Henrique Guilhon
Grande parte dos católicos, infelizmente, não sabe, na verdade, o que é ser um católico, quanto mais um católico praticante. Idéias errôneas sobre sua Igreja, àquilo que ela prega, orienta, determina, povoam a mentalidade destas pessoas. Elas acham que, fazendo algo que a Igreja orienta, como por exemplo, ir à Igreja na semana santa e aos domingos, pagar o dízimo, fazer obras de caridade, a confissão anual, etc, já estão fazendo tudo. E é um engano muitas vezes letal à alma, pois tudo o que a Igreja orienta, sem mínima exceção, é iluminado, concedido pelo Espírito Santo, para se obter a saúde completa dela. Observar e vivenciar somente algumas coisas, aquilo que se gosta, como se comprasse coisas num super mercado, deixando de lado as que exigem mais sacrifícios, mortificações da alma, é enfraquecer e adoecer a alma. Fraqueza que só se percebe quando se depara com situações difíceis na vida, de dor, doença incurável... e se deixa envolver por completo desespero, até à loucura.
De quem é a culpa? "Dos líderes da Igreja", diriam muitos. Será? Será que, quando chegasse na casa de alguém um grupo da Igreja pra fazer leitura bíblica, estudo, um padre convidando para participar de uma missa a tal hora, um grupo de jovens convidando para entrar no seu grupo, um movimento da Igreja convidando a ajudar na preparação de um festejo, e com isto, na aproximação, abrir o interesse para conhecer cada vez mais essa Igreja, sua história, ensinamento... a pessoa aceitaria? De certo, alguns aceitariam, mas bem poucos. As desculpas que surgiriam no momento seriam as mais esfarrapadas possíveis. Toda culpa está em nós.
Todos nós temos uma voz interna chamada consciência, que sempre nos fala, nos inquieta, dizendo que está faltando algo, que algo não está correto, que não é bem assim... Os tolos e irresponsáveis são os que não dão ouvidos a esta voz inquietante dentro de si. E os resultados são terríveis. Quando se ouve e se segue esta voz, pode ser dito que se está no caminho da santidade, que é o fazer a vontade de Deus. Com certeza, muitos têm a necessidade de ler a Bíblia, mas não o fazem por não achar isso coisa de católico, apesar de já terem ouvido o conselho da Igreja, principalmente no mês de setembro, mês dedicado à Palavra. Que o diga a cantora Elba Ramalho em entrevista no programa PHN da Canção Nova, entrevistada pelo Dunga (cantor e missionário), ela teria dito a uma pessoa "evangélica", antes "católica", com sabedoria, que se ela nunca pegou a Bíblia, nunca ia à missa aos domingos, etc, ela nunca foi católica (e realmente não foi). Elba Ramalho poderia ser classificada como católica "simpatizante", a grande maioria, antes de se converter verdadeiramente à Igreja católica.
Podemos então atribuir um termômetro para classificarmos os católicos. Se o católico é do tipo que "não está nem aí" para a frequência à Igreja aos domingos constantemente, para a leitura bíblica diária, para entender verdadeiramente o que ela prega, em viver a Eucaristia com frequência, em ter um contato diário com o Criador em oração... ele é apenas um "simpatizante", se conservar algum amor e admiração pela Igreja.
Mente, de uma forma descarada, aquele que passa para outra denominação dizendo ser "católico praticante", quando nunca sequer pisava na Igreja, nunca sequer pegava na Bíblia, no catecismo da Igreja, nunca sequer orava... e terá que enfrentar isso no dia do seu juízo particular.
Se buscamos verdadeiramente vivenciar a Igreja de Deus, seus ensinos, orientações do Papa, enfim, de abraçarmos sem reserva, tudo e verdadeiramente tudo o que a Igreja prega, ainda que estejamos caminhando nisso(exemplo: sei que preciso ler a Bíblia mas no momento não tenho dinheiro pra comprar uma, mas tenho consciência e assim que puder comprarei uma), ainda que Deus nos chame deste mundo sem termos concluído por completo esta caminhada, mas se tivermos consciência que fizemos ou estamos fazendo verdadeiramente o que podemos, Deus olhará isso, e podemos ter certeza de que estamos verdadeiramente sendo praticantes, caso contrário...
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