Há quem compare o poder viciante da pornografia à dependência de drogas como a cocaína
A pornografia tem um efeito devastador no cérebro humano, pois suas imagens ficam gravadas em nossa mente e nos acompanham durante anos ou durante toda a vida. Há quem compare seu poder viciante ao de drogas como cocaína. O interessante é que uma simples olhada em imagens, vídeos pornográficos ou fotos sensuais podem inocular, em nossa mente, um efeito constante, ou seja, basta fechar os olhos e ter acesso àquilo que foi visto, registrado.
Lembro-me de que, infelizmente, meu presente de sete anos de vida, isso mesmo, 7 anos (uma criança!), foi um revista pornográfica dada pelo meu padrinho de batismo. Digo a você que, até hoje, as cenas daquela revista estão em minha mente, tal o poder devastador da pornografia. Lógico que, hoje, por um processo de autoconhecimento e de muita oração perante Deus, essas cenas não me controlam mais, porque eu escolho olhar para minha futura esposa buscando, nesse relacionamento, a pureza à qual sou chamado a viver. Mas, por muito tempo, o “ideal” de mulher e de amor que havia em minha mente era o daquela revista.
A pornografia não só é um pecado, mas é uma profunda deturpação do que é um homem e uma mulher de verdade. A pornografia cria a ilusão do prazer, a alienação do outro como um dom e sujeito de dignidade. A pornografia cria a fantasia de que o ser humano é uma máquina a ser manipulada na obtenção máxima de prazer, custe o que custar.
Olha-se o corpo (muitas vezes, alterado pelo ‘Photoshop’ ou pelos mais modernos meios de edição de vídeos), mas não se percebe o coração.
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Se você é viciado em pornografia, quero chamar a sua atenção para a ilusão que vive, pois nunca terá, na vida real, a promessa daquela revista e daquele vídeo. Esse vício o jogará na amargura do irrealizado e, assim, o fará perder a promessa de uma vida humana digna de respeito e doação. Ele tirará de você a capacidade de amar de verdade, pois fará seus olhos e mente parar naquilo que é vazio e montado. Infelizmente, muitos pais (no meu caso, o padrinho) incentivam seus filhos, principalmente os homens, a ver material pornográfico. Triste esse caminho! Na verdade, não estamos sendo educados para o amor verdadeiro, mas para a ilusão de que o prazer responderá às angústias de nosso coração! Não…
E se meu filho já estiver viciado em pornografia? O que fazer?
Uma boa conversa é o começo. Não parta para a censura e para a reprovação de imediato. Converse com ele sobre as motivações que o levaram a acessar tal material. Gaste tempo com ele, fale da realidade do amor e abra os olhos de seu filho frente à mentira e ilusão que a pornografia cria. Mostre-lhe o quanto é desumano a vida de mulheres e homens que se colocam como artistas do “pornô”. E o quanto uma simples imagem pornográfica marca para sempre sua mente. Pergunte para ele se quer fazer da sua futura esposa e mãe de seus filhos uma dessas mulheres que ele vê na revista ou no filme.
Pesquisas têm mostrado que adolescentes expostos à pornografia apresentam respostas emocionais traumáticas, relações sexuais em idade precoce, um aumento do risco de doenças sexualmente transmissíveis e um desenvolvimento de compulsões sexuais e perversões. Sem contar relacionamentos afetivos apenas objetivos, ou seja, o ser humano como objeto e não sujeito. Sexo por sexo!
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Vamos a algumas dicas para deixar o vício da pornografia:
1- Assumir que está ferido
Muitas pessoas pensam que a pornografia é algo inofensivo ou apenas uma satisfação de curiosidade. De fato não! Somos visuais, e as imagens entram em nosso cérebro fazendo verdadeiras catástrofes. É preciso assumir tal fraqueza, encarar que não se tem controle referente a isso, pois só assim saberá o quanto foi atingido e o tamanho da ferida!
2- Buscar ajuda
Não há como querer vencer sozinho. Depois de assumir o problema, é hora de buscar ajuda. Encontrar alguém maduro afetivamente, com quem você possa se abrir, dizendo de suas fraquezas. Um bom diretor espiritual e um confessor ajudarão muito! Pecado se vence na confissão! Às vezes, até um processo de terapia é interessante, caso seu vício esteja muito enraizado.
3- Armar-se
Eu disse, acima, sobre pessoas e ajuda, mas é preciso, de sua parte, armar-se. Ter uma vida de oração e sacramentos, ler a Palavra de Deus e buscar a Eucaristia. A adoração a Jesus Eucarístico é um bom remédio também. Ficar, ali, durante alguns minutos, vendo o Senhor e apresentando a Ele sua mente e seus desejos vai, aos poucos, limpar a sujeira que entrou pelos seus olhos.
4- Decisão firme
Não há como vencer a batalha dormindo com o inimigo. É preciso desfazer-se de toda possibilidade de pornografia. Jogue fora revistas, filmes, imagens etc. Às vezes, é preciso romper com as pessoas que o motivam ao vício. Não dá para, em meio à guerra, ficar em território inimigo!
5- Sempre ativo
Nós sabemos e sentimos quando estamos prestes a cair no pecado. Não tem essa de “eu não sabia que ia dar nisso”. Ninguém cai do nada no precipício. Sempre é um passo de cada vez. Quais são as suas fragilidades? Quando está mais sensível? Sabendo disso e se tornando ativo nessas horas, evitará cair ladeira abaixo.
6- Não é pecado sentir
Às vezes, na luta contra o pecado, as pessoas se tornam obcecadas e pensam que até o que sentem é pecado. Não é assim! O pecado está em “consentir” e não em “sentir”. Quando vejo uma mulher bonita, sinto sua beleza entrar em meus olhos. Isto não é pecado. Pecado é quando eu pego essa beleza, que entrou em mim, e a manipulo, desejo-a e a deixo dominar meus pensamentos. No entanto, o que posso fazer, ao sentir isso, é louvar a Deus por minha afetividade viva e ativa, louvá-Lo pela beleza da criação e da criatura. Canalizar o desejo em Deus.
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Adriano Gonçalves
Mineiro de Contagem (MG), Adriano Gonçalves dos Santos é membro da Comunidade Canção Nova. Cursou Filosofia no Instituto da Comunidade e é acadêmico de Psicologia na Unisal (Lorena). Atua na TV Canção Nova como apresentador do programa Revolução Jesus. Mais que um programa, o Revolução Jesus é uma missão que desafia o jovem a ser santo sem deixar de ser jovem. Dessa forma, propõe uma nova geração: a geração dos Santos de Calça Jeans. É autor dos seguintes livros: "Santos de Calça Jeans", "Nasci pra Dar Certo!" e "Quero um Amor Maior"
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