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Num ato de covardia e cinismo, movido por um ódio integral à Igreja católica, o qual o mantém obcecado constantemente, Edir Macedo investe mais uma de suas inúmeras ações contra a Igreja de Deus, numa novela da Rede Record chamada de Apocalipse. Não que eu assista a um lixo desse, aliás, na minha opinião, todo católico que se prese jamais deveria assistir a essa TV, pois seu dono já disse abertamente se considerar o número um de nós, Igreja católica apostólica romana, apesar de ele ser na verdade o serviçal do inimigo número um desta Igreja, que é satanás. O que levaria um ser cujo um vídeo foi exposto no Jornal Nacional na década de 90, no qual o pilantra e ladrão legalizado ensinava seus ajudantes a tirar dinheiro de seus seguidores com a clássica frase "ou dá ou desce" e mostrando na câmera um ar de deboche, a perseguir constantemente a Igreja católica, a respirar essa perseguição? Não há dúvida: aquele que é perseguidor dela desde o princípio, chamado demônio e satanás.
O covarde, por provavelmente ter um certo receio das consequências sociais que viriam com essa perseguição, procura colocar em sua novelinha, indiretas, talvez orientado por artimanhos iguais a ele, a dar a impressão de pura expressão artística, liberdade de expressão... quando o que há realmente por trás é a ação demoníaca. Então, o alienado persegue e quando a Igreja se defende, ele se faz de perseguido pela Igreja, invertendo posições. É assim que o demônio age, na sujeira, na mais profunda baixaria, coisa que causa verdadeiro nojo. O que nos resta? Refletir nas palavras de Jesus: "Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo." S.Mateus 10,22. A justiça de Deus virá, e sobre esses perseguidores, virão ações de Deus que causarão pena aos que as verem.
Padre Paulo Ricardo
A acusação encontra-se nas entrelinhas, mas as referências à Igreja Católica são inequívocas. O personagem Stefano Nicolazi é ninguém menos que o Anticristo e vive em Roma, com direito a tiara papal, seguranças parecidíssimos com a Guarda Suíça Pontifícia e uma sacada ao fundo muito semelhante à da Basílica de São Pedro. Para bom entendedor, é o suficiente.
O quadro todo, evidentemente, não é construído “do nada”. Há muito tempo a imagem da Igreja Católica como a “besta”, a “grande Babilônia” ou a “prostituta” do último livro da Bíblia povoa o imaginário das pessoas, especialmente dos protestantes. É inclusive ao pai do protestantismo, Martinho Lutero, que remontam os mais célebres insultos já dirigidos ao Papa e aos católicos: “Eu não estou certo se o papa é o Anticristo ou seu apóstolo” [1], escreveu o ex-monge em 1519; para ele, a Igreja de Roma não passava de “uma licenciosa espelunca de ladrões, o mais impudente dos lupanares, o reino do pecado, da morte e do inferno” [2].
O ator Flávio Galvão, interpretando Stefano Nicolazi.
Assim é mais ou menos o tom com que os protestantes sempre se dirigiram aos católicos, desde 1517 até o momento presente. O protesto contra a Igreja da qual se separaram é, praticamente, a sua razão de existir.
De nossa parte, porém, o que devemos fazer? Como responder a esses ataques?
No Facebook, uma página católica pediu aos católicos que boicotassem “Apocalipse” —, tendo o cuidado de observar que, para um bom católico, melhor seria boicotar, na verdade, toda e qualquer telenovela. Trata-se de uma iniciativa válida, sem dúvida, mas que não é suficiente. Afinal de contas, com ou sem “Apocalipse”, ligados ou não na Record, mais dia ou menos dia os católicos terão de se confrontar com desafios muito semelhantes ao apresentado por essa novela, seja em um círculo de amigos, seja no ambiente de trabalho, seja dentro de suas próprias casas. Será então o momento de dar aos que nos são próximos a “razão de nossa esperança” (cf. 1Pd 3, 15). E nesta hora não podemos recuar, muito menos falhar.
A um grupo que vê a Igreja Católica como “o reino do pecado, da morte e do inferno”, nenhum testemunho pode ser melhor que o da santidade de vida.
Cumpre dizer, no entanto, em primeiríssimo lugar, que não é oportuno sair por aí discutindo assuntos de fé com todo o mundo. A bem da verdade, das muitas pessoas que se aproximam de nós acusando a Igreja Católica disto e daquilo, falando mal do Papa, da Virgem Maria e dos santos, podem-se contar nos dedos aquelas que realmente querem entabular uma conversa séria. No mais das vezes, o intuito de agressões desse tipo — feitas gratuitamente, muitas vezes — é a polêmica pura e simples, sem esperança alguma de mudança da outra parte, nem a mínima intenção de buscar a verdade. Nestes casos, a melhor coisa a fazer é ignorar, dar uma meia-volta e deixar o protestador falando sozinho.
Se a pessoa com quem falamos parece sincera, no entanto, e mostra-se aberta a um diálogo honesto, tudo muda de figura. E é a estes, não aos gritalhões, que devemos estar preparados para responder, como diz a Escritura (cf. 1Pd 3, 15): nossas palavras são aos que nos pedem as razões de nossa esperança, ao fim e ao cabo, e não aos que as calcam aos pés.
Mas, para que nossas palavras produzam algum efeito em quem as escuta, a fé que professamos precisa ocupar o devido lugar em nossas vidas, o lugar mais importante, ao ponto de a alimentarmos continuamente, sem descanso, com um estudo sério das verdades de nossa fé, uma leitura atenta do Catecismo da Igreja Católica, um hábito sadio de fazer leituras piedosas etc. Sim, porque as primeiras pessoas que precisam se convencer da razoabilidade e autenticidade da fé da Igreja... somos nós mesmos!
E, neste terreno, um mea culpa se faz necessário, porque quantos de nossos católicos o são realmente por convicção, e não apenas de nome? Quantas pessoas batizadas na Igreja Católica não se filiaram nos últimos anos a igrejas protestantes, comprovando o ditado que diz: “Católico ignorante, futuro protestante”? Quem não conhece a fundo sua fé, que resistência poderá oferecer quando a vir atacada? Nenhuma! Essa é a grande verdade.
Por isso, de nada vai adiantar nos revoltarmos com os inimigos de fora, se nós mesmos não fizermos, por assim dizer, a nossa “lição de casa”; se nós mesmos, que muitas vezes dizemos não “arredar o pé” da Igreja Católica, apesar disso não procurarmos conhecer o que ela é, não acreditarmos totalmente no que ela prega e, mais ainda, não nos esforçarmos por viver o que ela ensina!
Nesse sentido, a vida dos santos da chamada “Contrarreforma” oferece-nos um exemplo luminoso: São Felipe Néri, São Carlos Borromeu, São Pio V, Santa Joana de Chantal. São biografias que valeria a pena conhecer, imitar e difundir em tempos como os nossos. A um grupo que vê a Igreja Católica como “o reino do pecado, da morte e do inferno” — para usar a expressão de Lutero —, nenhum testemunho pode ser melhor que o da santidade de vida.
As primeiras pessoas que precisam se convencer da razoabilidade e autenticidade da fé da Igreja... somos nós mesmos!
A frase pode já estar batida, mas é exata: palavras comovem, exemplos arrastam. Se verdadeiramente nos esforçássemos por ser de Cristo, por ter um trato íntimo e constante com Ele através da vida de oração, se procurássemos tratar os outros com o mesmo zelo e piedade com que comungamos Jesus Eucarístico — se é que andamos comungando bem, também! —, que diferença não faríamos no mundo que nos rodeia! Com que olhos nossos irmãos protestantes nos veriam — e com eles, tantos outros que não conhecem a Cristo e a Igreja que Ele fundou!
Seja este, portanto, o nosso propósito. Ao “Apocalipse” protestante da Record oponhamos o verdadeiro “Apocalipse”: aquele dos “vestidos com túnicas brancas”; que “lavaram e branquearam as suas vestes no sangue do Cordeiro”; que “estão diante do trono de Deus e lhe prestam culto, dia e noite, no seu santuário” (cf. Ap 7, 13ss). Unidos a estes homens e mulheres marcados com o sinal da fé, alcançaremos, enfim, o que Deus deseja de cada um de nós: a santidade!
Referências
Título Original: Como responder ao "Apocalipse" da Rede Record?
Foto: Web
Site: Padre Paulo Ricardo
Editado por Henrique Guilhon
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