A Igreja é a coluna (mestra) e sustentáculo (preservadora) da verdade – 1º Tim 3,15

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É importante falar de Deus, das coisas de Deus, sem tirar os pés do mundo, pois estamos nele, embora que não sejamos dele. O Viver em Deus, fala de Deus, dos fatos da Igreja, do meio cristão católico. O Viver em Deus não é fechado em si mesmo, portanto faz também a apresentação de obras de outros sites católicos, o que, aqui, mais se evidencia, no intuito da divulgação e conhecimento dos mesmos. UM BLOG A SERVIÇO DA IGREJA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Sejam todos bem - vindos!

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Quando neste blog é falado, apresentado algo em defesa da Igreja, contra o protestantismo, é feito com um fundo de tristeza ao ver que existem "cristãos" que se levantam contra a única Igreja edificada pelo Senhor Jesus no mundo. Bom seria se isto não existisse, a grande divisão cristã. Mas os filhos da Igreja têm que defendê-la.

Saibam, irmãos(ãs), que o protestantismo, tendo que se sustentar, se manter, se justificar, terá que ser sempre contra a Igreja católica (do contrário não teria mais razão de sê-lo) ainda que seja pela farsa, forjar documentos, aumentar e destorcer fatos (os que são os mais difíceis para se comprovar o contrário pelos cientistas católicos, pois trata-se de algo real, mas modificado, alterado para proveito próprio.) E tentarão sempre atingir a Igreja na sua base: mentiras contra o primado de São Pedro, contra o Papa e sua autoridade, contra o Vaticano, contra a sua legitimidade, e outros tantos absurdos. São, graças a Deus, muitos sites católicos que derrubam (refutam) estas mentiras, provando o seu contrário, bastando portanto se fazer uma pesquisa séria, por exemplo, com o tema: cai a farsa protestante, refutando o protestantismo, etc. O Espírito Santo jamais abandona sua Igreja. Que saibamos, por este Espírito, amar aos protestantes que não participam destas ações malignas, e aos que se incumbem destas ações, os inimigos da Igreja, que saibamos, ainda que não consigamos amá-los o bastante, ao menos respeitá-los em sua situação crítica perante Jesus e desejar a eles a conversão e a Salvação de Nosso Senhor Jesus. "Se soubéssemos verdadeiramente o que é o inferno, não o desejaríamos ao pior inimigo".

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Notas Importantes

*O marcador “IDOLATRIA”, na seção TEMAS, abaixo, à esquerda, assim está exposto com a função de desmentir as acusações de idólatras aos católicos, outras vezes também denunciando que estes próprios acusadores cometem a idolatria ao dinheiro, entre outras.

*Os anúncios que aparecem neste blog podem porventura não serem compatíveis com a doutrina católica, por escaparem da filtragem do sistema. Aconselha-se a quem se incomodar com estes anúncios, atualizar a página do blog até que eles sejam modificados.

*Ao usar o telemóvel escolha a opção “visualizar versão para a web”, localizada abaixo da opção “página inicial” , para que sejam utilizados todos os recursos apresentados na página como vista no computador.

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Tradutor

sábado, 27 de fevereiro de 2016

O mal do aborto clama aos céus


Daniel Machado e Alessandra Borges

Para muitas mulheres ser mãe é algo maravilhoso e inexplicável. A maternidade as transforma, as deixa mais belas por dentro e por fora, seu lado emocional e afetivo atinge um grau mais elevado. No entanto, muitos casais recebem a notícia da gravidez como um grande “problema”, por acreditarem que terão o futuro profissional, amoroso e intelectual comprometido. A solução – para muitos – é o aborto, um mal que destrói a sociedade e ceifa a vida de 50 milhões de vidas todos os anos mundo afora. Um verdadeiro genocídio silencioso.

Em 2004, o Papa João Paulo II demonstrou sua preocupação com esses atentados contra a vida, legitimados pelo Estado em vários locais do mundo. Há uma verdadeira “difusão da cultura da morte espalhada por todos os cantos do planeta, a qual leva diversos setores da opinião pública a justificar alguns delitos contra a vida em nome dos direitos da liberdade individuale, com este suposto, muitos pretendem sua legitimação por parte do Estado”, ratificou o Pontífice.

“Existe uma indústria da morte, que proporciona a morte no mundo”, declarou a cantora Elba Ramalho, que recebeu o “Destrave” para falar sobre esse tema. Ela nos contou que tem aderido a campanhas pró-vida, dando o seu depoimento como uma pessoa pública. “Estamos numa luta poderosa do mal contra Deus. Ele [o mal] quer sangue derramado e almas de inocentes”, denunciou a cantora.

“Existe uma industria da morte que lucra com o aborto”, Elba Ramalho em entrevista para o Destrave

São incontáveis as vítimas do aborto mundo afora. A primeira delas é a criança morta no lugar onde mais deveria encontrar proteção, mas as consequências são graves também para a mãe. Estudos apresentados por especialistas médicos no 1º Encontro de Estudos Médicos sobre a Vida Humana, em Lisboa, demonstraram forte relação do aborto induzido com graves enfermidades mentais e físicas das mulheres que o cometeram. Os dados revelaram que 60% das mulheres que o praticaram receberam cuidados mentais 90 dias depois. Depressão, comportamento bipolar, síndrome do pânico, surtos psicóticos foram alguns dos transtornos observados nelas, além do medo e da culpa.

Opinião popular sobre o aborto

Em 2003 o Datafolha registrou que 71% dos brasileiros eram contra o aborto. Em nova pesquisa realizada pelo Instituto Vox Popoli 82% dos brasileiros se declararam contra essa prática, ou seja, 7 anos depois o povo brasileiro – na sua esmagadora maioria – se diz a favor da vida.

Mas se o povo brasileiro é contra o aborto, por que de tempos em tempos novas leis rondam o Congresso Nacional para que esse mal seja aprovado como um direito da mulher? O que está por trás destes conceitos?

“São várias pressões de organismos internacionais, agências da ONU, interesses políticos, econômicos e culturais”, afirma o professor e jornalista Hermes Rodrigues. Segundo esse mesmo profissional está em curso no mundo uma tentativa de desconstrução da família e dos valores cristãos. “Existe um processo sutil e sofisticado para tentar desconstruir os valores da civilização cristã ocidental e as pessoas não sabem disso”, revela o professor.

Ideologia feminista

O aborto é também a principal bandeira da ideologia feminista. ‘Direitos reprodutivos da mulher’, ‘autonomia sobre o seu corpo’, ‘questão de saúde pública’, são alguns dos termos usados para fazer dessa prática [aborto] um direito da mulher.

“Se eu tivesse direito sobre o meu corpo eu poderia suicidar-me ou cortar um braço, mas a lei não me permite fazer fazer isso”, diz o advogado e escritor Jorge Escala. Segundo ele, diante da lei ninguém tem o direito sobre o corpo do outro. “A pessoa que a mulher carrega no seu ventre não faz parte dela; é o corpo do próprio bebê, por isso jamais pode ser abortado”.

Uma ideologia da desconstrução da maternidade está em curso no mundo. É o que se pode encontrar no livro “O mito do amor materno” de Elisabeth Badinter. De acordo como a autora “a maternidade é um monstro de duas cabeças. (…) Ela é a pedra no meio do caminho da liberação feminina”.

O direito de viver 

Em 25 de setembro de 1992, o Brasil ratificou o Pacto de San José, que dispõe, em seu artigo 4º, que o direito à vida deve ser protegido desde a concepção. A Constituição Federal do Brasil, no capítulo do seu artigo 5º, também estabelece a inviolabilidade do direito à vida.

A Igreja também afirma que em nenhuma hipótese o aborto pode ser justificado. “Segundo o Papa João Paulo II, em sua Encíclica Evangelium Vitae, o aborto é um ato gravemente desordenado enquanto morte deliberada de um ser humano. A vida é sagrada e, portanto, só Deus é o Senhor da vida”, reiterou o presidente do Pró-vida de Anápolis (GO), padre Luiz Carlos Lodi.

A sociedade precisa ficar atenta a esta legislação civil contrária aos ideiais e direitos da família e do nascituro. Qualquer forma de legalizar o aborto no país será mais um ‘rolo compressor’ passando por cima da Constituição e dos acordos de direitos humanos assinados pelo Brasil.

Desde o momento da concepção a vida quer ser vivida, num lindo, misterioso e milagroso desenvolvimento. Como diz o salmista “Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe” (Salmo 139.13).

E para quem é a favor do aborto, fica a pergunta: Como ser a favor do aborto se você já nasceu?

Veja mais temas relacionados 



Título Original: ABORTO, UM MAL QUE CLAMA AOS CÉUS


Site: Destrave
Editado por Henrique Guilhon

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Concurso em comemoração aos 60 anos é lançado pela Cáritas Brasileira


CNBB

O prazo para inscrição de trabalhos de identidade visual se encerrará no dia 29

Este ano, a Cáritas Brasileira completa 60 anos. A entidade foi fundada em 12 de novembro de 1956, sendo uma das 164 organizações da Rede Internacional. A Cáritas é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organizada em rede composta por 183 entidades-membros, em doze regionais no Brasil. 

Para comemorar o aniversário, a Cáritas Brasileira lançou concurso “Pintando, cantando e contando os 60 anos da Cáritas Brasileira”, para escolha de nova identidade visual, música e 60 textos sobre a história da Rede. O prazo para inscrição de trabalhos de identidade visual se encerrará no dia 29 de fevereiro. O resultado do concurso será divulgado no próximo mês. 

A seleção contará com apoio de comissão técnica. O trabalho escolhido servirá de base para elaboração da identidade visual comemorativa aos 60 anos da Cáritas Brasileira. A arte será usada em todo o material gráfico e digital produzido pela Cáritas Brasileira ao longo do ano.

O concurso também selecionará textos, em prosa ou verso, sobre a história da instituição. As inscrições para o concurso dos textos seguem até 10 de maio; e para a escolha da música-tema os compositores tem até 2 de junho para enviar o material. 

Na categoria literatura, serão escolhidos sessenta textos alusivos aos 60 anos da Cáritas, incluindo os gêneros contos, crônicas, artigos, poemas e cordéis.

Regulamento

No site da Cáritas Brasileira está disponível o regulamento do concurso, com informações sobre a produção das músicas, textos e identidade visual. Os trabalhos deverão ser encaminhados com as especificações estabelecidas no regulamento para o e-mail: concurso60anos@caritas.org.br.

O vencedor de cada modalidade participará do V Congresso Nacional da Cáritas, em novembro de 2016, na cidade de Aparecida (SP). Durante o congresso, serão apresentadas as obras finalistas. 
CNBB com informações da Cáritas Brasileira.

Título Original: Cáritas Brasileira lança concurso em comemoração aos 60 anos 


Site: CNBB
Editado por Henrique Guilhon

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Jesus se inclina sobre aquilo que pedimos quando intercedemos a Ele




Blog Canção Nova

O que acontece quando Intercedemos por alguém? Como é que o Céu se movimenta ao nosso favor?

A Palavra de Deus nos responde a esta pergunta acima de maneira esplêndida! E nos mostra claramente à ação de Jesus quando estamos intercedendo por alguém à Ele.

O texto que nos ajuda a entender o que acontece, se encontra no Evangelho de Lucas 4, 38-39:
“A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs – se a servi – los.”

Jesus chegou à casa de Pedro, e assim que Ele chegou a Palavra diz que

Intercederam a Ele por uma pessoa. Quer dizer: Pediram à Jesus a favor de alguém que estava sofrendo algo.

Quem era esta pessoa? A sogra de Pedro.
O que ela tinha? Estava sofrendo com uma febre muita alta!

A Palavra de Deus nos mostra que a palavra interceder está no plural: “Intercederam a Ele…”. Isso nos aponta que quando se trata de interceder, faze – lo em comunidade, em comum acordo, é talvez o meio mais eficaz, porque a Palavra também nos garante que onde dois ou mais estiverem reunidos em nome de Jesus, Ele ali também se fará presente. (Cf. Mt 18, 20)

E agora a revelação do que acontece quando intercedemos por uma pessoa, por uma causa, por uma situação: A Palavra diz que após Jesus receber este pedido para que Ele intercedesse pela sogra de Pedro, Ele “se inclinou sobre ela”.

Meu irmão e minha irmã, que detalhe lindo este que a Palavra nos revela sobre a atitude de Jesus, Ele se inclinou sobre ela.

O que isso significa para nós?

Significa que Jesus se inclina sobre aquilo que pedimos quando intercedemos a Ele! A ação de se inclinar é uma ação de atenção, de dedicação, de amor, de afeto!

É assim que Deus faz conosco todas as vezes que intercedemos a Ele por alguém, por alguma causa, por alguma situação! Ele se inclina sobre isso que você pede meu irmão! Ele se inclina sobre aquilo que você pede minha irmã!

Da mesma maneira que Jesus fez com a sogra de Pedro porque intercederam a Ele por ela, Ele faz também com você! Jesus é o mesmo de ontem, de hoje e de sempre! Tome posse então desta Palavra e peça que Jesus A atualize hoje em sua vida! A Palavra de Deus tem esta força de atualizar – Se em nossa vida quando pedimos com fé!

Creia que Jesus se inclina todas as vezes que você pede pelo seu filho que se encontra nas drogas, pelo seu marido que se encontra no alcoolismo. Jesus se inclina quando você pede por esta doença que você esta sofrendo, Jesus se inclina sobre aquilo que pedimos; mas para isso temos que ter a coragem de interceder, de rogar, de pedir a Ele pela situação que necessitamos!

Não perca tempo meu irmão e minha irmã, interceda então agora por aquilo que você precisa, seja o que for, fale com o Senhor, e permita que por mais uma vez, assim como fez com a sogra de Pedro, que Ele se incline sobre aquilo pela qual você pede, que Ele se incline sobre o que você necessita!

E o mais importante em tudo isso não é se a cura ou a solução virá para aquilo que você pede, o mais importante é que você tenha a certeza de que Jesus está inclinado, está com a Sua atenção voltada para aquilo que você está pedindo. Jesus está cuidando de tudo isso já para você, confie!

Deixe seus comentários abaixo, será importante saber sua experiência ou opinião sobre o assunto!


Danilo Gesualdo, é membro da Comunidade Canção Nova e atua junto ao Ministério de Cura e Libertação, residindo em nossa sede em Cachoeira Paulista.
Para contato me envie um e-mail: livresdetodomal@cancaonova.com

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Leia também:




Título Original: O que acontece quando Intercedemos por alguém?


Site: Blog Canção Nova
Editado por Henrique Guilhon

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

"Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação... Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas." (2Tm 4, 3-4)"



Baixada Católica

"Não penses que as heresias são frutos de mentes obtusas. É necessário uma mente brilhante para conceber e gerar uma heresia. Quanto maior o brilho da mente, maiores as suas aberrações" (Santo Agostinho).

"É notória a intenção, por vezes virulenta, destas seitas de minar as bases da fé do povo, de modo especial no que diz respeito ao culto do Mistério Eucarístico e da Santíssima Virgem, à estrutura hierárquica da Igreja e ao primado de Pedro, que perdura no pastoreio universal do bispo de Roma, e às expressões da piedade popular" (João Paulo II).


"Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas." (2Tm 4, 3-4).

Luteranismo (Protestantismo)

Martinho Lutero nasceu em 10/11/1483, em Eisleben, Alemanha. Teve infância dura, sujeita, em casa e na escola, a disciplina severa. A partir de 1501, na Universidade de Erfut, estudou a filosofia nominalista de Occam, com tendências antimetáfísicas e relativistas. Tal sistema dissolvia a harmonia entre ciência e fé, pois tinha as verdades da fé como irracionais ou impenetráveis à razão.

Certa vez a caminho da universidade, 02/07/1505 foi quase fulminado por um raio. Em consequência, fez um voto de entrar no convento. Disse ele: “Ajuda, Santa Ana, quero torna-me um monge.” Esta decisão era fruto da mentalidade pessimista e escrupulosa de Lutero. Alguns estudiosos afirmam que Lutero se tornou agostiniano para fugir da prisão, pois tinha assassinado um jovem, já que a justiça civil não teria jurisdição sobre o convento. (Dr. Dietrich Emme, em seu livro:“Martinho Lutero – sua juventude e os seus anos de estudos, entre 1483 e 1505”).

Lutero se fez frade agostiniano mais por medo do que por vocação. No claustro, experimentou a concupiscência, que ele procurou superar pela ascese, sem, porém conseguir se livrar totalmente dela. Ele julgou ter encontrado a resposta a suas inquietações nas cartas paulinas: afirmando que era inútil lutar contra o pecado através de penitências e boas obras. Bastaria ter fé e aceitar a Jesus como salvador, e Ele não levaria em conta as falhas e pecados do sujeito. Dai vem à frase de Lutero: “Peco intensamente, mais ainda intensamente eu creio.”

Em 31/10/1517, Lutero lançou seu protesto contra a doutrina e disciplina da Igreja Católica, afixando na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha suas 95 teses, para um debate acadêmico conforme costume da época. Os nobres e príncipes alemães viram uma grande oportunidade nisto, pois acreditavam que se a Alemanha possuísse uma religião própria, poderiam lucrar muito se desvencilhando da religião Romana.

“Eu não posso rezar, mas posso amaldiçoar. Em lugar de dizer ‘santificado seja o vosso nome’, direi: ‘maldito e injuriado seja o nome dos papistas…, que o papado seja maldito, condenado e exterminado’. Na verdade é assim que rezo todos os dias sem descanso.” (Martinho Lutero)

Já vimos o distanciamento de Lutero dos ensinamentos bíblicos, pois os textos não permitem uma interpretação a fórmula jurídica do perdão de Deus, já que aqueles que perdoados pelo Senhor devem crescer em santidade e na graça através de obras da fé. Para alcançar a santidade de Deus (Mt 5,48). 

Ou a própria carta do apóstolo Tiago onde o mesmo afirma categoricamente sobre a obra daqueles que abraçaram a fé e que esta fé deve produzir obras de santidade. (Tg 2,14-26). Então ele mesmo, Lutero, não consegue sustentar nas escrituras, suas teses.

Este principio de Lutero chamado de Sola Fidei (Só a fé) é profundamente contestável pelas sagradas escrituras, ou seja, para justificar sua tendência gnóstica e maniqueísta atribuía que bastaria crer independente de praticar e viver as obras da conversão. “Eu fui monge, eu queria seriamente ser piedoso. Ao invés, eu me afundava sempre mais: eu era um grande trapaceiro e homicida” (Lutero em WAW, 29,50,18).

Ainda para poder justificar suas teses Lutero passou a defender que a única fonte da fé cristã eram as escrituras e rejeita cabalmente a Tradição Apostólica, o que os apóstolos ensinaram, e dá ainda ao fiel a livre interpretação das escrituras. Tese esta tão fraca em argumentos e de fácil refutação. Vejamos:

1 - É do conhecimento histórico que o primeiro escrito do NT foi a 1°carta de S. Paulo aos Tessalonicenses no ano de 51 DC, ou seja, cerca de 20 anos após a ascensão de Cristo e o último o Apocalipse de S. João por volta do ano 100. Provavelmente S. Paulo tenha morrido e os 4 evangelhos nem estavam ainda copilados. Ou seja, os apóstolos não ficaram aguardando que o NT estivesse pronto para que a partir do Livro pregassem a salvação vinda de Cristo Jesus.

2 – Os 27 livros bíblicos não estão em ordem cronológicas, conforme a data que foram escritos, mas foram distribuídos da forma que encontramos hoje, após muita análise e discussão sobre a sua canonicidade e levou quase todo o segundo século da era Cristã para tal definição.

3 – Uma frase fundamental do Evangelho de João nos assegura isto. Vejamos: “Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever.” (Jo; 21,25)

4 – A Igreja nasceu antes do NT escrito, a pregação apostólica já era corrente, as comunidades cristãs já viviam os ensinamentos, as cartas paulinas eram admoestações, catequeses, exortações para as comunidades, que já tinham recebido o evangelho pregado por Paulo. Paulo não pensou assim: ( Vou escrever isto e vai se tornar o nosso livro); foi a comunidade cristã que viu nestes ensinamentos, base para a vivência daquilo que tinham recebido e resolveu divulgar, as cartas recebidas em forma de Palavra de Deus, vinda do apóstolo.

5 – É fato comprovado que a Igreja viveu sem o NT, mas o NT não viveu sem a Igreja, pois é ela que determinou a sua autenticidade, combatendo heresias como a de Marcião que negava 3 evangelhos e só atribuía como sagrado o de S. Lucas, ou os gnósticos, tão combatido nas cartas de S. João e que queriam a autenticidade de outros livros.

Poderíamos aqui elencar mais diversas teses contra os argumentos de Lutero sobre a única fonte de fé nas escrituras, mas as que seguem acima já nos bastam por ora. Tanto que é sabido que muitos protestantes quando se dão ao conhecimento histórico dos fatos, sobre a elaboração das escrituras especialmente o NT, chegam a duas conclusões:

1°- Realmente a Igreja Católica está com a verdade, nos convertamos, ou 2°- O NT está errado,  então refutamos a bíblia também. Em 1930 um protestante de nome Harnack disse: “os apóstolos perverteram o evangelho.” Pois em seus estudos chegou à conclusão que a Igreja Católica atual, corresponde à fidelidade da Igreja primitiva, ou seja, é mais fácil negar o evangelho também do que deixar de ser protestante.

Os Luteranos (protestantes) negam a Tradição apostolica, mas se armam com a Tradição Luterana... Incoerente, não?

Outro clássico argumento Luterano é a negação do intermédio entre Deus e o crente, a Igreja visível e a invisível, pois já que a fé é subjetiva, basta-me crê, não há necessidade de hierarquia visível “eu sou meu sacerdote”, não necessito dos sacramentos, pois a fé me basta. Como o protestantismo não tem uma hierarquia visível ou forma de governo, este tem muitas dificuldades em sua constituição, por isso as derivações: episcopais, presbiterianos, congregacionalistas...etc.

O protestantismo Luterano segue a mentalidade antropocentrica do século XVI, renascentista exaltando o individuo e colocando o no centro de forma subjetiva.

A rejeição de todo o magistério munido da autoridade do próprio Deus gera instabilidade nas comunidades protestantes, ocasionando a criação de novas e novas denominações. “Há tantos credos quanto cabeças há.”(Lutero)

O Fim da Vida de Lutero

É muito provável que Lutero tenha cometido suicidido conforme atesta um criado de Lutero de nome Ambrósio Kudtfeld relato este publicado em Anversa no ano de 1606.

“Martinho Lutero, na noite que antecedeu a sua morte, se deixou vencer por sua habitual intemperança, e com tal excesso, que fomos obrigados a carregá-lo totalmente embriagado, e colocá-lo em seu leito. Depois nos retiramos ao nosso aposento sem pressentir nada de desagradável. Pela manhã voltamos ao nosso patrão para ajudá-lo a vestir-se, como de costume. Mas, que dor! Vimos o nosso patrão Martinho pendurado de seu leito e estrangulado miseramente.

“Tinha a boca torta e a parte direita do rosto escura; o pescoço roxo e deformado. Diante de tão horrendo espetáculo, fomos tomados de grande terror. Corremos sem demora aos príncipes, seus convidados da véspera, para anunciar-lhes aquele execrável fim de Lutero. Eles ficaram aterrorizados como nós. E logo se empenharam com mil promessas e juramentos, que observássemos, sobre aquele acontecimento, eterno silêncio, e que colocássemos o cadáver de Lutero no seu leito, e anunciássemos ao povo que o ‘Mestre Lutero’ tinha improvisamente abandonado esta vida”.

Calvinismo (Presbiterianos)

João Calvino (1509-1564) é o iniciador do calvinismo ou presbiterianismo. Nasceu na França, estudou Direito. Em 1527, adotou as ideias reformadoras que percorriam a Europa aos moldes luteranos. Emigrou para Basiléia na Suiça devido à perseguição antiprotestante, onde escreveu sua obra principal anticatólica (Instituição da Religião Cristã).

A teologia calvinista tem seu ponto forte na teoria da predestinação, afirmava ele; há duas predestinações: “uma para a salvação e outra para a condenação. Deus não apenas permite a perda dos pecadores, mas os impele para o abismo. Deus, segundo consta, proíbe o pecado a todos, mas na verdade quer que alguns pequem, porque devem ser condenado.” Teoria esta profundamente condenada pela Igreja Católica já que a vontade de Deus é que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade em (1Tm 2, 3-4). E tira do ser humano o livre arbítrio, pois a predestinação seria uma certeza de salvação ou perdição, independente da escolha do individuo.

Em 1534 Calvino mandou pregar cartazes em diversos lugares negando e condenado a Missa como a Celebração do Sacrifício de Cristo e que a Eucaristia Católica era um blasfêmia.

Calvino organizou sua igreja em 2 comissões: a “Venerável Companhia” dos pastores e doutores encarregada do magistério e o “ Consistório” que tinha como tarefa zelar pela disciplina. Esta comissão visitava as casas, servia-se de denúncias e espionagem paga; os réus gravemente culpados, se persistissem no erro, eram entregues a um tribunal. Este proferiu, de 1541 a 1546, 58 sentenças de morte; a tortura era aplicada com frequência.

O espirito calvinista pessimista fez com que a população de Genebra, local onde Calvino instaurou sua doutrina, se submetesse a esta disciplina; as festas eclesiásticas foram reduzidas aos domingos, o culto se limitou à oração, à pregação e ao canto de salmos, com a celebração da santa ceia quatro vezes ao ano. A vida social tomou um aspecto tristonho, pois foram abolidos o teatro, as danças, o jogo de cartas e a pompa das vestes.

O Calvinismo declarou guerra aos humanistas, que eram libertinos no plano moral. Os calvinistas se tornaram inimigos da ciência, da arte e da literatura. Quem se opunha era reduzido ao silêncio com penas duras ou a morte.

Em 27 de outubro de 1553, João Calvino, apoiou e chefiou a condenação do herege Miguel Servet, o médico, que acabou sendo queimado em uma estaca nas redondezas de Genebra por suas heresias doutrinárias, no entanto, o precursor da predestinação da alma, esteve totalmente envolvido com a morte desse herege. Sabemos também que matou muitos outros, assim como numerosos católicos por não professarem sua fé, quando prefeito de Genebra, muitos acreditam que a morte deste médico espanhol já havia sido planejada a muito tempo, antes de Servet ser capturado pelos seus irmãos em Genebra, Calvino tinha escrito a seu amigo Farel, em 13 de fevereiro de 1546 (sete anos antes de Servet ser preso) e foi arquivado, dizendo:

“Se ele [Servet] vier [à Genebra], eu nunca o deixarei escapar vivo se a minha autoridade tiver peso.” (Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (Baker Book House, 1950), p. 371.)

Em 1555, Calvino havia conquistado vitória sobre todos os seus inimigos. Nenhum pôde mais abalar a sua posição de ditador religioso e também politico.

Igreja Anglicana (Episcopais)

O anglicanismo teve seu inicio do XVI na figura do rei Henrique VIII. Em 1524 Henrique recebeu do Papa Leão X o titulo de Defensor da fé, pois ele se opunha aos ensinamentos de Lutero na obra “Os Cativeiros da Babilônia”, com a afirmação escrita por Henrique, Os sete sacramentos.

Henrique esposo de Catarina de Aragão se apaixonou por uma cortesã de nome, Ana de Boleyn. Por isso procurou de uma forma dissolver seu matrimônio com Catarina, alegando nulidade. O que foi rejeitado pela Santa Sé, pois o Papa Júlio II tinha dado a Henrique autorização para contrair matrimônio com Catarina que fora esposa de seu Irmão Artur I que falecera.

A corte real favorecia aos anseios de Henrique, e Catarina apelava a Santa Sé, pedindo justiça. O Papa Clemente VII resolveu entregar o exame do processo a um tribunal de Roma em 1529.

Em 1531, o Papa proibiu Henrique de contrair novas núpcias. O rei vendo que poucas chances lhe restavam, quis obter a dissolução de seu casamento através da hierarquia da Inglaterra: Thomas Cromwell, um advogado que adquiria influência sobre o rei e o aconselhava à se opor a Roma, como fizeram os príncipes alemães. Em fevereiro de 1531 uma assembléia do clero, instigada pelo rei, proclamou a Henrique VIII poder sobre a Igreja da Inglaterra, com a cláusula, “a medida que a Lei de Cristo permite”.

Em 1533, Thomas Cranmer que tinha sido influênciado pela reforma luterana, declarou o casamento de Henrique com Catarina inválido, de modo que este se casou com Ana Boleyn. O Papa respondeu excomungando o monarca e declarando válido o casamento de Henrique com Catarina de Aragão. Em novembro de 1534, o parlamento inglês votou o “Ato de Supremacia” que proclamava o rei como o “Único e Supremo Chefe da igreja da Inglaterra.” Quem não reconhecesse este ato era punido com a morte. A grande maioria do clero se submeteu, clero este que já era corrompido. Resistiram, porém, até a morte vários leigos e clérigos, dos quais se destacam Tomás More e o bispo John Fisher.

Muitos mosteiros foram fechados, imagens e relíquias destruídas, o rei queria conservar uma identidade católica na Inglaterra e se opunha a reforma protestante. Ele combatia o Papado e a reforma protestante ao mesmo tempo.

Em meio a crises politicas e desejos pessoais foi fundado a Igreja Episcopal Anglicana na Inglaterra; tempo depois, Henrique condena a guilhotina aquela que teria sido a “causa” de seu cisma Ana Boleyn, e de seu terceiro matrimônio, o filho Eduardo VI, aos 10 anos sucedeu seu pai e morreu aos 16.

Em 1553, a nação proclamava Maria Tudor filha de Henrique com Catarina, como a rainha da Inglaterra. Ela era católica convicta e pôs a trabalhar pelo legado do Papa. A rainha tomou medidas exageradas no seu zelo à perseguir os hereges e o povo se opôs a ela. Após sua morte, a tentativa de restauração católica na Inglaterra fracassou.

Sucedeu ao trono a rainha Elizabeth, filha de Henrique com Ana Boleyn, os católicos consideravam ela como rainha ilegítima, pois a mesma tinha prometido restituir a fé católica no pais, mas por interesses políticos, inclinou-se ao poder e aos pregadores protestantes, que outrora teriam sido banidos da Inglaterra pela rainha Maria, e tomando medidas antipapais e anticatólicas.

Ela restaurou a hierarquia episcopal na Inglaterra. Para isso foi escolhido como arcebispo de Cantuária um antigo capelão da rainha, Mateus Parker que foi ordenado bispo em 17/12/1559. Em um novo ritual chamado “Ordinal” confeccionado sob o rei Eduardo VI. Ele após ter sido sagrado bispo por Willian Barlon, que tinha sido ordenado válidamente no tempo de Henrique VIII, ordenou vários outros bispos, reconstituindo a hierarquia da igreja Anglicana.

O Papa Leão XIII, declarou em 1896, que todas as ordenações anglicanas são inválidas por dois motivos básicos:

1º Insuficiência do rito (Ordinal de Eduardo VI, excluía qualquer alusão ao sacrifício de Cristo perpetuado nos altares pelo ministério dos sacerdotes)

2º Falta de intenção válida (Willian Barlon queria constituir uma hierarquia diversa daquela que Cristo fundou, desvinculada da Sé de Pedro).

Hoje na igreja anglicana até mesmo a ordenação de mulheres tem sido aceita, o que tem feito com que muitos anglicanos voltem para a Igreja Católica, pois a distorção tem a cada dia se tornado pior, do Evangelho e da Tradição.

Cardeal Newman

John Henry Cardeal Newman (1801 -1890) foi um sacerdote anglicano inglês convertido ao catolicismo, posteriormente nomeado cardeal pelo papa Leão XIII em 1879. Foi beatificado no dia 19 de setembro de 2010 pelo Papa Bento XVI. Alguns pensamentos seus:

“A comunhão Católica Romana é a comunhão com a Igreja dos Apóstolos.”

“Eu seria louco se deixasse a Igreja Católica e voltasse ao reino da escravidão protestante.”

“Aprofundar o conhecimento acerca da história é abdicar do protestantismo.”

Aqui vemos exposto a raiz das seitas protestantes, que hoje já chegam a cerca de 56 mil no mundo, uma após a outra com sua maquinações e pseudocristianismo. Muitas delas com clara missão de tentar contra a única Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo e seu Vigário na Terra o Papa.

Eles tentarão de todas as formas, arrebatando ovelhas queridas por Jesus à ilusão das falsas religiões e falsos profetas que continuam a seduzir os “ignorantes na fé” sendo que todos os meios para nossa salvação estão contidos na Igreja Católica, em seus sacramentos.

Lembre se: “Católico ignorante é o primeiro protestante!”

Que fique claro, a termologia “evangélica” para os protestantes esta errada; já que não há cunho evangélico em sua fundação, então chamemos por seus nome verdadeiro, outro erro comum a palavra, “nossos irmãos” está errado, pois a Igreja Católica não é irmã de nenhuma seita protestante e sim, Mãe daqueles que Cristo resgatou pelo seu sangue e Esposa do Cordeiro. E eles, filhos desta Igreja, e que por rebeldia ou engano protestaram e estão no covil de lobos. Não estamos sendo intolerantes com os protestantes. Não podemos permitir a afronta da verdade, pois é nossa intenção que cheguem ao conhecimento desta verdade e batam no peito pedindo misericórdia ao Senhor. 

Podemos chamar os protestantes de irmãos no único sentido de serem filhos do mesmo Pai e Criador (complemento do Viver em Deus).

“Não sabei que o protestantismo também possui um fundador sobrenatural? Sabeis agora, trata-se de um anjo e seu nome é Lúcifer” (São Pio).

- Luterana: Martinho Lutero, 1517 – Alemanha

- Anglicana: Henrique VII, 1534 – Inglaterra

- Calvinista: João Calvino, 1541 – Suiça

- Menonita: Meamo Simoms, 1550 – Holanda

- Prebiteriana: John Knox, 1567 – Escócia

- Congregacionalista: Robert Browee, 1580 – Inglaterra

- Batista: Jonh Smith, 1604 – Holanda

- Metodista: John Wesley, 1739 – Inglaterra

- Mórmom: Joseph Smith, 1830 – EUA

- Adventista: Willian Miller, 1831 – EUA

- Pentecostais: Charles Parham, 1900 – EUA

- Assembléia de Deus: Gunnar Vingren e Daniel Berg missionários chegaram no Brasil em 1910.

- Congregação Cristã do Brasil: Luigi Francescon - 1910

- Testemunhas de Jeová: Charles Taze Russel, 1916 – EUA

- Igreja do Evangelho Quadrangular: Aimeé Semple McPherson, 1944 - EUA

- Universal do Reino de Deus: Edir Macedo, Brasil – 1977

Destas quantas outras não surgiram?

“Assim como houve entre o povo falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos doutores que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado. Movidos por cobiça, eles vos hão de explorar por palavras cheias de astúcia. Há muito tempo a condenação os ameaça, e a sua ruína não dorme.” (2Pd 2, 1-3)

Por Junior Mathia

Fonte: Falsas Doutrinas – Prof. Felipe Aquino

Título Original: As Raízes do Protestantismo


Site: Baixada Católica
Editado por Henrique Guilhon

sábado, 20 de fevereiro de 2016

As graças à humanidade e a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças



 Blog Canção Nova Todo de Maria


Nossa Senhora tem derramado abundantes graças sobre a humanidade através da Medalha Milagrosa.

A Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças tem se mostrado um grande canal da Providência divina para a humanidade em nossos tempos. Em 27 de Novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu aSanta Catarina Labouré, com braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz, e estava rodeada por uma frase que dizia: “Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”1. A Virgem Maria ainda disse a Catarina: “Fazei cunhar uma medalha sob este modelo. As pessoas que a usarem, com confiança, receberão muitas graças”2. Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças que não eram pedidas.

Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças

Apesar dos insistentes pedidos de Irmã Catarina ao Bispo local, a Medalha Milagrosa só foi conhecida em fevereiro de 1832, quando uma epidemia de cólera atingiu Paris e deixou mais de 20.000 mortos. Com tantas mortes, o Bispo autorizou e Catarina Labouré e as demais Filhas da Caridade começam a distribuir as primeiras medalhas. A partir do início da distribuição das medalhas, as curas milagrosas multiplicaram-se por toda a França, bem como os sinais da proteção de Nossa Senhora e as conversões a Jesus Cristo. Algo realmente extraordinário estava acontecendo, e o povo de Paris, que testemunhou todos esses prodígios, passou a chamar a medalha de Nossa Senhora das Graças de “Medalha Milagrosa”.

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A Virgem Maria: Imaculada Conceição e Medianeira de Todas as Graças

Em Fevereiro de 1832, foram cunhadas as primeiras duas mil medalhas3. Desde então, a devoção se espalhou pelo mundo e não parou de crescer. Dessa aparição nos vem duas certezas:

1ª – A Imaculada Conceição de Maria. Foi a primeira revelação particular em que a Virgem se declara nascida sem a mancha do pecado. Revelação feita antes da proclamação do dogma da Imaculada que só aconteceu em 8 de Dezembro 18544, e das aparições em Lourdes, em 25 de Março de 18585, que atestaram essa certeza de fé.

2ª – Ela é medianeira. Das mãos de Nossa Senhora derramam-se graças sobre a humanidade. No livro “Tratado a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”, São Luís Maria Montfort diz que “Deus Espírito Santo comunicou a Maria, seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que ele possui. […] Dom nenhum é concedido aos homens, que não passe por suas mãos virginais”6. Dessa forma, o Criador em Sua infinita Sabedoria, quis colocar Nossa Senhora entre nós e Sua bondade.

Assista o programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A impressionante história de Nossa Senhora de Lourdes”:


Devemos pedir com confiança as graças e estas serão concedidas
Na aparição de Nossa Senhora, o que impressionou a vidente, e a nós também, são os anéis que não emitiam luz e o significado disso. Graças que não são concedidas porque as pessoas não as pedem. Vejamos! Se todas as graças devem passar pelas mãos de Maria, sejamos razoáveis e chegaremos a conclusão que aquilo que é pedido diretamente ao Senhor, também é intermediado pela Mãe do Céu, mesmo que a pessoa não lhe tenha essa devoção. Então, compreendemos que tal fato se dá por um esfriamento dos corações dos homens em relação a Deus. O ser humano tem deixado de amar e de confiar no Altíssimo.

Assista vídeo da Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa sobre “Santa Catarina Labouré”:


A Medalha Milagrosa é um grande meio para que nos voltemos para Deus

A aparição de Nossa Senhora a Catarina vem nos chamar a atenção para isso, e a Medalha Milagrosa é mais um recurso, ou melhor dizendo, um grande meio que o Céu nos dá para que voltemos para o Senhor, para Seu amor e a bondade infinitos, que Ele tem por nós. Deus quer que peçamos grandes graças, não poucas, não só por situações corriqueiras, mas que roguemos por grandes situações, pelas famílias, pelo bem da humanidade, por leis a favor da vida, pelo nosso país. Supliquemos que o Senhor intervenha nas tragédias que estão acontecendo e pela paz no mundo. Peçamos milagres, rezemos pelos impossíveis.

Assista o programa do Padre Paulo Ricardo sobre “A Medalha Milagrosa”:


A Medalha Milagrosa na história de Monsenhor Jonas e da Canção Nova

Além das promessas àqueles que usarem a Medalha Milagrosa, na Canção Nova, aprendemos comMonsenhor Jonas Abib a plantar a medalhinha, como uma semente que gerará o milagre. Nos inícios da Comunidade, Padre Jonas tinha o desejo de adquirir o terreno onde hoje é a sede da Canção Nova. Algo impossível na época. Então, ele foi até o terreno e jogou a Medalha de Nossa Senhora das Graças, confiando nos desígnios de Deus7. Algum tempo depois, o proprietário do terreno ofertou-o a Canção Nova, parcelando o pagamento, porque sentiu que devia vendê-lo para a Comunidade e a mais ninguém. Mesmo sem ter total condição, nosso administrador Eto e Mons. Jonas deram o passo na fé e adquiriram o lote. E o dinheiro chegava conforme os pagamentos venciam. Acredite! A Medalha Milagrosa tem poder.

Sandro Aparecido Arquejada, missionário da Comunidade Canção Nova desde 2005, autor dos livros: “Maria, humana como nós”; “As Cinco Fases do Namoro”; e “Terço dos homens e a grande missão masculina”.

Links relacionados:





Referências:

1 CAPELA NOSSA SENHORA DA MEDALHA MILAGROSA. As aparições – A Medalha.

2 Idem.

3 Idem.

4 PAPA PIO IX. Bula Ineffabilis Deus sobre a Imaculada Conceição. Este documento, promulgado em 8 de dezembro de 1854, declarou o dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria.

5 PADRE PAULO RICARDO. A impressionante história de Nossa Senhora de Lourdes. No dia 25 de março de 1858, festa da Anunciação, Nossa Senhora apareceu a Santa Bernade Soubirous e disse: “Que soy era Immaculada Councepciou – Eu sou a Imaculada Conceição”.

6 SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Tratado a Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 25.

7 INFRAESTRUTURA. Tour Canção Nova.

Natalino Ueda é brasileiro, católico, formado em Filosofia e Teologia. Na consagração a Virgem Maria, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, explicado no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”, descobriu o caminho fácil, rápido, perfeito e seguro para chegar a Jesus Cristo. Desde então, ensina e escreve sobre esta devoção, o caminho “a Jesus por Maria”, que é hoje o seu maior apostolado.

Título Original: A Medalha Milagrosa e as graças à humanidade


Site: Blog Canção Nova Todo de Maria
Editado por Henrique Guilhon

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Adorando em espírito e em verdade



Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap

Zenit


Primeira pregação da quaresma do Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. Reflexão sobre a constituição Sacrosanctum Concilium. Texto na íntegra.


Primeira Pregação da Quaresma

A ADORAÇÃO EM ESPÍRITO E VERDADE

Reflexão sobre a Constituição Sacrosanctum Concilium

O Concílio Vaticano II: um afluente, não o rio

Nessas meditações quaresmais eu gostaria de continuar a reflexão sobre outros grandes documentos do Vaticano II, depois de meditar no Advento, na Lumen Gentium. Mas creio que é útil fazer uma premissa. O Vaticano II é um afluente, não é o rio. Em seu famoso trabalho sobre “O Desenvolvimento da Doutrina Cristã”, o beato Cardeal Newman declarou enfaticamente que parar a tradição em um ponto do seu curso, mesmo sendo um concílio ecumênico, seria torna-la uma morta tradição e não uma “tradição viva”. A tradição é como uma música. O que seria de uma melodia que parasse numa nota, repetindo-a ad infinitum? Isso acontece com um disco que arranha e sabemos o efeito que produz.

São João XXIII queria que o Concílio fosse para a Igreja “como um novo Pentecostes”. Em um ponto, pelo menos, essa oração foi ouvida. Após o Concílio houve um despertar do Espírito Santo. Ele não é mais “o desconhecido” na Trindade. A Igreja tornou-se mais consciente de sua presença e de sua ação. Na homilia da Missa crismal da Quinta-feira Santa de 2012, o Papa Bento XVI afirmava:

“Quem olha para a história da época pós-conciliar é capaz de reconhecer a dinâmica da verdadeira renovação, que frequentemente assumiu formas inesperadas em movimentos cheios de vida e que torna quase palpável a vivacidade inesgotável da Santa Igreja, a presença e a ação eficaz do Espírito Santo”.

Isso não significa que nós podemos desprezar os textos do Concílio ou ir além deles; significa reler o Concílio à luz dos seus próprios frutos. Que os concílios ecumênicos possam ter efeitos não compreendidos no momento, por aqueles que fizeram parte deles, é uma verdade evidenciada pelo próprio cardeal Newman sobre o Vaticano I[1], porém testemunhada mais vezes na história. O concílio ecumênico de Éfeso do 431, com a definição de Maria como Theotokos, Mãe de Deus, procurava afirmar a unidade da pessoa de Cristo, não aumentar o culto à Virgem, mas, de fato, o seu fruto mais evidente foi precisamente este último.

Se há uma área em que a teologia e a vida da Igreja Católica foi enriquecida nestes 50 anos de pós-concílio, é certamente a relacionada ao Espírito Santo. Em todas as principais denominações cristãs, estabeleceu-se nesses últimos tempos, aquilo que, com uma expressão cunhada por Karl Barth, foi chamada de “a Teologia do Terceiro artigo”. A teologia do terceiro artigo é aquela que não termina com o artigo sobre o Espírito Santo, mas começa com ele; que leva em conta a ordem com que se formou a fé cristã e o seu credo, e não só o seu produto final. Foi, de fato, à luz do Espírito Santo que os apóstolos descobriram quem era realmente Jesus e a sua revelação sobre o Pai. O credo atual da Igreja é perfeito e ninguém sequer sonha em muda-lo, porém, ele reflete o produto final, o último estágio alcançado pela fé, não o caminho através do qual se chega a isso, enquanto que, em vista de uma renovada evangelização, é vital para nós conhecer também o caminho por meio do qual se chega à fé, não só a sua codificação definitiva que proclamamos no credo de memória.

A esta luz aparece claramente as implicações de determinadas afirmações do concílio, mas aparecem também os vazios e lacunas a serem preenchidos, em especial, precisamente sobre o papel do Espírito Santo. Já tomava nota desta necessidade São João Paulo II, quando, por ocasião do XVI centenário do concílio ecumênico de Constantinopla, em 1981, escrevia em sua Carta Apostólica, a seguinte afirmação:

“Todo o trabalho de renovação da Igreja, que o Concílio Vaticano II tão providencialmente propôs e iniciou […] não pode ser realizado a não ser no Espírito Santo, isto é, com a ajuda da sua luz e do seu poder[2]“.

O lugar do Espírito Santo na liturgia

Esta premissa geral é particularmente útil ao lidar com o tema da liturgia, aSacrosanctum concilium. O texto nasce da necessidade, sentida por um longo tempo e por muitos, de uma renovação das formas e ritos da liturgia católica. A partir deste ponto de vista, os seus frutos foram muitos e, no conjunto, benéficos para a Igreja. Menos advertida era, naquele momento, a necessidade de debruçar-se sobre aquilo que, seguindo Romano Guardini, geralmente chama-se “o espírito da liturgia[3]”, e que – no sentido que vou explicar – eu chamaria mais de “a liturgia do Espírito” (Espírito com letra maiúscula!).

Fies à intenção declarada destas nossas meditações de valorizar alguns aspectos mais espirituais e interiores dos textos conciliares, é precisamente neste ponto que eu gostaria de refletir. A SC dedica a isso só um curto texto inicial, fruto do debate que precedeu a redação final da constituição[4]:

“Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a si a Igreja, sua esposa muito amada, a qual invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai. Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Nela, os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo – cabeça e membros – presta a Deus o culto público integral. Portanto, qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, ação sagrada par excelência, cuja eficácia, com o mesmo título e no mesmo grau, não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja[5]”.

É nos indivíduos, ou nos “atores” da liturgia que hoje somos capazes de perceber uma lacuna nesta descrição. Os protagonistas aqui realçados são dois: Cristo e a Igreja. Falta qualquer alusão ao lugar do Espírito Santo. Também no resto da Constituição, o Espírito Santo nunca é sujeito de um discurso direto, só nomeado aqui e ali, e sempre “oblíquo”.

O Apocalipse nos diz a ordem e o número completo dos atores litúrgicos quando resume o culto cristão na frase: “O Espírito e a Esposa dizem (a Cristo, o Senhor), Vem!” (Ap 22, 17). Mas Jesus já havia manifestado perfeitamente a natureza e a novidade do culto da Nova Aliança no diálogo com a Samaritana: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja”. (Jo 4, 23).

A expressão “Espírito e Verdade”, à luz do vocabulário joanino, só pode significar duas coisas: ou “o Espírito de verdade”, ou seja, o Espírito Santo (Jo 14, 17; 16,13) ou o Espírito de Cristo, que é a verdade (Jo 14, 6). Uma coisa é certa: não tem nada a ver com a explicação subjetiva, cara a idealistas e românticos, de que “espírito e verdade”, indicariam a interioridade escondida do homem, em oposição a qualquer culto externo e visível. Não se trata só apenas da passagem do exterior para o interior, mas da passagem do humano para o divino.

Se a liturgia cristã é “o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo”, a melhor maneira de descobrir a sua natureza, é ver como Jesus exerceu a sua função sacerdotal em sua vida e em sua morte. A tarefa do sacerdote é oferecer “orações e sacrifícios” a Deus (cf. Hb 5,1; 8,3). Agora sabemos que era o Espírito Santo que colocava no coração do Verbo feito carne o grito “Abba”! que encerra toda a sua oração. Lucas observa explicitamente quando escreve: “Naquela mesma hora Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra…” (cf. Lc 10, 21). A própria oferta do seu corpo em sacrifício na cruz aconteceu, segundo a Carta aos Hebreus, “em um Espírito eterno” (Hb 9, 14), isto é, por um impulso do Espírito Santo.

São Basilio tem um texto esclarecedor.

” O caminho do conhecimento de Deus procede do único Espírito, através do único Filho, até o único Pai; inversamente, a bondade natural, a santificação segundo a natureza, a dignidade real, se difundem do Pai, por meio do Unigênito, até o Espírito[6]”.

Em outras palavras, a ordem da criação, ou da saída das criaturas de Deus, parte do Pai, passa através do Filho e chega a nós no Espírito Santo. A ordem do conhecimento ou do nosso retorno a Deus, do qual a liturgia é a expressão mais alta, segue o caminho oposto: parte do Espírito, passa através do Filho e termina no Pai. Essa visão descendente e ascendente da missão do Espírito Santo está presente também no mundo latino. O beato Isaac de Stella (sec. XII), expressa em termos muito próximos aos de Basílio:

“Como as coisas divinas desceram a nós pelo Pai, pelo Filho e o Espírito Santo, ou no Espírito Santo, então, as coisas humanas sobem ao Pai por meio do Filho, e [no] Espírito Santo[7]“.

Não se trata, como podemos ver, de ser, por assim dizer, o torcedor de uma ou de outra das três pessoas da Trindade, mas de salvaguardar o dinamismo trinitário da liturgia. O silêncio sobre o Espírito Santo, inevitavelmente, atenua o caráter trinitário da liturgia. Por isso parece-me particularmente oportuno a chamada que São João Paulo II fazia naNovo Millennio Ineunte:

“Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à contemplação do rosto do Pai. Aprender esta lógica trinitária da oração cristã, vivendo-a plenamente sobretudo na liturgia, meta e fonte da vida eclesial, mas também na experiência pessoal, é o segredo dum cristianismo verdadeiramente vital, sem motivos para temer o futuro porque volta continuamente às fontes e aí se regenera[8]“.

A adoração “no espírito”

Vamos tentar tirar, a partir dessas premissas, algumas orientações práticas para o nosso modo de viver a liturgia e fazer que ela execute uma das suas principais tarefas, que é a santificação das almas. O Espírito Santo não autoriza inventar novas e arbitrárias formas de liturgia ou modificar de própria iniciativa aquelas existentes (tarefa que cabe a hierarquia). Ele é o único, no entanto, que renova e dá vida a todas as expressões da liturgia. Em outras palavras, o Espírito Santo não faz coisas novas, mas faz novas as coisas! A palavra de Jesus repetida por Paulo: “É o Espírito que dá vida” (Jo 6, 63; 2 Cor 3, 6) aplica-se principalmente à liturgia.

O apóstolo exortava os fiéis a orar “no Espírito” (Ef 6:18; cf. também Judas 20). O que significa orar no Espírito? Significa permitir que Jesus continue a exercer o próprio ofício sacerdotal no seu corpo que é a Igreja. A oração cristã se torna uma extensão no corpo da oração do chefe. É conhecida a afirmação de Santo Agostinho:

“Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é aquele que reza por nós, reza em nós e que é rezado por nós. Reza por nós como nosso sacerdote, reza em nós como nosso chefe, é rezado por nós como nosso Deus. Reconheçamos, portanto, nele, a nossa voz, e em nós a sua voz[9]”.

A esta luz, a liturgia nos aparece como o “Opus Dei”, a “obra de Deus”, não só porque tem Deus por objeto, mas também porque tem Deus como sujeito; Deus não é só rezado por nós, mas reza em nós. O mesmo grito, Abbá! que o Espírito, vindo a nós, dirige ao Pai (Gl 4, 6; Rm 8, 15) mostra que quem reza em nós, pelo Espírito, é Jesus, o Filho único de Deus. Por si mesmo, de fato, o Espírito Santo não poderia dirigir-se a Deus, chamando-o Abbá, Pai, porque ele não é “gerado”, mas somente “procede” do Pai. Se pode fazê-lo é porque é o Espírito de Cristo que continua em nós a sua oração filial.

E, especialmente, quando a oração torna-se cansaço e luta é que se descobre toda a importância do Espírito Santo para a nossa vida de oração. O Espírito se torna, então, a força da nossa oração “fraca”, a luz da nossa oração apagada; em uma palavra, a alma da nossa oração. Verdadeiramente, ele “irriga o que é árido”, como dizemos na sequência em sua honra.

Tudo isso acontece por fé. Basta eu dizer ou pensar: “Pai, tu me deste o Espírito de Jesus; formando, portanto, “um só Espírito” com Jesus, eu recito este Salmo, celebro esta santa missa, ou estou simplesmente em silêncio, aqui em sua presença. Quero dar-te aquela glória e aquela alegria que te daria Jesus, se fosse ele a orar ainda da terra”.

O Espírito Santo vivifica especialmente a oração de adoração que é o coração de toda oração litúrgica. A sua peculiaridade deriva do fato de que é o único sentimento que podemos alimentar única e exclusivamente para com as pessoas divinas. É o que distingue o culto de latria do culto de dulia reservado aos santos e de hiperduliareservado à Santa Virgem. Nós veneramos Nossa Senhora, não a adoramos, ao contrário do que algumas pessoas pensam dos católicos.

A adoração cristã é também trinitária. É trinitária no seu desenvolvimento, porque é adoração feita “ao Pai, por meio do Filho, no Espírito Santo”, e é trinitária no seu fim, porque é adoração feita junto “ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo”.

Na espiritualidade Ocidental, quem desenvolveu mais a fundo o tema da adoração foi o cardeal Pierre de Bérulle (1575-1629). Para ele, Cristo é o perfeito adorador do Pai, que precisa unir-se para adorar a Deus com uma adoração de valor infinito[10]. Escreve:

“Desde toda a eternidade, havia um Deus infinitamente adorável, mas não havia ainda um adorador infinito; […] Tu es agora, oh Jesus, este adorador, este homem, este servidor infinito por potência, qualidade e dignidade, para satisfazer plenamente este dever e fazer esta homenagem divina[11]”.

Se existe uma lacuna nesta visão, que também deu à Igreja belos frutos e moldou a espiritualidade francesa por séculos, essa é a mesma que temos colocado em destaque na constituição do Vaticano II: a pouca atenção dada ao papel do Espírito Santo. Do Verbo encarnado, o discurso de Bérulle muda para a “corte real” que o segue e o acompanha: a Santa Virgem, João Batista, os apóstolos, os santos; falta o reconhecimento do papel essencial do Espírito Santo.

Em qualquer movimento de retorno a Deus, lembrou-nos São Basílio, tudo parte do Espírito, passa através do Filho e termina no Pai. Não basta, portanto, recordar de vez em quando que existe também o Espírito Santo; é necessário reconhecer-lhe o papel de elo essencial, tanto no caminho de saída das criaturas de Deus quanto no de retorno das criaturas a Deus. O abismo existente entre nós e o Jesus da história está cheio do Espírito Santo. Sem ele, tudo na liturgia é somente memória; com ele, tudo é também presença.

No livro do Êxodo, lemos que, no Sinai, Deus indicou para Moisés uma cavidade na rocha, e escondido no interior dela ele poderia contemplar a sua glória sem morrer (cf. Ex 33, 21). Comentando este passo, o próprio São Basílio escreve:

“Qual é hoje, para nós cristãos, aquela cavidade, aquele lugar, onde podemos refugiar-nos para contemplar e adorar a Deus? É o Espírito Santo! De quem aprendemos? Do próprio Jesus que disse: Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e verdade![12]

Que perspectivas, que beleza, que poder, que atração tudo isso dá ao ideal da adoração cristã! Quem não sente a necessidade de esconder-se de vez em quando, no vórtice rodopiante do mundo, naquela cavidade espiritual para contemplar a Deus e adorá-lo como Moisés?
Oração de intercessão

Junto com a adoração, um componente essencial da oração litúrgica é a intercessão. Em toda a sua oração, a Igreja não faz mais do que interceder: por si mesma e pelo mundo, pelos justos e pelos pecadores, pelos vivos e pelos mortos. Também esta é uma oração que o Espírito Santo quer animar e confirmar. Dele São Paulo escreve:

“Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus. “(Rm 8, 26-27).

O Espírito Santo intercede por nós e nos ensina a interceder, por sua vez, pelos outros. Fazer oração de intercessão significa unir-se, na fé, a Cristo ressuscitado que vive em um estado constante de intercessão pelo mundo (cf. Rm 8, 34; Heb 7, 25; 1 João 2, 1). Na grande oração com a qual concluiu a sua vida terrena, Jesus nos oferece o exemplo mais sublime de intercessão.

“Rogo por eles, por aqueles que me deste. […] Guarde-os no teu nome. Não peço que os tires do mundo, mas que os pretejas do mal. Consagra-os na verdade. […] Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim… “(Jo 17, 9ss).

Do Servo Sofredor se diz, em Isaías, que Deus lhe dá em prêmio as multidões “porque carregava os pecados de muitos e intercedia pelos pecadores” (Is 53, 12): Essa profecia encontrou o seu perfeito cumprimento em Jesus que, na cruz, intercede pelos seus executores (cf. Lc 23, 34).

A eficácia da oração de intercessão não depende de “muitas palavras” (cf. Mt 6, 7), mas do grau de união que se consegue ter com as disposições filiais de Cristo. Mais do que as palavras de intercessão, deve-se, pelo contrário, multiplicar os intercessores, ou seja, invocar a proteção de Maria e dos Santos. Na festa de Todos os Santos, a Igreja pede a Deus para ser ouvida “pela abundância dos intercessores” (“multiplicatis intercessoribus”).

Multiplicam-se os intercessores até quando se rezam uns pelos outros. Diz Santo Ambrósio:

“Se você orar por você, só você vai orar por você, e se cada um só reza por si, a graça que alcança será menor com relação àquele que intercede pelos outros. Ora, dado que os indivíduos rezam por todos, acontece também que todos rezam pelos indivíduos. Portanto, para concluir, se você reza somente por você, você é o único que reza por você. Mas se, pelo contrário, você reza por todos, todos rezarão por você, estando você no meio daqueles todos[13]”.

A oração de intercessão é, portanto, agradável a Deus, porque é mais livre de egoísmo, reflete mais de perto a gratuidade divina e está de acordo com a vontade de Deus, que quer “que todos os homens sejam salvos” (cf. 1 Tm 2, 4). Deus é como um pai compassivo que tem o dever de punir, mas que tenta todas as desculpas possíveis para não ter que fazê-lo e é feliz, em seu coração, quando os irmãos do culpado conseguem detê-lo dessa punição.

Se faltam esses braços fraternos estendidos a Deus, Ele próprio reclama disso na Escritura: “Ele viu que não havia ninguém, maravilhou-se porque ninguém intercedia” (Is 59, 16). Ezequiel transmite-nos esta lamentação de Deus: “Busquei entre eles um homem que levantasse um muro e se colocasse na brecha perante mim, para defender o país, para que eu não o devastasse, porém não o encontrei” (Ez 22, 30).

A palavra de Deus enfatiza o extraordinário poder que tem junto a Deus, pela sua própria disposição, a oração daqueles que Ele colocou no comando do seu povo. Diz-se em um salmo que Deus havia decidido exterminar o seu povo por causa do bezerro de ouro, “se Moisés não tivesse se interposto diante dele para evitar a sua ira” (cf. Sl 106, 23).

Aos pastores e guias espirituais ouso dizer: quando, na oração, vocês sentirem que Deus está zangado com o povo que vos foi confiado, não tomem rapidamente o partido de Deus, mas do povo! Assim fez Moisés, até o ponto de protestar e de querer ser riscado, ele próprio, com eles, do livro da vida (cf. Ex 32, 32), e a Bíblia deixa claro que isto era justamente o que Deus queria, porque ele “abandonou a intenção de prejudicar o seu povo”. Quando se está diante do povo, então, devemos dar razão, com toda a força, a Deus. Quando Moisés, pouco depois, encontrou-se na frente do povo, então se acendeu a sua ira: esmagou o bezerro de ouro, dispersou o pó na água e fez as pessoas engolirem a água (cf. Ex 32: 19ss). Somente aquele que defendeu o povo diante de Deus e carregou o peso do seu pecado, tem o direito – e terá a coragem –, depois, de brigar com o próprio povo, em defesa de Deus, como fez Moisés.

Terminemos proclamando juntos o texto que melhor reflete o lugar do Espírito Santo e a orientação trinitária da liturgia, que é a doxologia final do cânon romano: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e glória, agora e para sempre. Amém”.

[Tradução Thácio Siqueira, ZENIT]

[1] Cf. I. Ker, Newman, the Councils, and Vatican II, in “Communio”. International Catholic Review, 2001, pp. 708-728.

[2] João Paulo II, Carta apostólica A Concilio Constantinopolitano I, 25 marzo 1981, in AAS 73 (1981) 515-527.

[3] R.Guardini, Vom Geist del Liturgie, 23 ed., Grünewald 2013; J. Ratzinger, Der Geist del Liturgie, Herder, Freiburg, i.b., 2000.

[4] Storia del concilio Vaticano II, organizado por G. Alberigo, vol. III, Bologna 1999, p 245 s.

[5] SC, 7.

[6] S. Basílio de Cesareia, De Spiritu Sancto XVIII, 47 (PG 32 , 153).

[7] B. Isacc de Stella, De anima (PL 194, 1888).

[8] NMI, 32.

[9] S. Agostinho, Enarrationes in Psalmos 85, 1: CCL 39, p. 1176.

[10] M. Dupuy, Bérulle, une spiritualité de l’adoration, Paris 1964. .

[11] P. de Bérulle, Discours de l’Etat et des grandeurs de Jésus (1623), ed. Paris 1986, Discours II, 12.

[12] S. Basílio, De Spiritu Sancto, XXVI,62 (PG 32, 181 s.).

[13] S. Ambrósio, De Cain et Abel, I, 39 (CSEL 32, p. 372).

Título Original: A adoração em espírito e verdade


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Editado por Henrique Guilhon