Padre Roger Luís
Deus nos dá a oportunidade de ver dois encontros na liturgia de hoje: um da mulher pega em adultério, e outro de uma pessoa já experimentada na vida, que testemunha o encontro com o Cristo.
Não existe maravilha mais intensa que possamos testemunhar do que o encontro com o Senhor. O Pai nos deu seu Filho. Não existe nada mais extraordinário. Este é o melhor de Deus para nós.
Ao olharmos e meditarmos um pouco no evento Pascal, vamos entender a primeira leitura quando diz: “Isto diz o Senhor, que abriu uma passagem no mar e um caminho entre águas impetuosas; que pôs a perder carros e cavalos, tropas e homens corajosos; pois estão todos mortos e não ressuscitarão, foram abafados como mecha de pano e apagaram-se: ‘Não relembreis coisas passadas, não olheis para fatos antigos. Eis que eu farei coisas novas, e que já estão surgindo: acaso não as reconheceis? Pois abrirei uma estrada no deserto e farei correr rios na terra seca’”.
Jesus é esta novidade. Não existe outra maravilha maior que esta. A Páscoa é a estrada aberta no deserto; a vida eterna, a estrada aberta para o Céu, o caminho que o Pai deu para a humanidade adentrar o Céu.
A Páscoa que celebramos na Eucaristia é o caminho aberto no deserto, é a oportunidade de salvação. É Ele o rio que sacia nossa sede. É a fonte que brota da terra seca.
Quanto mais nos aproximamos de Jesus, mais nos aproximamos deste poço que nunca falta água. Precisamos, cada dia mais, nos aproximarmos Dele, de modo que esta novidade nos alcance e ressignifique nossa estrada, nossa história.
O Evangelho de hoje nos mostra o conflito entre os Fariseus, Escribas e Jesus. Eles não precisavam de Jesus para apedrejar ou não aquela mulher, mas, queriam colocá-lo a prova. Aquela mulher era renegada. Não tinha nenhuma possibilidade de chegar a Jesus. Talvez nem tivesse interesse em conhecê-lo. Mas ela foi carregada até Jesus, e ali estava a oportunidade de mudança de vida.
Quantas vezes somos assim: não queremos nos aproximar de Jesus… Mas, por causa de outras pessoas, com a desculpa que fomos levar os outros em lugares religiosos, nos encontramos com o Cristo.
Jesus aproveita-se dos momentos. Aquela mulher foi levada para ser apedrejada, e sai de lá com a vida transformada. O único que tinha o direito de jogar pedra estava abaixado escrevendo no chão. Ele é a Misericórdia encarnada. Quando Jesus pede que quem tivesse pecado atirasse a primeira pedra, os mais velhos foram os primeiros a sair.
Depois do acontecido, quando saíram todos, Jesus levanta-se, a olha com amor. Ninguém nunca a tinha olhado daquele modo. Ele pergunta: “Ninguém te condenou? ” O Senhor a manda ir, com a ordem de não pecar mais. Que amor! Que experiência! O Senhor condena o pecado, e não a pecadora.
As vezes confundimos misericórdia com bondosismo – como se ele fosse um bonachão. Ele é Pai, que dá a sentença contra o pecado e acolhe o pecador.
Quando vemos uma passagem bíblica que não tem nome, é para colocarmos o nosso. Nesta passagem do Evangelho, é Deus quem está falando a nós, no dia de hoje, para mudarmos de vida, como esta pecadora. Esse adúltero pode ser eu e você, que não vivemos a fidelidade ao Senhor. Vivemos como adúlteros na casa de Deus. Podemos estar traindo a Jesus Cristo, com nossas atitudes erradas.
Tome a decisão de não mais pecar! Aceite a sentença, a acolhida que Deus lhe dá, mas, lute para não mais pecar.
Se você está na vida de pecado, levante-se, olhe para frente, deixe para trás a vida de pecado. Olhe para frente! É hora de jogarmos fora o que não presta, e não mais olharmos para trás. É hora de assumir a Palavra do Senhor!
É hora de assumir a misericórdia do Senhor, arrepender-se do pecado, e estender as mãos para o Senhor, deixando o que era velho, tomando posse da vida nova que Deus tem para nós.
Jesus lhe diz: “Eu também não te condeno. De agora em diante, vá e não peques mais”, pois, “maravilhas fez conosco o Senhor. Exultemos de alegria!”. Basta à vida velha, à vida de pecado.
Na segunda leitura, vemos a pessoa de Paulo, que testemunha o bem que fez à alma dele o encontro com o Cristo. Paulo passou a considerar tudo como perda diante da bondade que é conhecer o Senhor. Ele celebra isto com alegria. Paulo perdeu privilégios, nome, posto.
São Paulo era um homem formado na escola de Gamaliel, sabia várias línguas; era uma potência intelectual. Mas, perdeu tudo por causa da experiência que fez com o Cristo. Nós também precisamos, como Paulo, viver isto: testemunhar a alegria de conhecermos a Cristo; ficar em comunhão com seu sofrimento.
Padre Roger Luís preside Missa de encerramento do “Encontramos o Cristo” na Canção Nova – Foto: arquivo cancaonova.com
Não devemos renegar os nossos sofrimentos. Quando a cruz pesar, precisamos nos lembrar que o padecimento nos coloca em comunhão com os sofrimentos de Jesus. Quando vierem as dificuldades familiares, precisamos nos convencer que estaremos unidos aos sofrimentos do Senhor.
Um cristão maduro é aquele que entende que o sofrimento é uma escola de comunhão. Precisamos sair do raso e ir para as águas mais profundas. Nossos pensamentos não são os de Cristo. Precisamos sair da superficialidade e adentrarmos no mistério.
A primeira morte dói na carne. Precisamos deixar o homem velho, o farisaísmo, o julgamento e os próprios critérios. Jesus nunca julgou, mas, procurou ver com sinceridade o coração.
São Paulo sabia que ainda não era perfeito, mas, testemunhava sua corrida para a santidade, e afirmava que já havia sido alcançado por Jesus.
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Você já encontrou o Cristo? Se sim, corra para alcançá-lo. Faça como Paulo: “esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente. Corro direto para a meta, rumo ao prêmio, que, do alto, Deus me chama a receber em Cristo Jesus”.
Ele corre para alcançar o céu. É o prêmio que o Pai nos chama a receber em Cristo Jesus. Nossa meta diária deve ser o encontro com o Cristo. Por isso, devemos adorar, rezar, ler a bíblia. Tudo o que fizermos na terra deve ser por esta meta.
Que coragem precisamos ter para correr em direção à nossa meta! Não passe um dia sem orar. Não fique sem agradecer a Deus. Queira conquistar a meta!
Imagine o testemunho que esta mulher deu… Não deve ter tido vergonha. Pelo contrário, esta mulher deve ter contado a todos a misericórdia do Senhor, em sua vida. O Senhor também lhe diz: “Vá e não voltes a pecar!”. Ele o encontrou, lhe deu Salvação e misericórdia. Exulte no Senhor que o perdoou!
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair
Adquira esta pregação pelo telefone: (12) 3186 – 2600
Padre Roger Luís
Sacerdote Comunidade Canção Nova
Título Original: Jesus aproveita as oportunidades de nos encontrar
Site: Eventos Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon
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