as manchas de sangue;
2) As nuances da cor contêm informações tridimensionais do corpo;
3) As fibras coloridas da imagem são mais frágeis que as coloridas;
4) A coloração superficial das fibras da imagem provém de um processo desconhecido que causou oxidação, desidratação e conjugação da estrutura da celulose do linho.
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex
“Em outras palavras, a coloração é consequência de um processo de envelhecimento acelerado do linho”, escreve o ENEA.
Até hoje fracassaram todas as tentativas de reproduzir uma imagem com as mesmas características sobre um pano de linho.
Alguns cientistas conseguiram reproduzir alguns efeitos, mas ninguém logrou obter o conjunto de características do original.
“Neste sentido, a origem da imagem do Sudário hoje é desconhecida.
“Esse é o ponto central do chamado ‘mistério do Sudário’: independente de sua data ou dos documentos históricos (...)
“a ‘pergunta das perguntas’ continua sendo a mesma: como foi gerada a imagem do corpo do Sudário?”.
E há ainda mais.
1) Há uma relação precisa entre a intensidade das nuances da imagem e a distância entre as partes do corpo e o tecido que o cobriu.
Porém, há partes do corpo retratadas na imagem que não podiam estar em contato com o tecido como se verifica acima e abaixo das mãos.
2) não estão presentes as deformações geométricas típicas de um corpo de três dimensões posto em contato com um lençol de duas dimensões. “Portanto, podemos deduzir que a imagem não se formou por contato do linho com o corpo”.
Estas características somadas à “extrema superficialidade da cor e a ausência de pigmentos (...) torna extremamente improvável obter uma imagem semelhante por meio de métodos químicos de contato, seja num laboratório moderno, ou com maior razão por obra de um hipotético falsificador medieval”.
O fato de não haver manchas de sangue sob a imagem significa que elas se formaram antes da imagem.
Portanto, a imagem do Santo Sudário se formou após a deposição do cadáver no Sepulcro.
Acresce que as manchas de sangue possuem contornos bem definidos, pelo que se pode pensar que o cadáver não foi carregado com o lençol.
“Faltam sinais de putrefação perto dos orifícios corpóreos. Esses sinais aparecem por volta de 40 horas depois da morte. Em consequência, a imagem não ser atribuída aos gases da putrefação, pois o cadáver não permaneceu no tecido durante mais de dois dias”.
Uma hipótese aventa a possibilidade de uma forma de energia eletromagnética (como seria um relâmpago de luz de onda curta), que poderia reproduzir as características do Sudário.
Porém, as tentativas de reproduzir uma imagem como a do Sudário usando raios laser foram frustras.
Santo Sudário: montagem tridimensional por Thierry Castex
O ENEA tentou outra via, usando um flash de radiação direcional ultravioleta, obtendo resultados em algo comparáveis ao Santo Sudário.
Porém, advertem os cientistas do ENEA, “deve-se sublinhar que a potência total de radiação ultravioleta necessária para colorir instantaneamente a superfície de um tecido com o tamanho de um corpo humano de estatura média equivale a 34 trilhões de watts.
“Essa potência torna impraticável a reprodução da imagem por inteiro, porque ela não pode ser produzida por fonte alguma construída até os dias de hoje. As mais potentes que se podem encontrar alcançam alguns bilhões de watts”.
34 trilhões de watts equivalem à produção total da hidrelétrica de Itaipu durante 20 minutos no ápice de seu funcionamento (103.098.355 Megawatts por hora em 2016).
O trabalho do ENEA encerra dizendo que “não chegamos a uma conclusão, estamos compondo as pecinhas de um quebra-cabeça científico fascinante e complexo”.
Enquanto os cientistas continuam debatendo, nós, pobres homens, com toda a nossa ciência e tecnologia, ficamos maravilhosamente postos na nossa dimensão de criaturas diante da infinitude de poder de Deus e da imensidade do milagre espiritual e material da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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