E novamente uma mentira protestante é desmascarada. Os inimigos da Igreja não param de atacá-la, mas jamais conseguirão destruí-la. Disso podemos sempre ter certeza. Mas peçamos a Deus que muitos deles possam perceber o mar de mentira em que nadam, e saiam dele o quanto antes, pelo bem deles próprios.
Henrique Guilhon
S. Cipriano
Fernando Nascimento
Continuando
Porque há escritos de Cipriano que diferem?
Maurice Bévenot afirmou, que foi o próprio Cipriano quem escreveu o Textus Receptus para substituir o texto anterior durante a controvérsia do rebatismo dos hereges... teria feito isso não porque tinha mudado de idéia sobre o papado, mas porque Roma estava lendo mais nele do que pretendia e poderia apontar sua contradição.
O que ele fez por simples birra momentânea, foi reescrever de outro modo o que já tinha escrito. Convenientemente, é do conteúdo do posterior texto Receptus que os protestantes mais gostam para promover essas acusações sem fundamentos como as que aqui refuto.
Bévenot apontou que, no que diz respeito à controvérsia do rebatismo, Cipriano nunca apelou para a sua independência em relação ao Papa Estêvão. O desacordo de Cipriano com Estêvão era porque pensava estar Estêvão errado ... não porque ele estaria reivindicando uma autoridade sobre os outros bispos que não pertencem a ele (disto Cipriano não se queixa), mas porque ele está reconhecendo o batismo dos hereges. Bévenot viu o problema como teológico e não canônico. (Mais adiante trataremos deste episódio do rebatismo dos hereges).
O parecer do Papa Estêvão acabou opor triunfar quando o grande bispo africano Santo Agostinho expôs claramente que a validade dos sacramentos não depende da santidade ou da dignidade do ministro. Uma frase de Estêvão adquiriu celebridade e mantém-se como regra de ouro: Nihil innovetur, nisi quod traditum est (“Nenhuma novidade, só a tradição”).
O Papa Estêvão foi o 23º Papa da Igreja e pontificou de 254 a 257. Provando que o Papa sempre foi o “chefe” de Cipriano, dizia o próprio Cipriano sobre dois Papas que pontificaram muito antes de Estevão, precisamente quando Cipriano foi informado da morte do Papa Fabiano:
“De fato, quanto é danosa para os súditos a queda de quem está como chefe, da mesma forma, ao contrário, é útil e salutar um bispo que se oferece aos irmãos como exemplo de firmeza na fé…” (Carta 9, 1).
Também ele assim escreveu ao Papa Cornélio:
(...) “Em todos vós a Igreja de Roma deu o seu magnífico testemunho, unida totalmente num só espírito e numa só fé.
Brilhou assim, irmão caríssimo, a fé que o Apóstolo constatava e elogiava em vossa comunidade. Já então ele previa e celebrava quase profeticamente a vossa coragem e a vossa indomável fortaleza. Já então reconhecia os méritos de que vos tornaríeis gloriosos. Exaltava as empresas dos pais, prevendo as dos filhos. Com a vossa plena concórdia, com a vossa fortaleza, destes luminoso exemplo de união e constância a todos os cidadãos . (...)” (Carta 60, 1-2).
Cipriano escreveu que: Cornélio foi feito bispo de Roma pela escolha de Deus e de Cristo, pelo testemunho favorável da quase totalidade do clero, pelos votos dos leigos presentes, e pela assembléia dos bispos. Foi eleito para o lugar de Pedro e para o grau do trono sacerdotal. (Epístola 51,8)
Queira ou não o Lucas Cata, prevalece ainda hoje a decisão do Papa Santo Estevão de não rebatizar os hereges, decisão esta mantida por todos os Papas antes e depois de Cipriano.
Cipriano nunca questionou o primado de Pedro ou a liderança de Roma, apenas por uma falha pessoal pretendia rebatizar os hereges que retornavam à Igreja. Ele os queria desnecessariamente batizá-los de novo, mesmo com a reprovação do Papa Estevão que orientava:
“Se vêm hereges ter conosco, de qualquer seita que sejam, não se inove, mas siga-se unicamente a tradição, impondo-lhes as mãos para os receber para a penitência, tanto mais que os próprios hereges, duma seita ou outra, não batizam, segundo o rito particular de cada um, os que vêm ter com eles, mas simplesmente os admitem à comunhão”. (o Papa supunha naturalmente o Batismo conferido segundo a fórmula do Evangelho).
O impasse são tardou a se normalizar, pois ambos morreram mártires sob o imperador Valeriano, Estêvão em 257 e Cipriano em 258. O sucessor de Estêvão, o Papa Sixto II, aparece em comunhão com os bispos do Norte da África, o que significa que atenderam às disposições da Santa Sé.
Pelo martírio, Cipriano certamente foi perdoado de seu erro e foi para a glória junto a Cristo. Pois todos os mártires da fé são santificados naturalmente.
Ele de fato foi um santo padre na África e prestou elevado serviço espiritual a comunidade, se tropeçou mesmo em ato menor do que os de São Paulo e São Pedro, na atitude do rebatismo dos hereges, foi por excesso de zelo à fé diante da tormenta dos cismáticos e hereges que assolavam a África.
Nos escritos de São Cipriano: De ecclesia unitate (c. 251), ele fica do lado do papa Cornélio contra o antipapa Novaciano.
É muita desonestidade do Lucas interpretar um texto sem levar em conta as circunstâncias que motivaram São Cipriano a descontrolar-se momentaneamente, ou desprezar tudo o que o santo já havia escrito sobre o papado e a Igreja de Roma. Pergunto ao Lucas: o que é um único texto escrito em momento conturbado, perante a avalanche de escritos, inclusive de São Cipriano, proclamadores da monarquia papal?
Pelo que vimos, a honestidade é uma qualidade estranha aos escritos do Lucas. Ele não tem qualquer conhecimento sobre o que escreve. O ódio à Igreja Católica fundada por Cristo é o que o impele.
Ele agora pode chorar, espernear e estrebuchar à vontade, porque foi desmascarado mais uma vez. E para fechar com chave de ouro, indico como se não bastasse, onde o Lucas pode ler São Cipriano confirmando o primado e a soberania do bispo de Roma:
São Cipriano e o Primado de Pedro
O Santo trata deste tema no tratado “De Ecclesiae unitate” (=Da Unidade da Igreja), que é dirigida aos confessores romanos quando estes, junto com Novaciano, se opunham ao papa Cornélio.
O texto do tratado acima é muito revelador: começa citando Mateus 16,18 e, embora afirme que a todos os Apóstolos foi conferido igual poder, logo traz um “no entanto” apontando que para manter a unidade, estabeleceu o Senhor com sua autoridade uma cátedra sobre Pedro, a quem foi dado o primado.
São Cipriano e a autoridade da Igreja de Roma
Nos escritos de São Cipriano encontra-se as evidências da autoridade do bispo de Roma sobre a Igreja. A primeira temos quando estoura a perseguição de Décio, em 250. São Cipriano se esconde, mas envia uma carta à Igreja de Roma explicando as razões que o motivaram a fugir:
“Creio necessário escrever-te esta carta para dar-te conta da minha conduta, da minha conformidade de disciplina e de meu zelo… Porém, ainda que ausente em corpo, estou presente em espírito…” (Epist. 20).
É evidente que ele reconhecia na Igreja de Roma uma autoridade a quem prestar contas, como ele mesmo afirma; do contrário, uma carta dirigida a Roma justificando a sua conduta teria sido desnecessária.
O Papa Cornélio pediu explicações a Cipriano em razão da consagração de Fortunato, que Cipriano tinha feito sem consultar Roma. Em resposta, Cipriano reconhece seu dever de trazer ao Papa todas as questões mais importantes e escreve se desculpando:
“Eu não te escrevi imediatamente querido irmão, porque não era algo tão importante e tão grave que você tivesse que ser notificado em seguida ... Eu esperava que você soubesse de tudo isso e tinha certeza de que você lembrava. É por isso que eu julguei que não era necessário comunicar-lhe com tal velocidade e urgência as loucuras dos hereges ... E eu escrevi sobre tudo aquilo, porque todos nós desprezamos, por o outro lado, e pouco lhe enviei os nomes dos bispos que estão a frente dos irmãos e não foram contaminados pela heresia. Foi a opinião unânime de todos desta região que enviasse-lhe estes nomes”. (Epístola 59,9)
Outra evidência também se encontra na Epístola 59. Nela vemos como alguns hereges em conflito com São Cipriano recorrem à Igreja de Roma por meio de cartas para que o Papa em favor deles. Embora São Cipriano não veja com bons olhos esta atitude, porque segundo o seu critério eles deveriam defender sua posição perante o seu próprio bispo, isto demonstra que inclusive da parte dos cismáticos havia o conhecimento de que a autoridade da Igreja de Roma era superior a das demais e, por isso, apelavam a ela. É notável também como nessa epístola, São Cipriano se refere à Igreja de Roma como “a cátedra de Pedro” e a Igreja principal de onde brotou a unidade do sacerdócio: “ad ecclesiam principalem unde unitas sacerdotalis exorta est”.
Para desgosto do Lucas, definitivamente fica provado de fato, quem é e pratica tudo aquilo que nos imputava.
Cai mais uma vez a farsa do Lucas Cata.
Consultas:
Veritatis Splendor
Eder Silva
Rafael Rodrigues de Carvalho
Continua
Titulo Original: Adulterações católicas nos escritos de Cipriano – Refutado
Foto: Web
Site: Macabeus Comuinidades.blogspot.com.br
Editado por Henrique Guilhon