“Boa noite a todos! É verdade que Eusébio não disse que Pedro passou 25 anos em Roma? Vi alguns protestantes dizendo que São Jerônimo adulterou as Crônicas de Eusébio, que os 25 anos não se encontram nos manuscritos antigos.” TE.
Esta é uma questão bem interessante de ser estudada, e mais interessante ainda porque há algum tempo quando eu trouxe esta citação a tona em uma das matérias deste site, alguns protestantes acusaram que era falsa, que tinha sido forjada por nós, e que não existia em lugar algum das obras de Eusébio. Depois que lhes esfregamos a fonte na face, agora querem descredibilizá-la, afirmando que foi adulterada por São Jerônimo ou por alguém desconhecido.
Porém, antes de responder a questão de que “Jerônimo adulterou”, primeiro é preciso notar se as obras de Eusébio como um todo dão margem a Pedro estar em Roma 25 anos antes de sua morte ou realizando alguma atividade lá durante esses 25 anos.
A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO CONFIRMA A ESTADIA DE PEDRO EM ROMA
Primeiro, mesmo que são Jerônimo tivesse adulterado alguma coisa, a História Eclesiástica de Eusébio nos dá fartas referências da estadia de Pedro em Roma durante o Reinado do Imperador Cláudio:
"Imediatamente depois, ainda no começo do império de Cláudio, a Providência universal, boníssima e cheia de amor aos homens,conduziu pela mão a Roma, qual adversário deste destruidor da vida, o valoroso e grande apóstolo Pedro, o primeiro dentre todos pela virtude. autêntico general de Deus, munido de armas divinas (Ef 6,14-17; 1Ts 5,8), trazia do Oriente ao Ocidente a preciosa mercadoria da luz inteligível, e anunciava, como a própria luz (cf. Jo 1,9) e palavra de salvação para as almas, a boa nova do reino dos céus." (Eusébio de Cesaréia - Livro II, Capitulo 14 Versículo 6)
Cláudio começou a reinar por volta do ano 41 d.C (ou 42), Pedro morreu por volta do ano 67 d.C sob o reinado de Nero, como o próprio Eusébio conta:
"Pedro, contudo, parece ter pregado aos judeus da Diáspora, no Ponto, na Galácia, na Bitínia, na Capadócia e na Ásia (cf. 1Pd 1,1), e finalmente foi para Roma, onde foi crucificado de cabeça para baixo, conforme ele mesmo desejara sofrer.” (Eusébio de Cesaréia – Livro III, 1, 2)
Portanto (+-42) + 25 = (+-67), isto é Eusébio fala claramente que Pedro esteve exatamente 25 anos antes de sua morte em Roma.
Mas o protestante não satisfeito pode objetar:
"Isso não indica que ele permaneceu lá 25 anos, só indica que ele esteve em Roma 25 anos antes, ele pode ter ido embora depois".
Esta afirmação seria válida se Eusébio não mostrasse outras atividades de Pedro em Roma durante este tempo, sendo que ele foi pra lá para acabar com a idolatria a Simão Mago, o que não indica uma breve estadia. Outro Exemplo é que ele fala que Pedro também na Época do imperador Cláudio se relacionou com Filon, quando Pedro pregava em Roma:
Filon não foi pra Roma exatamente no inicio do governo de Cláudio, podemos conjecturar que um par de anos depois, logo já temos a evidência da ida de Pedro 25 anos antes de sua morte e sua atividade apostólica ao Pregar aos romanos. Portanto, Eusébio registra que Pedro Pregava aos Romanos, ou seja, estava catequizando os romanos que tinham sido enganados por Simão o Mago que era tratado como um deus, quando Pedro foi e despedaçou suas heresias.
A terceira e mais interessante evidência é o relato de Eusébio que fala que Pedro escreveu sua Primeira Epístola de Roma:
“Diz-se que o apóstolo conheceu o fato por uma revelação do Espírito. Alegrou-se com o desejo deles e aprovou o livro por meio de leitura nas assembleias. Clemente, no sexto livro das Hypotyposes conta essa história e a confirma com seu testemunho o bispo de Hierápolis, chamado Papias. Pedro menciona marcos na sua primeira carta que, diz-se, ele mesmo compôs em Roma, assinalando-a com o nome simbólico de Babilônia, no seguinte trecho: “A que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, o meu filho” (1Pd 5,13).” (Eusébio de Cesaréia – História Eclesiástica – Livro II, Capítulo 15, Versículo 2)
Ora segundo a crítica tradicional (não a modernista da linha de Bultman que coloca a carta para além do ano 100 d.C) a Carta de Pedro não é de antes do ano 50 d.C.
Portanto, Eusébio relata as atividades de Pedro em Roma durante vários anos a fio, depois de sua chegada. Isso não quer dizer que Pedro não possa ter ido a outros lugares durante este tempo, o que seria normal para um apóstolo. Então 25 anos não quer dizer que ele ficou ali pregado em uma cadeira sem sair, ele naturalmente foi para outros lugares como é relatado no livro de Atos, ele presente no Concílio de Jerusalém (Atos 15).
AS CRÔNICAS[1] DE EUSÉBIO E OS 25 ANOS
Tendo mostrado que Eusébio suporta a ideia de Pedro 25 anos antes de sua morte em Roma, vamos à questão de São Jerônimo ter adulterado a obra de Eusébio. Eu já tinha lido esta argumentação anos atrás num blog protestante americano. Os protestantes brasileiros, depois de terem dito que esta citação não existia em nenhuma obra de Eusébio, que era uma adulteração católica, descobriram a argumentação deste blog, traduziram e agora querem nos fazer acreditar que isto é verdade. A citação de Eusébio:
“Pedro, de nacionalidade Galileia, o primeiro pontífice dos cristãos, tendo inicialmente fundado a Igreja de Antioquia, se dirige a Roma, onde, pregando o Evangelho, continua vinte e cinco anos Bispo da mesma cidade.” (Crônicas de Eusébio Página 261 parágrafo 2)
Para falarem que São Jerônimo adulterou algo, eles usam a argumentação de um autor protestante, Edward Burton, do século 18, isto mesmo, de mais 200 anos atrás, totalmente desatualizado para as evidências modernas! Este autor diz basicamente dos 25 anos:
“Lemos na Crônica de Eusébio, no ano 43, que Pedro, depois de fundar a Igreja de Antioquia, foi para Roma, onde pregou o Evangelho por vinte e cinco anos e foi bispo daquela cidade. Mas esta parte da Crônica não existe no grego, nem no Armênio, e supõe-se ter sido uma das adições feitas por Jerônimo. Eusébio não diz o mesmo em qualquer outra parte dos seus escritos, embora ele mencione São Pedro, indo para Roma no reinado de Cláudio: mas Jerônimo diz-nos que ele veio no segundo ano deste imperador, e manteve a Sé vinte e cinco anos. Por outro lado, Orígenes, que é citado pelo próprio Eusébio, diz que Pedro foi para Roma no final da sua vida: e Lactâncio coloca isto no reinado de Nero, e acrescenta que ele sofreu o martírio não muito tempo depois. Portanto o testemunho dos Padres se não desmente expressamente a sua longa permanência em Roma, está pelo menos dividido. Eusébio, de fato, diz na sua história, como já observamos, que Pedro foi para Roma no reinado de Cláudio: mas essa passagem, se lida com atenção, parece implicar que ele não ficou lá por muito tempo. Os Atos dos Apóstolos também tornam impossível que ele tenha residido lá durante os dezoito primeiros anos após a Ressurreição, enquanto o segundo ano de Cláudio (que é o tempo mencionado por Jerônimo da sua ida para Roma ) calha com o nono ano depois da Ressurreição, ou AD 42. A história contida nos Atos pode talvez lhe permitir ter ido a Roma algum tempo no reinado de Cláudio, mas a sua visita deve ter sido curta: se seguirmos Eusébio, ela deve ter sido antes dos eventos registrados no capítulo 18 dos Atos” (A description of the antiquities and other curiosities of Rome)
O trecho a que chamamos atenção é este:
“Mas esta parte das crônicas não existe no grego, nem no Armênio, e supõe-se ter sido uma das adições feitas por Jerônimo.”
É óbvio que existe no armênio, a única diferença do Armênio e a tradução de São Jerônimo é que o Armênio fala de “20 anos”, enquanto o “estudioso” desatualizado diz que não existe, alguns vão à onda, e incorporam seus “estudos”, sem nenhum filtro, a partir de uma afirmação falsa.
Será que São Jerônimo também adulterou a tradução armênia? Muito pouco provável.
Sobre isto também comenta, cirurgicamente, Thomas Livius que viveu algumas décadas após Edward Burton:
“Os nossos adversários têm procurado aumentar o grau de dificuldade a partir do fato do texto original grego da Crônica de Eusébio não ser mais existente, e porque S. Jerônimo confessa que fez várias mudanças na sua paráfrase, também porque, Syncellus (século VIII), preservou a Crônica de Eusébio, em sua Cronografia grega, nenhuma menção é encontrada dos 25 anos. A tudo isto respondemos que, além de paráfrase de S. Jerônimo, há sobrevivente também uma versão armênia da crônica de Eusébio aqui, é verdade, a passagem em questão tem o seu lugar sob o reinado de Calígula; isso, porém, é fácil de explicar pois o assunto da passagem é o fundamento da Igreja de Antioquia, que teve lugar naquele reinado, enquanto Eusébio, em sua História, nos diz expressamente que S. Pedro foi para Roma no reinado de Cláudio. Na versão armênia a passagem vem:
“O Apóstolo Pedro, após ter fundado a Igreja de Antioquia, vai para a cidade dos Romanos, e lá prega o Evangelho, e continua bispo da Igreja lá 20 anos.”
Sanguinetti apoia a opinião afirmativa, enquanto o Fr. Pio Gams, a partir do texto grego de Syncellus, conclui o contrário. A questão afinal de contas, no que diz respeito a Eusébio, parece ser de nenhum grande valor, uma vez que, tal como resulta da sua História Eclesiástica , ele coloca a chegada de São Pedro, em Roma, no início do reinado de Cláudio, e seu martírio sobre o décimo quarto ano de Nero; e isso, por si só daria os 25 anos. Por conseguinte, pouco importa se a menção dos 25 anos foi uma adição feita por São Jerônimo as crônicas ou não.
Podemos, portanto, saber, o que pensar da imprudência do testemunho de Eusébio fora do contexto, e ter o peito para afirmar que nenhum argumento pode ser retirado de suas crônicas, com o fundamento de que não possui em seu original grego, e que o texto grego existente de Syncellus é do século XI, de que a paráfrase de Jerônimo não é genuína, ou que em nenhum lugar em sua História, Eusébio afirma que S. Pedro esteve em Roma. Afirmações como estas são muito fáceis de refutar. Além do primeiro e segundo capítulos do Livro III de sua História, há o capítulo VI do Livro V, onde ele apresenta a lista dos pontífices romanos dados por S. Irineu, e diz que concorda com: ‘Em idêntica ordem e idêntico ensinamento na Igreja, a tradição proveniente dos apóstolos e o anúncio da verdade chegaram até nós’.
É, pois, evidente a partir do que vimos, que no século IV o episcopado romano de S. Pedro foi afirmado por homens da mais alta patente na Igreja, pela santidade e erudição como o fator mais determinante, baseado nos documentos históricos. Consequentemente, a partir desses depoimentos do século IV, juntamente com a maneira em que eles são dados, resulta claramente a prova histórica do fato.
É supérfluo aqui a observação de que poderíamos ter multiplicado muito mais nossas autoridades, e citar, por exemplo, S. Epifânio, S. Atanásio,S. Ambrósio, S. Agostinho, Lactâncio, Orosius, S. Optatus de Milevis S. Pedro de Alexandria, e muitos outros a serem encontrado em Sanguinetti e Foggini.” (Thomas Livius - O Episcopado Romano do Príncipe dos Apóstolos pg 16)
Para completar o que Thomas Livius fala, trazemos o que o Autor Protestante George Edmundson em seu Livro “A Igreja em Roma no século I” falou:
“Eusébio de Cesaréia nos deixou duas listas dos bispos romanos, um na sua “História Eclesiástica”, a outra em sua Crônica. A primeira é a lista de Irineu, o início do que acaba de ser citado. O segundo é derivado da perdida “Crônica” de Hipólito, bispo de Portus, escrita cerca de meio século depois. Na ‘crônica’ o episcopado de São Pedro em Roma, é indicado ter durado 25 anos. Na ‘História Eclesiástica’ lemos - ‘Sob o reinado de Cláudio pela providência benigna e da graça de Deus, Pedro aquele grande e poderoso apóstolo, que por sua coragem assumiu a liderança de todo o resto, foi conduzido a Roma.’ Em outras passagens seu martírio com o de Paulo é representado como tendo lugar após a perseguição de Nero. O intervalo entre as duas datas seriam aproximadamente de cerca de 25 anos. Agora, é evidente que esses números, derivados como eles são, de homens como Irineu e Hipólito, que tiveram acesso aos arquivos e tradições em Roma em si, não podem ser descartados como pura ficção. Eles devem ter uma base de verdade por trás deles. Eusébio nos diz que, “após o martírio de Pedro e Paulo, Lino foi o primeiro que recebeu o episcopado em Roma.”. Agora, a data deste martírio, de acordo com a tradição, recebeu lugar no décimo quarto ano de Nero ou 67 d.C; se, em seguida, deduzimos 25 anos, chegamos a 42 d.C, que é precisamente a data prevista para a primeira visita de São Pedro a Roma por São Jerônimo, em sua obra “De Viris Illustribus”.
Lembrando que Jerônimo foi o tradutor da Crônica de Eusébio suas palavras podem ter sido tomadas por ser muito acostumado com as obras de Eusébio, incluindo o seu perdido ‘Registros dos Martírios Antigos’, e com as fontes que ele usou. Jerônimo escreve o seguinte: “Simão Pedro, príncipe dos Apóstolos, depois do episcopado da Igreja de Antioquia e pregando para a dispersão e os da circuncisão, que tinham acreditado no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, no segundo ano de Cláudio vai a Roma para se opor a Simão, o Mago, e lá por 25 anos ocupou a cadeira sacerdotal até o último ano de Nero, isto é, o décimo quarto.’ Agora, aqui no meio de uma certa confusão, que serão tratadas com atualmente, uma data definitiva é dada para a primeira chegada de Pedro em Roma, e, note-se, é a data de sua fuga da perseguição de Herodes Agripa e seu desaparecimento da narrativa de Atos.
Esta evidência de Jeromimo, será vista assim, repousa sobre a de Eusébio, e aquelas das autoridades anteriores que esse historiador consultou. Tem sido dito que uma das condições da solidez de uma tradição histórica foi a amplitude e a unanimidade da sua recepção. Agora, provavelmente, nunca houve qualquer tradição tão universalmente aceita, e sem uma única voz discordante, como aquela que associa a fundação e organização da Igreja de Roma, com o nome de São Pedro e que fala de sua conexão ativa com a Igreja como estendida por um período de cerca de 25 anos.
É desnecessário multiplicar referências. No Egito e na África, no Oriente e no Ocidente, nenhum outro lugar nunca disputou com Roma a honra de ser a sede de São Pedro; nenhum outro lugar jamais afirmou que ele morreu lá ou que possuía seu túmulo. O mais significativo de tudo é o consenso das Igrejas Orientais, que não falam grego. Um exame atento do armênio e sírio MSS., 121 e, no caso deste último, tanto das autoridades nestorianas quanto jacobitas, através de vários séculos, não foi capaz de descobrir um único escritor que não aceitou a tradição petrina romana.” (http://www.ccel.org/ccel/edmundson/church.v.html)
Edmundson nos mostra qual é uma das fontes de Eusébio para a lista dos bispos de Roma, a Cronografia de Hipolito de Portus. É interessante notar que parte desta Cronografia ainda está preservada no que é conhecido hoje como "Catálogo Liberiano" que é assim chamado por causa do Papa cujo nome termina a lista. A coleção de escritos do qual faz parte foi editada (aparentemente por um Furius Dionísio Philocalus) em 354 d.C, que utilizou a Cronografia de Hipolito de Portus e outras para completar os papas subsequentes. E para infelicidade dos contraventores, este catálogo que preserva uma das fontes de Eusébio, também nos mostra o tempo do episcopado de Pedro em Roma, que é exatamente 25 anos, 1 mês e 9 dias:
"Quando Tibério César reinava, nosso senhor Jesus Cristo morreu, os dois gêmeos sendo consules, no oitavo dia antes das calendas de abril. E depois de sua ascensão o abençoado pedro assumiu o episcopado. A partir desse momento mostraremos pela sucessão de ordenações, quem foi bispo, quantos anos presidiu ou quem era imperador.
Pedro - 25 anos, 1 mês, 9 dias. Ele esteve nos tempos de Tibério César e Caio e Tibério Cláudio e Nero, junto do consulado de Minucius e Longinus [30 d.C] ao de Nero e Verus [AD 55]. No entanto, ele morreu com Paulo no 3º dia antes das calendas de julho, como o Imperador nero sendo cônsul." (Catálogo Liberiano)
Assim sendo, é provado pela própria fonte de Eusébio a autenticidade do texto das Crônicas de Eusébio quando mencionam os 25 anos de Pedro em Roma.
Depois de todas estas palavras de um erudito católico, outro protestante e da própria fonte de Eusébio, pouco se tem a acrescentar, basta dizer somente que quem quer negar o óbvio e tentar por meio de artifício de desonestidade intelectual afirmar que um dos maiores historiadores da Igreja primitiva[2] não acreditava no episcopado de Pedro em Roma, merece apenas ser solenemente ignorado, portanto faço minhas as palavras do maior estudioso patrístico da história:
“E, depois de tudo, a coisa toda é tão falsa, tão cruel, e tão ofensiva. A refutação foi por tantas vezes repetida, e é tão fácil, que se sente quase a necessidade de ficar com raiva ao reiterar isso. Eu gostaria de dar a resposta aqui com toda exatidão meticulosa, de modo que não possa haver nenhum espaço para qualquer outra resposta além de declarações falsas ou abuso; mas se sentir como alguém que está usando um bate estacas para matar uma pulga, ou provando a tabuada contando nos dedos de alguém. E, no entanto, é claro, ninguém será convencido se não deseja isso.” (Dom Chapman – Studies On Early Papacy)
NOTAS
[1] Na realidade o que São Jerônimo traduziu foi a Cronografia de Eusébio e não as Crônicas já perdidas, porém hoje é comum chamar a Cronografia de Crônicas, como estamos fazendo aqui.
[2] Além de tudo, não é só Eusébio dentre as autoridades primitivas que apoiam o fato de Pedro 25 anos em Roma.
São Jerônimo
“Simão Pedro, O filho de João, da Vila de Betsaida na província da Galiléia, irmão de André o Apóstolo, e ele mesmo príncipe dos Apóstolos, depois do episcopado da Igreja de Antioquia e pregando para a dispersão e os da circuncisão, que tinham acreditado no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, no segundo ano de Cláudio vai a Roma para se opor a Simão, o Mago, e lá por 25 anos ocupou a cadeira sacerdotal até o último ano de Nero, isto é o décimo quarto.” (São Jerônimo - Os homens ilustres – 1) [http://www.newadvent.org/fathers/2708.htm]
“No terceiro ano de Cláudio César, Simon Cefas partiu de Antioquia para ir a Roma. E nos lugares em que ele passou, pregou em vários países a palavra de nosso Senhor. E, quando ele quase chegando em Roma, muitos já tinham ouvido falar dele e saíram para encontrá-lo...” (A Pregação de Pedro - Introdução)
Arnóbio de Sica
“Na própria Roma... eles se apressaram em abandonar os costumes de seus ancestrais, para juntar-se a verdade cristã, porque eles tinham visto o orgulho de Simão, o Mago , e sua impetuosa carruagem despedaçados pela boca de Pedro” (Contra os Pagãos, II. 12).
“Este Simão [Mago] enganando a muitos por suas feitiçarias em Samaria foi repreendido pelos apóstolos e foi colocado sob uma maldição, como foi escrito nos Atos. Mas ele depois de ter abjurado a fé e tentado [estas práticas], e caminhando até Roma caiu com o apóstolo [Pedro], e a ele, enganou a muitos por suas feitiçarias, Pedro o enfrentou várias vezes." (Philos. VI. 15.)
PARA CITARRODRIGUES, Rafael. São Jerônimo falsificou os 25 anos de Pedro em Roma nas Crônicas de Eusébio?. Disponível em: . Desde 04/02/2015.
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