..."e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela"...(Mt. 16,18). Quando Jesus edificou sua Igreja na pessoa de Pedro teve o cuidado de imediatamente após proferir esta promessa de assistência. Era também uma constatação da visão da realidade humana, de fraqueza, de traições, de escândalos. Não, não foi sem grande propósito o dito desta frase logo após a edificação da Igreja. " Os escândalos são inevitáveis, mas ai daqueles pelos quais vêm os escândalos" (Mt. 18,7). Para o católico fiel, cada escândalo que surge na Igreja, dói sim, envergonha. Mas também é prova da veracidade desta Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Prova que esta Igreja sofre "as portas do inferno" mas aguarda a vitória da Justiça de Cristo.
Cada escândalo que surge deve ser verdadeira festa aos inimigos da Igreja, dizendo "eu sabia", " eu não falei"? Porém neste falso e curto deleite esquecem de uma coisa: Quando Deus permite os escândalos no mais intimo de sua Igreja, em sua sede, é para que ela seja purificada. Sendo a Igreja, santa, pois Seu Fundador é Santo, é inadmissível que nela a podridão prevaleça. Aí sim, poderia ser dito que a promessa da assistência de Jesus seria um grande boato bíblico, um conto popular. Eis a grande diferença: Na Igreja edificada por Jesus, isto acontece para a sua purificação. Nas igrejas dos seus inimigos isto acontece para que os que utilizam o nome Santo de Jesus, às custas das misérias e ingenuidades alheias, sejam desmascarados. Eis, então, a grande diferença.
Henrique Guilhon
Aleteia
Foi preso o padre espanhol Lucio Anjo Vallejo Balda, acusado de divulgar documentos confidenciais, um caso que lembra o "Vatileaks"
Um novo escândalo eclodiu nesta segunda-feira no Vaticano com a prisão do padre espanhol Lucio Anjo Vallejo Balda, acusado de divulgar documentos confidenciais, um caso que lembra os vazamentos que minaram o pontificado de Bento XVI.
Além de Vallejo Balda, de 54 anos e membro do Opus Dei, foi detida e posteriormente liberada Francesca Chaouqui, uma especialista em comunicação e mídias sociais, que foi consultora para a reforma econômica e organizacional da Santa Sé.
Vallejo Balda foi detido por ordem do Promotor de Justiça, segundo um comunicado da Santa Sé, que lembra que a divulgação de notícias e documentos confidenciais é “um crime sob a lei IX do Estado da Cidade do Vaticano, de 13 de julho de 2013”.
Chaouqui, de 33 anos, uma italiana de origem marroquina, foi liberada após “colaborar com a investigação” e testemunhar na semana passada, acrescenta a nota.
A jovem assessora do Vaticano era conhecida por seus tuítes polêmicos e sua amizade com um dos jornalistas que revelou os documentos do escândalo “Vatileaks” em 2012.
A sombra do caso ‘Vatileaks’, que envenenou o pontificado de Bento XVI, paira novamente sobre o Vaticano.
Neste caso, não se trata de documentos roubados do escritório do pontífice, mas dados das contas do Vaticano e de pessoas designadas por Francisco para reformar as finanças.
Os dois detido eram membros da Comissão de Estudo sobre a Organização das Estruturas Econômicas – Administrativas da Santa Sé (COSEA).
A comissão foi criada em 2013 por Francisco e dissolvida este ano.
No comunicado, o Vaticano recorda ainda o caso do ex-mordomo do papa Bento XVI, Paolo Gabriele, condenado em 2012 a 18 meses de prisão por roubar e vazar para a imprensa documentos confidenciais do pontífice.
“Trata-se de uma grave traição à confiaça outorgada pelo Papa”, ressalta o texto.
De acordo com a imprensa italiana, um roubo de dados teria ocorrido no computador do controlador-geral das finanças do Vaticano, o italiano Libero Milone, em seu escritório localizado perto da Praça de São Pedro.
Libero Milone, nomeado pelo Papa em 5 de junho para a Reforma das Finanças, é responsável pela auditoria das contas de todas as administrações do pequeno Estado.
O auditor apresentou na sexta-feira passada uma denúncia por violação de dados informáticos, segundo o jornal Il Corriere della Sera.
O periódico afirma que foram roubados “documentos sobre as revisões contábeis e sobre a reorganização em curso dos discatérios (ministérios vaticanos)”.
Dois livros que devem ser publicados em breve, prometendo revelações sobre os assuntos financeiros da Santa Sé, são assinados pelos jornalistas Emiliano Fittipaldi do L’Espresso e Gianluigi Nuzzi do Mediaset.
Contra os autores dos livros, o Vaticano anunciou na mesma nota que vai analisar os aspectos jurídicos e, se for o caso, criminais, e indicou que pedirá a cooperação “internacional” em uma referência às autoridades italianas.
“Como aconteceu no passado, os livros que serão publicados nos próximos dias são o resultado de uma traição grave da confiança do Papa e, no que diz respeito aos escritores, de uma operação para obter benefícios de um ato ilícito de entrega de documentos confidenciais”, diz a nota.
Um dos livros, “Via Crucis”, de Nuzzi, é do mesmo autor de “Sua Santidade: as cartas secretas de Bento XVI”, com as cartas pessoais do pontífice roubadas pelo ex-mordomo.
“Publicações deste tipo não servem de modo algum para esclarecer ou obter a verdade, mas para criar confusão e dar interpretações parciais e tendenciosas”, conclui o comunicado.
O Opus Dei, por sua vez, manifestou sua surpresa pela prisão de Balda, segundo comunicado o Escritório da Prelazia em Roma.
“O Opus Dei não dispõe de qualquer informação sobre o caso. Se a acusação for confirmada, será particularmente doloroso pelo dano feito à Igreja”, afirma ainda.
Balda organizou banquete que irritou Francisco
Vallejo Balda foi um dos organizadores do luxuoso banquete em homenagem à canonização de João Paulo II e João XXIII, um evento que irritou o papa Francisco.
Segundo a revista italiana L’Espresso, Vallejo Balda traiu os princípios de austeridade e simplicidade ao organizar no ano passado uma festa tão elegante, em um dos terraços do Vaticano, com a presença de importantes personalidades da vida política e mundana da Itália.
O evento, com mais de 150 convidados, custou, segundo a publicação, 18.000 euros, e foi coordenado justamente por Francesca Chaouqui.
Segundo L’Espresso, quando o Papa soube da festa luxuosa, muitos acharam que haveria demissões.
Título Original: Escândalo no Vaticano por vazamento de documentos
Site: Aleteia
Editado por Henrique Guilhon
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